As primeiras vinhas plantadas na região remetem ao século
XVII, trazidas por exploradores europeus que se fixaram por lá. Durante vários
séculos, fatores como o estilo rudimentar de produção, o Apartheid e a falta de
investimentos mantiveram a cultura vitivinícola sul-africana limitada ao
próprio país.
Somente no início do século XX, com a formação da cooperativa
KWV, que a África do Sul começou a responder por todo o controle de qualidade
do vinho que se produzia por lá, e seus rótulos passaram a chamar a atenção do
mercado internacional, dando início a um processo de exportação que conta,
inclusive, com selos de qualidade específicos para a atividade.
A proximidade da Cidade do Cabo facilita o acesso dos
visitantes às inúmeras rotas vinícolas e turísticas de Western Cape, que
incluem experiências como caminhadas, degustações por suas muitas bodegas, além
de ótimos restaurantes e hospedagens em suas pequenas e aconchegantes cidades,
a maioria em estilo europeu.
Coastal Region
A indústria vitivinícola da África do Sul tem suas origens na
Coastal Region, mais especificamente nas áreas de Constantia e Stellenbosch, onde
se iniciou a história vitivinícola do país.
E foi Simon Van Der Stel, segundo governador do Cabo, quem
cultivou pela primeira vez uma fazenda vitivinícola em Constantia, além de ser
o responsável por fundar a cidade de Stellenbosch em 1679.
Coastal Region é uma referência na viticultura da África do
Sul, graças à diversidade de áreas vitivinícolas, à perfeita adaptação das
principais variedades e às condições de cultivo.
Essa região é considerada a mais importante em termos de
cultivo de vinhedo. E tem uma longa história na elaboração de grandes e
prestigiados vinhos. Trata-se de uma das 6 regiões vitícolas inclusas em
Western Cape. Que ao mesmo tempo se subclassifica em 7 regiões: Cape Point;
Darling; Paarl; Stellenbosch; Swartland; Tulbagh e Tygerberg.
Mesmo sendo seu clima descrito como principalmente
mediterrâneo, os ventos dos oceanos Atlântico e Índico, junto com a influência
da montanha, combinam-se para produzir condições algo extremas em algumas áreas
da região, aproximando mais sua viticultura de um modelo de clima frio, como o
da Nova Zelândia ou o do norte da Europa, ampliando a gama de mesoclimas na
região.
E agora finalmente o vinho!
Na taça revela um rubi intenso, escuro, com halos atijolados
denotando os sete anos de garrafa, com lágrimas grossas, lentas e em profusão.
No nariz traz aromas envolventes de frutas pretas maduras,
com destaque para amoras, ameixa preta, quase em compota, com as notas
amadeiradas em evidência, mas muito bem integrada, graças aos 15 meses em
barricas de carvalho, que entregam chocolate, defumado, leve tosta, com o
herbáceo, o pimentão, típico da Cabernet Sauvignon.
Na boca é seco, macio, elegante, graças aos sete anos de
garrafa, mostrando-se redondo, mas com muita personalidade, revelando
equilíbrio. As notas frutadas são perceptíveis, como no aspecto olfativo, com a
madeira protagonizando, trazendo taninos amáveis e domados, mas gulosos, com acidez
incrivelmente proeminente e salivante e um final de média persistência e de
retrogosto frutado.
“Tormentoso” faz referência ao Cabo da Boa Esperança que,
primitivamente era conhecido como “Cabo das Tormentas”, sendo batizado por
Bartholomeu Dias, devido as várias tempestades (tormentas) que aconteciam e
ainda, claro, acontecem nesse ponto no Sul da África do Sul. Tudo indica que a
Rainha de Portugal não gostou do nome, mudando para o que conhecemos hoje. Mais
uma vez a prova cabal de que a história anda de mãos dadas com o vinho, a
cultura não é só da vinificação. Um vinho macio, elegante, complexo, com notas
frutadas, de frutas maduras, como tem de ser os bons sul-africanos com essa característica.
Tem 13,5% de teor alcoólico.
Sobre a MAN Family Wines:
"Tudo começou como um plano simples: fazer um vinho que
adoraríamos comprar", assim começa a história da MAN Family Wines com a
missão dos irmãos Tyrrel e Philip Myburgh, além de José Conde, que começaram a
fazer vinho juntos em 2001.
Eles também são apoiados por um grupo de viticultores da
região de Agter-Paarl. Das primeiras 300 caixas feitas em um galpão de trator,
a empresa cresceu para produzir mais de 175.000 caixas por ano e exportar para
25 países. Seus vinhos mais vendidos são Chenin blanc e Cabernet Sauvignon, mas
a área também é conhecida por Shiraz e Pinotage.
Depoimentos dos fundadores:
Como jovens produtores
de vinho em 2001, às vezes lutávamos para encontrar vinhos decentes que
pudéssemos pagar. Meu irmão Philip e eu estávamos envolvidos com a vinícola de
nossa família (Joostenberg Wines) e José estava ocupado com a dele (Stark-Condé
Wines).
Não estávamos
procurando garrafas de rockstar que custam uma fortuna. Mas tínhamos padrões
bastante elevados (em nossa opinião) e queríamos vinhos que pudéssemos
desfrutar com nossos amigos, a maioria dos quais também trabalhava na indústria
do vinho.
Nós éramos geeks do
vinho que precisavam de um vinho todos os dias. Vimos um nicho no mercado e
começamos a trabalhar, mas primeiro tivemos que pensar em um nome para este
novo projeto. Para manter a paz nas famílias, pegamos as iniciais de nossas
esposas (cada um de nós tem uma esposa!) — e foi assim que explicamos a Marie,
Anette e Nicky que estaríamos “ocupados” na maioria dos fins de semana. "É
para você!" Nós dissemos a eles. Imediatamente começamos a trabalhar em um
antigo galpão de trator e naquele primeiro ano fizemos um total de 600 caixas
de Pinotage.
Tyrrel Myburgh, co-fundador.
Desde o início, nos
concentramos em buscar as melhores uvas. Nunca se tratou de um equipamento
novinho em folha ou de uma adega sofisticada. Tyrrel e eu costumávamos passear
olhando os vinhedos todo fim de semana, conversando com os viticultores.
Na verdade, foi Tyrrel
quem fez a maior parte das primeiras negociações - fiquei para trás no caminhão
porque, como um americano com sotaque forte, não era a pessoa mais adequada
para convencer os fazendeiros de que merecíamos suas uvas. Era importante ganhar
sua confiança se quiséssemos ganhar seus melhores frutos.
Quando finalmente
encontramos nosso fundamento, o projeto MAN tornou-se uma colaboração com os
produtores de uva, e hoje eles são acionistas de nossa empresa. Temos muita
sorte de estar em parceria com agricultores experientes que cultivam
coletivamente algumas das melhores vinhas velhas de Chenin Blanc do país. Estou
muito otimista sobre o potencial dos vinhos sul-africanos no mercado mundial.
José Conde, co-fundador.
Mais informações acesse:
https://manwines.com/
Referências:
“Wikipedia”: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_da_Boa_Esperan%C3%A7a
“Revista Sociedade da Mesa”: https://revista.sociedadedamesa.com.br/2017/02/coastal-region-origem-da-viticultura-na-africa-do-sul/
“Vinho Virtual”: https://www.vinhovirtual.com.br/regioes-12-Coastal-Region
“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/quais-sao-principais-areas-vinicolas-da-africa-do-sul_11990.html
“Vinho Capital”: https://vinhocapital.com/tag/wine/page/3/
“Wine”: https://www.wine.com.br/winepedia/enoturismo/western-cape-a-gigante-sul-africana/?doing_wp_cron=1611015613.7245669364929199218750#:~:text=Localizada%20a%20sudoeste%20da%20%C3%81frica,alguns%20de%20seus%20principais%20destaques.
“Wine ZO”: https://wine.co.za/wine/wine.aspx?WINEID=41878