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sexta-feira, 23 de junho de 2023

Venta Real Gran Reserva Tempranillo 2013

 

Tenho me aventurado, o que atualmente não é uma grande novidade, pelos vinhos espanhóis, mas não apenas em uma ou duas regiões, daquelas mais famosas e faladas pelos especialistas e influenciadores dos vinhos, mas aquelas pouco desbravadas que geralmente são observadas com certo preconceito, rejeição.

Principalmente quando se fala nos “vinhos de volume”! Talvez esteja sendo inocente ou aquele que não quer olhar para uma suposta realidade geralmente engendrada e construída por um segmento que tem forte influência no vinho, mas o fato que já degustei alguns rótulos com essa concepção, muito interessantes.

E uma dessas regiões na Espanha é Castilla La Mancha. É a região que mais produz vinhos naquele país, e parece ser uma heresia falar de vinhos dessa região por aqui no Brasil, só valendo se for Rioja, Priorat ou Ribera del Duero. Mas será que somente esses são bons?

Evidente que são regiões emblemáticas, tradicionais, importantes e que merecem seu lugar de destaque e importância, mas penso ser uma temeridade negligenciar as outras tantas regiões da Espanha e olhe que são muitas!

Castilla La Mancha traz vários terroirs divididos em algumas microrregiões e uma vem ganhando alguma repercussão aqui em nossas terras, falo de Valdepenãs. Acredito que a região teve o descortinar no Brasil por intermédio da linha “Pata Negra”, lembro-me bem disso. Mas apesar do sucesso desses rótulos a região ainda não tem aquela representatividade e credibilidade no Brasil.

Porém atualmente temos tido algumas opções de rótulos da região e o exemplo são os vinhos da Bodega Fernando Castro. Trata-se de uma das mais antigas vinícolas administradas pela mesma família desde 1850 em toda Castilla La Mancha. História tem e bons vinhos também. Degustei o El Artista Gran Reserva e Raíces Gran Reserva, ambos da safra 2012, e surpreenderam pela elegância e complexidade.

E dessa vez mais um rótulo Gran Reserva e de idade: Um 2013! Já com seus dez anos de garrafa! Mais um espanhol e com anos de garrafa, uma combinação que confesso me excitar quando vou degustar e antes, na decisão de compra. Não preciso dizer da animação em tê-lo em taça.

Dessa vez será um 100% Tempranillo! Adoro os vinhos que levam essa variedade e que passam, estagiam por longo tempo em barricas de carvalho, simplesmente, definitivamente a Tempranillo se dá muito bem com a madeira e adquiri uma complexidade, estrutura e personalidade como poucas.

Então vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio de Valdepenãs, localizada na região espanhola de Castilla La Mancha, e se chama Venta Real, um Gran Reserva da safra 2013, com a casta Tempranillo. E para não perder o costume, vamos de história, vamos de Valdepenãs.

Valdepeñas

A D.O. Valdepeñas fica ao sul de Castilla La Mancha no centro da Espanha. Trata-se de uma região muito propícia para o cultivo da vinha, com um clima continental de baixo índice pluviométrico, e que registra temperaturas extremas, com máximas que superam os 40°C, e mínimas que podem ser inferiores a -10°C.

Os solos, pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, obrigam as raízes das videiras a se desenvolverem, a se aprofundarem e a se fortalecerem. Nesse cenário, cultivam-se uvas que alcançam boa maturação, e que são capazes de produzir vinhos muito estruturados, complexos, aromáticos e de coloração muito profunda.

Valdepenas

Os solos, pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, obrigam as raízes das videiras a se desenvolverem, a se aprofundarem e a se fortalecerem. Nesse cenário, cultivam-se uvas que alcançam boa maturação, e que são capazes de produzir vinhos muito estruturados, complexos, aromáticos e de coloração muito profunda.

Anualmente, são produzidos cerca de 57 milhões de litros de vinho rotulados com a denominação Valdepeñas, sendo que quase 40% da produção são destinadas à exportação da Espanha para outros países.

A grande maioria dos vinhos de Valdepeñas, cerca de 77% deles, são tintos. Os brancos representam cerca de 18%, e os rosés de Valdepeñas, tradicionalmente famosos, representam apenas 5%.

A notoriedade de Valdepeñas encontra sua origem em vinhos rosés do passado, que foram lentamente dando lugar a tintos elegantes, sempre aveludados e frutados, que podem ser jovens ou envelhecidos em barris de carvalho.

A variedade mais importante de Valdepeñas é sem dúvida, a Tempranillo, que também é conhecida nessa região como Cencibel. Outras uvas autorizadas para cultivo em Valdepeñas são as tintas Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot, além das brancas Airén, Macabeo, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Moscatel de Grano Menudo e Verdejo.

Denominação de Origem e história

A Denominação de Origem Valdepeñas nasceu em 1932 conforme consta do Estatuto do Vinho, a produção de vinho na região remonta ao século V aC, como comprovam os estudos científicos do sítio ibérico "Cerro de las Cabezas" localizado geograficamente dentro da área que hoje é a sua área de produção.

DO Valdepenas

Foi em 1968 que a Denominação de Origem Valdepeñas foi dotada do seu primeiro regulamento, que durou até 2009, altura em que se constituiu como Associação Interprofissional, criando o quadro de trabalho entre produtores e adegas, pela qualidade diferenciada no processo de viticultura e a produção e engarrafamento dos seus vinhos.

Apesar de ser mundialmente reconhecida como "Denominação de Origem Valdepeñas", sua área de produção inclui dez municípios: Valdepeñas, Alcubillas, Moral de Calatrava, San Carlos del Valle, Santa Cruz de Mudela, Torrenueva, parte do distrito Torre de Juan Abad, Granátula de Calatrava, Alhambra e Montiel.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um rubi intenso, quase escuro, com halos granada, com lágrimas finas, lentas e em profusão que desenham o bojo do copo.

No nariz mostrou-se tímido nos aromas no início da degustação, mas foi abrindo e ao volatizar mostrou notas discretas de frutas maduras, já em compota, com a presença marcante da madeira, graças aos 18 meses em barricas de carvalho, que entrega um tostado, especiarias, tabaco, couro e algo de terra molhada.

Na boca revela maciez, elegância, mas dosada a uma boa complexidade, garantindo alguma personalidade, uma boa evolução aos dez anos de idade. A madeira protagoniza em convergência com as frutas maduras, com toques de chocolate, de carvalho. Tem taninos com alguma presença, mas maduros, domados, com acidez discreta e um final de média persistência.

O Venta Real Gran Reserva é um vinho complexo, a madeira protagoniza, porém juntamente com as notas frutadas, o que é incrível aos 10 anos de vida. Um vinho macio, redondo, equilibrado, entregando a elegância típica de vinhos como esse. Não esperem peso, estrutura ou algo que o valha, afinal 18 meses de barricas de carvalho trará afinamento, trará complexidade e estrutura, não peso. E o mais gratificante é degustar um vinho em uma faixa de preço extremamente acessível. É possível sim degustar um Gran Reserva espanhol com um valor competitivo e que atinja sim a todos os níveis sociaisl. Democratizemos a cultura do vinho! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Bodegas Fernando Castro:

A Bodegas Fernando Castro foi fundada em 1850, é a mais antiga adega CLM sob a direção da mesma família. A família Castro começou a produzir vinhos brancos e tintos a partir de uvas cultivadas na sua propriedade em Santa Cruz de Mudela, seguindo os métodos tradicionais da região.

A adega Fernando Castro está localizada no centro nevrálgico da Denominação de Origem Valdepeñas. Localizada no extremo sul do planalto ibérico e bem delimitada pela planície de La Mancha a norte, os campos de Montiel a leste, Calatrava a oeste e Serra Morena a sul, Santa Cruz de Mudela preserva o património cultural e gastronómico de A Mancha.

A região contém uma abundância de solos calcários, arenosos e argilosos (avermelhados), atravessados pelo rio Jabalón e bronzeados pelo sol. Terrenos com um clima continental marcado de temperaturas extremas e baixa pluviosidade, onde as temperaturas podem ultrapassar os 40ºC e descer abaixo dos -10ºC.

Viticultores por tradição familiar, Bodegas Fernando Castro tem 380 hectares de vinhas aninhadas em torno da Finca Los Altos, supervisionadas pessoalmente pela família Castro. Os seus vinhos expressam a personalidade de uma região única, situada a 705 metros de altitude e com um clima de temperaturas extremas, os seus solos são pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, condição ideal para o cultivo da vinha.

Mais de 2.500 horas de sol por ano se traduzem em uvas bem maduras e vinhos com maior intensidade de cor, estrutura ideal e poder aromático.

Atualmente, duas gerações da família Castro trabalham juntas, com o apoio inestimável de grandes profissionais que contribuem para a produção, processamento, envelhecimento e comercialização dos seus vinhos, utilizando instalações modernas, confortáveis ​​e funcionais.

Na última década, alargaram a sua gama de produtos a setores novos e emergentes como os vinhos espumantes, vinhos não alcoólicos, vinhos Kosher, vinhos biológicos e até sangrias, garantindo os mesmos níveis de qualidade e serviço nestes novos produtos.

Todos os anos os vinhos são premiados nos mais prestigiados concursos internacionais do mundo, como Berliner Wein Thophy, Mundus Vini, Sakura Japan Awards ou o Best Wine-in-Box da França.

Mais informações acesse:

https://bodegasfernandocastro.es/              

Referências:

“Vinos Valdepeñas”: https://vinosvaldepenas.com/denominacion/

“Bardot Vinhos e Artes”: http://www.bardotvinhoseartes.com.br/2015/11/denominacion-de-origen-valdepenas.html

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 










domingo, 2 de abril de 2023

Raíces Gran Reserva Tempranillo 2012

 

A Espanha definitivamente entrou no meu radar! A cada dia e cada oferta de rótulos, que são muitos, descubro novas e atraentes regiões que compõe o cenário vitivinícola espanhol. E o melhor: a preços igualmente atraentes.

Porém há certa rejeição quando se fala em valores, principalmente valores baixos de alguns rótulos da Espanha, mais precisamente aos vinhos que ostentam as nomenclaturas “crianza”, “reserva” e “gran reserva”.

Parece que existe um custo alto a se pagar por rótulos mais baratos de regiões que não gozam de fama da Espanha, como Navarra, Catalunha, Valência etc. Há uma “distinta” rejeição quando se fala ou menciona quaisquer rótulos que não seja Rioja, Priorat ou Ribera del Duero.

Mas antes de valores preconizo, de forma unânime, o garimpo às regiões espanholas, a busca por novos terroirs, isso sim é o mais importante de tudo! E tenho me aventurado com um prazer único! Grandes e fantásticas surpresas vem surgindo a cada rótulo, a cada degustação!

E uma, em especial, não posso deixar de comentar, fica na maior região produtora de vinhos da Espanha, ou melhor, sub-região, Valdepeñas. Essa região ficou um pouco mais conhecida graças aos vinhos da linha “Pata Negra” e, mais tarde, da linha “Anciano” que teve uma agressiva propaganda de marketing de um ´popular e-commerce brasileiro.

A propósito tive o privilégio de degustar dois rótulos, em uma espécie de “mini-vertical” com um grande amigo em meu aniversário, da linha Anciano Gran Reserva, das safras 20062008 e simplesmente foi espetacular degustar vinhos de mais de uma década de vida e ainda vivos, plenos e com muitos e muitos anos pela frente!

E isso, a longevidade, me atrai também. Vinhos que se degustam na plenitude de suas características e que entregam tipicidade, qualidade, com expressão do terroir e melhor, com valores extremamente interessantes.

E há também outro ponto interessante:  produtor, a vinícola. Será a minha segunda experiência com os rótulos da Bodegas Fernando Castro, que conheci com o El Artista Gran Reserva Tempranillo da safra 2012 e que surpreendeu de forma positiva quando o degustei quando tinha 10 anos de garrafa!

Então sem mais delongas vamos às apresentações do “novo” vinho! O vinho que degustei e gostei veio, como disse, de Valdepeñas, de Castilla La Mancha, na Espanha, e se chama Raíces Gran Reserva, um 100% Tempranillo, da safra 2012. Para variar, vamos de história, vamos de Valdepeñas.

Valdepeñas


A D.O. Valdepeñas fica ao sul de Castilla La Mancha no centro da Espanha. Trata-se de uma região muito propícia para o cultivo da vinha, com um clima continental de baixo índice pluviométrico, e que registra temperaturas extremas, com máximas que superam os 40°C, e mínimas que podem ser inferiores a -10°C.

Valdepeñas

Os solos, pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, obrigam as raízes das videiras a se desenvolverem, a se aprofundarem e a se fortalecerem. Nesse cenário, cultivam-se uvas que alcançam boa maturação, e que são capazes de produzir vinhos muito estruturados, complexos, aromáticos e de coloração muito profunda.

Anualmente, são produzidos cerca de 57 milhões de litros de vinho rotulados com a denominação Valdepeñas, sendo que quase 40% da produção são destinadas à exportação da Espanha para outros países.

A grande maioria dos vinhos de Valdepeñas, cerca de 77% deles, são tintos. Os brancos representam cerca de 18%, e os rosés de Valdepeñas, tradicionalmente famosos, representam apenas 5%.

A notoriedade de Valdepeñas encontra sua origem em vinhos rosés do passado, que foram lentamente dando lugar a tintos elegantes, sempre aveludados e frutados, que podem ser jovens ou envelhecidos em barris de carvalho.

A variedade mais importante de Valdepeñas é sem dúvida, a Tempranillo, que também é conhecida nessa região como Cencibel. Outras uvas autorizadas para cultivo em Valdepeñas são as tintas Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot, além das brancas Airén, Macabeo, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Moscatel de Grano Menudo e Verdejo.

Denominação de Origem e história

A Denominação de Origem Valdepeñas nasceu em 1932 conforme consta do Estatuto do Vinho, a produção de vinho na região remonta ao século V aC, como comprovam os estudos científicos do sítio ibérico "Cerro de las Cabezas" localizado geograficamente dentro da área que hoje é a sua área de produção.


Foi em 1968 que a Denominação de Origem Valdepeñas foi dotada do seu primeiro regulamento, que durou até 2009, altura em que se constituiu como Associação Interprofissional, criando o quadro de trabalho entre produtores e adegas, pela qualidade diferenciada no processo de viticultura e a produção e engarrafamento dos seus vinhos.

Apesar de ser mundialmente reconhecida como "Denominação de Origem Valdepeñas", sua área de produção inclui dez municípios: Valdepeñas, Alcubillas, Moral de Calatrava, San Carlos del Valle, Santa Cruz de Mudela, Torrenueva, parte do distrito Torre de Juan Abad, Granátula de Calatrava, Alhambra e Montiel.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi com intensidade, com pouco brilho e halos acastanhados, em tons granada, já denotando os 11 anos de idade, além de lágrimas finas, lentas e em profusão.

No nariz explodem em complexidade a começar com as notas frutadas, frutas pretas e vermelhas já passadas, em estágio de geleia, com a madeira também assumindo o protagonismo, entregando toques de baunilha, torrefação, chocolate, além da rusticidade com destaque para o couro, tabaco, defumado, terra molhada e especiarias.

Na boca revela um misto de potência e elegância! Um vinho austero, maduro, mas macio, redondo, uma estrutura perfeitamente harmônica e equilibrada. As frutas em compota aparecem e está em plena convergência com a madeira, sendo complexo e aveludado. Percebe-se a baunilha, a torrefação, discreto café torrado e chocolate, com taninos domados, mas ainda presentes, com acidez correta e um final de média persistência.

O Raíces Gran Reserva é um vinho complexo, a madeira protagoniza, porém juntamente com as notas frutadas, o que é incrível aos 11 anos de vida. Um vinho macio, redondo, equilibrado, entregando a elegância típica de vinhos como esse. Não esperem peso, estrutura ou algo que o valha, afinal 18 meses de barricas de carvalho com outros 18 meses em garrafa, o afinamento trará complexidade e estrutura, não peso. E o mais gratificante é degustar um vinho em uma faixa de preço extremamente acessível. É possível sim degustar um Gran Reserva espanhol com um valor competitivo e que atinja sim a todos os níveis sociais, sem taxar o vinho como aristocrático e de difícil alcance entre os enófilos indistintamente. Uma reverência aos revendedores e a vinícola que provaram que é possível degustar um vinho com tal proposta a um valor justo e possível. Democratizemos a cultura do vinho! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Bodegas Fernando Castro:

A Bodegas Fernando Castro foi fundada em 1850, é a mais antiga adega CLM sob a direção da mesma família. A família Castro começou a produzir vinhos brancos e tintos a partir de uvas cultivadas na sua propriedade em Santa Cruz de Mudela, seguindo os métodos tradicionais da região.

Desde 1895, as Bodegas Fernando Castro estão presentes nos pontos mais importantes do território nacional, graças ao conhecido Comboio do Vinho e posteriormente através da sua própria rede de transportes, conquistando a confiança dos grandes centros de compras.

Com uma localização geográfica imbatível, estando no centro de Espanha, os seus produtos chegam a qualquer ponto da geografia, o que juntamente com a ênfase na qualidade dos seus produtos e eficiência no serviço, tem facilitado a expansão do seu mercado ao máximo desde 70 países para onde exportam atualmente.

A adega Fernando Castro está localizada no centro nevrálgico da Denominação de Origem Valdepeñas. Localizada no extremo sul do planalto ibérico e bem delimitada pela planície de La Mancha a norte, os campos de Montiel a leste, Calatrava a oeste e Serra Morena a sul, Santa Cruz de Mudela preserva o património cultural e gastronómico de A Mancha.

A região contém uma abundância de solos calcários, arenosos e argilosos (avermelhados), atravessados pelo rio Jabalón e bronzeados pelo sol. Terrenos com um clima continental marcado de temperaturas extremas e baixa pluviosidade, onde as temperaturas podem ultrapassar os 40ºC e descer abaixo dos -10ºC.

Viticultores por tradição familiar, Bodegas Fernando Castro tem 380 hectares de vinhas aninhadas em torno da Finca Los Altos, supervisionadas pessoalmente pela família Castro. Os seus vinhos expressam a personalidade de uma região única, situada a 705 metros de altitude e com um clima de temperaturas extremas, os seus solos são pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, condição ideal para o cultivo da vinha.

Mais de 2.500 horas de sol por ano se traduzem em uvas bem maduras e vinhos com maior intensidade de cor, estrutura ideal e poder aromático.

Atualmente, duas gerações da família Castro trabalham juntas, com o apoio inestimável de grandes profissionais que contribuem para a produção, processamento, envelhecimento e comercialização dos seus vinhos, utilizando instalações modernas, confortáveis ​​e funcionais.

Na última década, alargaram a sua gama de produtos a setores novos e emergentes como os vinhos espumantes, vinhos não alcoólicos, vinhos Kosher, vinhos biológicos e até sangrias, garantindo os mesmos níveis de qualidade e serviço nestes novos produtos.

Todos os anos os vinhos são premiados nos mais prestigiados concursos internacionais do mundo, como Berliner Wein Thophy, Mundus Vini, Sakura Japan Awards ou o Best Wine-in-Box da França.

Mais informações acesse:

https://bodegasfernandocastro.es/

Referência:

“Vinos Valdepeñas”: https://vinosvaldepenas.com/denominacion/

“Bardot Vinhos e Artes”: http://www.bardotvinhoseartes.com.br/2015/11/denominacion-de-origen-valdepenas.html

 

 

 












sábado, 17 de setembro de 2022

El Artista Gran Reserva Tempranillo 2012

 

Há quem torça o nariz, rejeite de forma retumbante os vinhos baratos, por achar, entender que não tem qualidade ou no mínimo suspeito de uma audiência, de uma degustação. Você não encontrará complexidade, estrutura, por exemplo, em vinhos baratos! Será?

Estou dando margem à contextualização pelo simples fato de que nem sempre essa afirmativa é regra! Para toda regra há sempre exceções! Aqueles vinhos que você nem esperava certas características pelo simples fato do preço ser baixo, não condizente a valores incipientes! Será que temos de nos render a certos estereótipos?

Não quero e sequer devo entrar em detalhes técnicos que determinam os valores dos vinhos, tais como o processo de vinificação e o vinho engarrafado que, finalmente chega às mesas dos enófilos espalhados pelo mundo. Aquele esquema de processo de produção e produto final.

Sem contar que ainda tem o fator da larga produção que também estão associados a vinhos de baixa qualidade que muitos formadores de opinião do universo do vinho preconizam como tal. Como disse não quero e não devo, como um reles degustador de vinhos, entrar em pormenores sobre esses casos, talvez pelo fato de minha incapacidade técnica ou ignorância perante o caso.

Mas talvez consiga provar o contrário com exemplos práticos. Cases de sucesso que, nada mais é do que a aceitação do enófilo e um viés possível e democrático da entrada de muitos degustadores em potencial ao mundo do vinho ou a possibilidade de explorar novas possibilidades e novas propostas de vinhos de enófilos assalariados, que não tem a chance de degustar vinhos complexos, por exemplo, pelo fato de não ter um alto poder aquisitivo.

Por que estou falando tudo isso? Porque eu tive algumas surpresas surpreendentemente positivas e agradáveis com alguns vinhos espanhóis do “combo” Crianza, Reserva e Gran Reserva tidos como rótulos de complexidade e extrema personalidade o que, para muitos, seria impossível, a priori, por preços, digamos, populares e/ou acessíveis a bolsos menos favorecidos.

Vou citar alguns exemplos de vinhos que degustei e gostei que sempre estarão em meu coração e lembrança tais como o Gran Villa Gran Reserva de 2011, da região de Navarra e o Palácio del Conde Gran Reserva 2015, da região de Valência. Todos na faixa de R$ 40,00 à época da compra, há cerca de um ou dois anos atrás, aproximadamente. É possível?

É possível uma vinícola investir em um rótulo a preços baixos com essa proposta? Digo que sim! Vende pelo volume, uai! E é o que está acontecendo com um vinho que me chamou a atenção pela visibilidade, pelo lindo rótulo e, sobretudo, pela proposta! Será que o vinho é bom? Como eu estou em uma vibe de comprar espanhóis com essa proposta amadeirada e complexa dos Crianzas, Reservas e Gran Reservas, decidi apostar como muitos estão fazendo. No escuro? Talvez sim! Mas escolher e comprar vinhos, penso, é assumir riscos.

Então o comprei e, logo que o vinho deu as caras em minha casa, decidi não demorar muito para degusta-lo e o melhor: da safra 2012! Com bons doze anos de vida! O que esperar? Eu tive algumas boas surpresas. Então lá vamos nós de novo! Desarrolhei a garrafa, o vinho inundou a taça, aromas se manifestam, a cor, linda e granada, com um incomum brilho excita os olhos que estimulam os outros sentidos e..voilá!

O vinho que degustei e gostei veio da região de Valdepeñas, na Espanha, e se chama El Artista Gran Reserva, um 100% Tempranillo, da safra 2012! Alguns portais que falam sobre vinho repercutiu a chegada do El Artista, bem como confirmando o sucesso de vendas do El Artista Gran Reserva, o que é fantástico! Leia aqui uma das repercussões feitas para o rótulo!

Então antes de descrever o vinho contemos um pouco da história da Denominação de Origem (DO) de Valdepeñas e o seu terroir.

Valdepeñas

A D.O. Valdepeñas fica ao sul de Castilla La Mancha no centro da Espanha. Trata-se de uma região muito propícia para o cultivo da vinha, com um clima continental de baixo índice pluviométrico, e que registra temperaturas extremas, com máximas que superam os 40°C, e mínimas que podem ser inferiores a -10°C.

Valdepeñas

Os solos, pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, obrigam as raízes das videiras a se desenvolverem, a se aprofundarem e a se fortalecerem. Nesse cenário, cultivam-se uvas que alcançam boa maturação, e que são capazes de produzir vinhos muito estruturados, complexos, aromáticos e de coloração muito profunda.

Anualmente, são produzidos cerca de 57 milhões de litros de vinho rotulados com a denominação Valdepeñas, sendo que quase 40% da produção são destinadas à exportação da Espanha para outros países.

A grande maioria dos vinhos de Valdepeñas, cerca de 77% deles, são tintos. Os brancos representam cerca de 18%, e os rosés de Valdepeñas, tradicionalmente famosos, representam apenas 5%.

A notoriedade de Valdepeñas encontra sua origem em vinhos rosés do passado, que foram lentamente dando lugar a tintos elegantes, sempre aveludados e frutados, que podem ser jovens ou envelhecidos em barris de carvalho.

A variedade mais importante de Valdepeñas é sem dúvida, a Tempranillo, que também é conhecida nessa região como Cencibel. Outras uvas autorizadas para cultivo em Valdepeñas são as tintas Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot, além das brancas Airén, Macabeo, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Moscatel de Grano Menudo e Verdejo.

Denominação de Origem e história

A Denominação de Origem Valdepeñas nasceu em 1932 conforme consta do Estatuto do Vinho, a produção de vinho na região remonta ao século V aC, como comprovam os estudos científicos do sítio ibérico "Cerro de las Cabezas" localizado geograficamente dentro da área que hoje é a sua área de produção.

Foi em 1968 que a Denominação de Origem Valdepeñas foi dotada do seu primeiro regulamento, que durou até 2009, altura em que se constituiu como Associação Interprofissional, criando o quadro de trabalho entre produtores e adegas, pela qualidade diferenciada no processo de viticultura e a produção e engarrafamento dos seus vinhos.

Apesar de ser mundialmente reconhecida como "Denominação de Origem Valdepeñas", sua área de produção inclui dez municípios: Valdepeñas, Alcubillas, Moral de Calatrava, San Carlos del Valle, Santa Cruz de Mudela, Torrenueva, parte do distrito Torre de Juan Abad, Granátula de Calatrava, Alhambra e Montiel.


E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, escuro, mas com reflexos granada, algo de atijolado que denota os seus dez anos de garrafa, com algumas lágrimas finas, razoavelmente lentas, mas que desenham as bordas do copo.

No nariz fica o destaque para a sinergia, a harmonia entre as notas amadeiradas e frutadas. O carvalho, com seus 18 meses estagiando, trouxe traços abaunilhados, de defumado, couro e especiarias, diria pimenta. As frutas pretas maduras, como amoras, ameixas e cereja, denunciam uma das genuínas características da Tempranillo.

Na boca é seco, untuoso, volumoso, arriscaria vibrante, contudo o tempo o tornou elegante e complexo, o equilíbrio e a harmonia da idade e notória. As notas amadeiradas se faz protagonista, bem como as notas frutadas, como assim revelou no aspecto olfativo, com taninos maduros, domados, com a acidez incrivelmente média e um final solar e persistente.

El Artista Gran Reserva é um vinho complexo, a madeira protagoniza, porém juntamente com as notas frutadas, o que é incrível aos dez anos de vida. Um vinho macio, redondo, equilibrado, entregando a elegância típica de vinhos como esse. Não esperam peso, estrutura ou algo que o valha, afinal 18 meses de barricas de carvalho com outros 18 meses em garrafa, o afinamento trará complexidade, não peso, estrutura. E o mais gratificante é degustar um vinho em uma faixa de preço extremamente acessível. É possível sim degustar um Gran Reserva espanhol com um valor competitivo e que atinja sim a todos os níveis sociais, sem taxar o vinho como aristocrático e de difícil alcance entre os enófilos indistintamente. Uma reverência aos revendedores e a vinícola que provaram que é possível degustar um vinho com tal proposta a um valor justo e possível. Democratizemos a cultura do vinho! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Bodegas Fernando Castro:

A Bodegas Fernando Castro foi fundada em 1850, é a mais antiga adega CLM sob a direção da mesma família. A família Castro começou a produzir vinhos brancos e tintos a partir de uvas cultivadas na sua propriedade em Santa Cruz de Mudela, seguindo os métodos tradicionais da região.

Desde 1895, as Bodegas Fernando Castro estão presentes nos pontos mais importantes do território nacional, graças ao conhecido Comboio do Vinho e posteriormente através da sua própria rede de transportes, conquistando a confiança dos grandes centros de compras.

Com uma localização geográfica imbatível, estando no centro de Espanha, os seus produtos chegam a qualquer ponto da geografia, o que juntamente com a ênfase na qualidade dos seus produtos e eficiência no serviço, tem facilitado a expansão do seu mercado ao máximo desde 70 países para onde exportam atualmente.

A adega Fernando Castro está localizada no centro nevrálgico da Denominação de Origem Valdepeñas. Localizada no extremo sul do planalto ibérico e bem delimitada pela planície de La Mancha a norte, os campos de Montiel a leste, Calatrava a oeste e Serra Morena a sul, Santa Cruz de Mudela preserva o património cultural e gastronómico de A Mancha.

A região contém uma abundância de solos calcários, arenosos e argilosos (avermelhados), atravessados pelo rio Jabalón e bronzeados pelo sol. Terrenos com um clima continental marcado de temperaturas extremas e baixa pluviosidade, onde as temperaturas podem ultrapassar os 40ºC e descer abaixo dos -10ºC.

Viticultores por tradição familiar, Bodegas Fernando Castro tem 380 hectares de vinhas aninhadas em torno da Finca Los Altos, supervisionadas pessoalmente pela família Castro. Os seus vinhos expressam a personalidade de uma região única, situada a 705 metros de altitude e com um clima de temperaturas extremas, os seus solos são pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, condição ideal para o cultivo da vinha.

Mais de 2.500 horas de sol por ano se traduzem em uvas bem maduras e vinhos com maior intensidade de cor, estrutura ideal e poder aromático.

Atualmente, duas gerações da família Castro trabalham juntas, com o apoio inestimável de grandes profissionais que contribuem para a produção, processamento, envelhecimento e comercialização dos seus vinhos, utilizando instalações modernas, confortáveis ​​e funcionais.

Na última década, alargaram a sua gama de produtos a setores novos e emergentes como os vinhos espumantes, vinhos não alcoólicos, vinhos Kosher, vinhos biológicos e até sangrias, garantindo os mesmos níveis de qualidade e serviço nestes novos produtos.

Todos os anos os vinhos são premiados nos mais prestigiados concursos internacionais do mundo, como Berliner Wein Thophy, Mundus Vini, Sakura Japan Awards ou o Best Wine-in-Box da França.

Mais informações acesse:

https://bodegasfernandocastro.es/

Referências:

“Vinos Valdepeñas”: https://vinosvaldepenas.com/denominacion/

“Bardot Vinhos e Artes”: http://www.bardotvinhoseartes.com.br/2015/11/denominacion-de-origen-valdepenas.html











domingo, 7 de março de 2021

El Misionero Crianza Tempranillo 2015

 

Sempre tive dificuldades para encontrar bons vinhos espanhóis. Não sei dizer exatamente o motivo, talvez pelo fato de que eu não tinha conhecimento dos lugares certos, ideais para compra-los ou desconhecia alguns fatores como região, castas autóctones ou coisas que o valham, confesso que o meu interesse por esses quesitos dos vinhos era praticamente nulo. O meu leque aumentou e consequentemente a minha adega com vinhos espanhóis se deram graças a incessante busca, de minha parte, por novas regiões, novas castas, novos pontos de compra. Claro! Era tudo isso que gerava a minha dificuldade para comprar bons rótulos espanhóis com preços mais convidativos e qualidade atestada para o meu humilde palato.

E graças a esse empenho descobri, muito tardiamente, que há uma legislação que regem alguns vinhos, ou melhor, os vinhos espanhóis nas suas mais diversas propostas. E no que tange a proposta, um termo que sempre faço questão de enfatizar, a Espanha delimita esse quesito com honra, com um requinte de detalhe simplesmente incrível! E são vinhos jovens, crianza, reserva, gran reserva, cada um com suas particularidades, seus terroirs na mais pura e evidente essência, regido por uma lei que foi sancionada recentemente, pasmem, no início dos anos 2000. Veja em classificação dos vinhos espanhóis.

E o melhor que essas nomenclaturas são as propostas dos vinhos: amadeirados, complexo nos aromas, no paladar, estruturados, elegantes.... Muitos deles com vocação para guarda, vinhos evoluídos, do jeito que eu gosto, sou um réu confesso dos vinhos evoluídos: penso que tem história para contar, são singulares, diferentes e interessantes. Vinhos espetaculares de um país que é um verdadeiro polo de produção de vinhos.

Hoje, com a cortesia de meu grande e estimado amigo Paulo, meu confrade amigo, teremos um contato imediato com um “crianza”, da casta emblemática da Espanha, Tempranillo, que escreverá uma humilde página em nossa humilde vida de enófilos. O vinho que degustei e gostei veio da região de Castilla La Mancha, um DO, da Espanha, um “crianza” chamado El Misionero, 100% Tempranillo, da safra 2015. Agora o que significa “crianza”? Não se enganem que tenha haver com algo relacionado a “criança”, em uma tradução literal. Então desvendemos.

Crianza

O termo “Crianza”, encontrado em alguns dos rótulos dos vinhos espanhóis, ainda causa muita confusão. Ao contrário do que muitos imaginam, a palavra não está relacionada à jovialidade do vinho (não tem nada a ver com criança). A questão principal ao falar sobre um vinho Crianza é a sua maturação. O termo Crianza em espanhol é aplicado para determinar que àquele vinho passou por um processo em barrica de carvalho, desse modo, entrando em contato com madeira, e com isso, adquirindo corpo.

Geralmente um crianza estagia, no mínimo, seis meses em barrica de carvalho. E o que isso representa? Que é um vinho mais elaborado e que, por ter amadurecido em contato com a madeira, ganhou mais complexidade de aromas e sabores quando comparado a vinhos que não passam por este estágio.

Como todos os vinhos que passam por madeira – e podemos incluir os vinhos Reserva e Gran Reserva – os vinhos Crianza são vinhos com maior volume de aromas, complexidade e sabores. São indicados para uma apreciação paciente e para acompanhar pratos que exijam uma presença de vinhos aromáticos.

Castilla La Mancha, a terra de Dom Quitoxe e os seus Moinhos de Vento

Bem ao centro da Espanha, país com a maior área de vinhas plantadas em todo o mundo e o terceiro maior mercado produtor de vinhos, está localizada a região vitivinícola de Castilla La Mancha. Um território com grande extensão de terra quase que completamente plana, sem grandes elevações.  É nessa macrorregião que se origina quase 50% do total de litros de vinho produzidos anualmente na Espanha.

“Em um lugar em La Mancha, cujo nome eu não quero lembrar, existiu há não muito tempo um cavaleiro, do tipo que mantinha uma lança nunca usada, um escudo velho, um galgo para corridas e um cavalo velho e magro”.

“Dom Quixote de La Mancha ou o Cavaleiro da triste figura” de Miguel de Cervantes.

O nome “La Mancha” tem origem na expressão “Mantxa” que em árabe significa “terra seca”, o que de fato caracteriza a região. Neste território, o clima continental ao extremo provoca grandes diferenças de temperaturas entre verão e inverno. Nos dias quentes de verão os termômetros podem alcançar os 45°C, enquanto nas noites rigorosas de frio intenso do inverno, as temperaturas negativas podem chegar a até -15°C. A irrigação torna-se muitas vezes essencial: além do baixo índice pluviométrico devido ao caráter continental e mediterrâneo do clima, o local se torna ainda mais seco graças ao seu microclima, que impede a entrada de correntes marítimas úmidas. A ocorrência de sol por ano é de aproximadamente 3.000 horas. Esta macrorregião é composta por várias regiões menores, incluindo sete “Denominações de Origem”, das quais se pode destacar La Mancha e Valdepeñenas.


Castilla La Mancha

La Mancha: é a principal região dentre elas, sendo considerada a maior DO da Espanha e a mais extensa zona vinícola do mundo.  O território abrange 182 municípios, distribuídos em quatro províncias: Albacete, Ciudad Real, Cuenca e Toledo. As principais uvas produzidas naquele solo são a uva branca Airen e a popular tinta espanhola Tempranillo, também conhecida localmente como Cencibel.

Valdepeñenas: localizada mais ao sul, mas com as mesmas condições climáticas, tem construído sua boa reputação graças à produção de vinhos de grande qualidade, normalmente varietais da uva Tempranillo ou blends desta com castas internacionais.

A DO La Mancha conta mais de 164.000 hectares de vinhedos plantados. Com isso, é a maior Denominação de Origem do país e a maior área vitivinícola contínua do mundo, abrangendo 182 municípios, divididos em quatro províncias: Albacete, Ciudad Real, Cuenca e Toledo.

As castas mais cultivadas em Castilla de La Mancha são: Airén, Viúra, Sauvignon Blanc e Chardonnay entre as brancas e as tintas são: Tempranillo, Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot e Grenache.

Classificação dos rótulos da DO de Castilla La Mancha:

Jóven: Categoria mais básica, sem passagem por madeira, para ser consumido preferencialmente no mesmo ano da colheita.

Tradicional: Sem passagem por madeira, porém com mais estrutura do que o Jóven.

Envelhecimento em barris de carvalho: Envelhecimento mínimo de 90 dias em barris de carvalho.

Crianza: Envelhecimento natural de dois anos, sendo, pelo menos, seis meses em barris de carvalho.

Reserva: Envelhecimento de, no mínimo, 12 meses em barris de carvalho e 24 meses em garrafa.

Gran Reserva: Envelhecimento de, no mínimo, 18 meses em barris de carvalho e 42 meses em garrafa.

Espumante: Produzidos a partir do método tradicional (segunda fermentação em garrafa), com no mínimo nove meses de autólise.

E agora o grande momento: Sobre o vinho!

Na taça goza de um intenso vermelho rubi, mas com entornos violáceos e uma grande concentração de lágrimas finas que teimavam em se dissipar das paredes da taça.

No nariz a predominância de frutas negras era latente, tais como ameixa, amora e cereja negra, com notas de tabaco, de couro e estrebaria. Não é tão aromático, mas um vinho perfumado, elegante ao olfato.

Na boca é redondo, equilibrado, seco e elegante. Percebe-se também as notas de especiarias, a percepção de pimentão e baunilha é notável, bem como discretas notas amadeiradas, graças aos 10 meses de passagem por barricas de carvalho e mais 15 meses evoluindo na garrafa antes de ser comercializado, conferindo-lhe taninos domados e uma boa acidez revelando um vinho fresco e vivo, além de uma marcante personalidade. Um final de média persistência e retrogosto frutado.

Estudos, cultura, conhecimento, degustações de vinho, novas experiências sensoriais, o vinho é uma múltipla celebração, celebração em todos os seus aspectos, em tudo que essa poesia líquida pode proporcionar, em todos os seus âmbitos. El Misionero Tempranillo, está no auge, vivo, pleno com seus 6 anos de safra, 6 anos de vida, característico desses grandes vinhos, especiais e singulares. A busca incessante pelos vinhos espanhóis me brindou com esses vinhos ricos em aromas, complexos no paladar e com marcante personalidade. Grandioso! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre as Bodegas Fernando Castro:

As Bodegas Fernando Castro foi fundada em 1850, é a vinícola mais antiga de Castilla La Mancha sob a direção da mesma família. A família Castro começou a produzir vinhos brancos e tintos a partir de uvas das suas próprias vinhas em Santa Cruz de Mudela, utilizando os métodos artesanais e tradicionais inerentes à região. Desde 1895, a Bodegas Fernando Castro está presente nos pontos mais importantes do território nacional, graças ao conhecido “Comboio do Vinho”, e posteriormente através da sua rede de transportes própria, conquistando a confiança dos grandes centros de compras. Com uma situação geográfica imbatível, estando no centro de Espanha e centro nevrálgico da Denominação de Origem Valdepeñas, os seus produtos chegam a qualquer ponto da geografia. Esta localização facilitou a expansão de seu mercado para mais de 70 países. Atualmente, duas gerações da família Castro trabalham em conjunto, contando com o inestimável apoio de profissionais de referência que têm contribuído na vinificação, envelhecimento e comercialização dos nossos vinhos, dispondo para o efeito de instalações modernas, sólidas e funcionais. Bodegas Fernando Castro está localizado no coração da Denominação de Origem Protegida Valdepeñas . Situada no extremo sul do planalto ibérico e claramente delimitada pelas planícies de La Mancha ao norte, os campos de Montiel a leste, os de Calatrava a oeste e a Serra Morena a sul, Santa Cruz de Mudela preserva a cultura patrimônio e as tradições culinárias de La Mancha. Nesta região, existem solos calcários abundantes, franco-arenoso e argiloso vermelho-amarelado. Essas terras de clima continental podem ultrapassar as temperaturas máximas de 40 ° C e as mínimas de -10 ° C, e ainda mais baixas, com uma média anual de 16 ° C. Viticultores de tradição familiar, Bodegas Fernando Castro possui 380 hectares de vinhedos, localizados no entorno da Finca Los Altos, supervisionados pessoalmente pela Família Castro. Os seus vinhos expressam a personalidade de uma região única. Localizados a 705 metros acima do nível do mar, os solos são pobres em matéria orgânica e baixa fertilidade, circunstância ideal para o cultivo da uva. Com mais de 2.500 horas de sol por ano, estas características climáticas potenciam o amadurecimento da uva, resultando numa produção de vinho com maior intensidade de cor, ótima estrutura e poder aromático.

Mais informações acesse:

https://bodegasfernandocastro.es/en/

Referências de pesquisa:

“Vinho Blog”: http://blog.vinhosite.com.br/la-mancha-maior-regiao-produtora-vinhos-espanha/

“Blog Vinho Tinto”: https://www.blogvinhotinto.com.br/curiosidades/desvendando-vinhos-crianzas/

“Enologuia”: https://enologuia.com.br/regioes/245-a-regiao-de-castilla-la-mancha-a-terra-de-dom-quixote

“Blog Lovino”: https://blog.lovino.com.br/o-que-e-um-vinho-crianza/

Blog “Enologuia”: https://enologuia.com.br/regioes/245-a-regiao-de-castilla-la-mancha-a-terra-de-dom-quixote#:~:text=Este%20livro%2C%20universalmente%20famoso%2C%20trata,no%20centro%2Fsudeste%20da%20Espanha.&text=Os%20primeiros%20escritos%20da%20cultura,vinhas%20foram%20introduzidas%20pelos%20romanos.

Revista Adega: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/vinhos-dos-moinhos_4580.html

Blog “VinhoSite”: http://blog.vinhosite.com.br/la-mancha-maior-regiao-produtora-vinhos-espanha/