Visual:
traz um vermelho intenso, vivo, límpido, com halos violáceos e lágrimas finas e
lentas.
Nariz:
notas florais e frutadas, um mix de frutas vermelhas e pretas maduras,
compotados, quase em geléia, com toques amadeirados discretos, bem integrados,
com aporte de baunilha e chocolate meio amargo, além de especiarias, algo herbáceo.
Boca:
é macio, com alguma estrutura, cheio, volumoso, as notas frutadas são
perceptíveis, com taninos marcados, mas dóceis, a madeira presente, porém
igualmente discreta, com acidez média e um final persistente.
Sempre tenho a alegria e o prazer de falar que a vinícola
Miolo tem um lugar de destaque em meu coração. Há uma forte ligação afetiva,
além, claro, da questão da qualidade que me une desde sempre.
Os vinhos da Miolo foram os grandes responsáveis por me
iniciar nas degustações dos vinhos de variedades vitis vinífera, sobretudo os
de entrada, que tinha um acesso monetário melhor, por ser barato, bem como as
facilidades de compra, pois os encontrava e ainda encontra em vários
supermercados e atualmente em sites específicos de compra de vinhos.
Ao longo dos anos novas possibilidades de opções de compra me
apresentaram outros rótulos, de camadas de propostas distintas, descortinando
um vastíssimo e qualificado portfólio de rótulos que também foram surgindo,
graças ao crescimento mercadológico da vinícola que hoje atua fortemente em
mercados exteriores, como a Inglaterra, por exemplo, com rótulos especiais para
este país.
A Miolo hoje entrega uma linha de rótulos conhecidos como
“Single Vineyard” que, a grosso modo, significa “vinhedos únicos”, de regiões
emblemáticas com destaque para a Campanha Gaúcha, Vale de São Francisco e
outros. Regiões que conquistaram suas indicações de procedências, o que valida a
sua tipicidade, o seu terroir.
O meu primeiro rótulo degustado dessa linha foi o Miolo Single Vineyard Touriga Nacional da safra 2019 que dispensa comentários, e o
segundo que degustei e também gostei é o Miolo Single Vineyard Syrah, do Vale
de São Francisco, no nordeste brasileiro da “safra das safras”, 2020. Esse
definitivamente foi mais um vinho que degustei e gostei dessa linha da Miolo
Single Vineyard.
Miolo Single Vineyard: Vinhedos únicos da Miolo
A linha Miolo Single
Vineyard surgiu há cerca de três anos, com a proposta de aguçar o que há de
mais especial no portfólio Miolo: o vinhedo único e inigualável.
Com o custo de aproximadamente 60 reais por garrafa, eles
carregam dentro de si a força do terroir, fato resultante de todo um trabalho
de mapeamento de solos. O que se pode esperar disso tudo é a alta qualidade,
típica de uma produção selecionada e especial. A linha é composta pelos rótulos
Alvarinho e Riesling Johannisberg, Pinot Noir, Syrah e Touriga Nacional.
A linha Miolo Single Vineyard pretende unir com precisão o
custo-benefício de cada produto, duas vertentes perfeitamente possíveis de
coexistirem, a partir de um trabalho que buscou mapear as características de
solos, analisando fatores como densidade do plantio e seu nível de exposição
solar.
A casta Syrah
O Syrah possui origem Bahiana, do Vale do São Francisco,
constituindo um vinho tinto, com características do solo Toca do Mandacaru.
Trata-se de uma região semiárida, com temperaturas tão específicas, que fazem
com que o vinhedo conte com a irrigação do rio, o que lhe confere o título de
vinho tropical de identidade própria.
Vale do São Francisco: os vinhos do Velho Chico
A vitivinicultura do semiárido brasileiro é uma
excepcionalidade no mundo, uma vez que está localizada entre os paralelos 8º e
9o S e produz, com escalonamento produtivo, uvas o ano todo totalizando duas
safras e meia em condições ambientais adversas como alta luminosidade,
temperatura média anual de 26oC, pluviosidade aproximada de 500mm, a 330m de
altitude, em solo pedregoso.
Cinturão dos vinhos
Seus vinhos possuem público crescente, porque são jovens
“vinhos do sol”, peculiares nos aromas e sabores, considerados como fáceis de
beber e apresentando boa relação comercial qualidade/preço. Aliado a essas
particularidades, diretamente associadas à produção de vinhos finos, o Vale é
ainda cenário de diversas belezas naturais, históricas e culturais.
Estudos já
publicados permitem identificar que a região conta com diversas características
que comprovam o seu potencial turístico para o desenvolvimento da atividade,
como é o caso da sua história, riquezas ambientais e diversificada cultura
regional.
Esses fatores estão relacionados à diversidade observada na
região. Isso é notado, principalmente, em decorrência da sua extensão. A Bacia
do São Francisco é a terceira maior bacia hidrográfica do país e a única que
está totalmente inserida no território nacional. Nela estão localizados 506
municípios contando com, aproximadamente, 13 milhões de habitantes, que
representa 9,6% da população brasileira.
Bem antes do Vale do São Francisco se consolidar como polo de
vitivinicultura, quem já exercia esse papel no Brasil era a região Sul. No
século 19, o Rio Grande do Sul, mesmo com as condições climáticas
desfavoráveis, passou a ser considerado um polo crescente nesse meio – e até
hoje segue inserido no ramo. Mas, a chegada de imigrantes estrangeiros no país
trouxe o conhecimento técnico e a noção de mercado, o que fez com que outras
regiões brasileiras também mostrassem a sua capacidade produtiva.
É na década de 1960 que o Nordeste entra em cena e o Vale do
São Francisco inicia a sua trajetória na produção de uvas e vinhos, com a
implantação das primeiras videiras. Nos anos de 1963 e 1964, foram instaladas
duas estações experimentais, nos municípios de Petrolina, no Sertão de
Pernambuco e Juazeiro, na Bahia, onde seriam implantados, respectivamente, o
Projeto Piloto de Bebedouro e o Perímetro Irrigado de Mandacaru.
Vale do São Francisco
Apesar da escassez de chuva, o clima quente e seco do
semiárido mostrou-se terreno fértil para a vitivinicultura e, na mesma década,
outras cidades do Sertão de Pernambuco passam a fazer parte da cadeia
produtiva.
O pioneirismo da vitivinicultura no Nordeste é representado pelo
Sertão Pernambucano, que iniciou a sua trajetória na vitivinicultura na década
de 1960, produzindo vinhos base para vermutes, na cidade de Floresta, uvas de
mesa em Belém do São Francisco e em Santa Maria da Boa vista, localidade que na
época se chamava Coripós.
Entre os anos 1980 e 1990, a região banhada pelo Rio São
Francisco passa a ser conhecida também pela produção de vinhos finos, e em 1984
é produzido o primeiro vinho no Vale do Submédio São Francisco, com a marca
Boticelli.
O fortalecimento da vitivinicultura no Vale do Submédio São
Francisco se deu com a instalação de vinícolas na Fazenda Milano, em Santa
Maria da Boa Vista – PE e Fazenda Ouro Verde, em Casa Nova, na Bahia, que passaram
a produzir vinhos finos.
Ao longo da década de 1990, ganha destaque a vitivinicultura
tecnificada e a produção de uvas sem sementes. É também nessa época, que cresce
o investimento de grupos empresariais na região. A instalação de uma
infraestrutura física, como construção de packing houses, melhoria no sistema
rodoviário e portuário, e, sobretudo, a organização dos produtores em
associações e cooperativas, desempenharam um importante papel na consolidação
das exportações de uvas de mesa do Vale do Submédio São Francisco.
A partir dos anos 2000, a produção se fortalece ainda mais
com a implantação de outras vinícolas e vitivinícolas e também com as
iniciativas públicas. Ações governamentais e de ensino, pesquisa e inovação, a
partir do ano 2000, trouxeram novas tecnologias de produção e processamento de
uvas e o reconhecimento de atores internacionais. É nessa época que surge a
Escola do Vinho do Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia, do
Instituto Federal do Sertão Pernambucano.
Indicação Geográfica (IG) do Vale do São Francisco
O Vale do São Francisco é a nova Indicação Geográfica (IG) do
Brasil para vinhos finos, nobres, espumantes naturais e moscatel espumante. A
região recebeu o selo na modalidade Indicação de Procedência (IP) e o registro
foi publicado na Revista da Propriedade Industrial do Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (INPI).
A nova indicação geográfica valerá para as cidades de Lagoa
Grande (PE), Petrolina (PE), Santa Maria da Boa Vista (PE), Casa Nova (BA) e
Curaçá (BA) e a expectativa é que traga mais olhares e investidores para a
região vitivinícola.
A busca pela Indicação Geográfica na região é antiga e nasceu
em 2002 com o reconhecimento do Vale dos Vinhedos, já a vitivinicultura nasceu
em 1960 com a organização da produção agrícola irrigada no Vale do Rio São
Francisco. A irrigação permitiu que as terras com caatinga, até então
consideradas improdutivas, se tornassem áreas verdes ao longo das margens do
rio.
A região do Vale do Rio São Francisco possui características
únicas para a viticultura e produção de vinho. Seu clima permite duas podas e
duas safras anuais e o resultado é um vinho geralmente frutado, de baixo teor
alcóolico e acidez moderada. No Vale do São Francisco os espumantes predominam
com três milhões de litros produzidos anualmente contra 1,5 milhão de litros
dos vinhos tranquilos.
A Indicação Geográfica Vale do São Francisco autoriza a
produção de vinhos tranquilos brancos, rosés ou tintos e espumantes brancos ou
rosés que podem ser bruts, demi-secs ou moscatéis. A uva para a produção do
vinho tem que ser 100% proveniente da região delimitada e são autorizadas 23
castas diferentes.
E agora finalmente o vinho!
Na taça revela uma linda e brilhante coloração rubi intensa,
escura, de tons violáceos, com lágrimas finas e lentas em profusão que desenham
as bordas do copo.
No nariz explode em aromas de frutas vermelhas e pretas bem
maduras, com destaque para ameixa, amora, cereja, com nuances defumadas e de especiarias,
entregando algo como pimenta preta e ervas e um amadeirado presente, mas bem
integrado ao vinho, dando o aporte de baunilha, café tostado e tabaco.
Na boca é quente, cheio, com alguma estrutura e complexidade
e personalidade, mas é macio, redondo e equilibrado. As notas frutadas ganham
protagonismo, como no aspecto olfativo, a madeira é mais discreta, mas dá o seu
ar da graça, graças aos doze meses de passagem por barricas de carvalho,
trazendo o chocolate, a baunilha. Tem taninos presentes e rústicos, mas
afinados pela madeira, com uma acidez vibrante, salivante e um final
persistente.
Além da tipicidade, da especificidade de um vinhedo único que
lhe garante uma característica forte do terroir é também o privilégio de se
degustar um vinho do nordeste brasileiro, de terras improváveis para o cultivo
e que, graças ao “Velho Chico”, há vindimas em todos os períodos do ano o que
torna essa região incrível. E nessa terra a Syrah ganhou representatividade, é
bem cultivada. Que o Velho Chico nos traga novas experiências enosensoriais
como essa. Tem 14% de teor alcoólico.
Sobre a Vinícola Miolo:
A paixão pelo mundo fascinante do vinho é facilmente
explicada pela história da família Miolo que, além de trabalhar na
vitivinicultura desde a chegada de Giuseppe no Brasil em 1897, inova ano após
ano.
Uma das fundadoras do projeto Wines of Brasil, a Miolo Wine Group é a maior exportadora de vinhos
do Brasil e a mais reconhecida no mercado internacional. A produção dentre as 4
vinícolas do grupo soma, em média, 10 milhões de litros por ano numa área
cultivada de vinhedos próprios com aproximadamente 1.000 hectares.
A Miolo exporta para mais de 30 países de todos os
continentes. É o maior exportador de vinhos finos do Brasil. De 30 hectares em
1989, a Miolo cultiva hoje, 30 safras mais tarde, cerca de 950 hectares de
vinhedos em quatro terroirs brasileiros: Vale dos Vinhedos (Serra Gaúcha),
Seival/Candiota (Campanha Meridional), Almadén/Santana do Livramento (Campanha
Central) e Terranova/Casa Nova (Vale do São Francisco), sendo a única empresa
do setor genuinamente brasileira com atuação em quatro diferentes regiões
produtoras.
Com uma produção anual de cerca de 10 milhões de litros, é a marca
que detém o maior portfólio de rótulos verde amarelos, exibindo centenas de
prêmios conquistados no mundo inteiro. O pioneirismo na elaboração dos vinhos
se estendeu para o enoturismo, onde a marca gera experiência, aproximando e
formando novos apreciadores da bebida.
Assim é no Vale dos Vinhedos com o Wine Garden Miolo, assim é
no Vale do São Francisco com o Vapor do Vinho pelo Velho Chico, onde a Miolo
transformou o sertão em vinhedo. Este mesmo espírito empreendedor que fez da
pequena vinícola familiar a maior produtora de vinhos finos do Brasil em apenas
30 safras, é que move gerações e aproxima quem sonha de quem quer fazer.
Alguns produtores definitivamente fazem parte da nossa vida
afetiva, de nossa história enófila e as vezes fazem parte de nossa vida e
história sem se quer lembrarmos de sua existência. Costumamos valorizar ou
lembrar deles quando degustamos seus vinhos em profusão. Lamentavelmente, pelo
menos para mim, as pessoas não se atentam aos detalhes como esse, por exemplo.
Mas no caso do Rio Sol, vinícola gigante instalada na região
do Vale São Francisco, no nordeste brasileiro, sempre esteve em minha vida e
história enófila e detalhe essencial: sempre soube da vinícola, da região onde
estava instalada e da sua importância para o nordeste brasileiro que, há mais
de vinte anos, pelo menos em minha vida, vem desbravando e privilegiando um
terroir tão particular quanto do Vale São Francisco.
E é particular mesmo, pois a cada ano há inúmeras safras, o
sol, o sistema de irrigação, a cultura que se estabeleceu por lá, tudo influencia
nas especificidades da vinícola e, claro, no processo de vinificação.
Vinhos de ótima relação preço x qualidade desde sempre, com
uma região que conquistou a sua Indicação Geográfica (IG) e que, a cada dia,
vem atingindo o status de relevância entre os mais importantes e significativos
terroirs do Brasil.
E quando falamos em desbravar, é no sentido literal da
palavra, haja vista que um clima árido quase desértico e que hoje tem inúmeras
safras. É definitivamente um trabalho admirável da Vinícola Rio Sol e todas as
outras que estão na região.
Apesar de estar em solo brasileiro, a Rio Sol é uma concepção
da Global Wines, um conglomerado português que se instalou no Brasil com uma
ideia arrojada e determinada a trazer, a edificar um novo terroir: os vinhos do
Velho Chico, os vinhos do Rio São Francisco que irrigam os parreirais e que
entregam, para nosso deleite, vinhos frescos, maravilhosos e, ao mesmo tempo,
dotados de uma marcante personalidade em todas as suas propostas.
Mas mesmo que a Rio Sol, com seus rótulos, me traga
nostalgias agradáveis, boas lembranças e experiências sensoriais, ainda há
espaço para novidades, ainda há espaço para novas e impactantes experiências e
essa eu já esperava por alguns anos, mas que, por alguns motivos, eu ainda não
havia degustado: O Rio Sol Viognier e Chenin Blanc da safra 2022.
Então sem mais delongas o vinho que degustei e gostei veio do
Vale São Francisco, no nordeste brasileiro, é o Rio Sol composto pelas castas
Viognier e Chenin Blanc da safra 2022. Para não perder o costume vamos de
história, vamos do Vale São Francisco.
Vale do São Francisco: os vinhos do Velho Chico
A vitivinicultura do semiárido brasileiro é uma
excepcionalidade no mundo, uma vez que está localizada entre os paralelos 8º e
9o S e produz, com escalonamento produtivo, uvas o ano todo totalizando duas
safras e meia em condições ambientais adversas como alta luminosidade,
temperatura média anual de 26oC, pluviosidade aproximada de 500mm, a 330m de
altitude, em solo pedregoso.
Cinturão dos vinhos
Seus vinhos possuem público crescente, porque são jovens
“vinhos do sol”, peculiares nos aromas e sabores, considerados como fáceis de
beber e apresentando boa relação comercial qualidade/preço. Aliado a essas
particularidades, diretamente associadas à produção de vinhos finos, o Vale é
ainda cenário de diversas belezas naturais, históricas e culturais. Estudos já
publicados permitem identificar que a região conta com diversas características
que comprovam o seu potencial turístico para o desenvolvimento da atividade,
como é o caso da sua história, riquezas ambientais e diversificada cultura
regional.
Esses fatores estão relacionados à diversidade observada na
região. Isso é notado, principalmente, em decorrência da sua extensão. A Bacia
do São Francisco é a terceira maior bacia hidrográfica do país e a única que
está totalmente inserida no território nacional. Nela estão localizados 506
municípios contando com, aproximadamente, 13 milhões de habitantes, que
representa 9,6% da população brasileira.
Bem antes do Vale do São Francisco se consolidar como polo de
vitivinicultura, quem já exercia esse papel no Brasil era a região Sul. No
século 19, o Rio Grande do Sul, mesmo com as condições climáticas
desfavoráveis, passou a ser considerado um polo crescente nesse meio – e até
hoje segue inserido no ramo. Mas, a chegada de imigrantes estrangeiros no país
trouxe o conhecimento técnico e a noção de mercado, o que fez com que outras
regiões brasileiras também mostrassem a sua capacidade produtiva.
É na década de 1960 que o Nordeste entra em cena e o Vale do
São Francisco inicia a sua trajetória na produção de uvas e vinhos, com a
implantação das primeiras videiras. Nos anos de 1963 e 1964, foram instaladas
duas estações experimentais, nos municípios de Petrolina, no Sertão de
Pernambuco e Juazeiro, na Bahia, onde seriam implantados, respectivamente, o
Projeto Piloto de Bebedouro e o Perímetro Irrigado de Mandacaru.
Vale do São Francisco
Apesar da escassez de chuva, o clima quente e seco do
semiárido mostrou-se terreno fértil para a vitivinicultura e, na mesma década,
outras cidades do Sertão de Pernambuco passam a fazer parte da cadeia
produtiva. O pioneirismo da vitivinicultura no Nordeste é representado pelo
Sertão Pernambucano, que iniciou a sua trajetória na vitivinicultura na década
de 1960, produzindo vinhos base para vermutes, na cidade de Floresta, uvas de
mesa em Belém do São Francisco e em Santa Maria da Boa vista, localidade que na
época se chamava Coripós.
Entre os anos 1980 e 1990, a região banhada pelo Rio São
Francisco passa a ser conhecida também pela produção de vinhos finos, e em 1984
é produzido o primeiro vinho no Vale do Submédio São Francisco, com a marca
Boticelli. O fortalecimento da vitivinicultura no Vale do Submédio São
Francisco se deu com a instalação de vinícolas na Fazenda Milano, em Santa
Maria da Boa Vista – PE e Fazenda Ouro Verde, em Casa Nova, na Bahia, que passaram
a produzir vinhos finos.
Ao longo da década de 1990, ganha destaque a vitivinicultura
tecnificada e a produção de uvas sem sementes. É também nessa época, que cresce
o investimento de grupos empresariais na região. A instalação de uma
infraestrutura física, como construção de packing houses, melhoria no sistema
rodoviário e portuário, e, sobretudo, a organização dos produtores em
associações e cooperativas, desempenharam um importante papel na consolidação
das exportações de uvas de mesa do Vale do Submédio São Francisco.
A partir dos anos 2000, a produção se fortalece ainda mais
com a implantação de outras vinícolas e vitivinícolas e também com as
iniciativas públicas. Ações governamentais e de ensino, pesquisa e inovação, a
partir do ano 2000, trouxeram novas tecnologias de produção e processamento de
uvas e o reconhecimento de atores internacionais. É nessa época que surge a
Escola do Vinho do Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia, do
Instituto Federal do Sertão Pernambucano.
IG do Vale do São Francisco
O Vale do São Francisco é a nova Indicação Geográfica (IG) do
Brasil para vinhos finos, nobres, espumantes naturais e moscatel espumante. A
região recebeu o selo na modalidade Indicação de Procedência (IP) e o registro
foi publicado na Revista da Propriedade Industrial do Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (INPI).
A nova indicação geográfica valerá para as cidades de Lagoa
Grande (PE), Petrolina (PE), Santa Maria da Boa Vista (PE), Casa Nova (BA) e
Curaçá (BA) e a expectativa é que traga mais olhares e investidores para a região
vitivinícola.
A busca pela Indicação Geográfica na região é antiga e nasceu
em 2002 com o reconhecimento do Vale dos Vinhedos, já a vitivinicultura nasceu
em 1960 com a organização da produção agrícola irrigada no Vale do Rio São
Francisco. A irrigação permitiu que as terras com caatinga, até então
consideradas improdutivas, se tornassem áreas verdes ao longo das margens do
rio.
Selo IG (Indicação Geográfica)
A região do Vale do Rio São Francisco possui características
únicas para a viticultura e produção de vinho. Seu clima permite duas podas e
duas safras anuais e o resultado é um vinho geralmente frutado, de baixo teor
alcóolico e acidez moderada. No Vale do São Francisco os espumantes predominam
com três milhões de litros produzidos anualmente contra 1,5 milhão de litros
dos vinhos tranquilos.
A Indicação Geográfica Vale do São Francisco autoriza a
produção de vinhos tranquilos brancos, rosés ou tintos e espumantes brancos ou
rosés que podem ser bruts, demi-secs ou moscatéis. A uva para a produção do
vinho tem que ser 100% proveniente da região delimitada e são autorizadas 23
castas diferentes.
E agora finalmente o vinho!
Na taça apresenta um amarelo bem claro, límpido, cristalino,
brilhante com um leve reflexo esverdeado.
No nariz traz aromas intensos de frutas de polpa branca,
frutas cítricas, com destaques para lichia, pêssego, pera, abacaxi e
maçã-verde, além de uma incrível mineralidade e toque floral, de flores
brancas.
Na boca é leve, fresco e delicado com as notas frutadas e
mineral protagonizando como no aspecto olfativo, além de gostosa e salivante
acidez que corrobora a sua leveza, com um final de média persistência.
O reconhecimento da Indicação Geográfica certifica e
corrobora a qualidade dos vinhos do Vale de São Francisco, chancelando,
perpetuando a sua tipicidade, enaltecendo o seu terroir e garantindo o prazer e
a perspectiva de catapultar a disseminação dos rótulos do Velho Chico para todo
o Brasil e o mundo. Nós, especialmente os brasileiros, precisam conhecer os
rótulos da Rio Sol e de todos os seus produtores que, arduamente, há anos
constrói aquele terroir que, para muitos, no início era algo improvável. O Rio
Sol Viognier e Chenin Blanc é um exemplo de que a região está, a cada dia,
crescendo e entregando a sua cultura engarrafada. Tem 12% de teor alcoólico.
Sobre a Vinícola Santa Maria:
Localizada no Vale do São Francisco com 120 hectares de área
plantada, a Rio Sol produz 1,5 milhão de quilos de uva anualmente. Entre as
espécies plantadas estão uvas tintas como Cabernet Sauvignon, Syrah, Aragonês,
Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Tempranillo e Merlot, além das brancas
Chenin Blanc, Viognier e Moscatel. Este é o único lugar do mundo que produz,
hoje, duas safras de uvas por ano, resultado das características naturais da
região e do conhecimento de seus produtores.
É no mesmo local onde se situa a indústria da Rio Sol, onde
toda a linha de produtos da empresa é produzida e engarrafada, seguindo os mais
modernos conceitos de qualidade. A empresa conta com modernos tanques com
controle de temperatura e pressão, sala de barricas para estágio dos vinhos em
barris de carvalho francês e uma linha de engarrafamento e rotulagem que
utiliza tecnologia importada, semelhante a utilizada nas outras vinícolas do
grupo na Europa.
Anualmente são produzidas, aproximadamente, 2 milhões de
garrafas, entre vinhos e espumantes, distribuídos para todo o Brasil. Toda essa
produção é acompanhada de perto pela equipe de qualidade da Rio Sol, que atua
tendo como foco a melhoria contínua da qualidade e a adequação dos produtos às
tendências de mercado, sempre visando a sustentabilidade e a segurança do
processo. A Rio Sol possui certificação internacional ISO 9001, que atesta os
rigorosos controles de qualidade da produção de uvas e elaboração de vinhos.
Sobre a Global Wines:
O Grupo Global Wines nasceu em 1990 no Dão, com o nome Dão
Sul. A sua missão era ser a maior empresa da mais antiga região de vinhos
tranquilos de Portugal, o Dão. Quando o objetivo foi atingido, partiram para
outros sonhos, outras aventuras, outras regiões e outros países. Ainda são a
empresa de vinhos líder do Dão. Mas também são uma empresa de vinhos da
Bairrada, do Alentejo, de Portugal e até o Brasil.
Tem atualmente 5 Espaços de Enoturismo, 3 dos quais com
restaurante, onde procuram conjugar o vinho e a gastronomia, despertando como
as melhores sensações, na experiência perfeita. Recebem, diariamente, pessoas
de todas as partes do mundo, a quem procuram dar a melhor experiência de vinho
e gastronomia. Atualmente estão presentes nos 5 continentes e as suas marcas
chegam a mais de 40 países.
Sabe quando um vinho faz parte da nossa vida, da nossa
história enquanto enófilo? Aquele vinho que nos acompanha e que nos transforma?
Ah só quem degusta vinhos sabe o que estou dizendo. Alguns vinhos, alguns
rótulos foram e ainda são muito importantes, por exemplo, na minha transição de
vinhos suaves, aqueles doces de garrafão para os vinhos finos, aqueles produzidos
com castas vitiviníferas.
Está aí um momento de suma importância para qualquer enófilo
brasileiro. Atirem a primeira pedra quem não passou por esse momento na
história de degustação, de um bom e fiel apreciador da poesia líquida. Posso
aqui elencar alguns vinhos e produtores que foram essenciais em minha vida
nesse momento: Miolo, Almadén, entre outros que foram sim, os vinhos
brasileiros que me iniciaram há mais de 23 anos atrás. Parece que foi ontem!
Mas não posso esquecer-me de um produtor que praticamente
vimos “nascer” para o mundo nas terras brasileiras, que praticamente foi um dos
pioneiros, aqueles que desbravaram um terroir que parecia improvável cultivar
cepas e fazer vinhos: o Nordeste brasileiro, o semiárido, uma região desértica,
praticamente, onde há séculos, bravas gentes sofrem com a escassez de água e
que são esquecidos pelo Poder Público.
Uma porção de terra que se destaca com uma vegetação plena,
que belamente destoa abundantemente: Falo da Rio Sol. Apesar de estar em solo
brasileiro, a Rio Sol é uma concepção da Global Wines, um conglomerado
português que se instalou no Brasil com uma ideia arrojada e determinada a
trazer, a edificar um novo terroir: os vinhos do Velho Chico, os vinhos do Rio
São Francisco que irrigam os parreirais e que entregam, para nosso deleite,
vinhos frescos, maravilhosos e, ao mesmo tempo, dotados de uma marcante
personalidade em todas as suas propostas.
Fazenda Santa Maria
Mas mesmo que a Rio Sol, com seus rótulos, me traga
nostalgias agradáveis, boas lembranças e experiências sensoriais, ainda há
espaço para novidades, ainda há espaço para novas e impactantes experiências e
essa eu já esperava por alguns anos, mas que, por alguns motivos, eu ainda não
havia degustado: Um Syrah da Rio Sol, um Syrah do nordeste brasileiro que, de
uns tempos para cá, vem ganhando amplitude no cenário vitivinícola brasileiro,
juntamente, claro, com os Syrahs mineiros.
E depois de alguns rótulos degustados e a certificação de
qualidade e prazer que me proporcionaram, lá vem mais um: o Syrah. Então sem
mais delongas o vinho que degustei e gostei veio do Velho Chico, do Vale do São
Francisco, e é o Rio Sol Syrah da safra 2020. Para não perder o costume vamos
com as histórias da região, antes de falar do vinho.
Vale do São Francisco: os vinhos do Velho Chico
A vitivinicultura do semiárido brasileiro é uma
excepcionalidade no mundo, uma vez que está localizada entre os paralelos 8º e
9o S e produz, com escalonamento produtivo, uvas o ano todo totalizando duas
safras e meia em condições ambientais adversas como alta luminosidade,
temperatura média anual de 26oC, pluviosidade aproximada de 500mm, a 330m de
altitude, em solo pedregoso.
Cinturão dos vinhos
Seus vinhos possuem público crescente, porque são jovens
“vinhos do sol”, peculiares nos aromas e sabores, considerados como fáceis de
beber e apresentando boa relação comercial qualidade/preço. Aliado a essas
particularidades, diretamente associadas à produção de vinhos finos, o Vale é
ainda cenário de diversas belezas naturais, históricas e culturais. Estudos já
publicados permitem identificar que a região conta com diversas características
que comprovam o seu potencial turístico para o desenvolvimento da atividade,
como é o caso da sua história, riquezas ambientais e diversificada cultura
regional.
Esses fatores estão relacionados à diversidade observada na
região. Isso é notado, principalmente, em decorrência da sua extensão. A Bacia
do São Francisco é a terceira maior bacia hidrográfica do país e a única que
está totalmente inserida no território nacional. Nela estão localizados 506
municípios contando com, aproximadamente, 13 milhões de habitantes, que
representa 9,6% da população brasileira.
Bem antes do Vale do São Francisco se consolidar como polo de
vitivinicultura, quem já exercia esse papel no Brasil era a região Sul. No
século 19, o Rio Grande do Sul, mesmo com as condições climáticas
desfavoráveis, passou a ser considerado um polo crescente nesse meio – e até
hoje segue inserido no ramo. Mas, a chegada de imigrantes estrangeiros no país
trouxe o conhecimento técnico e a noção de mercado, o que fez com que outras
regiões brasileiras também mostrassem a sua capacidade produtiva.
É na década de 1960 que o Nordeste entra em cena e o Vale do
São Francisco inicia a sua trajetória na produção de uvas e vinhos, com a
implantação das primeiras videiras. Nos anos de 1963 e 1964, foram instaladas
duas estações experimentais, nos municípios de Petrolina, no Sertão de
Pernambuco e Juazeiro, na Bahia, onde seriam implantados, respectivamente, o
Projeto Piloto de Bebedouro e o Perímetro Irrigado de Mandacaru.
Vale do São Francisco
Apesar da escassez de chuva, o clima quente e seco do
semiárido mostrou-se terreno fértil para a vitivinicultura e, na mesma década,
outras cidades do Sertão de Pernambuco passam a fazer parte da cadeia
produtiva. O pioneirismo da vitivinicultura no Nordeste é representado pelo
Sertão Pernambucano, que iniciou a sua trajetória na
vitivinicultura na década de 1960, produzindo vinhos base
para vermutes, na cidade de Floresta, uvas de mesa em Belém do São Francisco e
em Santa Maria da Boa vista, localidade que na época se chamava Coripós.
Entre os anos 1980 e 1990, a região banhada pelo Rio São
Francisco passa a ser conhecida também pela produção de vinhos finos, e em 1984
é produzido o primeiro vinho no Vale do Submédio São Francisco, com a marca
Boticelli. O fortalecimento da vitivinicultura no Vale do Submédio São
Francisco se deu com a instalação de vinícolas na Fazenda Milano, em Santa
Maria da Boa Vista – PE e Fazenda Ouro Verde, em Casa Nova, na Bahia, que passaram
a produzir vinhos finos.
Ao longo da década de 1990, ganha destaque a vitivinicultura
tecnificada e a produção de uvas sem sementes. É também nessa época, que cresce
o investimento de grupos empresariais na região. A instalação de uma
infraestrutura física, como construção de packing houses, melhoria no sistema
rodoviário e portuário, e, sobretudo, a organização dos produtores em
associações e cooperativas, desempenharam um importante papel na consolidação
das exportações de uvas de mesa do Vale do Submédio São Francisco.
A partir dos anos 2000, a produção se fortalece ainda mais
com a implantação de outras vinícolas e vitivinícolas e também com as
iniciativas públicas. Ações governamentais e de ensino, pesquisa e inovação, a
partir do ano 2000, trouxeram novas tecnologias de produção e processamento de
uvas e o reconhecimento de atores internacionais. É nessa época que surge a
Escola do Vinho do Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia, do
Instituto Federal do Sertão Pernambucano.
IG do Vale do São Francisco
O Vale do São Francisco é a nova Indicação Geográfica (IG) do
Brasil para vinhos finos, nobres, espumantes naturais e moscatel espumante. A
região recebeu o selo na modalidade Indicação de Procedência (IP) e o registro
foi publicado na Revista da Propriedade Industrial do Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (INPI).
A nova indicação geográfica valerá para as cidades de Lagoa
Grande (PE), Petrolina (PE), Santa Maria da Boa Vista (PE), Casa Nova (BA) e
Curaçá (BA) e a expectativa é que traga mais olhares e investidores para a
região vitivinícola.
A busca pela Indicação Geográfica na região é antiga e nasceu
em 2002 com o reconhecimento do Vale dos Vinhedos, já a vitivinicultura nasceu
em 1960 com a organização da produção agrícola irrigada no Vale do Rio São
Francisco. A irrigação permitiu que as terras com caatinga, até então
consideradas improdutivas, se tornassem áreas verdes ao longo das margens do
rio.
A região do Vale do Rio São Francisco possui características
únicas para a viticultura e produção de vinho. Seu clima permite duas podas e
duas safras anuais e o resultado é um vinho geralmente frutado, de baixo teor
alcóolico e acidez moderada. No Vale do São Francisco os espumantes predominam
com três milhões de litros produzidos anualmente contra 1,5 milhão de litros
dos vinhos tranquilos.
A Indicação
Geográfica Vale do São Francisco autoriza a produção de vinhos tranquilos
brancos, rosés ou tintos e espumantes brancos ou rosés que podem ser bruts,
demi-secs ou moscatéis. A uva para a produção do vinho tem que ser 100%
proveniente da região delimitada e são autorizadas 23 castas diferentes.
E agora finalmente o vinho!
Na taça apresenta um vermelho rubi com alguma intensidade,
mas com brilhantes reflexos violáceos e uma grande concentração de lágrimas,
finas e lentas.
No nariz o início estava um pouco tímido, fechado, mas logo
se abriu e revelou-se um vinho muito frutado, frutas vermelhas e pretas
maduras, com destaque para ameixas, cerejas, amora e morangos, com um agradável
toque floral e notas de especiarias, algo de pimenta, típico da Syrah.
Na boca é seco, leve, macio, com uma boa textura que o torna
também marcante, cheio, talvez pela presença razoável do álcool e o
protagonismo das notas frutadas, como no aspecto olfativo. Tem taninos domados,
boa acidez, as especiarias também aparecem, uma sensação de picância e um final
persistente e retrogosto frutado.
O reconhecimento da Indicação Geográfica certifica e
corrobora a qualidade dos vinhos do Vale de São Francisco, chancelando,
perpetuando a sua tipicidade, enaltecendo o seu terroir e garantindo o prazer e
a perspectiva de catapultar a disseminação dos rótulos do Velho Chico para todo
o Brasil e o mundo. Nós, especialmente os brasileiros, precisam conhecer os
rótulos da Rio Sol e de todos os seus produtores que, arduamente, há anos
constrói aquele terroir que, para muitos, no início era algo improvável. O Rio
Sol Syrah é um exemplo de que a região está, a cada dia, crescendo e entregando
a sua cultura engarrafada. Tem 13% de teor alcoólico.
Sobre a Vinícola Santa Maria:
Localizada no Vale do São Francisco com 120 hectares de área
plantada, a Rio Sol produz 1,5 milhão de quilos de uva anualmente. Entre as
espécies plantadas estão uvas tintas como Cabernet Sauvignon, Syrah, Aragonês,
Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Tempranillo e Merlot, além das brancas
Chenin Blanc, Viognier e Moscatel. Este é o único lugar do mundo que produz,
hoje, duas safras de uvas por ano, resultado das características naturais da
região e do conhecimento de seus produtores.
É no mesmo local onde se situa a indústria da Rio Sol, onde
toda a linha de produtos da empresa é produzida e engarrafada, seguindo os mais
modernos conceitos de qualidade. A empresa conta com modernos tanques com
controle de temperatura e pressão, sala de barricas para estágio dos vinhos em
barris de carvalho francês e uma linha de engarrafamento e rotulagem que
utiliza tecnologia importada, semelhante a utilizada nas outras vinícolas do
grupo na Europa.
Anualmente são produzidas, aproximadamente, 2 milhões de
garrafas, entre vinhos e espumantes, distribuídos para todo o Brasil. Toda essa
produção é acompanhada de perto pela equipe de qualidade da Rio Sol, que atua
tendo como foco a melhoria contínua da qualidade e a adequação dos produtos às
tendências de mercado, sempre visando a sustentabilidade e a segurança do
processo. A Rio Sol possui certificação internacional ISO 9001, que atesta os
rigorosos controles de qualidade da produção de uvas e elaboração de vinhos.
Sobre a Global Wines:
O Grupo Global Wines nasceu em 1990 no Dão, com o nome Dão
Sul. A sua missão era ser a maior empresa da mais antiga região de vinhos
tranquilos de Portugal, o Dão. Quando o objetivo foi atingido, partiram para
outros sonhos, outras aventuras, outras regiões e outros países. Ainda são a
empresa de vinhos líder do Dão. Mas também são uma empresa de vinhos da
Bairrada, do Alentejo, de Portugal e até o Brasil.
Tem atualmente 5 Espaços de Enoturismo, 3 dos quais com
restaurante, onde procuram conjugar o vinho e a gastronomia, despertando como
as melhores sensações, na experiência perfeita. Recebem, diariamente, pessoas
de todas as partes do mundo, a quem procuram dar a melhor experiência de vinho
e gastronomia. Atualmente estão presentes nos 5 continentes e as suas marcas
chegam a mais de 40 países.
Há vinhos e vinícolas que fazem parte de nossa vida enquanto
enófilo! Uma espécie de elo sentimental, algo afetivo que, como uma forte
corrente, nos une. Ah só quem degusta vinhos sabe o que estou dizendo. Alguns
vinhos, alguns rótulos foram e ainda são muito importantes, por exemplo, na
minha transição de vinhos suaves, aqueles doces de garrafão para os vinhos
finos, aqueles produzidos com castas vitiviníferas.
Está aí um momento de suma importância para qualquer enófilo
brasileiro. Atirem a primeira pedra quem não passou por esse momento na
história de degustação, de um bom e fiel apreciador da poesia líquida. Posso
aqui elencar alguns vinhos e produtores que foram essenciais em minha vida
nesse momento: Miolo, Almadén, foram sim, os vinhos brasileiros que me
iniciaram há mais de 20 anos atrás. Parece que foi ontem!
Mas não posso me esquecer de um produtor que praticamente vi
“nascer” para o mundo nas terras brasileiras, embora não seja genuinamente
brasileiro, mas sim de um grupo português de produtor de vinhos, mas que
praticamente desbravou e trouxe os preceitos técnicos e tecnológicos para o
Vale São Francisco que hoje se tornou uma realidade no que tange aos terroirs
brasileiros. Falo da Rio Sol!
Como disse apesar de estar em solo brasileiro a Rio Sol é um
projeto ousado e grandioso da Global Wines, um conglomerado português que se
instalou no Brasil do Velho Chico, os vinhos do Rio São Francisco que irrigam
os parreirais e que entregam, para nosso deleite, vinhos frescos, maravilhosos
e, ao mesmo tempo, dotados de uma marcante personalidade em todas as suas
propostas.
E dessa vez assumirei um novo estágio nas degustações dos
vinhos da Rio Sol, em uma nova nuance de proposta que terei o privilégio de
degustar: a linha Gran Reserva da Rio Sol. Não as encaro como a melhor pelo
fato de ser um “gran reserva” ou que, por esse motivo, seja mais caro. Vinho
bom não é vinho caro, e nada mais que uma nova proposta de degustação de um
rótulo que fez e faz parte da minha vida há mais de 20 anos e isso, por si só, já
é relevante!
Então sem mais delongas apresento o vinho que degustei e
gostei que veio do “eldorado” vitivinícola brasileiro, Vale do São Francisco,
no Brasil e se chama Rio Sol Gran Reserva Alicante Bouschet da safra 2015. E o
que mais me chama atenção neste vinho é a casta, sim, a casta! A casta, criada
em laboratório, se notabilizou na região do Alentejo, mas ganhou alguma
representatividade em terras brasileiras, sobretudo, claro, nas quentes terras
nordestinas, banhadas pelo Velho Chico. Será minha primeira experiência e como
está o coração? Cheio de alegria e expectativas! Mas antes de falar do vinho
falemos do Vale do São Francisco e da Alicante Bouschet.
Vale do São Francisco: os vinhos do Velho Chico
A vitivinicultura do semiárido brasileiro é uma
excepcionalidade no mundo, uma vez que está localizada entre os paralelos 8º e
9o S e produz, com escalonamento produtivo, uvas o ano todo totalizando duas
safras e meia em condições ambientais adversas como alta luminosidade,
temperatura média anual de 26oC, pluviosidade aproximada de 500mm, a 330m de
altitude, em solo pedregoso.
Cinturão dos vinhos
Seus vinhos possuem público crescente, porque são jovens
“vinhos do sol”, peculiares nos aromas e sabores, considerados como fáceis de
beber e apresentando boa relação comercial qualidade/preço. Aliado a essas
particularidades, diretamente associadas à produção de vinhos finos, o Vale é
ainda cenário de diversas belezas naturais, históricas e culturais. Estudos já
publicados permitem identificar que a região conta com diversas características
que comprovam o seu potencial turístico para o desenvolvimento da atividade,
como é o caso da sua história, riquezas ambientais e diversificada cultura
regional.
Esses fatores estão relacionados à diversidade observada na
região. Isso é notado, principalmente, em decorrência da sua extensão. A Bacia
do São Francisco é a terceira maior bacia hidrográfica do país e a única que
está totalmente inserida no território nacional. Nela estão localizados 506
municípios contando com, aproximadamente, 13 milhões de habitantes, que
representa 9,6% da população brasileira.
Bem antes do Vale do São Francisco se consolidar como polo de
vitivinicultura, quem já exercia esse papel no Brasil era a região Sul. No
século 19, o Rio Grande do Sul, mesmo com as condições climáticas
desfavoráveis, passou a ser considerado um polo crescente nesse meio – e até
hoje segue inserido no ramo. Mas, a chegada de imigrantes estrangeiros no país
trouxe o conhecimento técnico e a noção de mercado, o que fez com que outras
regiões brasileiras também mostrassem a sua capacidade produtiva.
É na década de 1960 que o Nordeste entra em cena e o Vale do
São Francisco inicia a sua trajetória na produção de uvas e vinhos, com a
implantação das primeiras videiras. Nos anos de 1963 e 1964, foram instaladas
duas estações experimentais, nos municípios de Petrolina, no Sertão de
Pernambuco e Juazeiro, na Bahia, onde seriam implantados, respectivamente, o
Projeto Piloto de Bebedouro e o Perímetro Irrigado de Mandacaru.
Vale do são Francisco
Apesar da escassez de chuva, o clima quente e seco do
semiárido mostrou-se terreno fértil para a vitivinicultura e, na mesma década,
outras cidades do Sertão de Pernambuco passam a fazer parte da cadeia
produtiva. O pioneirismo da vitivinicultura no Nordeste é representado pelo
Sertão Pernambucano, que iniciou a sua trajetória na vitivinicultura na década
de 1960, produzindo vinhos base para vermutes, na cidade de Floresta, uvas de
mesa em Belém do São Francisco e em Santa Maria da Boa vista, localidade que na
época se chamava Coripós.
Entre os anos 1980 e 1990, a região banhada pelo Rio São
Francisco passa a ser conhecida também pela produção de vinhos finos, e em 1984
é produzido o primeiro vinho no Vale do Submédio São Francisco, com a marca
Boticelli. O fortalecimento da vitivinicultura no Vale do Submédio São
Francisco se deu com a instalação de vinícolas na Fazenda Milano, em Santa
Maria da Boa Vista – PE e Fazenda Ouro Verde, em Casa Nova, na Bahia, que
passaram a produzir vinhos finos.
Ao longo da década de 1990, ganha destaque a vitivinicultura
tecnificada e a produção de uvas sem sementes. É também nessa época, que cresce
o investimento de grupos empresariais na região. A instalação de uma
infraestrutura física, como construção de packing
houses, melhoria no sistema rodoviário e portuário, e, sobretudo, a
organização dos produtores em associações e cooperativas, desempenharam um
importante papel na consolidação das exportações de uvas de mesa do Vale do
Submédio São Francisco.
A partir dos anos 2000, a produção se fortalece ainda mais
com a implantação de outras vinícolas e vitivinícolas e também com as
iniciativas públicas. Ações governamentais e de ensino, pesquisa e inovação, a
partir do ano 2000, trouxeram novas tecnologias de produção e processamento de
uvas e o reconhecimento de atores internacionais. É nessa época que surge a
Escola do Vinho do Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia, do
Instituto Federal do Sertão Pernambucano.
Estruturação de IG (Indicação Geográfica)
A estruturação da Indicação de Procedência Vale do São
Francisco para vinhos está vinculada a projeto financiado pelo MCT/Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tenológico - CNPq. A ação do projeto,
voltada para a estruturação da IG, tem as seguintes instituições de CT&I
como executoras: Embrapa Uva e Vinho (coordenação) em parceria com a Embrapa
Semiárido, Embrapa Clima Temperado, UCS, UFLA, UFP e IF Sertão. O setor
vitivinícola da região é representado pelo “Instituto do Vinho do Vale do São
Francisco” (Vinhovasf). O projeto conta, ainda, com outras instituições que
participam em diversas pesquisas para apoiar o desenvolvimento tecnológico da
vitivinicultura da região do Vale do São Francisco. Os produtos IP Vale do São
Francisco incluem os vinhos finos tranquilos brancos, rosados e tintos, o
espumante fino e o moscatel espumante.
Alicante Bouschet
O palco da uva tinta Alicante Bouchet é, sem dúvidas, a
região de Alentejo, em Portugal, onde esse tipo de uva faz grande sucesso. A
variedade é utilizada para adicionar corpo e estrutura aos rótulos produzidos
na região, bem como dar mais volume aos vinhos.
Criada em laboratório pelo Francês Henri Bouchet, no final de
1800, na região de Languedoc-Roussillon, a uva Alicante Bouchet é a união das
castas Petit Bouchet e Grenache. Apesar de ter sido criada na França, esse tipo
de uva é majoritariamente cultivado em Portugal, e os vinhos tintos que usam a
Alicante Bouchet são rótulos frutados de bom equilíbrio. A casta proporciona
enorme capacidade de envelhecimento para os exemplares, de forma que os vinhos
se tornem profundos, aromáticos e que se assemelhem a canela e pimenta.
Muito utilizada em vinhos de corte, a Alicante Bouchet dá
origem a vinhos excelentes que harmonizam de forma notável com pratos que levam
carnes vermelhas. Isso se deve à sua tanicidade, que contrasta muito bem com a
gordura, criando sensações memoráveis no paladar.
A uva Alicante Bouchet também é bastante utilizada na
elaboração de vinhos na Espanha e Croácia, regiões nas quais recebe diferentes
nomes. Na Croácia, por exemplo, a uva é conhecida como Dalmatinka ou Kambusa,
enquanto na Espanha é popularmente nomeada como Garnacha Tintorera, ainda que a
Organização da Vinha e do Vinho (OIV) não reconheça o sinônimo espanhol.
Sua polpa possui coloração intensa e avermelhada, e seus
bagos, dispostos em grandes cachos, são redondos de cor negra. Essas características
naturais fazem da uva Alicante Bouchet uma variedade de grande relevância na
intensificação da coloração de vinhos tintos.
A uva, apesar de não aparecer muito nos vinhedos da região
americana da Califórnia, já foi bastante representativa e de grande relevância
para a região. O maior destaque da uva Alicante Bouchet no país, entretanto,
deu-se na época da Lei Seca, em 1920, quando a fruta era utilizada para a
produção de suco de uva, uma vez que o governo norte americano havia proibido e
criminalizado o transporte, comercialização e consumo de bebidas alcoólicas.
E agora finalmente o vinho!
Na taça entrega um vermelho rubi vibrante, intenso, límpido
com reflexos violáceos com lágrimas grossas e em profusão que desenham as
bordas do copo.
No nariz é bem aromático e remetem a compota de frutas
vermelhas maduras, como cereja, framboesa e até morangos, com notas evidentes
da madeira, graças aos 9 meses em barricas de carvalho, porém bem integrados,
com leve tabaco e especiarias doces.
Na boca traz a fruta vermelha protagonizando também, como no
aspecto olfativo, tem personalidade marcante, por ter um bom volume de boca,
mas também elegante graças aos já sete anos de safra, um pouco alcoólico, mas
sem agredir, sem desequilíbrio, com taninos presentes, mas domados, a presença
discreta da madeira e um final agradável e de média persistência.
E já que eu falei de história e de afetividades, o Rio Sol
Gran Reserva já faz parte dela, da minha história e da minha humilde vida de
enófilo. Um vinho marcante, de personalidade, intenso, complexo, mas que, ao
mesmo tempo revela todo o frescor, as notas frutadas que faz com que este
rótulo exploda em versatilidade. Que venham mais vinhos da Velho Chico, que
venham mais vinhos da Rio Sol e que eles continuem a inundar a minha taça de
história viva e plena de grandes experiências sensoriais. Tem 13% de teor
alcoólico.
Sobre a Vinícola Santa Maria:
Localizada no Vale do São Francisco com 120 hectares de área
plantada, a Rio Sol produz 1,5 milhão de quilos de uva anualmente. Entre as
espécies plantadas estão uvas tintas como Cabernet Sauvignon, Syrah, Aragonês,
Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Tempranillo e Merlot, além das brancas
Chenin Blanc, Viognier e Moscatel. Este é o único lugar do mundo que produz,
hoje, duas safras de uvas por ano, resultado das características naturais da
região e do conhecimento de seus produtores.
É no mesmo local onde se situa a indústria da Rio Sol, onde
toda a linha de produtos da empresa é produzida e engarrafada, seguindo os mais
modernos conceitos de qualidade. A empresa conta com modernos tanques com
controle de temperatura e pressão, sala de barricas para estágio dos vinhos em
barris de carvalho francês e uma linha de engarrafamento e rotulagem que utiliza
tecnologia importada, semelhante a utilizada nas outras vinícolas do grupo na
Europa.
Anualmente são produzidas, aproximadamente, 2 milhões de
garrafas, entre vinhos e espumantes, distribuídos para todo o Brasil. Toda essa
produção é acompanhada de perto pela equipe de qualidade da Rio Sol, que atua
tendo como foco a melhoria contínua da qualidade e a adequação dos produtos às
tendências de mercado, sempre visando a sustentabilidade e a segurança do
processo. A Rio Sol possui certificação internacional ISO 9001, que atesta os
rigorosos controles de qualidade da produção de uvas e elaboração de vinhos.
Sobre a Global Wines:
O Grupo Global Wines nasceu em 1990 no Dão, com o nome Dão
Sul. A sua missão era ser a maior empresa da mais antiga região de vinhos tranquilos
de Portugal, o Dão. Quando o objetivo foi atingido, partiram para outros
sonhos, outras aventuras, outras regiões e outros países. Ainda são a empresa
de vinhos líder do Dão. Mas também são uma empresa de vinhos da Bairrada, do
Alentejo, de Portugal e até o Brasil.
Tem atualmente 5 Espaços de Enoturismo, 3 dos quais com
restaurante, onde procuram conjugar o vinho e a gastronomia, despertando como
as melhores sensações, na experiência perfeita. Recebem, diariamente, pessoas
de todas as partes do mundo, a quem procuram dar a melhor experiência de vinho
e gastronomia. Atualmente estão presentes nos 5 continentes e as suas marcas
chegam a mais de 40 países.