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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Conte di Campiano Appassimento Negroamaro 2016

 

Tenho desbravado, de forma incansável, “novos mundos” no universo do vinho! Ah como é vasto, há muito a se descobrir nessa galáxia selvagem e intocada. E diante de tantas castas novas, regiões improváveis, terroirs únicos, produtores “undergrounds”, há ainda espaço para novas e gratas descobertas e dentre elas os métodos e processos de vinificação, por exemplo.

Embora pareça e de certa forma é, algo meio técnico e que requer, para entendimento, de pessoas tarimbadas, com expertise para tal, os humildes e mortais enófilos, como eu, tem um aliado importante como a internet, a grande rede, que nos permite ter acesso a inúmeras informações que, independentemente de ser ou não fidedignas, podem nos inundar de u arcabouço teórico satisfatório para ao menos entender minimamente alguns processos que, evidentemente, impactam na degustação do nosso vinho de cada dia.

E a degustação de hoje promete! A degustação de hoje trará um processo de vinificação novo para mim, embora já tenha visto o nome estampado em alguns rótulos que, confesso, são bem caros, pelo menos para mim: APPASSIMENTO, “pacificação” traduzindo livremente para o português. O termo é italiano, pois nasceu nas terras férteis da Itália.

E falando em valores caros esse, em especial, eu encontrei, claro, em um supermercado na faixa dos R$75,00 e, comparando com os valores praticados no mercado, de vinhos com essa proposta, definitivamente esse era o vinho a ser adquirido.

E a casta não deixa de ser um tanto quanto atípica também, falo da Negroamaro. Embora muito popular nas terras italianas, sobretudo em Puglia, a mesma ainda não está tão massificada no Brasil, como a Sangiovese e a Primitivo, por exemplo. Então as novidades serão grandes e espero saborosas.

O vinho que degustei e gostei veio da emblemática região italiana de Puglia e se chama Conte di Campiano da casta Negroamaro, um “appassimento” da safra 2016.

E aqui cabe uma história, no mínimo pitoresca e poética acerca do nome que ostenta o vinho e que foi extraído da página na internet do produtor:

“Há muito tempo, um Conde de terras muito distantes viajou em seu belo corcel pelas terras de Val Tramigna e subiu ao planalto de Monte Crocetta. O Conde sentou-se numa pedra para descansar um pouco e por acaso notou que a paisagem dali era esplêndida. A luz do dia acariciava as colinas, banhava o perfil de um castelo, os telhados inclinados das pequenas e escuras casas, os caminhos brancos e os terrenos cultivados, e dispersava-se no vento leve que alcançava a quietude do céu. A paisagem, o leve cheiro de mosto que lhe chegava às narinas, a serenidade que sentia naquele momento, sugeriam que encontrasse naquelas terras a sua morada definitiva. E foi assim que a partir desse dia para os locais ele ficou conhecido como o CONDE DE CAMPIANO...”

E já que começamos com história, sigamos com ela, falando sobre a região de Puglia, o processo de “appassimento” e também um breve histórico da excelente Negroamaro.

Puglia: “A terra dos vinhos”

Essa região italiana está localizada no sul da Itália, região que comumente chamamos de salto da bota, banhada pelo Mar Adriático e o Mar Jônico. É uma região italiana com tradição vitivinícola onde parte da produção do vinho era destinado ao norte para ser mesclado aos vinhos e vermute dessas regiões, inclusive da França.

Puglia

A introdução de videiras com técnicas eficientes de cultivo foi feita na região de Puglia desde a época dos fenícios. Os gregos, no século VIII a.C., deram continuidade ao cultivo da videira, porém a época de ouro foi durante a conquista dos romanos, onde os vinhos de Puglia alcançaram ainda mais fama por sua qualidade. Com a queda do Império Romano houve um declínio da atividade vitivinícola, mas não com grande comprometimento.

No século XVII houve um resgate de variedades autóctones, porém houve no final do século XIX, um outro baque na história da viticultura de Puglia, quando a Filoxera atingiu os vinhedos europeus. Na sequência, a recuperação dos vinhedos em Puglia foi marcada pelas replantações, dando preferência à quantidade de produção, mas do que a qualidade.

Filoxera

Atualmente os produtores de Puglia vem desenvolvendo outras estratégias apostando por exemplo, na diminuição da produção e buscando uma maior qualidade para seus vinhos. Como fruto desse trabalho há atualmente disponíveis no mercado, vinhos com qualidade.

A topografia da região é praticamente plana com paisagens belíssimas dos vinhedos. O clima é tipicamente mediterrâneo, quente, com sol boa parte do ano, pouca chuva, com presença de uma brisa marítima dando condições muito boas para a viticultura. O solo é argiloso e calcário com presença de depósitos de ferro.

As principais regiões da Puglia são:

Foggia: ao norte, encontramos tanto vinhos brancos como tintos bem simples produzidos a partir de Sangiovese, Trebbiano, Montepulciano, Aglianico, Bombino Bianco e Nero, etc.

Bari e Taranto: localizada na zona mais central. Destacamos os vinhos brancos mais encorpados de Verdeca.

Península de Salento: região onde são elaborados os vinhos mais interesantes de Puglia. Nessa zona as videiras se beneficiam dos ventos frescos provenientes do Mar Adriático e Jônico. As principais uvas dessa região são a Negroamaro, Primitivo e Malvasia Nera.

As uvas são cultivadas em toda a região. Faz parte da tradição local e o clima quente da região ainda ajuda, principalmente, as uvas roxas, já que as uvas verdes precisam de uma temperatura mais baixa.

No entanto, a Puglia produz vinhos tintos, rosés e brancos, especialmente de uvas nativas, como Bombino Bianco, Malvasia Bianca, Verdeca, Fiano, Bianco d’Alessano, Moscato Bianco e Pampanuto. Embora, a Chardonnay não seja nativa é a uva branca mais cultivada na região. O Negroamaro é a principal uva do Salento. No entanto, o Salento é uma das zonas vinícolas italianas mais importantes para a produção dos vinhos rosés. O Primitivo é a uva dominante na Terra di Bari. Enquanto a Uva di Troia, também chamada Nero di Troia, é a uva mais comum no norte da Puglia.

Quanto às Denominações de Origem a Puglia tem:

• 28 DOC (Denominação de Origem);

• 4 DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida);

• 6 IGP (Indicação Geográfica Protegida).

DOs Puglia

Appassimento: Passificação

Produtores das mais variadas regiões vinícolas, no Velho e Novo Mundo, lançam mão de um processo natural de desidratação parcial das uvas, chamado de pacificação, appassimento, em italiano.

O objetivo é atingir um nível mais alto de açúcar, assim como maior concentração de aromas, cores e sabores, além de acrescentar uma tipicidade indefectível a seus vinhos.

A passificação adiciona mais um estágio, de desidratação, no processo que define a vitivinicultura destas regiões: terminada a colheita, há ainda o tempo de ressequir.

Passito

Diante da atual valorização da “mínima intervenção humana” no cultivo das vinhas e na produção do vinho, o processo de appassimento – cuja tradição antecede o colapso do Império Romano, não deveria ser interpretado senão como mera decisão humana pelo prosseguimento do ciclo natural da fruta.

A passificação das uvas é normalmente iniciada após a colheita, e antecede o desengace, o esmagamento e a prensagem das uvas: os cachos são levados a salas arejadas e são depositados em suportes de madeira onde podem ficar secando por até 120 dias.

História

A técnica de passificação das uvas não é algo utilizado há muitos anos. Há registros que, desde o primeiro século depois de Cristo, os romanos deixavam que os frutos secassem para que perdessem líquido e concentrassem seu dulçor.

Entretanto, os vinhos passito, da forma como conhecemos, só surgiram recentemente, na região italiana da Valpolicella – e por um acidente. Reza a lenda que, no início do século XX, um barril de vinhos Recioto della Valpolicella (que tem por característica o sabor doce) teria sido esquecido dentro da adega.

Ao abri-lo para conferir seu conteúdo, os produtores se depararam com uma bebida mais seca, alcoólica e meio amarga. A partir daí, começaram a buscar pelo melhor método para tentar repetir o feito.

Atualmente o método ainda preserva sua forma tradicional, mas com algumas inovações. As uvas são colhidas no tempo certo de maturação e colocadas em esteiras ou penduradas em varais para secar durante os meses de outono. Assim, os cachos perdem cerca de 30% de água, concentrando açúcares e muito sabor.

No passado, as uvas eram penduradas de cabeça para baixo nos tetos dos celeiros ou das casas. Hoje, elas ficam em esteiras de palha ou de bambu em salas específicas projetadas para isso. Para evitar que os cachos se deteriorem, a circulação do ar é fundamental.

O processo de appassimento é regulamentado pelo Consorzio Tutela Vini Valpolicella, com regras e exigências rígidas. Os vinhos elaborados com essa técnica, o Recioto e o Amarone, vêm de Valpolicella, no Vêneto. As uvas utilizadas são Corvina, Rondinella e Molinara.

Além da Itália, algumas vinícolas dos Estados Unidos têm implementando o appassimento como técnica de vinificação. Mas ainda de forma experimental.

Negroamaro

A uva tinta Negroamaro tem acidez moderada e coloração densa. Seu nome é a união de “black”, que em inglês significa “preto” e de “amaro”, que em italiano quer dizer “amargo”. Essa variedade de uva garante taninos médios e macios aos vinhos que origina, assim como aromas que remetem à canela, cravo e pimenta da Jamaica.

Antigamente, a Negroamaro era utilizada para dar cor aos vinhos produzidos no norte da Itália, hoje, essa uva origina vinhos tintos profundos, intensos e de coloração arroxeada. Nativa da Península Salentida, a tinta Negroamaro é amplamente cultivada na região da Puglia, importante área vinícola italiana. A fim de garantir maior complexidade de aroma e paladar aos vinhos, a uva Negroamaro é frequentemente utilizada em blend com as uvas Malvasia, Nera, Montepulciano e Sangiovese.

O clima quente, com médias anuais elevadas, favorece o cultivo da uva Negroamaro, garantindo à fruta excelente grau de maturação. Adaptando-se facilmente à escassez de chuvas – comum em locais de clima mediterrâneo – a Negroamaro pode ser encontrada também em vinhedos dos Estados Unidos e Austrália, em regiões que apresentam condições climáticas similares às da região da Puglia. A uva Negroamaro pode ser encontrada com diferentes grafias, entre as quais estão Negro Amaro ou Neroamaro.

E agora finalmente o vinho!

Na taça entrega um vermelho rubi intenso, profundo, mas com reflexos granadas, talvez pelo tempo de vida do vinho, com seis anos, lágrimas em profusão, lentas e grossas.

No nariz traz aromas medianos de frutas vermelhas bem maduras, onde se destacam groselha, cereja e algo de ameixa cozida, com toques de especiarias e discretas notas de baunilha.

Na boca é seco e estruturado, alguma complexidade, bom volume de boca, garantido pelo alto teor alcoólico, mas bem integrado as notas frutadas, que se revela discreta, como no aspecto olfativo, além de um curioso toque de uva passa. Tem taninos maduros, mas macios, com acidez média e um final persistente com algo de chocolate e avelãs.

Potente, único, expressivo, definitivamente um vinho de caráter, mas elegante, graças aos seus 6 anos de garrafa. Um vinho que trouxe as gratas novidades de um universo tão sedutor e inexplorado do vinho e que se abre diante dos meus olhos e inunda a minha taça de forma avassaladora. Um vinho para se guardar na memória, um vinho para abrir o mundo do “appassimento” e da Itália que teima em insistir em nos surpreender positivamente. Avante com mais e mais vinhos da velha bota. Tem 14% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Conte di Campiano:

Há muito tempo, um Conde de terras muito distantes viajou em seu belo corcel pelas terras de Val Tramigna e subiu ao planalto de Monte Crocetta.

O Conde sentou-se numa pedra para descansar um pouco e por acaso notou que a paisagem dali era esplêndida.

A luz do dia acariciava as colinas, banhava o perfil de um castelo, os telhados inclinados das pequenas e escuras casas, os caminhos brancos e os terrenos cultivados, e dispersava-se no vento leve que alcançava a quietude do céu.

A paisagem, o leve cheiro de mosto que lhe chegava às narinas, a serenidade que sentia naquele momento, sugeriam que encontrasse naquelas terras a sua morada definitiva.

E foi assim que a partir desse dia para os locais ele ficou conhecido como o CONDE DE CAMPIANO...

Mais informações acesse:

https://www.contedicampiano.com/it

Referências:

“Vinhos e Castelos”: https://vinhosecastelos.com/vinhos-de-puglia-italia/

“Brasil na Puglia”: https://www.brasilnapuglia.com/os-vinhos-da-puglia/

“Enologuia”: https://enologuia.com.br/regioes/277-puglia-terra-de-muitos-vinhos

“Wineshop”: https://www.wineshop.it/it/blog/appassimento-delle-uve-significato-e-tecniche.html

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/passificacao-o-que-e-o-processo-que-da-mais-aroma-e-sabor-ao-vinho_13092.html

“Revista Sociedade da Mesa”: https://revista.sociedadedamesa.com.br/2021/08/voce-ja-ouviu-falar-em-appassimento/

“Blog Divvino”: https://www.divvino.com.br/blog/appassimento-vinho/#:~:text=Afinal%2C%20o%20que%20%C3%A9%20%E2%80%9Cappassimento,de%20serem%20levadas%20%C3%A0%20prensagem

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/negroamaro

 

 

    










sábado, 26 de setembro de 2020

Contessa Carola Negroamaro 2018

 

Atualmente estou garimpando, buscando castas menos conhecidas no Brasil, aquelas pouco mencionadas e cuja oferta de rótulos é limitada. Até mesmo aquelas raras nos seus países de origem estão valendo! Acredito que é salutar para nós, simples enófilos mortais, diversificar, buscar novas experiências e sensações e sair um pouco daquelas “cartas marcadas”, aquelas óbvias que enchem as gôndolas dos supermercados e das lojas especializadas de opções, como as castas Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Pinot Noir entre outras medalhonas. Evidente que as referidas castas são imprescindíveis para um bom e digno degustador, não pode faltar na adega, mas, como disse, diversificar, garimpar, não só castas pouco usuais e menos conhecidas, mas novas regiões e novos terriors, também é interessante e também não podemos negligenciar que é um “tapa” para a nossa cultura, afinal, novas castas e regiões suscitará, claro, para quem se interessa, a pessoa pesquisar, conhecer um pouco mais sobre as tais regiões, logo terão a grata oportunidade de ter o mínimo contato com a identidade cultural do país produtor. A casta que degustarei e que versará nesta humilde resenha é extremamente popular em terras italianas, contudo no Brasil ainda não tem um alcance tão grande nas taças da maioria dos brasileiros aficionados pela nobre bebida de Baco e Dionísio. Falo da Negroamaro.

O vinho que degustei e gostei vem da emblemática região de Puglia ou Apúlia, onde a Negroamaro, a casta do rótulo de hoje, é amplamente cultivada, e se chama Contessa Carola, um IGT (Indicação Geográfica Típica) da safra 2018. Antes de falar um pouco, é claro, da história da Negroamaro, convém falar rapidamente do conceito do IGT. Trata-se de uma classificação de qualidade italiana que significa vinho típico da região, um vinho que expressa com fidelidade às características da terra, da região, o que costumamos chamar de terroir. Ah esse será meu segundo rótulo da casta Negroamaro, o primeiro foi o Luccarelli Negroamaro 2014!

Negroamaro

A uva tinta Negroamaro tem acidez moderada e coloração densa. Seu nome é a união de “black”, que em inglês significa “preto” e de “amaro”, que em italiano quer dizer “amargo”. Mas há, em torno do seu nome, algumas divergências e vários conceitos sobre o significado da casta surgem. Apesar de “amaro” significar amargo em italiano, não parece ser esta a tradução correta para a uva em questão. A melhor interpretação nos leva a dois idiomas, Latim e Grego antigo. Do primeiro reconhecemos ‘Negro’ e do segundo vem a termo ‘maru’ que também significa negro: Negro maru = Negro amaro = negro negro ou, numa interpretação moderna, negro intenso. Maru tem a mesma raiz fonética de Merum, um vinho trazido para a Puglia por colonos que ali se estabeleceram antes dos gregos, no século VII AC. Na literatura clássica encontramos algumas referências a ‘mera tarantina’, por autores romanos, o que nos leva a crer que a Negroamaro poderia ser a uva usada no Merum.

Antigamente, a Negroamaro era utilizada para dar cor aos vinhos produzidos no norte da Itália, hoje, essa uva origina vinhos tintos profundos, intensos e de coloração arroxeada. Nativa da Península Salentida, a tinta Negroamaro é amplamente cultivada na região da Puglia, importante área vinícola italiana. A fim de garantir maior complexidade de aroma e paladar aos vinhos, a uva Negroamaro é frequentemente utilizada em blend com as uvas Malvasia, Nera, Montepulciano e Sangiovese.

Salento

Puglia

O clima quente, com médias anuais elevadas, favorece o cultivo da uva Negroamaro, garantindo à fruta excelente grau de maturação. Adaptando-se facilmente à escassez de chuvas – comum em locais de clima mediterrâneo – a Negroamaro pode ser encontrada também em vinhedos dos Estados Unidos e Austrália, em regiões que apresentam condições climáticas similares às da região da Puglia. Produz vinhos de cor escura muito profunda, com taninos que variam de médios a intensos. Medianamente aromática, tem sabores marcantes de frutas negras com notas de canela, cravo e outros temperos secos. A principal região produtora é a planície de Salento, destacando-se a vila de Salice (DOC Salice Salentino) com seus tintos e rosados.

E agora o vinho!

Na taça tem um belo vermelho rubi intenso, com reflexos violáceos com abundância de lágrimas, mas que logo se dissipam das paredes do copo.

No nariz tem uma explosão de aromas frutados, frutas vermelhas maduras, lembrando amoras, cerejas e ameixas pretas e toques florais agradáveis.

Na boca é elegante, equilibrado, harmonioso, de corpo leve para médio, repetem-se as impressões olfativas o quesito frutado, frutas vermelhas em compota, fazendo do vinho saboroso. Um rótulo com alguma personalidade, mas macio, redondo, com uma acidez moderada, que o torna fresco e jovem, com taninos sedosos e polidos e um retrogosto bem interessante, um final frutado e persistente.

Um vinho muito bom, a Negroamaro é simplesmente incrível! E o melhor vem também com o custo, um excelente custo X benefício, com um rótulo que valeu o investimento de R$ 22,90! Sim, isso mesmo que você leu! Um vinho básico sim, mas que valeu cada centavo investido, um vinho que costumamos dizer que entregou muito mais do que valeu. Um vinho de tipicidade, que expressa as características mais fiéis desta belíssima cepa, graças também a curta passagem por tanques de aços inox. Viva a Itália com os seus vinhos emblemáticos de castas e regiões ímpares! Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Contri Spumanti S.p.A:

A história da empresa Contri Spumanti SpA está intimamente ligada à do seu fundador: Luciano Contri , nascido em 1938, natural de Cazzano di Tramigna. Aos quinze anos, enquanto Luciano se preparava para iniciar seus estudos de especialização enológica, a família sofreu grandes dificuldades devido a uma grave doença que atingiu seu pai Luigi e o obrigou a ficar dois anos longe de casa. Foi o fundador da empresa da família, com mais de 90 anos, o avô Domenico (apelidado de PACENA na aldeia, hoje uma das marcas da empresa) quem apoiou Luciano nesse período. A sua própria experiência e sabedoria, combinadas com a vontade e o espírito de sacrifício do sobrinho, foram capazes de compensar a ausência de Luigi. Temperado pelo sacrifício diário e seguro dos ensinamentos recebidos, atingiu a maioridade em 1959 e deu à luz a empresa individual Luciano Contri , que em 1980 será transformada em Contri Spumanti SpA , dando início à produção de espumantes e espumantes. Hoje as rédeas da empresa estão nas mãos de Paolo Contri , que dá continuidade à política de seu pai de manter a Contri Spumanti SpA uma empresa de ponta e líder no setor. Tecnologia de ponta e automação de processos garantem a eficiência do ciclo produtivo e a minimização dos custos de produção. Adaptação aos requisitos dos sistemas de qualidade mais conhecidos, desde o planejamento, passando pela produção, até a logística. Renovação constante dos sites de produção, expansão e automação das áreas de logística. Capacidade de responder e se adaptar às necessidades em constante mudança do mercado com novos tipos de produtos, novos formatos e embalagens personalizadas. Tudo isso tem permitido a consolidação da empresa ao longo dos anos e sua constante ascensão no mercado local e nos principais mercados externos. Resultados confirmados pelos inúmeros prémios e galardões obtidos nos mais conceituados concursos internacionais de vinhos. A sede da Contri Spumanti SpA está localizada em Cazzano di Tramigna, onde se encontram os escritórios, a histórica fábrica e o centro de logística. As atividades comerciais e administrativas, o controle de qualidade e a organização da produção são realizados e coordenados pela matriz. A atividade de produção em sentido estrito é abrangida por tipo de produto entre duas fábricas.

Mais informações acesse:

https://www.contrispumanti.com/it

Fontes de pesquisa para a história da casta Negroamaro:

Portal “Mistral”, em: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/negroamaro

Portal “O Boletim do Vinho”, em: http://oboletimdovinho.com.br/2012/12/14/uvas-da-puglia-negroamaro-e-primitivo-i/

 

 






 


segunda-feira, 13 de abril de 2020

Luccarelli Negroamaro 2014


Sabe quando você acerta nas suas decisões, mesmo que ela demande algum tipo de “risco”? Pois é, acredito que as decisões vêm do coração, ele pede, te impulsiona a tomar a decisão. Não posso negligenciar o quesito racional da coisa que se manifesta da pesquisa, nas ponderações, nas informações que você apura para dar suporte a sua escolha, a sua decisão. É possível que, não só na escolha de seus rótulos de vinhos, mas como na sua vida, a boa dosagem da emoção (coração) e da razão, você consegue colher bons frutos. E foi o que aconteceu com este rótulo que falarei agora. Embora seja de uma região amplamente conhecida e de uma casta também popular nesta região, eu só a conheci quando degustei este vinho.

Falo do vinho Luccarelli da casta Negroamaro da região emblemática de Puglia ou Apuglia, da safra 2014. Mas antes de entrar nos pormenores do vinho, convém fazer uma breve dissertação sobre a casta Negroamaro, oriunda da região de Salento que fica em Puglia. A origem do nome “Negroamaro” não é nada mais do que a repetição da palavra "negro" em duas línguas: niger, em latim, e maru, em grego antigo. Antigamente, a Negroamaro era utilizada para dar cor aos vinhos produzidos no norte da Itália, hoje, essa uva origina vinhos tintos profundos, intensos e de coloração arroxeada. Bem já antecipei uma de suas características e que vos digo que é lindamente marcante.

Na taça, como já disse, entrega um vermelho rubi escuro, intenso e profundo, diria que tem reflexos arroxeados com lágrimas grossas de média intensidade que tingia com beleza as paredes da taça.

No nariz é frutado, notas evidentes de groselhas, cerejas, com toques agradáveis e na medida de especiarias.

Na boca é seco, com boa estrutura, frutado em destaque e evidência, mas sem ser enjoativo, com um agradável toque de madeira, graças a passagem por 4 a 5 meses por barricas de carvalho, com boa acidez e taninos elegantes e sedosos e um bom final de boca, sendo persistente.

Um bom início, uma apresentação digna de reverências a minha com a Negroamaro, um vinho de tipicidade, elegante, redondo, harmonioso, com 13% de teor alcoólico. Que venham mais Negroamaros e que possamos estabelecer uma sinergia calcada na celebração ao vinho, ao vinho italiano na sua mais profunda verdade, no âmago de seus terroirs.

Sobre a Luccarelli Vini del Sud:

Quando uma pequena cantina localizada na região de Apúlia, no sul da Itália, surgiu no caminho de Valentino Sciotti, um dos principais nomes da indústria do vinho naquele país, ele logo identificou o potencial para conquistar um mercado muito mais amplo que o local. Como a vinícola já contava com tradição, técnica e qualidade, o empresário precisou apenas promover umas poucas mudanças e fazer alguns investimentos, incluindo a contratação do renomado enólogo Mario Ercolino para comandar a produção. Não tardou para que os rótulos saídos da sede da empresa, na cidade de Manduria, ganhassem prêmios e passassem a ser distribuídos em cerca de 70 países.

Mais informações acesse:

http://luccarellivini.com/it/

Vinho degustado em 2015.