Alto Los Romeros Pinot Grigio 2018

Já ouvi dizer que ela não tem expressão, aguada, uma casta sem vida e sem nenhum atrativo. Falo da Pinot Grigio. Ela é originária da Borgonha, na França, mas foi amplamente produzida na Alsácia e em várias regiões espalhadas pelo mundo se popularizando pelo fácil cultivo, como a Itália, por exemplo, onde são produzidos os melhores rótulos dessa casta. “Grigio” significa “cinza”, em italiano, fazendo referência à coloração de sua casca, mas você pode encontrar muitos vinhos chamando-a de “Pinot Gris”, principalmente na França e Argentina. Respeito a percepção das pessoas que acham a Pinot Grigio ruim, mas eu sou um grande fã desta casta, principalmente pelo fato de entregar vinhos frescos, jovens, leves e refrescantes.

E um vinho que sintetiza essas belas características da Pinot Grigio que degustei e gostei, me surpreendendo enormemente, não veio da Itália e tão pouco da França, mas do Chile, mais precisamente do Valle Central, é o Alto Los Romeiros da safra 2018 da excelente vinícola Luis Felipe Edwards. Essa linha de rótulos deste produtor é considerada a mais básica da vinícola, vinhos feitos para o dia a dia, mas nem por isso são ruins, pelo contrário, me agradou muito esse Pinot Grigio que, mesmo simples, entregou muito mais do que eu esperava e por um valor muito baixo, pasmem: R$18,90!

No visual tem um amarelo palha com reflexos esverdeados e muito claro e brilho reluzente, muito bonito.

No nariz é extremamente aromático com destaque para as frutas brancas como maçã verde e frutas cítricas, já denunciando um frescor típico da casta.

Na boca repetem-se as notas olfativas, com acidez intensa, notas cítricas e certo amargor agradável, com final frutado de média persistência.

Um vinho surpreendente pelo que vale, entregando muito além do que foi pago, fazendo dele uma relação excepcional de custo X benefício. Com 12,5% de teor alcoólico. Não sei se fui sugestionado, pelo fato de gostar tanto da Pinot Grigio e é fato também que já degustei outros rótulos melhores que este, mas, repito, não é porque o vinho é simples que o faz ruim, é tão somente uma proposta e este, como disse, entregou além do esperado. Muito bom!

Sobre a Viña Luis Felipe Edwards:

A Viña Luis Felipe Edwards foi fundada em 1976 pelo empresário Luis Felipe Edwards e sua esposa. Após alguns anos morando na Europa, o casal decidiu retornar ao Chile e, ao conhecer terras do Colchágua, um dos vales chilenos mais conhecidos, se encantou. Ali, aos pés das montanhas andinas, existia uma propriedade com 60 hectares de vinhedos plantados, uma pequena adega e uma fazenda histórica que, pouco tempo depois, foi o marco do início da LFE. De nome Fundo San Jose de Puquillay até então, o produtor, que viria a se tornar uma das maiores vinícolas do Chile anos mais tarde, começou a expandir sua atuação. Após comprar mais 215 hectares de terras no Vale do Colchágua nos anos de 1980, começou a vender vinho a granel, estudar a fundo seus vinhedos e os resultados dos vinhos, e cultivar diferentes frutas para exportação. O ponto de virada na história da Viña Luis Felipe Edwards veio na década de 1990, quando Luis Felipe Edwards viu a expectativa do mercado sobre os vinhos chilenos. Sabendo da alta qualidade dos rótulos que criava, o fundador resolveu renomear a vinícola e passou a usar o seu próprio nome como atestado de qualidade. Após um período de crescimento e modernização, especialmente com o início das vendas do primeiro vinho em 1995, a LFE se tornou um importante exportador de vinho chileno no começo do século XX. A partir de então, o já famoso produtor começou a adquirir terras em outras regiões do país. Na busca incessante por novos terroirs de qualidade, ele encontrou no Vale do Leyda um dos seus maiores tesouros: 134 hectares de videiras plantadas em altitude extrema, a mais de 900 metros acima do nível do mar.

Fonte: Site Pão de Açúcar (https://content.paodeacucar.com/vinhos/vina-luis-felipe-edwards)

Mais informações acesse:

https://www.lfewines.com/about/

Degustado em: 2018