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segunda-feira, 29 de julho de 2024

Pata Negra Gran Reserva 2012

 



Vinho: Pata Negra Gran Reserva

Safra: 2012

Casta: Tempranillo

Região: Valdepeñas, Castilla La Mancha

País: Espanha

Produtor: Señorio de Los LlanosGarcia Carrion

Adquirido: Loja Arte dos Vinhos

Valor: R$ 84,90

Teor Alcoólico: 13%

Estágio: 36 meses em barricas de carvalho americanas e francesas.

 

Análise:

Visual: nítida coloração granada, os traços acastanhados denunciam seus doze anos de garrafa, com lágrimas finas, lentas e em abundância.

Nariz: os aromas terciários já dominam os aromas entregando couro, frutas vermelhas e negras em compota, algo também de frutas secas, especiarias como pimenta, alcaçuz. O couro também é sentido, a madeira vivamente, mas não desequilibra, mantendo-se integrado.

Boca: é macio, elegante, complexo. As notas frutadas são replicadas no paladar, as notas amadeiradas idem, mas, como no aspecto olfativo, se equilibram com as notas frutadas. Percebe-se baunilha, cacau, chocolate, mentol, leve e discreta tosta, taninos macios, domados e acidez média. Final cheio e persistente.

 

Produtor:

https://garciacarrion.com/


segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Finca El Rejoneo Tempranillo Gran Reserva 2014

 



Vinho: Finca El Rejoneo Gran Reserva

Safra: 2014

Casta: Tempranillo

Região: Valdepeñas, Castilla La Mancha

País: Espanha

Produtor: Bodegas Parra Dorada

Teor Alcoólico: 13%

Estágio: 18 meses em barricas de carvalho francês e 36 meses em garrafa.

 

Análise:

Visual: rui profundo, quase escuro, com halos granada, denotando os seus anos de garrafa.

Nariz: aroma sedutor de frutas maduras, algo de frutas secas também, além de especiarias, carvalho marcado, baunilha, defumado, couro e terra molhada.

Boca: traz um paladar rico, complexo, com média estrutura, replica-se as notas frutadas, como no aspecto olfativo, com taninos generosos, elegantes e acidez discreta. Tem um final de média persistência.

 

Produtor:



sexta-feira, 23 de junho de 2023

Venta Real Gran Reserva Tempranillo 2013

 

Tenho me aventurado, o que atualmente não é uma grande novidade, pelos vinhos espanhóis, mas não apenas em uma ou duas regiões, daquelas mais famosas e faladas pelos especialistas e influenciadores dos vinhos, mas aquelas pouco desbravadas que geralmente são observadas com certo preconceito, rejeição.

Principalmente quando se fala nos “vinhos de volume”! Talvez esteja sendo inocente ou aquele que não quer olhar para uma suposta realidade geralmente engendrada e construída por um segmento que tem forte influência no vinho, mas o fato que já degustei alguns rótulos com essa concepção, muito interessantes.

E uma dessas regiões na Espanha é Castilla La Mancha. É a região que mais produz vinhos naquele país, e parece ser uma heresia falar de vinhos dessa região por aqui no Brasil, só valendo se for Rioja, Priorat ou Ribera del Duero. Mas será que somente esses são bons?

Evidente que são regiões emblemáticas, tradicionais, importantes e que merecem seu lugar de destaque e importância, mas penso ser uma temeridade negligenciar as outras tantas regiões da Espanha e olhe que são muitas!

Castilla La Mancha traz vários terroirs divididos em algumas microrregiões e uma vem ganhando alguma repercussão aqui em nossas terras, falo de Valdepenãs. Acredito que a região teve o descortinar no Brasil por intermédio da linha “Pata Negra”, lembro-me bem disso. Mas apesar do sucesso desses rótulos a região ainda não tem aquela representatividade e credibilidade no Brasil.

Porém atualmente temos tido algumas opções de rótulos da região e o exemplo são os vinhos da Bodega Fernando Castro. Trata-se de uma das mais antigas vinícolas administradas pela mesma família desde 1850 em toda Castilla La Mancha. História tem e bons vinhos também. Degustei o El Artista Gran Reserva e Raíces Gran Reserva, ambos da safra 2012, e surpreenderam pela elegância e complexidade.

E dessa vez mais um rótulo Gran Reserva e de idade: Um 2013! Já com seus dez anos de garrafa! Mais um espanhol e com anos de garrafa, uma combinação que confesso me excitar quando vou degustar e antes, na decisão de compra. Não preciso dizer da animação em tê-lo em taça.

Dessa vez será um 100% Tempranillo! Adoro os vinhos que levam essa variedade e que passam, estagiam por longo tempo em barricas de carvalho, simplesmente, definitivamente a Tempranillo se dá muito bem com a madeira e adquiri uma complexidade, estrutura e personalidade como poucas.

Então vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio de Valdepenãs, localizada na região espanhola de Castilla La Mancha, e se chama Venta Real, um Gran Reserva da safra 2013, com a casta Tempranillo. E para não perder o costume, vamos de história, vamos de Valdepenãs.

Valdepeñas

A D.O. Valdepeñas fica ao sul de Castilla La Mancha no centro da Espanha. Trata-se de uma região muito propícia para o cultivo da vinha, com um clima continental de baixo índice pluviométrico, e que registra temperaturas extremas, com máximas que superam os 40°C, e mínimas que podem ser inferiores a -10°C.

Os solos, pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, obrigam as raízes das videiras a se desenvolverem, a se aprofundarem e a se fortalecerem. Nesse cenário, cultivam-se uvas que alcançam boa maturação, e que são capazes de produzir vinhos muito estruturados, complexos, aromáticos e de coloração muito profunda.

Valdepenas

Os solos, pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, obrigam as raízes das videiras a se desenvolverem, a se aprofundarem e a se fortalecerem. Nesse cenário, cultivam-se uvas que alcançam boa maturação, e que são capazes de produzir vinhos muito estruturados, complexos, aromáticos e de coloração muito profunda.

Anualmente, são produzidos cerca de 57 milhões de litros de vinho rotulados com a denominação Valdepeñas, sendo que quase 40% da produção são destinadas à exportação da Espanha para outros países.

A grande maioria dos vinhos de Valdepeñas, cerca de 77% deles, são tintos. Os brancos representam cerca de 18%, e os rosés de Valdepeñas, tradicionalmente famosos, representam apenas 5%.

A notoriedade de Valdepeñas encontra sua origem em vinhos rosés do passado, que foram lentamente dando lugar a tintos elegantes, sempre aveludados e frutados, que podem ser jovens ou envelhecidos em barris de carvalho.

A variedade mais importante de Valdepeñas é sem dúvida, a Tempranillo, que também é conhecida nessa região como Cencibel. Outras uvas autorizadas para cultivo em Valdepeñas são as tintas Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot, além das brancas Airén, Macabeo, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Moscatel de Grano Menudo e Verdejo.

Denominação de Origem e história

A Denominação de Origem Valdepeñas nasceu em 1932 conforme consta do Estatuto do Vinho, a produção de vinho na região remonta ao século V aC, como comprovam os estudos científicos do sítio ibérico "Cerro de las Cabezas" localizado geograficamente dentro da área que hoje é a sua área de produção.

DO Valdepenas

Foi em 1968 que a Denominação de Origem Valdepeñas foi dotada do seu primeiro regulamento, que durou até 2009, altura em que se constituiu como Associação Interprofissional, criando o quadro de trabalho entre produtores e adegas, pela qualidade diferenciada no processo de viticultura e a produção e engarrafamento dos seus vinhos.

Apesar de ser mundialmente reconhecida como "Denominação de Origem Valdepeñas", sua área de produção inclui dez municípios: Valdepeñas, Alcubillas, Moral de Calatrava, San Carlos del Valle, Santa Cruz de Mudela, Torrenueva, parte do distrito Torre de Juan Abad, Granátula de Calatrava, Alhambra e Montiel.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um rubi intenso, quase escuro, com halos granada, com lágrimas finas, lentas e em profusão que desenham o bojo do copo.

No nariz mostrou-se tímido nos aromas no início da degustação, mas foi abrindo e ao volatizar mostrou notas discretas de frutas maduras, já em compota, com a presença marcante da madeira, graças aos 18 meses em barricas de carvalho, que entrega um tostado, especiarias, tabaco, couro e algo de terra molhada.

Na boca revela maciez, elegância, mas dosada a uma boa complexidade, garantindo alguma personalidade, uma boa evolução aos dez anos de idade. A madeira protagoniza em convergência com as frutas maduras, com toques de chocolate, de carvalho. Tem taninos com alguma presença, mas maduros, domados, com acidez discreta e um final de média persistência.

O Venta Real Gran Reserva é um vinho complexo, a madeira protagoniza, porém juntamente com as notas frutadas, o que é incrível aos 10 anos de vida. Um vinho macio, redondo, equilibrado, entregando a elegância típica de vinhos como esse. Não esperem peso, estrutura ou algo que o valha, afinal 18 meses de barricas de carvalho trará afinamento, trará complexidade e estrutura, não peso. E o mais gratificante é degustar um vinho em uma faixa de preço extremamente acessível. É possível sim degustar um Gran Reserva espanhol com um valor competitivo e que atinja sim a todos os níveis sociaisl. Democratizemos a cultura do vinho! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Bodegas Fernando Castro:

A Bodegas Fernando Castro foi fundada em 1850, é a mais antiga adega CLM sob a direção da mesma família. A família Castro começou a produzir vinhos brancos e tintos a partir de uvas cultivadas na sua propriedade em Santa Cruz de Mudela, seguindo os métodos tradicionais da região.

A adega Fernando Castro está localizada no centro nevrálgico da Denominação de Origem Valdepeñas. Localizada no extremo sul do planalto ibérico e bem delimitada pela planície de La Mancha a norte, os campos de Montiel a leste, Calatrava a oeste e Serra Morena a sul, Santa Cruz de Mudela preserva o património cultural e gastronómico de A Mancha.

A região contém uma abundância de solos calcários, arenosos e argilosos (avermelhados), atravessados pelo rio Jabalón e bronzeados pelo sol. Terrenos com um clima continental marcado de temperaturas extremas e baixa pluviosidade, onde as temperaturas podem ultrapassar os 40ºC e descer abaixo dos -10ºC.

Viticultores por tradição familiar, Bodegas Fernando Castro tem 380 hectares de vinhas aninhadas em torno da Finca Los Altos, supervisionadas pessoalmente pela família Castro. Os seus vinhos expressam a personalidade de uma região única, situada a 705 metros de altitude e com um clima de temperaturas extremas, os seus solos são pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, condição ideal para o cultivo da vinha.

Mais de 2.500 horas de sol por ano se traduzem em uvas bem maduras e vinhos com maior intensidade de cor, estrutura ideal e poder aromático.

Atualmente, duas gerações da família Castro trabalham juntas, com o apoio inestimável de grandes profissionais que contribuem para a produção, processamento, envelhecimento e comercialização dos seus vinhos, utilizando instalações modernas, confortáveis ​​e funcionais.

Na última década, alargaram a sua gama de produtos a setores novos e emergentes como os vinhos espumantes, vinhos não alcoólicos, vinhos Kosher, vinhos biológicos e até sangrias, garantindo os mesmos níveis de qualidade e serviço nestes novos produtos.

Todos os anos os vinhos são premiados nos mais prestigiados concursos internacionais do mundo, como Berliner Wein Thophy, Mundus Vini, Sakura Japan Awards ou o Best Wine-in-Box da França.

Mais informações acesse:

https://bodegasfernandocastro.es/              

Referências:

“Vinos Valdepeñas”: https://vinosvaldepenas.com/denominacion/

“Bardot Vinhos e Artes”: http://www.bardotvinhoseartes.com.br/2015/11/denominacion-de-origen-valdepenas.html

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 










domingo, 2 de abril de 2023

Raíces Gran Reserva Tempranillo 2012

 

A Espanha definitivamente entrou no meu radar! A cada dia e cada oferta de rótulos, que são muitos, descubro novas e atraentes regiões que compõe o cenário vitivinícola espanhol. E o melhor: a preços igualmente atraentes.

Porém há certa rejeição quando se fala em valores, principalmente valores baixos de alguns rótulos da Espanha, mais precisamente aos vinhos que ostentam as nomenclaturas “crianza”, “reserva” e “gran reserva”.

Parece que existe um custo alto a se pagar por rótulos mais baratos de regiões que não gozam de fama da Espanha, como Navarra, Catalunha, Valência etc. Há uma “distinta” rejeição quando se fala ou menciona quaisquer rótulos que não seja Rioja, Priorat ou Ribera del Duero.

Mas antes de valores preconizo, de forma unânime, o garimpo às regiões espanholas, a busca por novos terroirs, isso sim é o mais importante de tudo! E tenho me aventurado com um prazer único! Grandes e fantásticas surpresas vem surgindo a cada rótulo, a cada degustação!

E uma, em especial, não posso deixar de comentar, fica na maior região produtora de vinhos da Espanha, ou melhor, sub-região, Valdepeñas. Essa região ficou um pouco mais conhecida graças aos vinhos da linha “Pata Negra” e, mais tarde, da linha “Anciano” que teve uma agressiva propaganda de marketing de um ´popular e-commerce brasileiro.

A propósito tive o privilégio de degustar dois rótulos, em uma espécie de “mini-vertical” com um grande amigo em meu aniversário, da linha Anciano Gran Reserva, das safras 20062008 e simplesmente foi espetacular degustar vinhos de mais de uma década de vida e ainda vivos, plenos e com muitos e muitos anos pela frente!

E isso, a longevidade, me atrai também. Vinhos que se degustam na plenitude de suas características e que entregam tipicidade, qualidade, com expressão do terroir e melhor, com valores extremamente interessantes.

E há também outro ponto interessante:  produtor, a vinícola. Será a minha segunda experiência com os rótulos da Bodegas Fernando Castro, que conheci com o El Artista Gran Reserva Tempranillo da safra 2012 e que surpreendeu de forma positiva quando o degustei quando tinha 10 anos de garrafa!

Então sem mais delongas vamos às apresentações do “novo” vinho! O vinho que degustei e gostei veio, como disse, de Valdepeñas, de Castilla La Mancha, na Espanha, e se chama Raíces Gran Reserva, um 100% Tempranillo, da safra 2012. Para variar, vamos de história, vamos de Valdepeñas.

Valdepeñas


A D.O. Valdepeñas fica ao sul de Castilla La Mancha no centro da Espanha. Trata-se de uma região muito propícia para o cultivo da vinha, com um clima continental de baixo índice pluviométrico, e que registra temperaturas extremas, com máximas que superam os 40°C, e mínimas que podem ser inferiores a -10°C.

Valdepeñas

Os solos, pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, obrigam as raízes das videiras a se desenvolverem, a se aprofundarem e a se fortalecerem. Nesse cenário, cultivam-se uvas que alcançam boa maturação, e que são capazes de produzir vinhos muito estruturados, complexos, aromáticos e de coloração muito profunda.

Anualmente, são produzidos cerca de 57 milhões de litros de vinho rotulados com a denominação Valdepeñas, sendo que quase 40% da produção são destinadas à exportação da Espanha para outros países.

A grande maioria dos vinhos de Valdepeñas, cerca de 77% deles, são tintos. Os brancos representam cerca de 18%, e os rosés de Valdepeñas, tradicionalmente famosos, representam apenas 5%.

A notoriedade de Valdepeñas encontra sua origem em vinhos rosés do passado, que foram lentamente dando lugar a tintos elegantes, sempre aveludados e frutados, que podem ser jovens ou envelhecidos em barris de carvalho.

A variedade mais importante de Valdepeñas é sem dúvida, a Tempranillo, que também é conhecida nessa região como Cencibel. Outras uvas autorizadas para cultivo em Valdepeñas são as tintas Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot, além das brancas Airén, Macabeo, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Moscatel de Grano Menudo e Verdejo.

Denominação de Origem e história

A Denominação de Origem Valdepeñas nasceu em 1932 conforme consta do Estatuto do Vinho, a produção de vinho na região remonta ao século V aC, como comprovam os estudos científicos do sítio ibérico "Cerro de las Cabezas" localizado geograficamente dentro da área que hoje é a sua área de produção.


Foi em 1968 que a Denominação de Origem Valdepeñas foi dotada do seu primeiro regulamento, que durou até 2009, altura em que se constituiu como Associação Interprofissional, criando o quadro de trabalho entre produtores e adegas, pela qualidade diferenciada no processo de viticultura e a produção e engarrafamento dos seus vinhos.

Apesar de ser mundialmente reconhecida como "Denominação de Origem Valdepeñas", sua área de produção inclui dez municípios: Valdepeñas, Alcubillas, Moral de Calatrava, San Carlos del Valle, Santa Cruz de Mudela, Torrenueva, parte do distrito Torre de Juan Abad, Granátula de Calatrava, Alhambra e Montiel.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi com intensidade, com pouco brilho e halos acastanhados, em tons granada, já denotando os 11 anos de idade, além de lágrimas finas, lentas e em profusão.

No nariz explodem em complexidade a começar com as notas frutadas, frutas pretas e vermelhas já passadas, em estágio de geleia, com a madeira também assumindo o protagonismo, entregando toques de baunilha, torrefação, chocolate, além da rusticidade com destaque para o couro, tabaco, defumado, terra molhada e especiarias.

Na boca revela um misto de potência e elegância! Um vinho austero, maduro, mas macio, redondo, uma estrutura perfeitamente harmônica e equilibrada. As frutas em compota aparecem e está em plena convergência com a madeira, sendo complexo e aveludado. Percebe-se a baunilha, a torrefação, discreto café torrado e chocolate, com taninos domados, mas ainda presentes, com acidez correta e um final de média persistência.

O Raíces Gran Reserva é um vinho complexo, a madeira protagoniza, porém juntamente com as notas frutadas, o que é incrível aos 11 anos de vida. Um vinho macio, redondo, equilibrado, entregando a elegância típica de vinhos como esse. Não esperem peso, estrutura ou algo que o valha, afinal 18 meses de barricas de carvalho com outros 18 meses em garrafa, o afinamento trará complexidade e estrutura, não peso. E o mais gratificante é degustar um vinho em uma faixa de preço extremamente acessível. É possível sim degustar um Gran Reserva espanhol com um valor competitivo e que atinja sim a todos os níveis sociais, sem taxar o vinho como aristocrático e de difícil alcance entre os enófilos indistintamente. Uma reverência aos revendedores e a vinícola que provaram que é possível degustar um vinho com tal proposta a um valor justo e possível. Democratizemos a cultura do vinho! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Bodegas Fernando Castro:

A Bodegas Fernando Castro foi fundada em 1850, é a mais antiga adega CLM sob a direção da mesma família. A família Castro começou a produzir vinhos brancos e tintos a partir de uvas cultivadas na sua propriedade em Santa Cruz de Mudela, seguindo os métodos tradicionais da região.

Desde 1895, as Bodegas Fernando Castro estão presentes nos pontos mais importantes do território nacional, graças ao conhecido Comboio do Vinho e posteriormente através da sua própria rede de transportes, conquistando a confiança dos grandes centros de compras.

Com uma localização geográfica imbatível, estando no centro de Espanha, os seus produtos chegam a qualquer ponto da geografia, o que juntamente com a ênfase na qualidade dos seus produtos e eficiência no serviço, tem facilitado a expansão do seu mercado ao máximo desde 70 países para onde exportam atualmente.

A adega Fernando Castro está localizada no centro nevrálgico da Denominação de Origem Valdepeñas. Localizada no extremo sul do planalto ibérico e bem delimitada pela planície de La Mancha a norte, os campos de Montiel a leste, Calatrava a oeste e Serra Morena a sul, Santa Cruz de Mudela preserva o património cultural e gastronómico de A Mancha.

A região contém uma abundância de solos calcários, arenosos e argilosos (avermelhados), atravessados pelo rio Jabalón e bronzeados pelo sol. Terrenos com um clima continental marcado de temperaturas extremas e baixa pluviosidade, onde as temperaturas podem ultrapassar os 40ºC e descer abaixo dos -10ºC.

Viticultores por tradição familiar, Bodegas Fernando Castro tem 380 hectares de vinhas aninhadas em torno da Finca Los Altos, supervisionadas pessoalmente pela família Castro. Os seus vinhos expressam a personalidade de uma região única, situada a 705 metros de altitude e com um clima de temperaturas extremas, os seus solos são pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, condição ideal para o cultivo da vinha.

Mais de 2.500 horas de sol por ano se traduzem em uvas bem maduras e vinhos com maior intensidade de cor, estrutura ideal e poder aromático.

Atualmente, duas gerações da família Castro trabalham juntas, com o apoio inestimável de grandes profissionais que contribuem para a produção, processamento, envelhecimento e comercialização dos seus vinhos, utilizando instalações modernas, confortáveis ​​e funcionais.

Na última década, alargaram a sua gama de produtos a setores novos e emergentes como os vinhos espumantes, vinhos não alcoólicos, vinhos Kosher, vinhos biológicos e até sangrias, garantindo os mesmos níveis de qualidade e serviço nestes novos produtos.

Todos os anos os vinhos são premiados nos mais prestigiados concursos internacionais do mundo, como Berliner Wein Thophy, Mundus Vini, Sakura Japan Awards ou o Best Wine-in-Box da França.

Mais informações acesse:

https://bodegasfernandocastro.es/

Referência:

“Vinos Valdepeñas”: https://vinosvaldepenas.com/denominacion/

“Bardot Vinhos e Artes”: http://www.bardotvinhoseartes.com.br/2015/11/denominacion-de-origen-valdepenas.html

 

 

 












sábado, 7 de janeiro de 2023

Anciano Reserva Tempranillo 2011

 

Alguns rótulos aos poucos vão atingindo status de sucesso comercial com vendas altas, com representatividade de mercado, graças também a propagandas agressivas por parte de alguns sites especializados em vendas de vinho, principalmente por causa de exclusividade de venda ou coisas similares.

Nada melhor, penso, para um vinho ganhar notoriedade por intermédio de seus enófilos, para aquele que o compra, independentemente de sua classe social, de seu poder aquisitivo, de que posição está na famosa “pirâmide social”. Afinal vinho é para quem o degusta.

E um ótimo exemplo disso é a famosa linha de vinhos espanhóis da “Anciano”. Lembro-me bem que quando o comprei, quando comprei um rótulo, ele estava na faixa dos R$40 a R$ 50. Isso em 2019! Há quase quatro anos essa era a média do vinho em um famoso e-commerce de vinhos brasileiros.

Mas como vivemos em um país com taxas altas de impostos que incidem no vinho e também pela ganância desmedida de alguns revendedores, o valor atingiu, com a sua linha “Gran Reserva” quase R$100! Sim! Três dígitos em pouco menos de quatro anos!

Essa é a realidade de um país que encara o vinho, bebida cientificamente comprovada como benéfica a saúde, como meramente uma bebida alcoólica. Infelizmente a carga tributária e o custo Brasil são entraves para a difusão da cultura do vinho em terras brasileiras.

Mas não vou entrar, pelo menos por enquanto, nessa discussão, embora urgente e necessária, mas falar na minha primeira experiência com a linha “Anciano” que custou em 2019, R$ 44,50, pasme, para um Gran Reserva! Mas também não gozava ainda de grande sucesso, apesar da propaganda agressiva de vendas.

Lembro que o abri em meu aniversário com um amigo de longa data e como ele tinha outro rótulo de safra distinta, sugeri que fizéssemos uma “mini degustação vertical” com os dois rótulos que tínhamos!

Os rótulos eram o Anciano Gran Reserva 2006 e 2008! Os dois degustados em 2021! 15 e 13 anos de garrafa, respectivamente. Não preciso dizer a excitação que estávamos para degusta-los. A experiência foi especial e arrebatadora. Prometi, à época, que tornaria a degustar qualquer outro rótulo da linha.

E a oportunidade surgiu pouco mais de um ano depois e com a sua “versão Reserva” e melhor: com uma garrafa Magnum, ou seja, uma garrafa que contém um litro e meio de vinho! Uma grande e desafiadora novidade para mim. Mas com isso veio uma dúvida: Como degustar, sozinho, uma garrafa, em um dia, que tem um litro e meio?

Para mim parece um tanto quanto difícil degustar todo ele em um dia. Então decidi fazer algo que há tempos não fazia: degustar o vinho em duas etapas, isto é, em dois dias. Sequer me lembro de quando foi a última vez que degustei o vinho em dois ou mais dias. Até o meu famoso “vácuo vin” estava um tanto quanto aposentado, devido pouco uso.

E o rótulo também conta com algum tempo em garrafa que, para mim, já é outro atrativo para o vinho. Cerca de 12 anos de garrafa! Não preciso dizer também da minha excitação para com a degustação.

Então sem mais delongas vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio da região espanhola de Valdepeñas, que fica em Castilla La Mancha, e se chama Anciano Reserva da casta Tempranillo (100%) da safra 2011. Para não perder o costume vamos de história e falar de Valdepeñas, em Castilla La Mancha.

Valdepeñas


A D.O. Valdepeñas fica ao sul de Castilla La Mancha no centro da Espanha. Trata-se de uma região muito propícia para o cultivo da vinha, com um clima continental de baixo índice pluviométrico, e que registra temperaturas extremas, com máximas que superam os 40°C, e mínimas que podem ser inferiores a -10°C.

Os solos, pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, obrigam as raízes das videiras a se desenvolverem, a se aprofundarem e a se fortalecerem. Nesse cenário, cultivam-se uvas que alcançam boa maturação, e que são capazes de produzir vinhos muito estruturados, complexos, aromáticos e de coloração muito profunda.

Anualmente, são produzidos cerca de 57 milhões de litros de vinho rotulados com a denominação Valdepeñas, sendo que quase 40% da produção são destinadas à exportação da Espanha para outros países.

A grande maioria dos vinhos de Valdepeñas, cerca de 77% deles, são tintos. Os brancos representam cerca de 18%, e os rosés de Valdepeñas, tradicionalmente famosos, representam apenas 5%.

A notoriedade de Valdepeñas encontra sua origem em vinhos rosés do passado, que foram lentamente dando lugar a tintos elegantes, sempre aveludados e frutados, que podem ser jovens ou envelhecidos em barris de carvalho.

A variedade mais importante de Valdepeñas é sem dúvida, a Tempranillo, que também é conhecida nessa região como Cencibel. Outras uvas autorizadas para cultivo em Valdepeñas são as tintas Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot, além das brancas Airén, Macabeo, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Moscatel de Grano Menudo e Verdejo.

Denominação de Origem e história

A Denominação de Origem Valdepeñas nasceu em 1932 conforme consta do Estatuto do Vinho, a produção de vinho na região remonta ao século V aC, como comprovam os estudos científicos do sítio ibérico "Cerro de las Cabezas" localizado geograficamente dentro da área que hoje é a sua área de produção.

Foi em 1968 que a Denominação de Origem Valdepeñas foi dotada do seu primeiro regulamento, que durou até 2009, altura em que se constituiu como Associação Interprofissional, criando o quadro de trabalho entre produtores e adegas, pela qualidade diferenciada no processo de viticultura e a produção e engarrafamento dos seus vinhos.

Apesar de ser mundialmente reconhecida como "Denominação de Origem Valdepeñas", sua área de produção inclui dez municípios: Valdepeñas, Alcubillas, Moral de Calatrava, San Carlos del Valle, Santa Cruz de Mudela, Torrenueva, parte do distrito Torre de Juan Abad, Granátula de Calatrava, Alhambra e Montiel.


E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi com certa transparência, mas também traz alguma intensidade, quase opaco e halos “atijolados”, com lágrimas finas e abundantes e lentas que desenham a borda do copo.

No nariz inicialmente se mostrou tímido nos aromas, mas logo apresentou notas de frutas pretas maduras com destaque para ameixa e cereja, os 12 meses em barricas de carvalho trouxe notas amadeiradas, um discreto toque de torrefação, café, tabaco, especiarias, baunilha e caramelo.

Na boca o tempo, os seus doze anos de garrafa personificaram em um vinho elegante e macio, taninos sedosos, finos e amáveis, porém surpreende pela acidez vivaz, altiva. As notas frutadas replicam no paladar e em sinergia com o carvalho que traz o aporte de características como baunilha, terra molhada, madeira, além de um final de média persistência com um retrogosto frutado.

Aos 12 se mostrou vivo e pleno, mas elegante. O tempo lhe foi gentil. Surpreendeu pela acidez vivaz e intensa, as notas frutadas evidentes. Pouco denotou a idade do vinho, apenas a sua tonalidade granada, os halos “atijolados” que deu um caráter lindo ao aspecto visual com um vermelho rubi que embora tenha se revelado intenso, mostrou também alguma transparência. Um Tempranillo sedoso, macio e saboroso. Enfim, mais uma vez a linha “Anciano” não decepcionou. Tem 13% de teor alcoólico.

Algumas curiosidades sobre a linha Anciano:

A história dos rótulos da Anciano começou quando Guy Anderson, enólogo do Reino Unido, decidiu explorar outros países para produção de seus vinhos e, assim, conheceu a capital Lisboa e Douro, em Portugal e logo depois a Espanha. Sua energia criativa e paixão casaram com a experiência da vinícola Casa Santos Lima em Portugal.

Na Espanha desbravou os solos de regiões emblemáticas como Rioja e outras regiões em ascensão, um tanto desconhecida no mundo, como Valdepeñas, por exemplo. Esta última região, traz um clima quente que favorece a produção de vinhos potentes e expressivos. E assim nasceu, sob a consultoria do “Master of Wine” (título que apenas pouco mais de 300 pessoas no mundo possuem) chamado Norrel Robertson.

Sobre a Vinícola Anciano:

Anciano é uma vinícola fundada a princípio no início do século XX por Don Juan Sánchez, um fazendeiro que decidiu construir uma adega para elaborar seu próprio vinho ao invés de vender suas uvas para outras pessoas.

Localizada no coração de La-Mancha, a Anciano desfruta dessa forma do solo especial de Valdepeñas para a produção dos vinhos. Valdepeñas significa, a saber, “vale das pedras” devido ao solo especial formado por pequenas e grandes pedras.

Estas pedras não apenas absorvem o calor do sol durante o dia e o libera à noite, mas também permitem que o calcário do solo absorva a água necessária para regar os vinhedos durante ao verão de calor intenso de La-Mancha. Ou seja, o local possui as condições perfeitas para o nascimento de grandes rótulos.

Posteriormente, a vinícola foi adquirida e hoje faz parte do grupo Guy Anderson Wines, um grupo multinacional criado pelo enólogo Guy Anderson.

Sobre a Bodegas Navalón:

A Bodegas Navalón está rodeada pelos antigos vinhedos de DO Valdepeñas no coração da Espanha. A bodega é a paixão da mesma família local há várias gerações. Foi originalmente fundada no início do século XX por Don Juan Sánchez, um proprietário de terras que decidiu construir uma adega para fazer o seu próprio vinho, em vez de vender as suas uvas a terceiros.

Valdepeñas significa “Vale das Rochas”, referindo-se ao solo especial, salpicado de seixos e pedras maiores. Essas pedras absorvem os raios do sol durante o dia e liberam seu calor durante a noite.

No subsolo profundo, camadas de giz e argila retêm água, vital para refrescar as vinhas durante o intenso calor do verão. A uma altitude média de 2.300 pés acima do nível do mar, os vinhedos se beneficiam de um clima continental seco com mais de 2.500 horas de sol e pouca chuva, resultando em um microclima ideal para o cultivo de videiras.

A enóloga, María José Marchante, é guiada pelo mestre do vinho, Norrel Robertson, na produção de vinhos varietalmente corretos, frescos, frutados e com valor incrível.

Mais informações acesse:

https://www.ancianowine.com/

https://www.guyandersonwines.co.uk/

Referências:

“Vinos Valdepeñas”: https://vinosvaldepenas.com/denominacion/

“Bardot Vinhos e Artes”: http://www.bardotvinhoseartes.com.br/2015/11/denominacion-de-origen-valdepenas.html

“Gastronominho”: https://gastronominho.com.br/noticias/2018/08/evino-anuncia-chegada-de-novos-rotulos-da-linha-anciano/

 

 

 








sábado, 17 de setembro de 2022

El Artista Gran Reserva Tempranillo 2012

 

Há quem torça o nariz, rejeite de forma retumbante os vinhos baratos, por achar, entender que não tem qualidade ou no mínimo suspeito de uma audiência, de uma degustação. Você não encontrará complexidade, estrutura, por exemplo, em vinhos baratos! Será?

Estou dando margem à contextualização pelo simples fato de que nem sempre essa afirmativa é regra! Para toda regra há sempre exceções! Aqueles vinhos que você nem esperava certas características pelo simples fato do preço ser baixo, não condizente a valores incipientes! Será que temos de nos render a certos estereótipos?

Não quero e sequer devo entrar em detalhes técnicos que determinam os valores dos vinhos, tais como o processo de vinificação e o vinho engarrafado que, finalmente chega às mesas dos enófilos espalhados pelo mundo. Aquele esquema de processo de produção e produto final.

Sem contar que ainda tem o fator da larga produção que também estão associados a vinhos de baixa qualidade que muitos formadores de opinião do universo do vinho preconizam como tal. Como disse não quero e não devo, como um reles degustador de vinhos, entrar em pormenores sobre esses casos, talvez pelo fato de minha incapacidade técnica ou ignorância perante o caso.

Mas talvez consiga provar o contrário com exemplos práticos. Cases de sucesso que, nada mais é do que a aceitação do enófilo e um viés possível e democrático da entrada de muitos degustadores em potencial ao mundo do vinho ou a possibilidade de explorar novas possibilidades e novas propostas de vinhos de enófilos assalariados, que não tem a chance de degustar vinhos complexos, por exemplo, pelo fato de não ter um alto poder aquisitivo.

Por que estou falando tudo isso? Porque eu tive algumas surpresas surpreendentemente positivas e agradáveis com alguns vinhos espanhóis do “combo” Crianza, Reserva e Gran Reserva tidos como rótulos de complexidade e extrema personalidade o que, para muitos, seria impossível, a priori, por preços, digamos, populares e/ou acessíveis a bolsos menos favorecidos.

Vou citar alguns exemplos de vinhos que degustei e gostei que sempre estarão em meu coração e lembrança tais como o Gran Villa Gran Reserva de 2011, da região de Navarra e o Palácio del Conde Gran Reserva 2015, da região de Valência. Todos na faixa de R$ 40,00 à época da compra, há cerca de um ou dois anos atrás, aproximadamente. É possível?

É possível uma vinícola investir em um rótulo a preços baixos com essa proposta? Digo que sim! Vende pelo volume, uai! E é o que está acontecendo com um vinho que me chamou a atenção pela visibilidade, pelo lindo rótulo e, sobretudo, pela proposta! Será que o vinho é bom? Como eu estou em uma vibe de comprar espanhóis com essa proposta amadeirada e complexa dos Crianzas, Reservas e Gran Reservas, decidi apostar como muitos estão fazendo. No escuro? Talvez sim! Mas escolher e comprar vinhos, penso, é assumir riscos.

Então o comprei e, logo que o vinho deu as caras em minha casa, decidi não demorar muito para degusta-lo e o melhor: da safra 2012! Com bons doze anos de vida! O que esperar? Eu tive algumas boas surpresas. Então lá vamos nós de novo! Desarrolhei a garrafa, o vinho inundou a taça, aromas se manifestam, a cor, linda e granada, com um incomum brilho excita os olhos que estimulam os outros sentidos e..voilá!

O vinho que degustei e gostei veio da região de Valdepeñas, na Espanha, e se chama El Artista Gran Reserva, um 100% Tempranillo, da safra 2012! Alguns portais que falam sobre vinho repercutiu a chegada do El Artista, bem como confirmando o sucesso de vendas do El Artista Gran Reserva, o que é fantástico! Leia aqui uma das repercussões feitas para o rótulo!

Então antes de descrever o vinho contemos um pouco da história da Denominação de Origem (DO) de Valdepeñas e o seu terroir.

Valdepeñas

A D.O. Valdepeñas fica ao sul de Castilla La Mancha no centro da Espanha. Trata-se de uma região muito propícia para o cultivo da vinha, com um clima continental de baixo índice pluviométrico, e que registra temperaturas extremas, com máximas que superam os 40°C, e mínimas que podem ser inferiores a -10°C.

Valdepeñas

Os solos, pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, obrigam as raízes das videiras a se desenvolverem, a se aprofundarem e a se fortalecerem. Nesse cenário, cultivam-se uvas que alcançam boa maturação, e que são capazes de produzir vinhos muito estruturados, complexos, aromáticos e de coloração muito profunda.

Anualmente, são produzidos cerca de 57 milhões de litros de vinho rotulados com a denominação Valdepeñas, sendo que quase 40% da produção são destinadas à exportação da Espanha para outros países.

A grande maioria dos vinhos de Valdepeñas, cerca de 77% deles, são tintos. Os brancos representam cerca de 18%, e os rosés de Valdepeñas, tradicionalmente famosos, representam apenas 5%.

A notoriedade de Valdepeñas encontra sua origem em vinhos rosés do passado, que foram lentamente dando lugar a tintos elegantes, sempre aveludados e frutados, que podem ser jovens ou envelhecidos em barris de carvalho.

A variedade mais importante de Valdepeñas é sem dúvida, a Tempranillo, que também é conhecida nessa região como Cencibel. Outras uvas autorizadas para cultivo em Valdepeñas são as tintas Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot, além das brancas Airén, Macabeo, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Moscatel de Grano Menudo e Verdejo.

Denominação de Origem e história

A Denominação de Origem Valdepeñas nasceu em 1932 conforme consta do Estatuto do Vinho, a produção de vinho na região remonta ao século V aC, como comprovam os estudos científicos do sítio ibérico "Cerro de las Cabezas" localizado geograficamente dentro da área que hoje é a sua área de produção.

Foi em 1968 que a Denominação de Origem Valdepeñas foi dotada do seu primeiro regulamento, que durou até 2009, altura em que se constituiu como Associação Interprofissional, criando o quadro de trabalho entre produtores e adegas, pela qualidade diferenciada no processo de viticultura e a produção e engarrafamento dos seus vinhos.

Apesar de ser mundialmente reconhecida como "Denominação de Origem Valdepeñas", sua área de produção inclui dez municípios: Valdepeñas, Alcubillas, Moral de Calatrava, San Carlos del Valle, Santa Cruz de Mudela, Torrenueva, parte do distrito Torre de Juan Abad, Granátula de Calatrava, Alhambra e Montiel.


E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, escuro, mas com reflexos granada, algo de atijolado que denota os seus dez anos de garrafa, com algumas lágrimas finas, razoavelmente lentas, mas que desenham as bordas do copo.

No nariz fica o destaque para a sinergia, a harmonia entre as notas amadeiradas e frutadas. O carvalho, com seus 18 meses estagiando, trouxe traços abaunilhados, de defumado, couro e especiarias, diria pimenta. As frutas pretas maduras, como amoras, ameixas e cereja, denunciam uma das genuínas características da Tempranillo.

Na boca é seco, untuoso, volumoso, arriscaria vibrante, contudo o tempo o tornou elegante e complexo, o equilíbrio e a harmonia da idade e notória. As notas amadeiradas se faz protagonista, bem como as notas frutadas, como assim revelou no aspecto olfativo, com taninos maduros, domados, com a acidez incrivelmente média e um final solar e persistente.

El Artista Gran Reserva é um vinho complexo, a madeira protagoniza, porém juntamente com as notas frutadas, o que é incrível aos dez anos de vida. Um vinho macio, redondo, equilibrado, entregando a elegância típica de vinhos como esse. Não esperam peso, estrutura ou algo que o valha, afinal 18 meses de barricas de carvalho com outros 18 meses em garrafa, o afinamento trará complexidade, não peso, estrutura. E o mais gratificante é degustar um vinho em uma faixa de preço extremamente acessível. É possível sim degustar um Gran Reserva espanhol com um valor competitivo e que atinja sim a todos os níveis sociais, sem taxar o vinho como aristocrático e de difícil alcance entre os enófilos indistintamente. Uma reverência aos revendedores e a vinícola que provaram que é possível degustar um vinho com tal proposta a um valor justo e possível. Democratizemos a cultura do vinho! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Bodegas Fernando Castro:

A Bodegas Fernando Castro foi fundada em 1850, é a mais antiga adega CLM sob a direção da mesma família. A família Castro começou a produzir vinhos brancos e tintos a partir de uvas cultivadas na sua propriedade em Santa Cruz de Mudela, seguindo os métodos tradicionais da região.

Desde 1895, as Bodegas Fernando Castro estão presentes nos pontos mais importantes do território nacional, graças ao conhecido Comboio do Vinho e posteriormente através da sua própria rede de transportes, conquistando a confiança dos grandes centros de compras.

Com uma localização geográfica imbatível, estando no centro de Espanha, os seus produtos chegam a qualquer ponto da geografia, o que juntamente com a ênfase na qualidade dos seus produtos e eficiência no serviço, tem facilitado a expansão do seu mercado ao máximo desde 70 países para onde exportam atualmente.

A adega Fernando Castro está localizada no centro nevrálgico da Denominação de Origem Valdepeñas. Localizada no extremo sul do planalto ibérico e bem delimitada pela planície de La Mancha a norte, os campos de Montiel a leste, Calatrava a oeste e Serra Morena a sul, Santa Cruz de Mudela preserva o património cultural e gastronómico de A Mancha.

A região contém uma abundância de solos calcários, arenosos e argilosos (avermelhados), atravessados pelo rio Jabalón e bronzeados pelo sol. Terrenos com um clima continental marcado de temperaturas extremas e baixa pluviosidade, onde as temperaturas podem ultrapassar os 40ºC e descer abaixo dos -10ºC.

Viticultores por tradição familiar, Bodegas Fernando Castro tem 380 hectares de vinhas aninhadas em torno da Finca Los Altos, supervisionadas pessoalmente pela família Castro. Os seus vinhos expressam a personalidade de uma região única, situada a 705 metros de altitude e com um clima de temperaturas extremas, os seus solos são pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, condição ideal para o cultivo da vinha.

Mais de 2.500 horas de sol por ano se traduzem em uvas bem maduras e vinhos com maior intensidade de cor, estrutura ideal e poder aromático.

Atualmente, duas gerações da família Castro trabalham juntas, com o apoio inestimável de grandes profissionais que contribuem para a produção, processamento, envelhecimento e comercialização dos seus vinhos, utilizando instalações modernas, confortáveis ​​e funcionais.

Na última década, alargaram a sua gama de produtos a setores novos e emergentes como os vinhos espumantes, vinhos não alcoólicos, vinhos Kosher, vinhos biológicos e até sangrias, garantindo os mesmos níveis de qualidade e serviço nestes novos produtos.

Todos os anos os vinhos são premiados nos mais prestigiados concursos internacionais do mundo, como Berliner Wein Thophy, Mundus Vini, Sakura Japan Awards ou o Best Wine-in-Box da França.

Mais informações acesse:

https://bodegasfernandocastro.es/

Referências:

“Vinos Valdepeñas”: https://vinosvaldepenas.com/denominacion/

“Bardot Vinhos e Artes”: http://www.bardotvinhoseartes.com.br/2015/11/denominacion-de-origen-valdepenas.html