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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Crazy Rows Carignan 2022

 



Vinho: Crazy Rows

Safra: 2022

Casta: Carignan

Região: Vale do Maule

País: Chile

Produtor: Bisquertt Family Vineyards

Adquirido: Site World Wine

Valor: R$ 78,90

Teor Alcoólico: 13%

Estágio: Permaneceu 6 meses em tanques de cimento.

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi de média intensidade, com reflexos violáceos, com a boa profusão de lágrimas grossas e lentas.

Nariz: aromas fragrantes de frutas vermelhas com destaque para framboesa, morangos e cerejas, mostrando uma concepção mais fresca e frutada, com notas de especiarias, como pimenta, toques de pimenta e um agradável floral.

Boca: é saboroso, seco, leve, cativante e fácil de entender pela sua proposta mais jovem e fresca. Replicam-se as notas frutadas, como no aspecto olfativo, com taninos, embora vivos, são finos e elegantes, com uma acidez vibrante que corrobora sua leveza e frescor. Tem um final cheio e persistente.

 

Produtor:

https://www.bisquertt.cl/en/


quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Pucon Gran Reserva Carignan 2021



Vinho: Pucon Gran Reserva

Safra: 2021

Casta: Carignan

Região: Vale do Maule

País: Chile

Produtor: VDA

Adquirido: Wine Imports Brasil

Valor: R$ 101,00

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 8 meses em barricas de carvalho, 30% francês e 70% americano.

 

Análise:

Visual: revela um rubi intenso, escuro, com entornos violáceos e lágrimas finas, lentas e em profusão.

Nariz: traz aromas de frutas maduras, de frutas vermelhas e pretas, com destaque para amoras e ameixas, com toque de defumação, de couro, café, caramelo e chocolate, fruto da passagem por barricas de carvalho.

Boca: é estruturado, porém macio, redondo, equilibrado, devido a passagem por barricas que, além de dar o aporte inerente a mesma, afina o vinho, deixando-o macio e elegante. Replica-se as notas frutadas, bem como as notas de caramelo e chocolate. Tem taninos finos e presentes, com excelente acidez, sendo bem vibrante. Final longo.

 

Produtor:


 

segunda-feira, 17 de junho de 2024

J. Bouchon Block Series Malbec 2018

 



Vinho: J. Bouchon Block Series

Safra: 2018

Casta: Malbec

Região: Vale do Maulle

País: Chile

Produtor: Vinícola Bouchon

Teor Alcoólico: 13,5%

Adquirido: World Wine

Valor: R$ 82,90

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho francês.

 

Análise:

Visual: revela um rubi intenso, porém não intenso, com halos granada, denotando os seus já seis anos de garrafa, com lágrimas finas, em média intensidade e lentas.

Nariz: aromas instigantes e agradáveis de frutas vermelhas e pretas maduras, como amora, cereja, ameixa, com notas discretas de carvalho, baunilha, toques florais, de violeta e chocolate.

Boca: é fresco, elegante, macio, mas com personalidade, as notas frutadas são replicadas no paladar, bem como as notas amadeiradas, mas de forma integrada, discreta ao conjunto do vinho. Taninos maduros, dóceis, com acidez correta e um final persistente e retrogosto frutado.

 

Produtor:

https://bouchonfamilywines.com/


segunda-feira, 6 de maio de 2024

Balduzzi Grand Reserve Cabernet Sauvignon 2017

 



Vinho: Balduzzi Grand Reserve

Casta: Cabernet Sauvignon (85%), Carménère (10%) e Merlot (5%)

Safra: 2017

Região: Vale do Maulle

País: Chile

Produtor: Viña Balduzzi

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Site Lovino

Valor: R$ 70,00

Estágio: 16 meses em barricas de carvalho francês e 12 meses em garrafa

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi profundo, escuro, com halos granada, com lágrimas grossas, lentas e em profusão.

Nariz: aroma agradável de frutas pretas, com destaque para cereja preta, ameixa, um toque floral é sentido, bem como as especiarias, algo herbáceo, bem como as evidentes notas amadeiradas, além da baunilha, do tostado, do chocolate.

Boca: é macio, elegante, porém estruturado, com bom volume de boca, com toques minerais, replica-se a fruta preta madura, com taninos presentes, porém maduros, amadeirado evidente que entrega chocolate, baunilha, menta, com acidez média e um final prolongado e retrogosto macio.

 

Produtor:

Viejo Encochao Gran Reserva Carignan 2018

 



Vinho: Viejo Encachao Gran Reserva

Casta: Carignan

Safra: 2018

Região: Vale do Maulle

País: Chile

Produtor: Viña Balduzzi

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Site Lovino

Valor: R$ 89,90

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: revela um rubi intenso, escuro, fechado, com reflexos violáceos, com lágrimas finas, lentas e que desenham o bojo.

Nariz: aromas complexos de frutas pretas maduras, quase em compota, como uma geleia de frutas, de frutas do bosque, com notas herbáceas, de especiarias, de couro, madeira, baunilha e chocolate.

Boca: é seco, estruturado, complexo, porém macio e elegante. As notas frutadas são percebidas, bem como as notas amadeiradas, dando aporte da baunilha e chocolate, além de taninos presentes e acidez média, com final persistente.

 

Produtor:

https://balduzzi.com/pb/


segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Indomita Gran Reserva Carignan 2019

 




Vinho: Indomita Gran Reserva

Casta: Carignan

Safra: 2019

Região: Vale do Maule

País: Chile

Produtor: Viña Indomita

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi intenso, escuro, com halos discretamente granada, com lágrimas grossas, coloridas, em profusão e lenta.

Nariz: revela-se rústico, com notas terrosas, de tabaco e couro, com extrema complexidade, em plena harmonia entre a fruta, negra e madura, e a madeira que, apesar de evidente, não mascara as notas frutadas.

Boca: é intenso, encorpado, cheio, alcoólico, com as frutas negras maduras em sua plenitude, com a madeira igualmente vívida que traz complexidade ao vinho. Os taninos são marcados, presentes e a acidez é salivante. Tem um final longo e persistente.

Produtor:


sexta-feira, 9 de junho de 2023

Las Veletas País (85%) e Carignan (15%) 2018

 

Quando você lembra-se dos vinhos chilenos atualmente quais as castas que vem à mente? Não é difícil pensar e também não leva muito tempo: a primeira colocada é a mais famosa, que eleva marca vitivinícola do Chile, a Carménère.

Porém há outras emblemáticas, importantes e que faz do Chile e suas regiões conhecidas em todo o mundo, como a Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Pinot Noir, Chardonnay, Sauvignon Blanc etc.

Você seguindo uma lógica de mercado, afinal, vários e vários rótulos que estampam essas castas invadem as gôndolas dos nossos supermercados e sites especializados em vendas de vinhos, fazem destes vinhos e cepas as mais importantes hoje e a algum tempo do Chile.

Mas não podemos negligenciar as primeiras uvas que chegaram ao Chile e que desbravaram, junto com aqueles que as trouxeram, a história da vitivinicultura da região edificando-a, sendo responsáveis por esse momento de destaque do país no Cone Sul.

Falo da País, a “Misión”, a uva trazida pelos espanhóis que seria utilizada para as celebrações da missas católicas e que caiu no esquecimento e deixou de ser cultivada, sendo relegada ao ostracismo e a poucas e hoje vinhas velhas. Lamentavelmente são poucos os rótulos que chegam a nossas terras e esses poucos chegam a um valor elevado.

Tive, há algum tempo atrás, a oportunidade de degustar um rótulo 100% País chamado Lote 1936 da safra 2018 e tive ótima impressão da casta que, na versão deste rótulo se mostrou frutado, saboroso, elegante e fresco.

E depois de um bom tempo sem degustar vinhos com essa casta encontrei um rótulo a um ótimo valor que traz, pelo menos em maior proporção, a casta País, com outra muito famosa na França e que geralmente é cultivada no Chile em vinhas velhas, a Carignan. Não hesitei e comprei. Será que irei gostar? Assim espero!

Então sem mais delongas vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio da região famosa do Maule, no Chile, e se chama Las Veletas Estate composto predominantemente por País (85%) e Carignan (15%) da safra 2018. Para variar, vamos de histórias, vamos de Maule, onde a País ganha algum destaque, a Carignan e a própria País.

DO Maule

A maior e uma das mais antigas regiões vinícolas do Chile, o Maule é um lugar cheio de charme e com clima propício à vitivinicultura. A região se inicia a menos de 300 quilômetros de Santiago, capital do país. Seus microclimas e solos diversos possibilitam a cultura e produção de uma variedade muito grande de vinhos, já que praticamente todas as castas de uvas cultivadas no Chile são encontradas no Vale do Maule.

Maule DO

A região tradicionalmente sempre esteve associada à quantidade da produção muito mais do que à sua qualidade. Nos últimos anos, porém, isso tem mudado substancialmente.

Castas internacionais e reconhecidas na vitivinicultura mundial vêm suplantando as de baixa qualidade plantadas na região, e, aliada às práticas cada vez mais desenvolvidas no cultivo das frutas e produção dos vinhos por parte dos seus vinicultores, o Maule tem dado vinhos de alta classe ao mercado, especialmente da variedade Carignan.

Banhado pelo famoso rio que lhe dá nome, o Maule tem clima temperado mediterrâneo, com intensidade alta de sol no verão, com temperaturas máximas entre 19º C e 30º C, e chuva anual concentrada no inverno, quando as temperaturas chegam à mínima de 7º C.

Os dias quentes seguidos de noite frias facilitam e prolongam a temporada de cultivo e colheita das uvas, dando-lhes um tempo de amadurecimento total, o que equilibra seus níveis de acidez e doçura. O Rio Maule, que flui do leste para o oeste do Chile, através de um caminho que se inicia nos Andes e termina no Pacífico, ainda propícia à região de solos aluvial diversificados, indo desde o granítico até o arenoso. Férteis, esses solos favorecem o cultivo produtivo nos vinhedos da região.

Região com longa e bem sucedida história na cultura e produção de vinhos, Maule tem na vitivinicultura sua atividade econômica principal; alguns dos mais extensos vinhedos do país estão localizados lá, e alguns deles datam de 1830. Cerca de 50% de todo o vinho exportado do Chile é oriundo do Vale de Maule, que sempre foi conhecida por sua produção em larga escala.

A uva mais cultivada no Vale do Maule é a Cabernet Sauvignon com 8.888 de hectares plantados. Nos anos 1990, essa produção recebeu grandes investimentos que ocasionaram o desenvolvimento técnico em equipamentos e infraestrutura, que em conjunto com mudanças significativas nas formas de manejo dos vinhedos, favoreceu o surgimento de uma produção mais especializada, resultando vinhos de alto padrão de qualidade e elevado valor comercial.

O vale ainda oferece muitos atrativos turísticos relacionados ao mundo dos vinhos. Uma rota composta por um conjunto de 15 vinhas em diferentes cidades da região possibilita ao visitante entrar em contato com o processo de produção, além de degustação de vinhos e pratos.

País

Em meados do século XVI uma uva chamada Listán Prieto vivia na Espanha e é levada ao México por missionários franciscanos que tinham como objetivo cultivá-la para produzir o vinho da missa. Lá, ficou conhecida como Misión.

Depois de um tempo, viajou aos Estados Unidos, depois à Argentina, onde ficou conhecida como Criolla Chica, até que os jesuítas a levaram para o Chile. A princípio, também produzia o vinho da missa, até que ultrapassou as barreiras religiosas e foi desbravar o terroir chileno. 

País

Somente no século XIX que a Criolla Chica ganhou o nome de País. Não se sabe ao certo o motivo, mas ela viveu tempos de rainha no Chile até que a Cabernet Sauvignon e a Carménère chegaram para pedir a coroa. E levaram. Ficou esquecida a um nível onde já nem se falava mais de sua existência. Algum boato, alguma memória aqui ou ali, nos terrenos mais remotos do Chile, mas nada que ainda a permitisse aparecer.

Mas eis que surgiu um francês, nascido na Borgonha, instigado pela América do Sul. Louis-Antoine Luyt planejou uma viagem de férias que virou estadia permanente, mas para isso, precisava de um trabalho. À época, Louis estava no Chile e virou lavador de pratos em um restaurante local, onde começou a aprender sobre vinhos e conheceu ninguém menos que Hector Vergara: o sommelier mais renomado do país e o único Master of Wine da América do Sul naquele tempo.

Louis Antoine Luyt

Hector estava abrindo a Escola de Sommelier do Chile e Louis já estava entre os seus primeiros alunos. Sabe aquela história de que o conhecimento abre portas? Pois é. Abriu. Ainda bem. Inconformado com a hegemonia da Cabernet Sauvignon e da Carménère nos vinhos chilenos, o francês decidiu que iria explorar as castas e áreas de cultivo do país. Foi então que descobriu que algumas parcelas de outras uvas ainda existiam, mas estavam sendo vendidas ou utilizadas por camponeses para produzir vinho para consumo próprio.

Decisão tomada. Louis-Antoine Luyt ia aprender a fazer vinho. Voltou para a França estudou viticultura e enologia em Beaune e, durante os estudos, fez amizade com Mathieu Lapierre, proprietário da renomada vinícola Villié-Morgon, onde teve a oportunidade de participar de cinco colheitas e ser introduzido ao vinho natural. Munido de conhecimento, sonho e coragem, Louis abriu uma vinícola no Chile e começou a explorar diferentes terroirs e cepas locais para produzir vinhos que seriam exportados, principalmente, à França.

Mas em 2010, o desastroso terremoto resultou na perda de 90% do seu cultivo. Ele não desistiu. Comprou mais oito hectares de vinhas, entre elas, a País. Desde então, a cepa foi voltando aos palcos, retomando os holofotes e mostrando (novamente) toda a sua capacidade para produzir grandes vinhos. De muita textura e ótima acidez, a País origina vinhos rústicos, bastante gastronômicos e corpo médio.

Com o tempo, os taninos ficam tão elegantes e macios que parecem veludo. Em geral, a uva País não recebe muito envelhecimento em madeira, pois os aromas dessa variedade são muito delicados e muita madeira pode interferir demais na tipicidade do vinho. Continuou sendo cultivada, principalmente por pequenas famílias agrícolas, até que, nas últimas décadas, alguns produtores começaram a apostar na sua volta ao mundo dos vinhos.

A Região do Maule é considerada a maior produtora, por hectare, da País atualmente e muitas de suas vinhas, como em todo o Chile, que traz essa cepa, são antigas, com média de 70 a 100 anos de idade! Afinal, foram esquecidas por tanto tempo!

Carignan

Também conhecida por Cariñena no nordeste da Espanha e Carignano na Sardenha, a Carignan é uma casta de uva de origem espanhola, especificamente da região de Aragón, onde seu nome mais comum é Mazuelo. Trata-se de uma casta bastante antiga, que foi se espalhando pela Europa ao longo de muitos anos. A uva possui mais de 60 derivações, sendo conhecida por diferentes nomes em todo o mundo e apresentando características diferenciadas de acordo com a região em que é cultivada.

Na França, onde a uva parece ter chegado em meados do século XII, atravessando os montes Pirineus, ela é chamada também de Monestel, Catalan e Roussillonen. Esse último nome faz referência à região que mais a acolheu, o Languedoc-Roussillon, de onde se tornou a uva tinta mais plantada da França, ocupando (em dados de 2006 da Vitis International Variety Catalogue) mais de 73 mil hectares de vinhedos.

Da França, a Carignan se espalhou por todo o Mediterrâneo, sendo bastante popular no sul da Itália (com o nome de Carignano ou Uva di Spagna). Durante muitas décadas, ela foi muito utilizada para vinhos de baixa qualidade, tanto na França quanto na Itália, o que a fez perder território para outras castas. Felizmente, há poucos anos isso começou a mudar na Europa. Na França ela se tornou grandiosa.

A uva possui resistência a solos com falta de água, amadurecendo e produzindo em larga escala mesmo em condições rigorosas.  A casta Carignan possui casca grossa e profunda cor escura, sendo uma uva com amadurecimento tardio e de produção elevada.

Uva Carignan

A casta da uva é bastante produtiva, demandando que os rendimentos sejam controlados para dar vinhos tintos de qualidade. É uma casta que pede bastante sol para ficar madura.

A uva da casta Carignan (Mazuelo) vem ganhando muitos adeptos e espaço no Novo Mundo do vinho, sendo muito utilizada também no Chile, onde cada vez mais é empregada na produção de vinhos tintos de qualidade e com grande reconhecimento mundial.

Os vinhos tintos elaborados com a casta Carignan mostram boa acidez e taninos potentes, que podem conferir um leve e característico amargor, além de um toque de rusticidade, típico de alguns vinhos do Languedoc-Roussillon. Os melhores exemplos de vinhos tintos, geralmente elaborados com uvas de vinhas antigas, plantadas em arbustos (goglet), podem ser complexos e longevos.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um rubi quase translúcido, com um lindo e brilhante violáceo, com discretas lágrimas, finas e rápidas, que desenham a borda do copo.

No nariz é incrivelmente complexo, mas que traz frescor e leveza, ao mesmo tempo, graças as suas notas frutadas, com destaque para morango, framboesas, cerejas, talvez algo de amora. Têm notas herbáceas, um toque vegetal, de ervas, que harmoniza com a fruta, com um toque floral e de terra molhada, mas não tão evidente.

Na boca é seco, elegante, leve, fresco, que surpreende, pelo fato de já ter cinco anos de garrafa, mas com presença. Os tons frutados ganham protagonismo no paladar, como no aspecto olfativo, a madeira figura com mais destaque na boca, graças aos doze meses que a Carignan, apenas, estagiou em barricas de carvalho, entregando uma leve tosta, um café moído, torrado, com taninos finos e boa acidez. Final de média persistência.

“A País é uma uva que pode ser terrosa demais, mas Las Veletas conseguiu criar um exemplo de vinho mais frutado e fresco com os aromas herbáceos em harmonia com a fruta. Um belo vinho para começar um jantar ou ainda melhor, almoço.”

Paul Tudgay

Um vinho especial, delicioso, complexo, mas muito elegante, macio e fácil de degustar. O Las Veletas Estate País e Carignan é oriundo de vinhas velhas, que variam de 8 a 103 anos de idade! São elaborados com fermentação espontânea (sem adição de leveduras). O Las Veletas, a sua linha de rótulos, vieram de uma tradicional e antiga propriedade na zona seca de San Javier onde há muitos vinhedos apresentam exatamente as castas País e Carignan, dentre outras cepas mais famosas. Todo o trabalho conta com a parceria do enólogo conceituado chamado Rafael Tirado, juntamente com o proprietário da vinícola Las Veletas, Raúl Dell’Oro. O projeto começou como algo para família e amigos, movidos apenas pelo prazer de fazer um bom vinho. A total liberdade para errar e experimentar foi o berço perfeito para dar asas à imaginação e obter um resultado totalmente diferente, pois estes vinhos nasceram com o único objetivo de serem degustados em casa, fazendo um brinde e partilhando, com lotes de produção de baixas quantidades, mas qualidade superior. Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Las Veletas:

Las Veletas corresponde a uma propriedade tradicional e antiga, localizada na zona seca de San Javier, onde, durante muitos anos, as vinhas foram País, Carignan e misturas de outras castas tintas. Com esta premissa, tem-se trabalhado na recuperação das vinhas velhas e no desenvolvimento de novas vinhas com vinhas mais tradicionais. Todo este trabalho, promovido pelo seu proprietário Raúl Dell'Oro, que depois de vários anos a trabalhar na área junta-se ao conceituado enólogo Rafael Tirado para desenvolver o projeto do vinho Las Veletas.

O projeto começou como algo muito familiar, de amizade, e motivado unicamente pelo prazer de fazer um bom vinho. A máxima liberdade para errar e experimentar foi o berço perfeito para dar largas à imaginação e obter um resultado verdadeiramente diferente, pois estes vinhos nasceram com o único objetivo de desfrutar em casa para brindar e partilhar, com lotes de produção reduzidos em quantidade e elevados em qualidade.

Mais informações acesse:

https://www.lasveletas.cl/

Referências:

Clube dos Vinhos: https://www.clubedosvinhos.com.br/uva-pais-chile-curiosidade-harmonizacao-caracteristicas/

Tintos & Tantos: http://www.tintosetantos.com/index.php/escolhendo/cepas/604-pais

“Clube dos Vinhos”: https://www.clubedosvinhos.com.br/vale-do-maule-fertilidade-e-diversidade-de-uvas-e-vinhos/

“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-de-maule

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/carignan

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/uva-carignan-e-seus-mundos_3212.html

 

 

  


 






 


sábado, 28 de agosto de 2021

Lago Sur Gran Reserva Chardonnay 2016

 

Um Gran Reserva custando R$ 29,90? O que é isso! É possível? Se é possível de fato eu não sei dizer no ápice de minha singeleza enófila, mas quando estava em mais uma das minhas urgentes e necessárias incursões aos supermercados avistei um que, discretamente, estava na gôndola de baixo e sem nenhum destaque que merecesse por conta do valor e da proposta que esse tipo de rótulo pode ou poderia, pelo menos, proporcionar.

E o que mais me chamou atenção foi o produtor! De um vinho que em um passado razoavelmente distante, eu havia degustado e adorado chamado “Las Casas de Vaqueria”. Um produtor pouco conhecido, é verdade, sobretudo em terras brasileiras e com pouca representatividade de pontos de venda, mas que me arrebatou de forma plena e avassaladora: o Lago Sur Carménère Gran Reserva da safra 2015.

Tudo bem que essa casta, emblemática no Chile, tem de ser tratada ao pão de ló, mas um vinho tão saboroso, frutado, intenso e complexo, que entregou muito além do que eu esperava por ser tratar exatamente desse quesito tão arriscado, mas que está no “sangue” de quem é enófilo que é comprar no escuro, pois não há referências sequer na grande rede!

Bom voltando ao meu “doce dilema” do supermercado, eu me familiarizei com o rótulo por conta do produtor e o tomei em minhas mãos, afinal, a análise ainda é válida. Infelizmente não havia maiores informações do vinho no rótulo e conta-rótulo, apenas o de praxe, como a região, Maule DO e a safra, o que também preocupava, talvez: 2016. Eu o comprei em 2020, então, com 4 anos de vida, para um branco, mesmo que Gran Reserva, poderia ser um risco. Poderia? Esses questionamentos e dilemas são suscitados por conta das pouquíssimas informações sobre o vinho.

Talvez o preço baixo pode ser motivado por conta disso e do desconhecimento dos revendedores ou o custo de fato é baixo, em se tratar de um vinho cujo produtor é desconhecido, o que pode ser bom, muito bom! Enfim, diante dessas questões existenciais, o tomei pelos braços, com determinação e segui para o local de pagamento.

Decidi também, já que estamos falando de risco, degusta-lo quando completasse 5 anos de safra. Esperei pacientemente por mais um ano e eis que o momento chegou e como estava ansioso para degusta-lo. Temperatura estava adequada, o momento também, os rituais fielmente seguidos, a rolha gritou quando se desprendeu da garrafa e...Voilá!

E para a minha alegria e os meus sentidos o vinho estava fantástico! Um Chardonnay poderoso, untuoso, mas fresco ainda, no ápice de sua condição. O vinho que degustei e gostei veio da região do Maule, no Chile e se chama Lago Sur Gran Reserva Chardonnay da safra 2016. Bem para não perder o costume, falemos de história, falemos da tradicional região do Maule, antes de tecermos, com imensa alegria, os detalhes do vinho.

Maule DO

A maior e uma das mais antigas regiões vinícolas do Chile, o Maule é um lugar cheio de charme e com clima propício à vitivinicultura. A região se inicia a menos de 300 quilômetros de Santiago, capital do país. Seus microclimas e solos diversos possibilitam a cultura e produção de uma variedade muito grande de vinhos, já que praticamente todas as castas de uvas cultivadas no Chile são encontradas no Vale do Maule. A região tradicionalmente sempre esteve associada à quantidade da produção muito mais do que à sua qualidade. Nos últimos anos, porém, isso tem mudado substancialmente. Castas internacionais e reconhecidas na vitivinicultura mundial vêm suplantando as de baixa qualidade plantadas na região, e, aliada às práticas cada vez mais desenvolvidas no cultivo das frutas e produção dos vinhos por parte dos seus vinicultores, o Maule tem dado vinhos de alta classe ao mercado, especialmente da variedade Carignan.

Maule DO

Banhado pelo famoso rio que lhe dá nome, o Maule tem clima temperado mediterrâneo, com intensidade alta de sol no verão, com temperaturas máximas entre 19º C e 30º C, e chuva anual concentrada no inverno, quando as temperaturas chegam à mínima de 7º C. Os dias quentes seguidos de noite frias facilitam e prolongam a temporada de cultivo e colheita das uvas, dando-lhes um tempo de amadurecimento total, o que equilibra seus níveis de acidez e doçura. O Rio Maule, que flui do leste para o oeste do Chile, através de um caminho que se inicia nos Andes e termina no Pacífico, ainda propícia à região solos aluviais diversificados, indo desde o granítico até o arenoso. Férteis, esses solos favorecem o cultivo produtivo nos vinhedos da região.

Região com longa e bem-sucedida história na cultura e produção de vinhos, Maule tem na vitivinicultura sua atividade econômica principal; alguns dos mais extensos vinhedos do país estão localizados lá, e alguns deles datam de 1830. Cerca de 50% de todo o vinho exportado do Chile é oriundo do Vale de Maule, que sempre foi conhecida por sua produção em larga escala. A uva mais cultivada no Vale do Maule é a Cabernet Sauvignon com 8.888 de hectares plantados. Nos anos 90, essa produção recebeu grandes investimentos que ocasionaram o desenvolvimento técnico em equipamentos e infraestrutura, que em conjunto com mudanças significativas nas formas de manejo dos vinhedos, favoreceu o surgimento de uma produção mais especializada, resultando vinhos de alto padrão de qualidade e elevado valor comercial. O vale ainda oferece muitos atrativos turísticos relacionados ao mundo dos vinhos. Uma rota composta por um conjunto de 15 vinhas em diferentes cidades da região possibilita ao visitante entrar em contato com o processo de produção, além de degustação de vinhos e pratos.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um amarelo ouro brilhante, um pouco translúcido com uma boa concentração de lágrimas finas.

No nariz é frutado, frutas brancas como pera, maçã-verde, talvez abacaxi, com um toque floral, de flores brancas, além de uma curiosa nota de mel e também de especiarias.

Na boca é seco e como no aspecto olfativo, se percebe as notas frutadas, não tão evidentes assim, talvez pelo tempo de safra, com uma boa estrutura, um bom volume de boca, um pouco untuoso, amanteigado, a madeira também é notada (não há informação do tempo de passagem por barricas no site do produtor e tão pouco no rótulo), mas em perfeito equilíbrio, dando o protagonismo às características da cepa, com discreta acidez e final alcoólico e prolongado.

Pois é, o risco pode ser iminente, em casos de vinhos Gran Reserva demasiadamente barato, vamos confessar que esses questionamentos vêm carregados de preconceitos, mas quando o vinho nos surpreende positivamente, o prazer, o regozijo pode ser maior, melhor, único! Um amarelo ouro envolvente, intenso, mais límpido, até, dependendo do ângulo, translúcido, um Chardonnay de personalidade, como todo Chardonnay chileno deve ser, mas ainda fresco, agradável, delicado, desempenhando bem o seu papel de vinho para os dias solares e descontraídos, mas com uma boa dose de austeridade. Untuoso e mineral, delicioso e frutado, como é versátil esse belo vinho! Que os ventos tragam mais e mais surpresas como essa! Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Casa Donoso:

A Viña Casa Donoso surgiu no mercado num momento em que a indústria do vinho chileno começou a tornar-se mais sofisticada. Foi em 1989 quando um grupo de empresários estrangeiros, cativados pela beleza e as potencialidades do meio ambiente, adquiriu a fazenda “La Oriental”, um histórico “Domaine” no coração mesmo do Vale do Maule, 250 km ao sul de Santiago do Chile, que pertencia à senhora Lucia Donoso Gatica. Uma mulher de especial encanto e empuxe empresarial, ela inspirou o próprio conceito da Vinha Casa Donoso, orientado para a produção tradicional de vinhos tintos e brancos, no melhor estilo francês.

Durante muitos anos a Casa Donoso desenvolve um conjunto de linhas de produção de normas de qualidade muito elevadas, sendo a base para conceber a produção de vinhos da linha Reserva, Gran Reserva, Premium, todos aqueles que já qualificados nos cinco continentes em termos de presença, participação e reconhecimento.

Sobre “Las Casas de Vaqueria”:

Na Fazenda Las Casas de Vaqueria, no Vale do Maule, está a casa mais antiga entre as fazendas da Casa Donoso. Foi construído no século 19, conhecido como a "era colonial" no Chile. Graças à combinação ideal do terroir do Maule, vinhas velhas e o clima perfeito, os enólogos podem oferecer vinhos premium chilenos inspirados na tradição e história do campo chileno.

Mais informações acesse:

http://donosogroup.com/index.html



Referências:

“Clube dos Vinhos”: https://www.clubedosvinhos.com.br/vale-do-maule-fertilidade-e-diversidade-de-uvas-e-vinhos/

“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-de-maule


 


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Lago Sur Gran Reserva Carménère 2015

 

Pode parecer um iminente risco, e de fato é, escolher vinho no escuro, sem maiores informações e eu tento, ao máximo, evitar tais riscos, mas há casos em que quando você bate o olhar em um rótulo em exposição, parece que você se hipnotiza e que te faz, como em um leviano impulso, um instinto animalesco, levar o vinho sem pensar. Digo que passei por essa situação, mas pergunto: E qual enófilo já não passou por esse momento tão arriscado?

Estava eu em minhas famosas e indefectíveis incursões em supermercados e avistei ao longe, ainda incerto e confuso com o que via, mesmo que em destaque, alguns rótulos que não reconheci, mas que chamava a atenção com valores atraentes e com números e valores dispostos de forma garrafal e, quando me aproximei um pouco mais, um tanto que embebecido pelo que testemunhava, vi alguns gran reservas com preços assustadoramente excelentes. Pensei, antes de sequer leva-los a minha mão: Mas como um gran reserva pode custar tão pouco? Não pode ser verdade! Estava, lembro-me bem, em torno dos R$ 45!

Quando depois de todo êxtase sentido, resolvi ter em minhas mãos os rótulos. Observei atentamente que se tratava de um chileno, da famosa região DO Maule e havia as castas mais emblemáticas produzidas no Chile, tais como Carménère, Cabernet Sauvignon e Merlot. Resolvi arriscar com o óbvio, mas que nunca erra: a famosa Carménère! Há quem diga também que comprar gran reserva a esse preço também é um risco, um verdadeiro tiro no pé. Eu confesso que não conhecia nada do vinho, do produtor, pouco tinha a respeito no rótulo e contra rótulo. Mas o preço me atraía como um imã! Decidi arriscar, mas com algumas controvérsias, mas o levei para minha adega e por lá não ficou muito tempo, porque a ansiedade de degusta-lo era tamanha.

Então foi chegado o tão esperado momento! O desarrolhei e voilá! Que excelente vinho, me arrebatou, me surpreendeu por inteiro. O vinho que degustei e gostei, como disse, veio da região chilena do Maulle e se chama Las Casas de Vaqueria Lago Sur Gran Reserva da casta Carménère da safra 2015. Um vinho que já na cor denunciaria a sua personalidade, o aroma inebriante... Mas não falarei ainda do vinho, mas sim da famosa região do Maule.

Maule DO

A maior e uma das mais antigas regiões vinícolas do Chile, o Maule é um lugar cheio de charme e com clima propício à vitivinicultura. A região se inicia a menos de 300 quilômetros de Santiago, capital do país. Seus microclimas e solos diversos possibilitam a cultura e produção de uma variedade muito grande de vinhos, já que praticamente todas as castas de uvas cultivadas no Chile são encontradas no Vale do Maule. A região tradicionalmente sempre esteve associada à quantidade da produção muito mais do que à sua qualidade. Nos últimos anos, porém, isso tem mudado substancialmente. Castas internacionais e reconhecidas na vitivinicultura mundial vêm suplantando as de baixa qualidade plantadas na região, e, aliada às práticas cada vez mais desenvolvidas no cultivo das frutas e produção dos vinhos por parte dos seus vinicultores, o Maule tem dado vinhos de alta classe ao mercado, especialmente da variedade Carignan.

O Vale do Maule foi uma das primeiras áreas no país andino onde se plantou vinhas – a história da viticultura da região é quase tão antiga quanto a colonização espanhola no novo mundo. É verdade que, de 1550 até 1860, os assentamentos espanhóis no Maule se deram em menor escala que em outros pontos de colonização no Chile, mas sua tradição agricultora fortaleceu o desenvolvimento da região. No século XIX, o governo chileno implantou uma política de imigração que possibilitou a entrada de europeus vindos de países como França, Itália, Inglaterra e Portugal para aumentar seu potencial econômico através da agricultura. Quando os espanhóis chegaram no Maule, no meio do século 16, trouxeram a uva País que dominou as plantações do vale.

Maule DO

Banhado pelo famoso rio que lhe dá nome, o Maule tem clima temperado mediterrâneo, com intensidade alta de sol no verão, com temperaturas máximas entre 19º C e 30º C, e chuva anual concentrada no inverno, quando as temperaturas chegam à mínima de 7º C. Os dias quentes seguidos de noite frias facilitam e prolongam a temporada de cultivo e colheita das uvas, dando-lhes um tempo de amadurecimento total, o que equilibra seus níveis de acidez e doçura. O Rio Maule, que flui do leste para o oeste do Chile, através de um caminho que se inicia nos Andes e termina no Pacífico, ainda propícia à região solos aluvial diversificados, indo desde o granítico até o arenoso. Férteis, esse solos favorecem o cultivo produtivo nos vinhedos da região.

Região com longa e bem sucedida história na cultura e produção de vinhos, Maule tem na vitivinicultura sua atividade econômica principal; alguns dos mais extensos vinhedos do país estão localizados lá, e alguns deles datam de 1830. Cerca de 50% de todo o vinho exportado do Chile é oriundo do Vale de Maule, que sempre foi conhecida por sua produção em larga escala. A uva mais cultivada no Vale do Maule é a Cabernet Sauvignon com 8.888 de hectares plantados. Nos anos 90, essa produção recebeu grandes investimentos que ocasionaram o desenvolvimento técnico em equipamentos e infraestrutura, que em conjunto com mudanças significativas nas formas de manejo dos vinhedos, favoreceu o surgimento de uma produção mais especializada, resultando vinhos de alto padrão de qualidade e elevado valor comercial. O vale ainda oferece muitos atrativos turísticos relacionados ao mundo dos vinhos. Uma rota composta por um conjunto de 15 vinhas em diferentes cidades da região possibilita ao visitante entrar em contato com o processo de produção, além de degustação de vinhos e pratos.

E agora o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi intenso, escuro, mas com bordas violáceas com muito brilho, além de uma abundante concentração de lágrimas, finas e que teimavam em se dissipar das paredes do copo.

No nariz a explosão aromática de frutas vermelhas e negras, onde se percebiam cereja, amora, ameixa e com o aporte da barrica de carvalho trouxe uma complexidade maravilhosa, tais como especiarias, tabaco, chocolate, torrefação.

Na boca é elegante, sofisticado, mas estruturado que lhe confere personalidade, a robustez, mas domado pelos 12 meses de passagem por madeira (cerca de 60% do vinho), com taninos presentes, acidez correta, o toque amadeirado evidente, mas bem integrado ao conjunto do vinho sem mascarar as características da cepa. A baunilha também é presente, bem como o toque do chocolate amargo e um final persistente, longo.

Um vinho maiúsculo, robusto, mas delicado e macio, fácil de degustar, graças as vinhas velhas com mais de 70 anos. Um vinho que, no auge dos seus suspeitos valores baixo que poderia denotar má qualidade para um gran reserva, revelou-se um vinho de excelência, um legítimo Carménère chileno, vigoroso, pleno, como deve ser. Pois é, o risco pode ser iminente em escolher um vinho no escuro, com escassas informações, mas nunca devemos negligenciar o nosso feeling e o que o coração nos diz e esse gritou em plenos pulmões: Que baita vinho! Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Casa Donoso:

A Viña Casa Donoso surgiu no mercado num momento em que a indústria do vinho chileno começou a tornar-se mais sofisticada. Foi em 1989 quando um grupo de empresários estrangeiros, cativados pela beleza e as potencialidades do meio ambiente, adquiriu a fazenda “La Oriental”, um histórico “Domaine” no coração mesmo do Vale do Maule, 250 km ao sul de Santiago do Chile, que pertencia à senhora Lucia Donoso Gatica. Uma mulher de especial encanto e empuxe empresarial, ela inspirou o próprio conceito da Vinha Casa Donoso, orientado para a produção tradicional de vinhos tintos e brancos, no melhor estilo francês.

Durante muitos anos a Casa Donoso desenvolve um conjunto de linhas de produção de normas de qualidade muito elevadas, sendo a base para conceber a produção de vinhos da linha Reserva, Gran Reserva, Premium, todos aqueles que já qualificados nos cinco continentes em termos de presença, participação e reconhecimento.

Sobre “Las Casas de Vaqueria”:

Na Fazenda Las Casas de Vaqueria, no Vale do Maule, está a casa mais antiga entre as fazendas da Casa Donoso. Foi construído no século 19, conhecido como a "era colonial" no Chile. Graças à combinação ideal do terroir do Maule, vinhas velhas e o clima perfeito, os enólogos podem oferecer vinhos premium chilenos inspirados na tradição e história do campo chileno.

Mais informações acesse:

http://donosogroup.com/index.html


Referências de pesquisa:

“Clube dos Vinhos”: https://www.clubedosvinhos.com.br/vale-do-maule-fertilidade-e-diversidade-de-uvas-e-vinhos/

“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-de-maule

Degustado em: 2017

 




sábado, 25 de julho de 2020

Aves del Sur Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2012


Em mais uma saga pelos vinhos de bom custo X benefício me pus a fazer algumas incursões nos supermercados, afinal, em tempos bicudos os famosos vinhos “BBB” (bons, bonitos e baratos) são imprescindíveis à um simples e humilde enófilo trabalhador como eu, para continuar degustando os tão desejados rótulos e continuar a ter as percepções e experiências que faz de nossa vida um pouco mais agradável. Estava determinado a comprar um vinho que me surpreendesse e que fosse mais acessível ao bolso. Então eu já sabia, já esperava que a proposta do vinho fosse mais simples, vinhos básicos, de entrada, mas isso não significa que teria rótulos ruins, é claro, afinal, como costumo dizer e defender de forma veemente: são propostas e, independente da mesma, podemos sim, encontrar coisas muito boas! Comecei meu trabalho de “investigação” e garimpo e não conseguia encontrar nenhum vinho que me chamasse a atenção e, depois de algum tempo tentando, já estava desistindo, inclusive, avistei um vinho, sem identificação de valor, era um Gran Reserva, que me chamou a atenção pela beleza do rótulo e por não conhecer o produtor, por curiosidade, apenas, pois esperava que o valor fosse elevado, fui a máquina que lê o código de barras para confirmar o valor: R$ 27,99! Atônito, não acreditei e tornei a fazer a leitura do código de barras: R$ 27,99! Era tudo o que eu precisava: um ótimo valor, para um vinho cujo produtor eu não conhecia, e de uma proposta que não condizia com o valor que estava diante de mim, no display daquela máquina que lia o código de barras. Não sei o motivo pelo qual o vinho estava naquele preço, talvez pelo fato da safra que o supermercado julgou ser antiga e queria impulsionar a venda. Que seja! Comprei sem hesitar! E hoje, finalmente, decidi desarrolhá-lo.

Esse achado, esse vinho fantástico que degustei e gostei vem do Chile, de uma comuna localizada na emblemática região do Maule, Valle del Locomilla, que possui um DO (Denominação de Origem), chamado Aves del Sur, a casta é Cabernet Sauvignon (100%), da safra 2012. Essa comuna, Valle del Locomilla (San Javier de Loncomilla), que não conhecia, que fica na Região do Maule (Quem não conhece essa região?), fica na província de Linhares e tem uma área de 1.313,4 km² e uma população de 37.793 habitantes, senso de 2002.

Região do Maule e San Javier de Loncomilla

As aves do sul

A grande diversidade natural do Chile é expressa de várias maneiras, o clima, a paisagem, o solo e a grande variedade de pássaros que sobrevoam o país. A linha “Aves del Sur” foi criada como um tributo para torná-los conhecidos e se destacar. Cada variedade de vinho é representada por uma espécie diferente em três atitudes naturais, que mostram seu espírito livre, seus gestos finos e seu voo diário sobre nossa terra, da mesma maneira que cada um de nossos vinhos expressa sua identidade única em cada garrafa. A Viña del Pedregal capturou nesta coleção de vinhos frescos e nobres, as aves mais representativas do Chile. O condor, símbolo majestoso do país, voa nas alturas dos Andes. Sua casa é a cordilheira e eles são cada vez mais escassos, assim como esta requintada Carmenère. A águia e o falcão também são raros nessas latitudes, como os vinhos desta linha, feitos com vinhas velhas selecionadas, uvas colhidas à mão e depositadas em pequenos cestos para uma nova seleção, com guarda de doze meses em barris de carvalho francês. O sul do mundo oferecem vários habitats para as mais diversas aves que encontraram lar em terras chilenas. No gelo do sul, florestas, rios, falésias e no interior do Chile, milhares de pássaros crescem a cada estação. Desta forma, a natureza se expressa nesses vinhos, produzindo uma variedade notável de variedades, multiplicando sabores e cores cheios de frescura e caráter.

Vamos às impressões organolépticas do vinho!

Na taça apresenta um impressionante vermelho rubi, escuro, profundo e muito brilhante. Lágrimas finas e abundantes que desenham e que demoram a se dissipar das paredes do copo.

No nariz uma explosão aromática onde se destacam frutas vermelhas maduras, com toques de especiarias, diria pimentão, com notas amadeiradas e de baunilha, tudo em pleno equilíbrio, nada sobressaindo.

Na boca é estruturado, com alguma complexidade, com a presença das frutas vermelhas maduras evidentes nas impressões olfativas, com taninos presentes, firmes, mas sedosos, com pouca acidez, quase que imperceptível, com notas de madeira, bem integrada, e o destaque para o chocolate e um discreto tostado que lembra um pouco café, torrefação, graças aos 12 meses de passagem por barricas de carvalho.

Eu fui surpreendido pelo preço de um Gran Reserva, fui arrebatado pelas suas credenciais de qualidade. Estava, confesso receoso, pelo valor baixo, não condizente a proposta do mesmo, mas que logo foram dissipadas todas as preocupações pelo estímulo em degusta-lo, afinal, um chileno Gran Reserva da casta Cabernet Sauvignon não é para todo dia, o momento de celebração, de ode ao bom vinho estava diante dos meus olhos e abrilhantando a minha simples e humilde taça. Um vinho de personalidade, de caráter único, que reflete o terroir na sua história, no seu rótulo, no seu nome e, sobretudo no seu líquido. Um vinho cheio de tipicidade, fácil de degustar, harmonioso, elegante, entregando, claro, muito além do que vale. E isso se deve o seu tempo de estágio nas barricas de carvalho e o tempo de safra que, no auge dos seus 8 anos de vida, mostrou-se vivo e pleno, com vocação para uma boa evolução. Teor alcoólico de 13,5% muito bem integrados.

Sobre a Viña Del Pedregal:

1825 marca o início da tradição vinícola da família Del Pedregal. Naquele ano, Carlos Del Pedregal chega ao Chile das Astúrias, com suas convicções, por um lado, e com variedades europeias, por outro, para realizar seu sonho de fundar uma vinha no vale Maule. A área de Loncomilla foi escolhida por esse pioneiro espanhol que percebeu as excelentes condições do Chile, ideais para o cultivo de videiras e a elaboração de vinhos. Já há várias gerações ligadas ao comércio familiar, quase 200 anos dedicado à elaboração de vinhos nobres, adaptando-se à história e às mudanças ao longo do tempo. Todos os membros da família estão envolvidos em diferentes tarefas e, de várias maneiras, contribuem com seu conhecimento, paixão e amor pela terra, transmitidos de pais para filhos.

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