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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

CUMA Cabernet Sauvignon 2016

 




Vinho: CUMA

Casta: Cabernet Sauvignon

Safra: 2016

Região: Salta

País: Argentina

Produtor: Bodega La Rosa (Grupo Peñaflor)

Teor Alcoólico: 13,5%

 

Análise:

Visual: um rubi escuro, fechado, límpido, com reflexos violáceos, lágrimas em abundância, lentas e finas.

Nariz: traz uma explosão de frutas pretas maduras, com destaque para a groselha negra, especiarias, ervas e pimenta preta.

Boca: estruturado, mas macio, frutado, com alguma complexidade, as cerejas se sobressaem, as especiarias são sentidas, com taninos presentes, mas domados e boa acidez, com final persistente e retrogosto frutado.

 

Produtor:

https://grupopenaflor.com.ar/es/bodega-larosa


quarta-feira, 13 de maio de 2020

Crios Torrontés 2013


Não é muito fácil para nós, enófilos brasileiros, encontrar vinhos brancos estruturado, com corpo. O nosso mercado, até também pelas características climáticas, consome brancos mais leves, jovens e diretos, para rápida degustação. Claro que são propostas, seria imprudente fazer comparações de qualidade entre os brancos encorpados e leves, ficando apenas no campo monetário, afinal, os brancos mais encorpados são mais caros que os leves, certamente pelo fato dos primeiros passarem por barricas de carvalho encarecendo o produto, além, é claro, com os altos tributos que incidem sobre o vinho no Brasil. Contudo há castas e rótulos que entregam ao fiel e bom degustador dessa poesia líquida, vinhos de estrutura e com um bom custo, permitindo o investimento sem doer no bolso. Falo da Torrontés! Não há como não ter um legítimo Torrontés argentino na adega. É como a Malbec entre as tintas. A qualidade desta cepa precede a fama da Argentina.

O vinho que degustei e gostei é o excelente Crios da casta Torrontés (100%) da Susana Balbo Wines (Dominio del Plata) da safra 2013, que veio das regiões de Salta, em Cafayate e em Mendoza, no Vale do Uco, sendo um “corte de Torrontés, pois veio de duas regiões distintas, apesar de ser um vinho varietal. A região de Mendoza é mais famosa e emblemática, onde a Argentina é exportada, mas Salta é pouco comentada entre nós brasileiros, então, vamos, antes de falar do vinho, traçar um breve histórico da região.

Salta

Salta é uma sub-região da região do Norte. Tem uma área de vinhos que equivale, em hectare, a 2.919,10, com altitude de seus vinhedos de 1.280 a 3.005 msnm. Suas principais localidades são: Cachi, Molinos (Colomé), Angastaco, San Carlos, Yacochuya e a mais conhecida, Cafayate.


A produção de vinhos em Cafayate é antiga, e a cidade ficou famosa desde 1950 pela qualidade dos seus Torrontés. Essa uva tem uma tendência de produzir um amargor no paladar devido à presença de potássio no solo, e exatamente os solos da região de Cafayate são pobres em potássio, evitando essa característica indesejável nos vinhos de Torrontés. A altitude e as noites frias típicas do local contribuem então para um estilo elegante e delicado dos Torrontés de Salta. Na altitude de Salta o clima desértico oferece intensa luz ultravioleta ao longo do dia e uma importante diferença de temperatura durante a noite, uma variação de mais de 25ºC, constituindo um clima único e especial para a vinicultura. Em algumas localidades não chove nada ao longo do ano, então as águas dos rios de degelo são fundamentais para a vinicultura e para outras culturas locais. Salta teve produção de vinhos desde o século 19, apesar das dificuldades de transporte na região montanhosa e árida. O Torrontés local mereceu especial atenção dos produtores por suas qualidades típicas.

Vamos ao vinho!

Na taça exibe um amarelo ouro, muito brilhante e reluzente com algumas finas lágrimas já denunciando certa estrutura, mas que logo se dissipa.

No nariz um exuberante aroma de flores brancas, com toques generosos de frutas brancas, onde se nota abacaxi, maçã verde, pêssego.

Na boca é untuoso, estruturado, pois é conservado por três meses sobre as borras, mas muito fresco, jovem, frutado, com toques cítricos, rica acidez e um final persistente e agradável.

Um Torrontés que alia complexidade, estrutura, mas que não renuncia seu frescor, jovialidade, sendo macio, fácil de degustar e muito versátil, sobretudo no quesito harmonizações que vai de massas como pizza a carnes brancas. Tem 13% de teor alcoólico. Vale uma curiosidade sobre o nome da linha de vinhos “Crios”: Susana Balbo decidiu, ao criar essa linha de vinhos mais jovens da vinícola, seus filhos que na época, eram crianças, daí o nome “crios” que significa “criança”.

Sobre a enóloga Susana Balbo:

Nascida em uma família tradicional e desafiando as convenções sociais da era Susana, ela decidiu se profissionalizar na produção de vinho. Dessa forma, em 1981, recebeu seu Bacharelado em Enologia como a melhor pós-graduação, tornando-se a primeira enóloga feminina na Argentina. Em 2012, ela foi a única argentina reconhecida pela revista Drinks Business como uma das mulheres mais influentes do mundo do vinho. Em 2015, a mesma publicação reconheceu a "Mulher do ano" (Mulher do ano de 2015 pela The Drinks Business) e, posteriormente em 2018, a nomeou como uma das "As 10 mulheres mais influentes do mundo da veio”. Sua experiência começou em Cafayate, Salta, responsável pela vinícola Michel Torino Sucession, especializada na produção de Torrontés. Depois, trabalhou em vinícolas muito importantes, como Martins e Catena Zapata. Ao longo de mais de 30 anos de carreira, Susana teve a oportunidade de atuar como consultora em importantes vinícolas internacionais em várias regiões vinícolas, o que lhe permitiu estar sempre na vanguarda das tendências do mercado e estilos de vinho. Ela também foi Presidente da Wines of Argentina (WOFA) três vezes (2006-2008, 2008-2010 e 2014-2016) e assumiu o cargo de vice-presidente de 2010 a 2012, tornando-se um ícone da indústria vinícola argentina e mundial.

Sobre a Susana Balbo Wines:

Em 1999, com quase duas décadas oferecendo seu talento ao aconselhamento de empresas nacionais e internacionais do setor vitivinícola, Susana Balbo decidiu realizar seu sonho de ter sua própria vinícola e foi para que Susana Balbo Wines se enraizasse no coração de Luján de Cuyo Mendoza. Após mais de dez anos de constante crescimento nos mercados internacionais, outro sonho se tornou realidade: seus filhos, José, um enólogo da UC Davis (Califórnia) e Ana, formada em Administração de Empresas pela Universidade de Em San Andrés, eles decidiram continuar com a tradição da família e se juntar à equipe Susana Balbo WInes. Nos últimos anos, Susana e sua equipe trabalharam duro para atender aos mais altos padrões de qualidade em nível internacional, demonstrando seu compromisso com os problemas mais importantes do século XXI: segurança alimentar, sustentabilidade e responsabilidade social corporativa.

Mais informações acesse:






Fonte do histórico de Salta: Academia do Vinho, em: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=SALTA

Degustado em: 2018