Estava a procura de um vinho que me surpreendesse, que me
entregasse certa robustez, estrutura, personalidade e que me custasse pouco,
que não doesse tanto ao bolso. Às vezes eu acordo com esse ímpeto em seguir um
caminho deveras bem delimitado, definido. Mas, por outro lado, pode se tornar
uma missão impossível de encontrar um vinho com tais características a um preço
baixo, acessível a bolsos de meros mortais como eu. Fui às compras, fui a busca
do que queria. E não é que encontrei esse vinho! O mundo do vinho, quando livre
de preconceitos, de visões pré-concebidas, conseguimos “enxergar” o que
queremos, a luz se faz forte, iluminando as nossas pretensões e caminhos.
Mas a procedência me ajudou e muito e digo que foi
preponderante para a minha bem sucedida escolha e que escolha, foi A escolha,
que foi o produtor! Então, sem mais delongas, o vinho que degustei e gostei
veio do Chile, da região de Colchagua, e é da tradicional e bem sucedida Luis
Felipe Edwards, o Autoritas, da casta Cabernet Sauvignon da safra 2015.
Antes de falar do vinho, vamos as curiosidades. A palavra
“Autoritas” vem do latim auctoritas, que significa prestígio, honra, respeito,
autoridade. Esses valores foram o que inspirou a criação desta marca,
desenvolvida por Luis Felipe Edwards Family Wines. A crista (brasão) da
família, presente em cada garrafa, é o selo que reúne esses valores, passados
de geração em geração e expressos em cada copo da Autoritas.
O vinho:
Na taça apresenta uma linda cor vermelha intensa, escuro com
entornos violáceos, com lágrimas em abundância e lágrimas finas que dissipam
vagarosamente das paredes do copo.
No nariz tem uma explosão aromática de frutas vermelhas, com
toques de especiarias, baunilha e a madeira discreta, bem integrada, devido aos
6 meses de passagem por barricas de carvalho.
Na boca tem estrutura, de médio corpo a encorpado, mostrando
a potência da Cabernet Sauvignon, na sua mais sublime essência, mas muito macio
e fácil de degustar, um toque leve de torrefação, taninos redondos e gordos,
mas domados, com boa acidez e um final persistente e frutado.
A verdadeira concepção do vinho tipicamente chileno, um
Cabernet Sauvignon de personalidade marcante, mas harmonioso, fácil de beber,
redondo e a contundente prova de que vinhos com essa proposta pode sim ter um
custo acessível a todos os bolsos, democratizando ou pelo menos ajudando a
disseminar a cultura do vinho entre todos, indistintamente. Tem 13,5% de teor
alcoólico. Ah, o valor foi de R$ 35,90!
Sobre a Viña Luis Felipe Edwards:
A Viña Luis Felipe Edwards foi fundada em 1976 pelo
empresário Luis Felipe Edwards e sua esposa. Após alguns anos morando na
Europa, o casal decidiu retornar ao Chile e, ao conhecer terras do Colchágua,
um dos vales chilenos mais conhecidos, se encantou. Ali, aos pés das montanhas
andinas, existia uma propriedade com 60 hectares de vinhedos plantados, uma
pequena adega e uma fazenda histórica que, pouco tempo depois, foi o marco do
início da LFE. De nome Fundo San Jose de Puquillay até então, o produtor, que viria
a se tornar uma das maiores vinícolas do Chile anos mais tarde, começou a
expandir sua atuação. Após comprar mais 215 hectares de terras no Vale do
Colchágua nos anos de 1980, começou a vender vinho a granel, estudar a fundo
seus vinhedos e os resultados dos vinhos, e cultivar diferentes frutas para
exportação. O ponto de virada na história da Viña Luis Felipe Edwards veio na
década de 1990, quando Luis Felipe Edwards viu a expectativa do mercado sobre
os vinhos chilenos. Sabendo da alta qualidade dos rótulos que criava, o
fundador resolveu renomear a vinícola e passou a usar o seu próprio nome como
atestado de qualidade. Após um período de crescimento e modernização,
especialmente com o início das vendas do primeiro vinho em 1995, a LFE se
tornou um importante exportador de vinho chileno no começo do século XX. A
partir de então, o já famoso produtor começou a adquirir terras em outras
regiões do país. Na busca incessante por novos terroirs de qualidade, ele
encontrou no Vale do Leyda um dos seus maiores tesouros: 134 hectares de
videiras plantadas em altitude extrema, a mais de 900 metros acima do nível do
mar.
Sempre tive dificuldades para comprar vinhos espanhóis.
Talvez fosse pela baixa oferta de rótulos atraentes ou simplesmente a incapacidade
da minha parte de escolher o vinho que procurava ou pior: a visão pré-concebida
que me impedia de comprar os vinhos certos para mim. Vou dizer que a famigerada
opção 3. A minha cabeça era povoada por receios de comprar vinhos muito caros e
que não me arrebatasse de tal maneira que me deixasse de joelhos ou aqueles
muito baratos que fosse uma completa porcaria. Mas de algum tempo para cá fui
descobrindo novas alternativas, locais de compras, sejam elas locais virtuais
ou físicos, com novas regiões, castas ou blends inusitados e pouco conhecidos
por aqui, propostas de vinhos, enfim, o leque abriu, percebi o quão
diversificado a Espanha no que tange a sua cultura vitivinífera é e tudo o
mais.
Então fui às compras e encontrei um da região tradicional de
Penedès, que para mim era, até então nova, que estava a um surpreendente valor
(R$ 24,90, na promoção), um crianza chamado Viña Chatel, da tradicional Bodegas
Pinord, com um corte das castas Tempranillo (90%) e Cabernet Sauvignon (10%) da
safra 2013.
Algo importante é saber o conceito da palavra “crianza” para
esse tipo de vinho e a sua importância para a proposta do vinho. O termo “crianza”
não se significa que o vinho seja jovem (não significa “criança”), mas
significa “envelhecimento”, ou seja, o tempo que o vinho maturou em barricas de
carvalho. Na Espanha os termos “Crianza”, “Reserva” e “Gran Reserva” segue um
padrão de vinificação, diferentemente em alguns países do Novo Mundo que as
utiliza para definir a qualidade das suas uvas, mas também por mero marketing.
O vinho que estampa no rótulo o termo “crianza” tem, por questão da lei, passar
24 meses na vinícola, sendo que, no mínimo 6 meses em barricas de carvalho e o
resto evoluindo, descansando na garrafa até sair do produtor para o consumidor.
Caso queira saber mais leia em: “Classificação dos vinhos espanhóis”
Penedès
Essa é uma denominação de origem de vinhos produzidos na
Catalunha, noroeste da Espanha. Uma das mais antigas regiões vinícolas da Europa.
Uma das melhores da Espanha. Os limites geográficos da denominação de origem
Penedès não coincidem nem com divisões geográficas nem políticas. Penedès
estende-se por uma longa faixa de terra, entre as montanhas e o Mediterrâneo,
no caminho que vai de Tarragona a Barcelona.
O clima é mediterrâneo. Os verões são quentes, os invernos
são suaves, e as chuvas moderadas estão concentradas, principalmente na
primavera e no outono. Mas a variação climática é bastante grande, dentro da região.
A denominação é composta por 3 zonas distintas: Penedès Superior (próxima às
cordilheiras do interior), Penedès Marítimo ou Baixo (entre o mar e as colinas
costeiras) e Penedès Central (na planície entre essas duas zonas). Aproximadamente
75% dos vinhedos da denominação estão ocupados com vinhas de cepas brancas,
sendo que as mais cultivadas são: Xarel-lo, Macabeu, Parellada, Chardonnay e
Moscatel d’Alexandria. Entre as tintas, as mais cultivadas dentro das regras do
conselho regulador são Merlot, Cabernet Sauvignon e Tempranillo. É possível
observar, nessa região, uma tendência dos produtores para as cepas internacionais,
em detrimento às nativas. O estilo dos vinhos de Penedès varia de secos a
doces, tranquilos a espumantes, podendo ser brancos, tintos ou rosés. Os
melhores tintos encorpados vêm do Alto Penedès, ou Penedès Superior. Os brancos
frescos de maior destaque, em contrapartida, são produzidos no Baixo Penedès.
Fonte: Tintos & Tantos (http://www.tintosetantos.com/index.php/denominando/592-penedes).
Agora o vinho:
Na taça o vinho apresenta uma cor vermelho escuro, intenso
com reflexos violáceos com lágrimas em abundância, finas e que demora um pouco
a se dissipar desenhando as paredes do copo.
No nariz, apesar da safra de 2013, o vinho ainda estava
jovem, fresco, com aromas intensos de especiarias, com notas intensas de frutas
vermelhas e um discreto mas agradável toque abaunilhado e de madeira, muito bem
integrado ao conjunto do vinho, graças a passagem por 9 meses em barricas de
carvalho.
Na boca reproduz-se as impressões olfativas, com a fruta
preenchendo a boca, com um paladar agradável, suave, macio, devido ao tempo da
passagem em madeira, mostrando um bom equilíbrio entre a mesma e o vinho, com
taninos presentes mas sedosos e gentis com um bom final
Descobri e consegui exorcizar todos os meus questionamentos
quanto aos vinhos espanhóis, percebendo ainda que é possível degustar bons
rótulos daquele país a valores extremamente convidativos ao bolso. Viña Chatel
surpreendente pelo valor baixo, entregando mais do que vale, mostrando ainda
que, caso queira, tem bom potencial de guarda, onde o degustei com 7 anos de
vida! Vinho de personalidade, alguma estrutura, mas fácil de degustar. 13% de
teor alcoólico.
Sobre a Bodegas Pinord:
Bodegas Pinord tem mais de cem anos de experiência em
vinificação na região de Penedès, no nordeste da Espanha, em seu nome. Eles
produzem vinhos e cavas (espumantes), usando métodos tradicionais, herdados de
seus ancestrais. Hoje, o uso de tecnologia de ponta, juntamente com uma equipe
excepcional de profissionais esforçados, ajuda a tornar seus vinhos e cavas
famosos em todo o mundo. A história da Bodegas Pinord remonta ao tempo em que,
há mais de cento e cinquenta anos, a família Tetas começou a produzir vinhos
brancos e tintos em sua propriedade em Sant Cugat Sesgarrigues a partir de uvas
que eles mesmos haviam cultivado. Mesmo naquela época, eles produziam e
envelheciam os vinhos usando os métodos mais tradicionais empregados na região.
Em 1942, Josep Maria Tetas instalou a atual vinícola em Vilafranca del Penedès,
a apenas quatro quilômetros da propriedade original. É o nome desta vinha que,
de fato, inspirou a família a criar o nome da empresa: “Pi del Nord” (Pinheiro
do Norte) e hoje, que foi reconvertida para a agricultura orgânica, fornecendo
à vinícola uvas de alta qualidade, assim como fez séculos antes. Naquela época,
Miquel Tetas, pai de Josep Maria, fermentou uvas Xarel·lo de suas vinhas e, uma
vez que foi dito, ele viajou a noite toda com um cavalo e uma carroça e dois
barris de 500 litros para vender seus vinhos em Barcelona, onde os habitantes
desfrutaram muito da delicadeza de seus vinhos. Logo, Josep Maria Tetas, que
era um homem inquisitivo e empreendedor, observou como alguns de seus vinhos
jovens emitiam espontaneamente pequenas quantidades de dióxido de carbono -
bolhas como os petilantes franceses ou os frizzantes italianos. Ele começou a
investigar como fermentar suas uvas, a fim de manter essa efervescência em seus
vinhos. Reynal, o primeiro vinho pérola fabricado na Espanha, foi o resultado
de sua pesquisa. O sucesso foi imediato e foi muito além das expectativas:
muito em breve, a Pinord começou a exportar seus vinhos para todo o mundo e a
vinícola cresceu rapidamente. Eles estenderam a vinícola e aumentaram a
produção. Foi durante esses anos que Marrugat Cavas foi criado usando o
sobrenome da esposa de Josep Maria Teta, cuja família há muito estava ligada à
produção de vinho na região de Penedès. Eles também começaram a fazer uma
variedade de vinhos tranquilos, muscadelle e outras especialidades que
compunham um portfólio muito amplo de vinhos, ganhando elogios da vinícola e
fama internacional durante os anos cinquenta e sessenta. Foi nessa época que
Pinord se tornou um dos pontos de referência da vinificação em Penedès. Nos
últimos anos, a Bodegas Pinord ampliou sua gama de produtos e começou a
produzir vinhos em outras denominações de vinhos na Espanha. Estes novos vinhos
são todos feitos usando métodos de agricultura biológica.
Geração após geração, a filosofia da família Tetas pode ser
resumida nas seguintes palavras: Tradição familiar, espírito pioneiro e
inovador, amor pela terra e paixão por ótimos vinhos.
O rótulo é como o documento de identificação de um vinho e a
forma mais fácil de conhecê-lo antes da degustação. Assim, para minimizar as
chances de comprar um vinho que não corresponda às suas expectativas, é
importante entender as principais informações contidas em seu rótulo. A
quantidade de informações e o formato delas varia bastante entre os rótulos,
que podem conquistar sua atenção também por suas cores e design, e assim gerar
alguma confusão na hora da escolha.
Os elementos de um rótulo
Nem todos os rótulos apresentam a mesma qualidade de
informação. Alguns são mais detalhados, outros mais genéricos. Mas existem
algumas informações básicas, presentes em quase todos os vinhos finos. Via de
regra, os elementos de um rótulo são sempre os mesmos: produtor e/ou nome do
vinho, região de cultivo das uvas, país, classificação quanto à denominação de
origem, variedade, safra, graduação alcoólica e volume. Claro que existem
diferenças entre Novo e Velho mundo, países, regiões, denominações e até mesmo
produtores.
São dois os tipos básicos de rótulo de vinho:
Rótulos de vinhos do novo mundo
Destacam principalmente o nome do vinho e a(s) uvas(s) que o
compõem (Merlot, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, entre outras). É comum em
vinhos de países como o Brasil, Argentina, Chile, África do Sul, Estados
Unidos, Austrália, entre outros.
Rótulos de vinhos do velho mundo
Destacam o produtor e a região onde as uvas foram cultivadas
(Bordeaux, Champagne, Rioja, Chianti, entre outras). É comum em vinhos de
países como a França, Itália, Espanha, Portugal, entre outros.
Nome do vinho
O nome geralmente ganha grande destaque no rótulo, principalmente
em vinhos do novo mundo. Muitas vinícolas possuem diversas linhas de vinhos e,
para melhor identifica-las, cada linha recebe seu próprio nome. A vinícola
chilena Concha y Toro, por exemplo, possui os vinhos Don Melchor, Marques de
Casa Concha, Casillero del Diablo, entre outros.
Produtor
O nome do produtor muitas vezes aparece com destaque. Ele pode
ser uma grande empresa ou uma pequena vinícola familiar. Alguns produtores não
dão um nome específico aos seus vinhos, utilizando apenas o nome da própria
vinícola, muitas vezes seguido pelo nome da uva e safra.
Uva(s)
Muitos vinhos (principalmente do novo mundo) apresentam no
rótulo uma ou mais uvas que foram utilizadas em sua produção. Isto ajuda o
consumidor a ter uma noção do estilo e sabor do vinho que está comprando, além,
é claro, dos pratos que podem harmonizar com ele. Quando o vinho é produzido
com apenas uma variedade de uva (ou uma grande porcentagem dela) é chamado de
vinho varietal. Se produzido com duas ou mais uvas, é nomeado como vinho de
corte ou assemblage.
Vinhos varietais
Exemplos:
Um vinho nacional feito com 100% da uva merlot. Um vinho
argentino feito com 95% da uva malbec e 5% da uva bonarda. Repare que neste
segundo exemplo, a quantidade da uva bonarda é bem inferior à malbec. Por que o
enólogo utiliza uma quantidade tão pequena de outra uva para completar a
bebida?
Se a intenção do enólogo é produzir um vinho varietal com
duas ou mais uvas, ele deve, antes de qualquer coisa, atentar-se à legislação
do seu país ou região. Alguns países e regiões determinam que seja utilizado um
percentual mínimo da uva predominante para rotular um vinho como varietal.
Por exemplo:
No Brasil, Chile e Nova Zelândia, a legislação determina que
um vinho varietal tenha, no mínimo, 75% da uva predominante.
Na Austrália e África do Sul, a predominância deve ser de 85%
no mínimo.
Em algumas regiões dos Estados Unidos, a predominância deve
ser de 90% no mínimo.
Mesmo variando de região para região, a predominância da
principal uva sempre estará entre 75% e 90%.
Vinhos varietais ficaram famosos a partir dos anos 60 nos
chamados países de novo mundo (Austrália, Nova Zelândia, Africa do Sul, Estados
Unidos e nos países sul-americanos). O objetivo de destacar o nome da uva no rótulo era entrar em
concorrência com vinhos das principais regiões vinícolas europeias, que
ostentam o nome da região onde o vinho é produzido. Mesmo sendo um pequeno
acréscimo, uma segunda variedade pode fornecer ao vinho maior estrutura, acidez
e aromas, atingindo o resultado que o enólogo deseja.
Vinhos de corte, blend ou assemblage
Os vinhos produzidos com duas ou mais uvas são os chamados
vinhos de corte, blend ou assemblage.
Exemplos:
O vinho Bordeaux tinto é um corte geralmente feito com as
uvas Cabernet Sauvignon e Merlot, podendo também entrar na mistura as uvas
Cabernet Franc, Petit Verdot, Carménère e Malbec.
Um vinho tinto elaborado com determinada variedade de uva,
porém, de safras diferentes, também é considerado um vinho de corte. Os vinhos
de corte são geralmente encontrados na Europa, onde o objetivo dos produtores é
conseguir um vinho mais equilibrado e completo, somando as características e
qualidades individuais de cada uva. Desta forma, misturam-se, além de
diferentes variedades, uvas de diferentes safras, vinhedos e condições de
maturação.
Região de origem
A região onde o vinho foi produzido ganha mais destaque em
rótulos de vinhos do velho mundo, onde indica, muitas vezes, a qualidade
superior de um vinho. Algumas regiões são conhecidas por terem o clima e solos
propícios para o cultivo de determinadas uvas, como no caso da região de
Chablis, na França, famosa pela produção de brancos da uva Chardonnay, ou
Bordeaux, conhecida pelos seus tintos a base de Cabernet Sauvignon e Merlot.
Além da região de origem, muitos vinhos dão destaque às
subregiões – áreas menores com solos e micro-climas de características
particulares que encontram-se dentro de regiões maiores. Um exemplo é a comuna
de Saint-Émilion, em Bordeaux, na França.
Geralmente, quanto mais específica a origem das uvas, podendo
ser uma subregião ou até mesmo um determinado vinhedo, mais refinado o vinho e
maior o seu preço.
Safra
A safra indica o ano em que as uvas foram colhidas. É uma
informação muito importante, já que alguns vinhos podem melhorar com o tempo,
enquanto outros perdem suas melhores características.
De modo geral, a maioria
dos vinhos brancos e rosés devem ser consumidos dentro de 2 ou 3 anos, enquanto
a maioria dos tintos em até 5 anos. Existem também os vinhos de guarda, aqueles
que podem evoluir por muitos anos e até mesmo décadas. Os vinhos que não
apresentam a safra no rótulo, como a maioria dos vinhos espumantes e vinhos do
Porto, são aqueles produzidos com uvas colhidas em diferentes anos.
Vinhos sem safra
Alguns vinhos, como são comuns nas garrafas produzidas na
região do Douro (vinho do Porto), em Portugal, e em Champagne, na França, não
apresentam ano da safra no rótulo. Isso acontece porque eles são produzidos a
partir da mistura de uvas colhidas em anos diferentes.
Denominação de Origem
É uma espécie de selo de qualidade concedido por instituições
governamentais de diversos países, principalmente do velho mundo. A
certificação garante que o vinho foi elaborado dentro de uma região delimitada,
respeitando todas as regras de produção impostas à esta região. Vinícolas que
adquirem o selo têm sua reputação elevada e o consumidor ganha, pelo menos em
teoria, a garantia de aquisição de um produto de qualidade.
Algumas Denominações de Origem mais comuns em rótulos de
vinho são:
AOC –
Appellation d’Origine Contrôlée (França)
DO – Denominación de Origen (Espanha) e Denominação de Origem
(Brasil)
DOC – Denominação de Origem Controlada (Portugal) e
Denominazione di Origine Controllata (Itália)
DOCG – Denominazione di Origine Controllata e Garantita
(Itália)
Algumas regiões são conhecidas por terem o clima e solos
propícios para o cultivo de determinadas uvas, indicando vinhos de alta
qualidade. Na dúvida, escolha um vinho pelas uvas mais conhecidas de cada país
ou região:
Argentina – 5º maior produtor mundial e maior consumidor e
produtor da América do Sul, a Argentina fabrica vinhos tintos feitos
principalmente com uvas Malbec, Cabernet Sauvignon, Syrah e Merlot, além de
brancos com Chardonnay e a local Torrontés.
Alemanha – O forte da Alemanha são os vinhos brancos e de
sobremesa, e as estrelas do país são as uvas Riesling e Gewurztraminer. Procure
garrafas com a sigla “A.P.” no rótulo, que indicam vinhos produzidos segundo
critérios nacionais de qualidade.
Austrália – Com
destaque para os tintos produzidos com Pinot Noir, Merlot, Cabernet Sauvignon e
a nacional Shiraz, a Austrália tem crescido no cenário mundial de produção de
vinhos, sendo hoje a 6ª maior produtora do mundo.
Brasil – Apesar de
ainda não ser estrela global, o Brasil também produz vinhos de boa qualidade.
Os espumantes são os mais conceituados, mas tintos feitos com Merlot, Cabernet
Sauvignon e Pinot Noir, assim como brancos de Riesling, Gewuztraminer,
Sauvignon Blanc e Chardonnay também têm apresentado boas safras.
Espanha – No ranking
como o 3º maior produtor do mundo, a Espanha brilha com uvas nacionais como as
brancas Palomino e Maccabeo e as tintas Trempanillo e Garnacha.
Estados Unidos –
Crescendo muito em produção, hoje o 4º maior produtor do mundo, as principais
safras estadunidenses vêm da Califórnia e se inspiraram na região de Bordeaux,
na França, produzindo uvas como Pinot Noir, Syrah, Cabernet Sauvignon,
Chardonnay e Riesling.
França – Em 2º lugar
no ranking de produção mundial, esse é o país que mais bebe vinho por habitante
adulto no planeta. Por essas e outras é que a França é simplesmente sinônimo de
tradição e qualidade quando o assunto são suas vinícolas. Os vinhos fabricados
por lá são classificados por região, e não por uva, sendo as principais
Alsácia; Bordeaux; Bourgonha; Champanhe; Loire; Rhônes; Languedoc-Roussillon ou
Provença.
Itália – Campeã
mundial de produção, a Itália conta com 5 regiões produtoras diferentes,
controles de qualidade rigorosos e diversas uvas nativas, como Prosecco,
Barbera, Trebbiano, Sangiovese e Nero d’Avol.
Portugal – Com o Vinho
do Porto como carro-chefe, Portugal também oferece a excelente uva Touringa
Nacional.
Maturação e envelhecimento
Vinhos que tiveram algum cuidado especial durante a colheita,
seleção de uvas, vinificação e que passaram por algum período de amadurecimento
em barris de carvalho e envelhecimento na própria garrafa, geralmente estampam
em seus rótulos os termos Riserva, Reserva e Gran Reserva. Entretanto, a
utilização dos termos não é igual em todos os países, já que apenas regiões
vinícolas da Espanha e Itália possuem regras específicas para utilização das
nomenclaturas. Leia "Classificação dos vinhos espanhóis" aqui: Classificação dos Vinhos Espanhóis
Os demais países vinícolas não estão proibidos de utilizar os
termos, porém, como não existe nenhuma regulamentação fora da Espanha e Itália,
muitos produtores os utilizam sem muito critério.
Já o termo Reservado não quer dizer absolutamente nada. Os
vinhos que carregam este título são, na maioria das vezes, vinhos de entrada de
muitas vinícolas, isto é, os vinhos mais simples que o produtor elabora.
Graduação alcoólica
O álcool contribui para a longevidade do vinho. Quanto mais
álcool tiver, mais tende a durar, seja fechado ou mesmo depois de aberto. Os
vinhos com maior teor alcoólico se mostrarão mais quentes e pesados ao paladar.
Vinhos fortificados são os que mais álcool possui, podendo chegar até 22% vol.
Demais informações encontradas em rótulos de vinho
A seguir você verá outras informações que podem ser
encontradas em rótulos de vinho. Estas, não são tão comuns quanto as
anteriores, mas merecem ser mencionadas.
Origem de engarrafamento
Esta informação atesta que o vinho foi produzido e
engarrafado na própria vinícola ou château. Algumas empresas negociantes de
vinhos compram uvas ou o próprio vinho de algumas vinícolas e fazem seu próprio
engarrafamento e rotulagem.
Antigamente esta prática não era bem vista, já que não havia
muito controle do que estas empresas faziam com o vinho após comprá-lo para
revenda.
Como alguns destes vinhos chegavam aos consumidores com
qualidade bem abaixo do esperado, muitas vinícolas começaram a destacar em seus
rótulos que os vinhos eram produzidos em engarrafados na origem, isto é, na
própria vinícola.
As menções sobre a origem do vinho mais comuns em rótulos
são:
Mis en
Bouteille au Château (França)
Mis em Bouteille à la Propriete (França)
Mis em Bouteille au domaine (França)
Embotellat a la Propietat (Espanha)
Imbottigliato all’origine (Itália)
Erzeugerabfüllung (Alemanha)
Idade das vinhas
Videiras antigas tendem a produzir frutos de sabores mais
concentrados originando vinhos consideradas superiores. Para agregar maior
valor ao vinho, alguns produtores evidenciam esta informação em seus rótulos,
geralmente utilizando frases como:
Vinhas Velhas
Vieilles Vignes
Old Vines
Qualidade do terreno ou Reputação da vinícola (CRU)
O termo Cru foi criado na França, mais especificamente na
Borgonha, de modo a identificar parte de um vinhedo cujo vinho apresenta
determinadas características específicas, safra após safra. Os terrenos
considerados de melhor qualidade, ganharam os nomes Grand Cru e Premier Cru.
Diferente da Borgonha, em Bordeaux o termo Cru é utilizado
para identificar os Châteaux de maior reputação.
Como aparecem os métodos de cultivo das uvas no rótulo?
Orgânico/ Biológico
Método de cultivo das uvas livre do uso de defensivos agrícolas
como pesticidades, herbicidas e fungicidas.
Biodinâmico
Diferencia-se do orgânico por ser um método de cultivo das
uvas com base na antroposofia, ciência que estuda o conhecimento ancestral da
humanidade. Além de não contar com defensivos agrícolas, os biodinâmicos
orientam a fase do cultivo pelo sistema lunar.
Como aparecem os métodos de vinificação e filtração do vinho
no rótulo?
Natural
Não existe uma classificação oficial para os vinhos naturais.
Os poucos que estampam no rótulo indicam vinhos fermentados com as leveduras
naturais da própria uva e, por vezes, que não contém conservadores como
sulfito.
Sem clarificação/ sem filtração
O nome já diz tudo – são vinhos que não passam por processo
de clarificação e/ou filtração. Estes processos consistem na retirada de
partículas naturais do vinho que deixam a bebida com certa turbidez.
Sur lie
A palavra francesa significa que o vinho foi engarrafado com
as borras (leveduras mortas que restaram da fermentação).
Como aparece o nome do produtor do vinho no rótulo?
Château
Traduzida do francês, a palavra significa castelo, que em
Bordeaux é sinônimo de propriedade vinícola.
Domaine
A palavra francesa significa domínio, mas sobretudo na
Borgonha refere-se a vinícola.
Eu tenho defendido, de forma incessante, da tipicidade dos
vinhos brasileiros. E quando falamos nisso vem à mente os nossos espumantes. É
mais do que natural, mas precisamos abrir um parêntese aos nossos vinhos
brancos tranquilos. Estão cada vez mais com o nosso DNA, com a cara do nosso
país. Vinhos frescos, jovens, com uma plena sinergia com o nosso clima e isso
não significa que estejam descaracterizados ou coisa que o valha, pelo
contrário: os vinhos brasileiros estão coma cara do Brasil, sintetizando as
características do nosso terroir. Afinal, o que há de pior, a meu ver, é ouvir
os enófilos brasileiros, sejam eles experientes ou não, dizerem que o vinho
brasileiro está como o chileno, australiano e por aí vai. E não se enganem, não
é discurso ufanista. Esse discurso todo é para exaltar um Chardonnay excelente
que já havia degustado em um festival de degustação de vinhos, em 2018, quando
o conheci, bem como o seu produtor. Que grata descoberta! Nada como participar
desses eventos, quando te propicia conhecer novos rótulos e produtores. São
momentos de engrandecimento cultural.
O vinho que degustei e gostei veio da emblemática região do
Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, Brasil, e é o Dom Cândido Reserva da
casta Chardonnay, da safra 2017.
Na taça apresenta um amarelo dourado, reluzente e brilhante.
No nariz é maravilhosa a expressão aromática deste vinho e
acredito que os três meses de passagem por barricas de carvalho colaborou
significativamente para esse aporte no aroma, com uma explosão de frutas como pera,
maça-verde, melão, abacaxi.
Na boca se reproduz as impressões olfativas sendo ainda
macio, leve, fresco, jovial, mas com uma marcante personalidade, com generosas
notas cítricas, baixa acidez, típica da casta, com um agradável toque de baunilha
e tostado no seu retrogosto, um final persistente.
Ah como os Chardonnays brasileiros estão dando um show de
tipicidade, de personalidade, com a cara e o DNA do Brasil! Um vinho jovem,
fresco, equilibrado, mas de grande personalidade. Um vinho que, apesar da curta
passagem por barricas de carvalho, preserva sua frescura, sua leveza, mostrando
que a madeira não “domina” o vinho, sendo um complemento e preservando as
características da cepa. Aproveitando a semana do “Chardonnay Day”, celebrado
em 21 de maio, essa é a minha homenagem. Para quem quiser saber um pouco mais
sobre o “Chardonnay Day”, leia aqui: Chardonnay day. Belo vinho! 11,5% de teor alcoólico.
Sobre a vinícola Dom Cândido:
A Vinícola Dom Cândido tem sua origem em 1875, quando Luigi e
Leonor, avós de Cândido Valduga chegam em território brasileiro, vindos da
região do Tirol Italiano, e se instalam em uma colônia na região hoje conhecida
como o Vale dos Vinhedos. Logo se inicia o plantio das primeiras videiras para
elaboração dos vinhos para consumo da família. Porém, com o passar do tempo, a
produção excedente passa a ser comercializada. E, desde a sua infância, Cândido
Valduga convive com a rotina da vitivinicultura, acompanhando e auxiliando seus
pais, Marco e Maria, nas tarefas no campo, o que acabou aflorando a sua paixão
pela uva e vinho, nascendo, assim, uma história de amor que continua passando
de geração para geração. Ainda na juventude, Cândido conhece Lourdes e juntos
constituem uma família que sempre se manteve unida em torno dos valores do
trabalho, da união e do amor pelo vinho. Atualmente, os filhos estão à frente
do negócio. Localizada no coração do Vale dos Vinhedos, o complexo da Dom
Cândido é um verdadeiro convite à vivência de experiências únicas, reunindo
belezas naturais exuberantes, vinhos e espumantes de excelente qualidade, farta
gastronomia e receptividade familiar. A família Dom Cândido se orgulha de sua
história de trabalho, dedicação e amor por esta terra, cultivando uvas nobres,
em vinhedos próprios, que resultam na elaboração de quantidades limitadas de
garrafas de vinhos e espumantes de sabores e aromas incomparáveis.
A Chardonnay, a “rainha das uvas brancas” é a casta vinífera
branca de maior prestígio no mundo, cultivada em todas as regiões produtoras,
degustada por todos. Durante muito tempo, acreditava-se que existia uma ligação
entre ela, Pinot Blanc e Pinot Noir, e esse pensamento não era por acaso: as
plantas de todas as três possuem estrutura e formato muito parecidos, diferindo
apenas na cor de seu fruto. Mas ela é o resultado do cruzamento entre as castas
Pinot Noir e Gouais Blanc, dela saindo um excelente vinho branco.
História da Chardonnay
Sua origem está associada à região francesa da Borgonha. Acredita-se
que os romanos foram os responsáveis por trazer a Gouais e que suas cepas foram
cultivadas no leste francês junto com as uvas Pinot Blanc — o que tornou seu cruzamento
muito mais propenso. Com isso, em meados do século XVIII, o fruto desse cruzamento,
a Chardonnay, foi reconhecida como uma nova espécie de uva e não mais como uma
variedade.
Originária da região da Borgonha, na França, durante muito
tempo foi a única variedade responsável pelos mais finos vinhos da região. O
que chardonnay fez com que essa percepção mudasse, foi o advento da moda dos
vinhos varietais a partir do século XX. É a variedade branca mais dispersa pelo
mundo, sendo cultivada na grande maioria das regiões produtoras do mundo e
conhecida como a rainha da uvas brancas. Dependendo da maneira como é tratada,
pode gerar desde vinhos longevos e complexos até brancos simples para consumo
diário. Entre as uvas brancas, é uma das variedades mais passiveis de
amadurecimento ou fermentação em barricas, desenvolvendo complexidade aromática
e, mais que tudo, estrutura em boca, com untuosidade e estrutura especiais.
É uma casta capaz de expressar o desejo do viticultor e a
expressão do terroir. Somente em sua região de origem, Borgonha, é que produz
um estilo de vinho que até os dias de hoje não conseguiu ser reproduzido em
outro lugar, talvez pela composição do solo da região, o conhecido, caro e
muito apreciado, Chablis. O Clima, grande influenciador direto de qualquer
vinho, é determinante no caso desta cepa. Quando cultivada em regiões mais
frias, gera vinho mais frescos e leves, se em regiões mais quentes, o vinho
ganha estrutura, untuosidade e notas de frutas tropicais maduras.
Características da Chardonnay
Essa uva de pele verde, utilizada na produção de espumantes e
vinhos brancos é, provavelmente, a mais “maleável” que existe no mundo, e
grande parte disso se deve ao fato de ser possível produzi-la em praticamente
todo lugar do planeta. É possível utilizá-la na produção de vinhos que
apresentam desde a expressão máxima da fruta — ou seja, vinhos que não passam
por madeira — como aqueles que variam de notas mais suaves até os mais
amadeirados — que apresentam características de baunilha e amanteigados. A
Chardonnay dá origem a vinhos ricos em aromas e sabores, de forma que evidencia
as frutas cítricas quando submetida a climas frios, e frutas tropicais a climas
quentes. Para atingir essa gama variada de vinhos que vão de estruturados e
encorpados até leves e delicados, sua grande aliada é a Terroir.
Principais regiões produtoras da Chardonnay
Cultivada em quase todos os lugares do mundo, a Chardonnay
tende a se apresentar pouco marcada e, muitas vezes, descaracterizada. Dessa forma,
as principais regiões são:
França, Borgonha (Côte de Beaune) – É a sua terra natal,
nenhuma outra casta branca pode ser cultivada nesta região. Seus vinhos estão
entre os melhores do mundo. Cada sub-região apresenta características
particulares: Montrachet (intensos, longevos, apaixonantes), Puligny-Montrachet
(estruturado, saboroso e fresco), Chassagne-Montrachet (mais noturno),
Meursault (amanteigado e frutas secas), Corton-Charlemagne (mais mineral);
França, Borgonha (Chablis) – Nesta parte da Borgonha tudo é
muito diferente, o clima é mais frio e o solo calcário já foi leito de mar. O
resultado só poderia ser um, vinhos espetaculares, soberbos. Chablis não se
copia, aqui a Chardonnay tem outra personalidade. Mineral, rochoso, feno verde,
imortal. Sem dúvida alguma, tudo que um vinho branco gostaria de ser;
França, Borgonha (Pouilly-Fuissé) – Vinhos diferentes,
encorpados por longa maturação. Muito interessantes e robustos;
França, Champagne – Aqui a Chardonnay é responsável pelo
frescor, cremosidade e elegância do espumante. Pode se apresentar varietal
(Blanc de Blancs) ou em corte com a Pinot Noir e Pinot Meunier;
Itália – Talvez, devido ao fato de ser um país que não tem
uma grande casta branca, a Chardonnay foi adotada com sucesso em quase todas as
regiões: Piemonte, Lombardia, Alto Adige, Toscana, Abruzzo e Sicilia. Produz
desde espumantes até vinhos de sobremesa deliciosos;
Espanha – Pelos mesmos motivos da Itália, aqui a Chardonnay
também vem ganhando espaço com muita competência. As melhores regiões são:
Penedès (Cavas), Somontano, Navarra e Rioja;
Califórnia – Produz milhões de garrafas por ano (45 milhões
de caixas em 2001). Em geral, seus vinhos são extremamente aromáticos,
alcoólicos, amadeirados e com baixa acidez. Algumas vezes percebe-se algum
açúcar residual. Os melhores exemplares podem ser espetaculares e rivalizar com
os melhores da Borgonha. As melhores sub-regiões são Napa e Sonoma Valleys com
destaque para as sub-regiões de Carneros, Russian River e Alexander Valley;
Austrália – Outra excelente região. Já viveu o momento dos
vinhos super maduros e amadeirados na década de 1980 e 1990, quase enjoativos
(Hunter Valley). Agora vive uma nova realidade, com vinhos mais elegantes,
complexos, frescos e provenientes de áreas mais frias. As melhores sub-regiões
são: Margaret River, Yarra Valley, Eden Valley, Padthaway e Tasmânia (para
espumantes);
Nova Zelândia – Sem dúvida, este país tem vocação para os
vinhos brancos. Aqui a Chardonnay pode alcançar patamares insuperáveis para o
Novo Mundo. Seus vinhos são intensos, potentes e muito bem equilibrados. As
melhores sub-regiões são: Hawke’s Bay, Marlborough e Wairarapa;
Chile – Assim como a Cabernet Sauvignon, aqui a Chardonnay
encontrou um terreno fértil para se desenvolver. É a casta branca mais
cultivada no país. Seus aromas, além das frutas típicas tropicais, apresentam
uma pegada mais tostada e amanteigada. Seus vinhos podem ser espetaculares. As
melhores sub-regiões são: Valle de Casablanca, Valle de Leyda, Valle del Maule,
Valle de Bío Bío e Malleco;
Argentina – Apesar do predomínio das castas tintas, existem
alguns bons (excelentes) vinhos feitos com Chardonnay. Mas não são muitos. A
região de Mendoza é a mais indicada.
Chardonnay day
O Chardonnay Day é comemorado desde 2010, na quinta-feira que
antecede o feriado de Memorial Day nos EUA.
Não se sabe exatamente quando e como surgiu o Chardonnay Day.
Possivelmente, foi em 2009, quando um grupo de enólogos se reuniu para
comemorar o sucesso e a premiação de um vinho canadense, que superou rótulos
franceses e californianos, no Wine Awards Cellier, em Montreal. Para eles, o
significado dessa conquista foi tão grande, que concluíram que a Chardonnay,
uma variedade amplamente cultivada em Ontario, merecia destaque. Então,
começaram a convidar vinícolas de todo o mundo, que possuem vinhos dessa uva,
para celebrá-la todos os anos, no fim de maio.
Há quem diga que a origem do Chardonnay day é parte de uma
criação midiática do especialista em marcas, branding e mídias sociais, o
americano Rick Bakas. Tudo parte de uma grande estratégia da indústria do
vinho!
A Chardonnay é hoje a mais utilizada e produzida no mundo,
por isso, você provavelmente vai sempre esbarrar em um rótulo que a contém.
Assim, é importante ficar muito atento ao local de produção da uva para que
você não acabe levando algo com expectativas erradas. E viva a Chardonnay day!