O primeiro
Pinot Noir a gente nunca esquece. Pois é, foi minha primeira experiência com um
vinho desta cepa, tão delicada e de difícil produção, uma uva bastante sensível
às alterações de clima e de solo, podendo apresentar grandes variações entre
safras e terroirs diferentes. E veio da França, justo a França que é o berço da
cepa, que faz dela tão delicada, tão elegante, uma verdadeira poesia líquida que
se comunica, que declama a sua beleza e seu sabor em nosso palato. A Pinot Noir
é a mais delicada e complexa, sendo bastante vulnerável a apodrecimento e mofo
durante o cultivo. Cultivá-la fora da Borgonha, sua terra natal, é uma
verdadeira arte que exige muito conhecimento e técnica.
E o vinho
que degustei e gostei desta incrível cepa veio da emblemática região da Alsácia
da Maison Lorentz, e é o Gustave Lorentz Réserve da safra 2016, um 100% Pinot
Noir, com apelação controlada alsaciana (Appellation Alsace Contrólee).
No aspecto
visual conta com um vermelho granada, violeta, claro, com um brilho envolvente
e muito atraente, com poucas lágrimas e de rápida dissipação.
No nariz é
uma explosão de frutas vermelhas como groselha, ameixa, cereja, muito
expressivo e agradável, típico da Pinot Noir.
Na boca são
reproduzidas as notas frutadas, sendo, claro, muito frutado, elegante, redondo,
muito fresco e delicado. Taninos sedosos e uma acidez muito interessante,
instigante ao paladar.
Um vinho que
expressa o terroir francês, com muita tipicidade, revelando um Pinot Noir
jovem, fresco, delicado e muito refinado, com seus 13% de teor alcoólico.
Sobre a
Maison Lorentz:
A primeira
menção da família Lorentz na comuna de Ribeauvillé remonta ao final da Guerra
dos Trinta Anos, na segunda metade do século XVII. Eles eram proprietários ou
cooperadores, bem como "gourmets", o antigo nome dado aos
comerciantes de vinho, que lhes dava um status importante na comunidade local. Em
1748, o viticultor e ferreiro Jean-Georges Lorentz foi o primeiro a se
estabelecer em Bergheim, que mais tarde se tornou o coração do nosso domaine. Seu
filho, Pierre Lorentz, era casado com a filha mais nova do prefeito da época
(Nicolas Schmitt). Gerações passaram com o nascimento de Jacques Lorentz em
1798 e Charles Lorentz em 1836. Nesse mesmo ano, a Maison Lorentz foi fundada
na comuna de Bergheim. Hoje, Georges Lorentz tem a honra de administrar a
propriedade, sete gerações depois. No final do século XIX, Gustave Lorentz deu
nova vida à empresa, decidindo se concentrar apenas no lado vitivinícola do
negócio. Mas os tempos eram difíceis: uma série de más colheitas desencorajava
os viticultores. Além disso, com a Alsácia anexada pelo império alemão, seus
vinhos agora eram usados para aumentar as misturas de vinhos alemães. E como
os infortúnios nunca acontecem sozinhos, a partir de 1905, as vinhas foram
devastadas pela filoxera. Após a Segunda Guerra Mundial, o filho, Charles
Lorentz, assumiu o trabalho de seu pai e construiu o negócio da família
comprando videiras de outros domínios. As instalações foram modernizadas e não
faltaram oportunidades comerciais. Nossa visão se tornou cada vez mais focada e
alojada em nosso DNA: produzir vinhos de qualidade das melhores encostas de
Bergheim. A recompensa por essa perseverança teimosa foi a classificação de
Altenberg de Bergheim e Kanzlerberg como locais Grand Cru em 1983. Hoje, a
Maison Gustave Lorentz exporta seus vinhos para 60 países e realiza 55% de seu
faturamento anual no exterior. Além de mostrar a alta qualidade dos terroirs de
Bergheim na França e no mundo, a Maison Gustave Lorentz se posicionou como
embaixadora dos vinhos da Alsácia em geral - prova de sua diversidade, qualidade
e individualidade.
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