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quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Cepas Selecionadas Teroldego 2022

 



Vinho: Cepas Selecionadas

Safra: 2022

Casta: Merlot

Região: Vale dos Vinhedos, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Vinícola Larentis

Adquirido: cedido por um grande amigo

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho francês

 

Análise:

Visual: revela um rubi intenso, fechado, escuro, com discretos reflexos granada, com muita viscosidade que tingia as bordas da taça, com a profusão de lágrimas finas, lentas e coloridas.

Nariz: aromas de frutas pretas maduras, notas amadeiradas em evidência, mas equilibrada, que aporta toques defumados, de torrefação, de café, de chocolate, algo de terroso e um agradável tostado.

Boca: traz elegância e maciez, conquistadas pela passagem por barricas de carvalho, mas entrega estrutura, principalmente garantido pela sua jovialidade e também por característica da cepa. É volumoso em boca, amadeirado que traz notas de chocolate, além de baunilha. Traz taninos robustos, mas equilibrados, acidez média e um final persistente.

Garrafa de número 2.434 de um total de 6.000 produzidas.

 

Produtor:


quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Lucindo Brandelli Gran Reserva Merlot 2005



Vinho: Lucindo Brandelli Gran Reserva

Safra: 2005

Casta: Merlot

Região: Vale dos Vinhedos, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Cavas do Vale

Adquirido: Site Vinhos & Vinhos

Valor: 129,90

Teor Alcoólico: 12,5%

Estágio: Permaneceu apenas em pipas de madeira.

 

Análise:

Visual: revela, de forma nítida, cores granada, diria atijolada denotando seus 19 anos de garrafa, com poucas lágrimas finas, coloridas e lentas, desenhando as bordas da taça.

Nariz: é complexo e extremamente aromático, com os terciários bem evidentes, onde se percebem as notas frutadas, algo de morango, framboesa, apesar da idade do vinho, mostrando-se com ótima evolução, além de especiarias, como cravo-da-índia, pimenta. Traz a sensação de rosas esmagadas.

Boca: confirma as notas frutadas percebidas no olfato, sendo elegante, macio, típico da cepa e também do tempo de vida do vinho, com boa estrutura, complexidade, entregando taninos já polidos, maduros e uma discreta acidez, mas que se mostra equilibrado com o álcool. Final envolvente e persistente.

 

Produtor:

https://cavasdovale.com.br/


 

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Cavas do Vale Reserva Merlot 2008

 



Vinho: Cavas do Vale Reserva

Safra: 2008

Casta: Merlot

Região: Vale dos Vinhedos, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Cavas do Vale

Adquirido: Falconi Vinhos

Valor: R$ 84,90

Teor Alcoólico: 12,3%

Estágio: Em pipas de madeira

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi com evidentes nuances acastanhadas, denotando os seus 16 anos de garrafa, com discretas lágrimas que logo se dissipava do bojo da taça.

Nariz: traz aromas complexos e sedutores que entrega notas de frutas vermelhas maduras, com destaque para morango e cereja, mas já se revelando as frutas secas, com as especiarias igualmente em destaque para pimenta preta, ervas secas.

Boca: o tempo e a maturidade lhe conferiram elegância, maciez, as frutas são replicadas, são percebidas, já os taninos corroboram tal condição, sendo sedosos, com acidez baixa, álcool leve, tudo bem integrado, mostrando um equilíbrio incrível que fez do vinho evoluir maravilhosamente na garrafa ao longo da degustação. Fina longo e persistente.

 

Produtor:


quarta-feira, 15 de maio de 2024

Marco Luigi Brut Blanc de Blanc

 



Vinho: Marco Luigi Brut Blanc de Blanc (Método Tradicional)

Casta: Chardonnay

Safra: Não safrado

Região: Vale dos Vinhedos, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Vinícola Marco Luigi

Teor Alcoólico: 12%

Adquirido: Site Duarte Vinhos

Valor: R$ 75,90

Estágio: Fermenta em caves de terra natural permanecendo em autólise por aproximadamente 15 meses.

 

Análise:

Visual: revela um belíssimo amarelo palha com tendências douradas e reflexos esverdeados, com perlages finas e abundantes.

Nariz: aromas exuberantes de frutas tropicais, de caroço, com destaque para amêndoas e avelãs, envoltos em notas de pão tostado, de fermento e panificação.

Boca: é equilibrado, fresco e leve, mas que, ao mesmo tempo, se apresenta estruturado, com personalidade, complexa e com a untuosidade, a cremosidade esperada. Tem um final cheio, frutado e elegante.

 

Produtor:


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Lucindo Brandelli Gran Reserva Tannat 2005

 



Vinho: Lucindo Brandelli Gran Reserva

Casta: Tannat

Safra: 2005

Região: Vale dos Vinhedos, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Vinícola Cavas do Vale

Teor Alcoólico: 12,9%

Adquirido: Vinhos & Vinhos

Valor: R$ 90,50

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi com um granada bem destacado, já denotando seus dezoito anos de vida, com lágrimas finas, lentas e em profusão.

Nariz: traz aromas etéreos, de frutas vermelhas, frutas secas, com notas de amoras, mesclando ainda notas de especiarias, como pimenta preta, além de couro, terra molhada e tabaco.

Boca: ainda traz a intensidade e personalidade típica da casta, mas mais austero, elegante e macio. Preserva ainda algum frescor, as notas frutadas ainda são percebidas, os taninos mais maduros, estão domados e dóceis, com uma baixa acidez e um final agradável e longo.

 

Produtor:

https://cavasdovale.com.br/


sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Cavas do Vale Riesling 2020


Vinho: Cavas do Vale

Safra: 2020

Casta: Riesling

Região: Vale dos Vinhedos, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Cavas do Vale

Teor Alcoólico: 12,5%

 

Análise:

Visual: amarelo palha com reflexos esverdeados e muito brilhante.

Nariz: uma bela intensidade aromática que explode em frutas de polpa branca e cítricas, com destaque para maçã-verde, pera, lichia, tangerina e pêssego maduro. Fresco, leve e mineral.

Boca: Leve, fresco, saboroso, com alguma intensidade, algo de discreto untuosidade, frutado, com notas minerais e uma acidez salivante. Final de média persistência.

 

Produtor:


 

domingo, 16 de julho de 2023

Cavas do Vale Riesling 2020

 

Sempre gostei dos eventos de degustação de vinhos! A minha percepção era de que com esses eventos, pudéssemos ter acesso ao maior número possível de produtores, logo de rótulos, de regiões, além do escambo de informações, consequentemente conhecimento.

E aproveitei tais eventos em demasia, intensamente. Infelizmente atualmente os valores de ingressos para esses eventos aumentaram de forma significativa. Os valores mais do que dobraram nos últimos anos.

Não quero entrar no mérito dos altos valores, acredito que os organizadores dos eventos tenham seus altos custos e que tem de repassar aos enófilos, mas certos valores não fazem simplesmente sentido. De uma edição para outra aumentar o dobro? Paisagens para “selfies”, é custo. Belezas, estéticas, gera custo! Ninguém está nos eventos, ou pelo menos deveria, para isso, mas sim para degustar os vinhos!

Creio ser um total desserviço para a democratização da cultura do vinho valores tão altos. Fora os valores ofertados dos vinhos expostos para degustação! O que deveria ser barateado para fomentar o enófilo comprar, afugenta-os de comprar. É um cenário alarmante.

Mas, como disse, não vou entrar no mérito da questão, apenas mencionei os “tempos áureos” dos eventos de degustação, porque lembro-me de um que participei chamado “Wine Out”, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro onde tive a alegria de conhecer vários produtores, principalmente nacionais.

Confesso que naquela época o meu leque de opções de rótulos nacionais era baixo, conhecia poucos produtores, mas aquele evento me trouxe, me mostrou alguns grandes produtores, com grandes vinhos.

E pequenos produtores com produções limitadas! E uma delas era a Cavas do Vale, localizada na emblemática região da Serra Gaúcha, no sul do Brasil. Alguns rótulos me chamaram a atenção pela safra que variavam entre 2005 e 2008. Vinhos de idade, evoluídos e de uma personalidade ímpar.



Tive a alegria de degustar Tannat, Cabernet Sauvignon das safras 2005 e 2008 e os vinhos estavam ótimos, cheios de vida e plenitude, que evoluíram maravilhosamente. Mas não ficou apenas nos tintos evoluídos a minha admiração, mas um branco também, cuja casta nunca havia degustado: Riesling.

De imediato chamou a atenção a cor do vinho. Era um amarelo dourado, brilhante! Era uma cor mesmerizante. Depois das degustações dos tintos o branco trouxe a sequência ilógica, haja vista que a sequência da degustação deveria ser ao contrário. Que seja! O que importa era a oportunidade da degustação.

O degustei e gostei! Gostei todos os rótulos expostos da Cavas do Vale, mas infelizmente os valores estavam caros para mim e não pude comprar, mas determinei como uma meta: comprar e degustar todos os rótulos desse produtor!

Anos depois, os encontrei em um e-commerce importante de vendas de vinhos e a valores compatíveis e não hesitei comprei o Cavas do Vale Merlot Reserva 2008! Estava, claro, ótimo! Mas o Riesling estava em minha mente, precisava tê-lo na adega!

Mas não conseguia encontra-lo! Até que um dia descobri um site que estava promovendo algumas promoções oferecendo cupons de descontos e eis que encontro o Riesling da Cavas do Vale! O vinho, com os devidos descontos e valor baixo, saiu na faixa dos R$ 50,00! Comprei!

Finalmente hoje o terei em taça! Minha primeira degustação “efetiva” de um Riesling nacional! O vinho que degustei e gostei veio da Serra Gaúcha, mais precisamente do Vale dos Vinhedos, e se chama, claro, Cavas do Vale da variedade Riesling da safra 2020, a “safra das safras”. Para não perder o costume falemos de Serra Gaúcha e Riesling que ainda é pouco cultiva em nossas terras. 

Serra Gaúcha

Até o final do século XIX, a região da Serra Gaúcha era apenas passagem de tropeiros e habitada por alguns índios nativos, até que, um belo dia, a Coroa Imperial Brasileira resolveu que a região seria colonizada por europeus.

Em 1875, imigrantes italianos, em sua maioria provenientes do Veneto, chegaram à região. A princípio, iniciaram uma agricultura de subsistência, mas rapidamente passaram à especialidade deles: o cultivo de uvas para a produção de vinhos. Até os anos 1980, as uvas cultivadas eram vendidas para vinícolas locais, que produziam bebida apenas para o consumo familiar.

Posteriormente, vieram os alemães, que ajudaram a compor a cultura, a culinária e a miscigenação da região. Todas as influências europeias perduram até hoje, inclusive na arquitetura das cidades que a compõem.

Situada a nordeste do Rio Grande do Sul, a região da Serra Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se pelo volume e pela qualidade dos vinhos que produz. Para qualquer enófilo indo ao Rio Grande do Sul, é obrigatório visitar a Serra Gaúcha, especialmente Bento Gonçalves.

Serra Gaúcha

A região da Serra Gaúcha está situada em latitude próxima das condições geoclimáticas ideais para o melhor desenvolvimento de vinhedos, mas as chuvas costumam ser excessivas exatamente na época que antecede a colheita, período crucial à maturação das uvas. Quando as chuvas são reduzidas, surgem ótimas safras, como nos anos 1999, 2002, 2004, 2005 e 2006.

A partir de 2007, com o aquecimento global, o clima da Serra Gaúcha se transformou, surgindo verões mais quentes e secos, com resultados ótimos para a vinicultura, mas terríveis para a agricultura. Desde 2005 o nível de qualidade dos vinhos tintos vem subindo continuamente, graças a esta mudança e também do salto de tecnologia de vinhedos implantado a partir do ano 2000.

As principais variedades uvas tintas são: Alicante Bouschet, Arinarnoa, Cabernet Sauvignon, Egiodola, Marselan, Merlot e Pinot Noir. Já as castas brancas as principais são: Chardonnay, Moscatel, Prosecco e Riesling Itálico.

Atualmente, a Serra Gaúcha é a maior produtora de vinhos e espumantes do Brasil, com mais de trinta vinícolas, e grande atrativo para os apreciadores das bebidas. Situado entre as cidades de grande destaque na produção de vinhos, como Caxias do Sul, Garibaldi, Monte Belo do Sul e Bento Gonçalves, com grande destaque para a última, o Vale dos Vinhedos é um roteiro turístico obrigatório para os enófilos.

Vale dos Vinhedos e a sua Indicação de Procedência

O Vale dos Vinhedos localiza-se no centro do triângulo formado pelas cidades de Bento Gonçalves (nordeste), Monte Belo do Sul (noroeste) e Garibaldi (sul). O Vale dos Vinhedos compreende a parte da bacia hidrográfica do Rio Pedrinho, situada a montante da foz de um córrego afluente deste e situado a sudeste da comunidade de Vale Aurora, no município de Bento Gonçalves.

A parte do vale a jusante é denominada de Vale Aurora. A maior parte da área do Vale dos Vinhedos fica localizada em território do município de Bento Gonçalves, com 55% do total, e a menor parte fica localizada em território de Monte Belo do Sul, com 8% na porção noroeste.

A parte sul do Vale pertence ao município de Garibaldi, com 37% da área total. Parte da zona urbana de Bento Gonçalves situa-se dentro do perímetro do Vale, haja vista que a linha divisória de águas entre as bacias do Rio Pedrinho e do Rio Buratti passa pela parte oeste da cidade.

Localizam-se ao longo desta linha, ou próximo desta, a pista do Aeroclube de Bento Gonçalves, a Estação Rodoviária de Bento Gonçalves, o Estádio da Montanha e a Estação Ferroviária de Bento Gonçalves.

Vale dos Vinhedos

O Vale dos Vinhedos é a primeira região vinícola do Brasil a obter Indicação de Procedência de seus produtos, exibindo o Selo de Controle em vinhos e espumantes elaborados pelas vinícolas associadas.

Criada em 1995, a partir da união de seis vinícolas, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), já surgiu com o propósito de alcançar uma Denominação de Origem. No entanto, era necessário seguir os passos da experiência, passando primeiro por uma Indicação de Procedência.

O pedido de reconhecimento geográfico encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 1998 foi alcançado somente em 2001. Neste período, foi necessário firmar convênios operacionais para auxiliar no desenvolvimento de atividades que serviram como pré-requisitos para a conquista da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos (I.P.V.V.). O trabalho resultou no levantamento histórico, mapa geográfico e estudo da potencialidade do setor vitivinícola da região. Já existe uma DOC (Denominação de Origem Controlada) na região.

Sua norma estabelece que toda a produção de uvas e o processamento da bebida seja realizada na região delimitada do Vale dos Vinhedos. A DO também apresenta regras de cultivo e de processamento mais restritas que as estabelecidas para a Indicação de Procedência (IP), em vigor até a obtenção do registro da DO, outorgado pelo INPI.

DO Vale dos Vinhedos

O Vale dos Vinhedos foi a primeira região entregue aos imigrantes italianos, a partir de 1875. Inicialmente desenvolveu-se ali uma agricultura de subsistência e produção de itens de consumo para o Rio Grande do Sul.

Devido à tradição da região de origem das famílias imigrantes, o Veneto, logo se iniciaram plantios de uvas para produção de vinho para consumo local. Até a década de 80 do século XX, os produtores de uvas do Vale dos Vinhedos vendiam sua produção para grandes vinícolas da região. A pouca quantidade de vinho que produziam destinava-se ao consumo familiar.

Esta realidade mudou quando a comercialização de vinho entrou em queda e, consequentemente, o preço da uva desvalorizou. Os viticultores passaram então a utilizar sua produção para fazer seu vinho e comercializá-lo diretamente, tendo assim possibilidade de aumento nos lucros.

Para alcançar este objetivo e atender às exigências legais da Indicação Geográfica, seis vinícolas se associaram, criando, em 1995, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale).

Atualmente, a Aprovale conta com 24 vinícolas associadas e 19 associados não produtores de vinho, entre hotéis, pousadas, restaurantes, fabricantes de produtos artesanais, queijarias, entre outros. As vinícolas do Vale dos Vinhedos produziram, em 2004 9,3 milhões de litros de vinhos finos e processaram 14,3 milhões de kg de uvas viníferas.

Detalhes da Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos

1 - A produção de uvas e a elaboração dos vinhos ocorrem exclusivamente na região delimitada do Vale dos Vinhedos, uma área de 72,45 km2 localizada nos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul.

2 - Existem requisitos específicos para de cultivo dos vinhedos, produtividade e qualidade das uvas para vinificação;

3 - Os espumantes finos são elaborados exclusivamente pelo “Método Tradicional” (segunda fermentação na garrafa), nas classificações Nature, Extra-brut ou Brut; para este produto as uvas Chardonnay e/ou Pinot Noir são de uso obrigatório;

4 - Nos vinhos finos brancos, a uva Chardonnay é de uso obrigatório, podendo ter corte com a Riesling Itálico;

5 - O uso da uva Merlot é obrigatória para os vinhos finos tintos da DO, os quais podem ter cortes com vinhos elaborados com as uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat;

6 - Os produtos que passam por madeira envelhecem exclusivamente em barris de carvalho;

7 - Para chegar ao mercado, os vinhos brancos passam por um período mínimo de envelhecimento de 6 meses; no caso dos vinhos tintos são 12 meses; os espumantes finos passam por um período mínimo de 9 meses em contato com as leveduras, na fase de tomada de espuma;

8 - Os vinhos apresentam características analíticas e sensoriais específicas da região e somente são autorizados para comercialização os produtos que obtenham do Conselho Regulador da DO o atestado de conformidade em relação aos requisitos estabelecidos no Regulamento de Uso.

Riesling

A casta Riesling é uma das grandes uvas brancas da Alemanha e uma das melhores variedades do mundo todo, capaz de conferir ao vinho incrível elegância e complexidade e uma habilidade inigualável de expressar o terroir.

Seus cachos apresentam coloração verde amarelada com tamanho médio e delicado. Os vinhos elaborados com a casta costumam ter acidez bastante destacada e são extremamente aromáticos. Os melhores brancos da casta costumam ser os varietais. A uva Riesling possui duas variações, sendo a Renana a de maior qualidade e a Itálica a que possui menor grau de expressividade.

Riesling

Com textura bastante envolvente, os vinhos elaborados a partir da casta Riesling podem ser secos, meio doces ou bem doces. O que é de conhecimento sobre o cultivo da uva, é que para originar os maravilhosos e extraordinários vinhos de sobremesa, ocorrem dois processos bastante distintos.

O primeiro processo é o ato de congelar a uva antes da colheita, sendo conhecido como “eiswen” – ou vinhos de gelo. Nele a casta Riesling permanece vários dias congeladas (enquanto madura), ainda no vinhedo, por conta das baixas temperaturas em que fica exposta.

Logo após serem colhidas, as uvas passam pelo processo de prensagem, tornando o vinho muito mais concentrado, já que haverá menor quantidade de água. Nesse caso os melhores exemplares são encontrados no Canadá, graças ao seu clima frio e com bastante presença de geadas.

O outro processo é quando ocorre a podridão nobre, momento em que o fungo “Botrytis Cinerea” fura a casca da uva e alimenta-se da água da casta, deixando-a desidratada e exaltando os açúcares presentes na sua composição. As uvas são colhidas e levadas para vinificação, tornando o vinho muito mais especial.

Alguns produtores estampam “dry” (seco) ou “sweet” (doce), mas isso não é suficiente perto dos tantos níveis de doçura da Riesling. Ela pode ser “medium dry” (vinho meio seco), “medium sweet” (meio doce) e por aí vai.

A forma de identificar essas propostas de vinhos Riesling é verificar a graduação alcoólica – quanto menor for mais doce será. Isso acontece porque durante a fermentação, o açúcar natural da uva vira álcool (se a conversão não acontece, permanece doce e menos alcoólico). Qualquer Riesling com mais de 11% é seco, pois quase todo seu açúcar foi transformado em álcool.

Por possuir presença de açúcar residual e tempos de guarda diferentes, os vinhos elaborados com a casta Riesling possuem maior atenção na hora da harmonização, sendo na maioria das vezes melhores quando degustados e apreciados sem a companhia de pratos.

Seus vinhos podem ser sublimes e costumam durar muito tempo. Além da Alemanha, também produz vinhos excelentes na Áustria, Alsácia e também em alguns países do Novo Mundo, como Nova Zelândia, África do Sul e Austrália.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um lindo e atraente amarelo dourado e brilhante, tendendo para uma tonalidade ouro, bem como discretos tons esverdeados, trazendo também algumas lágrimas finas e rápidas.

No nariz traz aromas frescos e delicados de frutas de polpa branca, de frutas cítricas, com destaque para lima, abacaxi, limão siciliano, pêssego, maçã-verde e um sútil toque de grama cortada, com um floral que traz a percepção de frescor e leveza.

Na boca a sensação de frescor e leveza se faz real e pleno, com as notas frutadas protagonizando divinamente, como no aspecto olfativo, uma nota mineral e herbácea, tudo isso envolto em uma acidez vibrante e saliente que corrobora a refrescância, com um final envolvente, de média persistência.

Há um longo caminho a percorrer para o Brasil se tornar um polo de referência na produção vitivinícola? Sim! Somos muitos jovens na produção de vinhos finos no Brasil. Mas vejo, por intermédio de rótulos como este, da Cavas do Vale que, cada vez mais expressam a tipicidade e os terroirs de regiões tradicionais como a Serra Gaúcha e o Vale dos Vinhedos. Vejo um futuro promissor na qualidade de seus vinhos, de nossos vinhos, apesar do cenário tarifário ser totalmente adverso. Que possamos ter saúde para testemunhar as necessárias redenções do Brasil vitivinícola e dos seus rótulos. Tem 12,2% de teor alcoólico.

Sobre a Cavas do Vale:

A Cavas do Vale é uma vinícola pequena, familiar, artesanal, que elabora vinhos a partir de uvas próprias cultivadas no coração do Vale dos Vinhedos, pelo método tradicional e pipas de madeiras, com a menor intervenção possível de maquinários e produtos enológicos.

A sua história começa em 1954 quando Lucindo Brandelli inicia uma pequena produção de vinhos no porão de casa para consumo próprio, logo a paixão pela vitivinicultura cresceu e o cultivo de uva e produção de vinho tornou-se o negócio da família.

Em 2005, dando continuidade ao projeto do patriarca, um de seus filhos, Irineu Brandelli, enólogo com mais de 30 anos de experiência, funda a Cavas do Vale, elaborando vinhos das uvas Merlot, Cabernet e Tannat e já na primeira safra é brindado pela natureza com a histórica safra de 2005, que originou o vinho Gran Reserva Lucindo Brandelli.

Hoje a vinícola Cavas do Vale se destaca pelos seus vinhos de guarda, o Cavas do Vale Reserva Safra 2008 e o Gran Reserva Lucindo Safra 2005, vinhos vivos, ricos, complexos e com muitos anos de vida pela frente e que refletem ao máximo o terroir do Vale dos Vinhedos.

Mais informações acesse:

https://loja.cavasdovale.com.br/

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=SERRAGAUCHA

“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/o-sucesso-da-merlot-no-brasil/amp/

“Vinho IG”: https://vinho.ig.com.br/2010/08/17/merlot-brasileiro-e-melhor-do-mund.html

“Wikipedia”: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_dos_Vinhedos#Denomina%C3%A7%C3%A3o_de_Origem_Vale_dos_Vinhedos

“Viajali”: https://www.viajali.com.br/vale-dos-vinhedos/

“Embrapa”: https://www.embrapa.br/indicacoes-geograficas-de-vinhos-do-brasil/ig-registrada/do-vale-dos-vinhedos

“Blog Imobiliário”: https://blog.imobiliariarohde.com.br/serra-gaucha-conheca-a-historia-e-as-caracteristicas-da-regiao/

“Blog Art des Caves”: https://blog.artdescaves.com.br/conheca-serra-gaucha-maior-produtora-de-vinhos-pais

“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/como-escolher-um-riesling/amp/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/riesling

 


 























sábado, 17 de dezembro de 2022

Dom Cândido Documento Merlot e Cabernet Sauvignon 2017

 

Eu sei, sou um réu confesso! Adoro os vinhos de cortes bordaleses! São imbatíveis! Para mim é o melhor blend que existe no universo do vinho! Talvez seja mais relevante que a própria região de Bordeaux que, por si só, já é emblemática, icônica.

Atualmente temos visto, sobretudo em terras brasileiras, muitos cortes famosos de Bordeaux, aquele com a predominância da Merlot e Cabernet Sauvignon, com alguns “resquícios” da Malbec, Cabernet Franc e Petit Verdot, em doses menos representativas.

Brasil, Chile e vários outros países que compõe o bloco do Novo Mundo têm produzido rótulos com esse corte e, diante dos seus terroirs, das suas mais marcantes características, adquirem tipicidades singulares.

Tenho esboçado uma “minuciosa aventura” nos rótulos brasileiros e digo que, diante desse meu ávido interesse, venho descobrindo, a cada dia, novos rótulos. Praticamente todas as vinícolas, sejam elas pequenas ou grandes, com pouca ou muita participação de mercado, estão investindo na dupla Merlot e Cabernet Sauvignon e digo, desde já, que são apostas certeiras.

E o rótulo de hoje foi oriundo de uma grata descoberta em esses famosos eventos de degustação de vinhos brasileiros que tem acontecido, com mais ênfase, de 2017 para cá. E o produtor desse vinho eu descobri exatamente em 2017 no festival “Vinho na Vila”.

Estava em um estande simples, com poucos rótulos em exposição e digo com uma procura baixa. Claro que aquilo me chamou a atenção, uma espécie de convite. Me dirigi a estande e o expositor, que me parecia ser um representante da vinícola, educadamente me apresentava os seus rótulos. Decidi levar o Dom Cândido Chardonnay 2017 e assim foi o meu primeiro contato com a Dom Cândido.

E agora a versão tinta, do famoso corte bordalês em uma quantidade limitada de 4.000 garrafas (a minha é número...)! Não preciso dizer da minha ansiedade em desarrolhá-lo. E esse momento, enfim, chegou! O vinho que degustei e gostei veio da fantástica Vale dos Vinhedos, da DO Vale dos Vinhedos, e se chama Documento das castas Merlot (60%) e Cabernet Sauvignon (40%) da safra 2017. E para não perder o costume vamos de história!

Serra Gaúcha

Situada a nordeste do Rio Grande do Sul, a região da Serra Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se pelo volume e pela qualidade dos vinhos que produz. Para qualquer enófilo indo ao Rio Grande do Sul, é obrigatório visitar a Serra Gaúcha, especialmente Bento Gonçalves.

Serra Gaúcha

A região da Serra Gaúcha está situada em latitude próxima das condições geoclimáticas ideais para o melhor desenvolvimento de vinhedos, mas as chuvas costumam ser excessivas exatamente na época que antecede a colheita, período crucial à maturação das uvas. Quando as chuvas são reduzidas, surgem ótimas safras, como nos anos 1999, 2002, 2004, 2005 e 2006.

A partir de 2007, com o aquecimento global, o clima da Serra Gaúcha se transformou, surgindo verões mais quentes e secos, com resultados ótimos para a vinicultura, mas terríveis para a agricultura. Desde 2005 o nível de qualidade dos vinhos tintos vem subindo continuamente, graças a esta mudança e também do salto de tecnologia de vinhedos implantado a partir do ano 2000.

Vale dos Vinhedos e a sua Indicação de Procedência

O Vale dos Vinhedos localiza-se no centro do triângulo formado pelas cidades de Bento Gonçalves (nordeste), Monte Belo do Sul (noroeste) e Garibaldi (sul). O Vale dos Vinhedos compreende a parte da bacia hidrográfica do Rio Pedrinho, situada a montante da foz de um córrego afluente deste e situado a sudeste da comunidade de Vale Aurora, no município de Bento Gonçalves.

A parte do vale a jusante é denominada de Vale Aurora. A maior parte da área do Vale dos Vinhedos fica localizada em território do município de Bento Gonçalves, com 55% do total, e a menor parte fica localizada em território de Monte Belo do Sul, com 8% na porção noroeste. A parte sul do Vale pertence ao município de Garibaldi, com 37% da área total. 

Parte da zona urbana de Bento Gonçalves situa-se dentro do perímetro do Vale, haja vista que a linha divisória de águas entre as bacias do Rio Pedrinho e do Rio Buratti passa pela parte oeste da cidade. Localizam-se ao longo desta linha, ou próximo desta, a pista do Aeroclube de Bento Gonçalves, a Estação Rodoviária de Bento Gonçalves, o Estádio da Montanha e a Estação Ferroviária de Bento Gonçalves.

Vale dos Vinhedos

O Vale dos Vinhedos é a primeira região vinícola do Brasil a obter Indicação de Procedência de seus produtos, exibindo o Selo de Controle em vinhos e espumantes elaborados pelas vinícolas associadas. Criada em 1995, a partir da união de seis vinícolas, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), já surgiu com o propósito de alcançar uma Denominação de Origem. No entanto, era necessário seguir os passos da experiência, passando primeiro por uma Indicação de Procedência.

O pedido de reconhecimento geográfico encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 1998 foi alcançado somente em 2001. Neste período, foi necessário firmar convênios operacionais para auxiliar no desenvolvimento de atividades que serviram como pré-requisitos para a conquista da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos (I.P.V.V.). O trabalho resultou no levantamento histórico, mapa geográfico e estudo da potencialidade do setor vitivinícola da região. Já existe uma DOC (Denominação de Origem Controlada) na região.

Sua norma estabelece que toda a produção de uvas e o processamento da bebida seja realizada na região delimitada do Vale dos Vinhedos. A DO também apresenta regras de cultivo e de processamento mais restritas que as estabelecidas para a Indicação de Procedência (IP), em vigor até a obtenção do registro da DO, outorgado pelo INPI.

DO Vale dos Vinhedos

O Vale dos Vinhedos foi a primeira região entregue aos imigrantes italianos, a partir de 1875. Inicialmente desenvolveu-se ali uma agricultura de subsistência e produção de itens de consumo para o Rio Grande do Sul. Devido à tradição da região de origem das famílias imigrantes, o Veneto, logo se iniciaram plantios de uvas para produção de vinho para consumo local. Até a década de 80 do século XX, os produtores de uvas do Vale dos Vinhedos vendiam sua produção para grandes vinícolas da região. A pouca quantidade de vinho que produziam destinava-se ao consumo familiar.

Esta realidade mudou quando a comercialização de vinho entrou em queda e, consequentemente, o preço da uva desvalorizou. Os viticultores passaram então a utilizar sua produção para fazer seu vinho e comercializá-lo diretamente, tendo assim possibilidade de aumento nos lucros.

Para alcançar este objetivo e atender às exigências legais da Indicação Geográfica, seis vinícolas se associaram, criando, em 1995, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale). Atualmente, a Aprovale conta com 24 vinícolas associadas e 19 associados não produtores de vinho, entre hotéis, pousadas, restaurantes, fabricantes de produtos artesanais, queijarias, entre outros. As vinícolas do Vale dos Vinhedos produziram, em 2004 9,3 milhões de litros de vinhos finos e processaram 14,3 milhões de kg de uvas viníferas.

Detalhes da Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos

1 - A produção de uvas e a elaboração dos vinhos ocorrem exclusivamente na região delimitada do Vale dos Vinhedos, uma área de 72,45 km2 localizada nos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul.

2 - Existem requisitos específicos para de cultivo dos vinhedos, produtividade e qualidade das uvas para vinificação;

3 - Os espumantes finos são elaborados exclusivamente pelo “Método Tradicional” (segunda fermentação na garrafa), nas classificações Nature, Extra-brut ou Brut; para este produto as uvas Chardonnay e/ou Pinot Noir são de uso obrigatório;

4 - Nos vinhos finos brancos, a uva Chardonnay é de uso obrigatório, podendo ter corte com a Riesling Itálico;

5 - O uso da uva Merlot é obrigatória para os vinhos finos tintos da DO, os quais podem ter cortes com vinhos elaborados com as uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat;

6 - Os produtos que passam por madeira envelhecem exclusivamente em barris de carvalho;

7 - Para chegar ao mercado, os vinhos brancos passam por um período mínimo de envelhecimento de 6 meses; no caso dos vinhos tintos são 12 meses; os espumantes finos passam por um período mínimo de 9 meses em contato com as leveduras, na fase de tomada de espuma;

8 - Os vinhos apresentam características analíticas e sensoriais específicas da região e somente são autorizados para comercialização os produtos que obtenham do Conselho Regulador da DO o atestado de conformidade em relação aos requisitos estabelecidos no Regulamento de Uso.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um lindo e brilhante vermelho rubi intenso, com entornos violáceos e lágrimas finas, lentas e em profusão.

No nariz entrega aromas de frutas vermelhas maduras, com destaque para amora, cereja e ameixa, me remetendo a um frescor, completados por notas amadeiradas, graças aos 12 meses de passagem por barricas de carvalho, baunilha, couro e diria um agradável floral.

Na boca é saboroso, intenso, de média estrutura, mas macio e muito elegante, com as notas frutadas protagonizando, como no aspecto olfativo e em plena sinergia com a madeira que também se revelam, com toque abaunilhado, terroso e de um apimentado que lembra pimenta preta, as especiarias se mostram. Tem taninos domados, redondos, uma bela acidez e um final prolongado e frutado.

Bordeaux na taça! Não! Brasil na taça! O corte, tradicional da icônica região francesa de Bordeaux, traz a tipicidade, mesmo em blends, do Brasil, traz o DNA de uma das mais importantes regiões brasileiras, a DO Vale dos Vinhedos. Entrega estrutura, complexidade, mas a elegância, a maciez, a sofisticação que esse corte pode proporcionar. Um vinho equilibrado, pronto para ser degustado, mas que poderia evoluir e bem na garrafa por mais alguns anos. Que venham mais e mais rótulos como esse e diferente desse também. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Dom Cândido:

A Vinícola Dom Cândido tem sua origem em 1875, quando Luigi e Leonor, avós de Cândido Valduga chegam em território brasileiro, vindos da região do Tirol Italiano, e se instalam em uma colônia na região hoje conhecida como o Vale dos Vinhedos. O Ano de fundação da Vinícola Dom Cândido foi em 1986.

Logo se inicia o plantio das primeiras videiras para elaboração dos vinhos para consumo da família. Porém, com o passar do tempo, a produção excedente passa a ser comercializada. E, desde a sua infância, Cândido Valduga convive com a rotina da vitivinicultura, acompanhando e auxiliando seus pais, Marco e Maria, nas tarefas no campo, o que acabou aflorando a sua paixão pela uva e vinho, nascendo, assim, uma história de amor que continua passando de geração para geração.

Ainda na juventude, Cândido conhece Lourdes e juntos constituem uma família que sempre se manteve unida em torno dos valores do trabalho, da união e do amor pelo vinho. Atualmente, os filhos estão à frente do negócio.

Localizada no coração do Vale dos Vinhedos, o complexo da Dom Cândido é um verdadeiro convite à vivência de experiências únicas, reunindo belezas naturais exuberantes, vinhos e espumantes de excelente qualidade, farta gastronomia e receptividade familiar.

A família Dom Cândido se orgulha de sua história de trabalho, dedicação e amor por esta terra, cultivando uvas nobres, em vinhedos próprios, que resultam na elaboração de quantidades limitadas de garrafas de vinhos e espumantes de sabores e aromas incomparáveis.

Pessoas envolvidas no trabalho, dedicação e amor por esta terra. Tradição e valores passados de geração em geração, fazendo com que o cultivo de uvas nobres, em vinhedos próprios, resulte na elaboração de quantidades limitadas de garrafas.

Mais informações acesse:

https://www.domcandido.com.br/

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=SERRAGAUCHA

“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/o-sucesso-da-merlot-no-brasil/amp/

“Vinho IG”: https://vinho.ig.com.br/2010/08/17/merlot-brasileiro-e-melhor-do-mund.html

“Wikipedia”: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_dos_Vinhedos#Denomina%C3%A7%C3%A3o_de_Origem_Vale_dos_Vinhedos

“Viajali”: https://www.viajali.com.br/vale-dos-vinhedos/

“Embrapa”: https://www.embrapa.br/indicacoes-geograficas-de-vinhos-do-brasil/ig-registrada/do-vale-dos-vinhedos

 

 

 

 










quinta-feira, 30 de junho de 2022

Cavas do Vale Reserva Merlot 2008

 

Vou contar uma história recente com uma das minhas castas preferidas, a Merlot, para enfatizar um antigo apreço por esta variedade. E, contando essa história, vou enaltecer esse carinho, esse apego sentimental por ela, responsável por me introduzir no universo dos vinhos finos, vitis vinífera.

Estava eu participando de uma live, um recurso tecnológico de comunicação que ganhou certa receptividade pelas pessoas atualmente, muito em decorrência dos períodos sombrios pandêmicos em que não podíamos socializar, mantendo um distanciamento físico, com um desses emergentes críticos e especialistas de vinhos, acredito que era um sommelier, mas que escrevia também sobre vinhos e que também lecionava sobre.

Hoje estamos também testemunhando, muito graças, penso, a proliferação de alguns formadores de opinião do vinho e não falo com rejeição, mas, em alguns momentos com preocupação, pois, com o advento das redes sociais, o filtro de competência e qualidade nas informações disseminadas não são tão, digamos, apuradas, mas precisamos, mesmo em momentos como esse, respeitar essas movimentações democráticas e saber separar o que cada um de nós julga ser bom ou ruim para a gente, no que tange aos conteúdos.

O tema da “live” era as principais castas tintas, as mais famosas. Quando a pauta passou a ser o Merlot, eu decidi participar e fiz uma pergunta que julgava ser importante discutida sobre o atual cenário de cultivo desta no Brasil: Perguntei se podemos considerar a Merlot brasileiro, os rótulos dessas castas produzidos no nosso país, as melhores do mundo.

Não sei se eu não me fiz entender direito ou ele que não compreendeu, mas disse que era para ter cautela nessa observação e que poderia ser um comentário ufanista. Nunca! Cautela? Talvez! Ufanista? Nunca! É fato que, apesar dos tributos, da miopia dos nossos produtores sob o aspecto corporativo da coisa, o custo Brasil alto, os rótulos brasileiros melhoraram, ganhou em tipicidade e, ao longo do tempo e sou testemunha disso, que os Merlots nacionais é o que vem tendo destaque, não tanto quanto os nossos espumantes, mas vem sim, tendo visibilidade.

E depois dessa live decidi me debruçar nas pesquisas e buscar algumas respostas para as minhas dúvidas e perguntas, bem como eventuais equívocos de minha parte em relação a esse tema e li algumas matérias, alguns comentários de outros especialistas acerca da Merlot brasileiro e achei uma que me chamou a sua atenção do Dirceu Vianna Júnior, Master of Wine do Brasil e radicado há muitos anos em Londres.

Ele reuniu, em 2010, um grupo de 40 profissionais internacionais, entre eles 15 Masters of Wine, para uma degustação às cegas de vinhos com a variedade Merlot produzidos em 11 países diferentes. O resultado foi impressionante: entre os 10 melhores classificados pelos especialistas, oito eram brasileiros (ler matéria completa em: Sucesso da Merlot no Brasil). Acredito que esse dado corrobora a questão por mim levantada na live, que expressa o promissor cenário dos grandes rótulos produzidos em nossas terras, com o nosso terroir que vem se destacando e não podemos negligenciar isso. Claro que não podemos negar os centros tradicionais, como Bordeaux, por exemplo, a questão não é uma corrida para ser o melhor, mas colocar o Brasil no rol dos melhores pode ser uma realidade. 

E falando em terroir, a Serra Gaúcha, a mais importante e tradicional região vinícola do Brasil, vem se tornando o centro dos grandes Merlots. E por que estou dizendo tudo isso e contando toda essa história? Para enfatizar o meu carinho e a minha gratidão por essa casta e que a meu caminho para descobri-la, em todas as suas nuances e características, de acordo com o seu terroir, continua e prezo pelas novidades. Então hoje, nesta fria, mas agradável noite, decidi abrir um “debutante”, um quase debutante de quatorze anos de vida, de safra!

E um Merlot dos Vale dos Vinhedos, da Serra Gaúcha! É sempre muito gratificante degustar um Merlot da Serra Gaúcha, mas mais gratificante ainda é degustar um vinho com certa idade, com mais de uma década de garrafa. Certos caminhos eu jamais pensei em percorrer e esse, de experimentar vinhos com esse tempo de safra, sempre me pareceu impossível. Mas cá estou relatando, registrando nesse texto esse momento único, importante para mim e melhor: Um vinho nacional! Quem disse que os brasileiros não podem, não conseguem fazer rótulos com longevidade?

O vinho que degustei e gostei, com todas as honras, privilégios e reverências possíveis, veio do Vale dos Vinhedos, da Serra Gaúcha, do Brasil e se chama Cavas do Vale Merlot Reserva da safra 2008. E o mais prazeroso de ser submetido a essas experiências sensoriais é de degustar vinhos de pequenos e desconhecidos produtores que sim, merecem respeito e respaldo do poder público e de toda a cadeia do vinho neste Brasil. Então sem mais delongas falemos um pouco da Serra Gaúcha e do Vale dos Vinhedos que hoje, vem ganhando notoriedade no universo do vinho brasileiro.

Serra Gaúcha

Situada a nordeste do Rio Grande do Sul, a região da Serra Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se pelo volume e pela qualidade dos vinhos que produz. Para qualquer enófilo indo ao Rio Grande do Sul, é obrigatório visitar a Serra Gaúcha, especialmente Bento Gonçalves.

Serra Gaúcha

A região da Serra Gaúcha está situada em latitude próxima das condições geoclimáticas ideais para o melhor desenvolvimento de vinhedos, mas as chuvas costumam ser excessivas exatamente na época que antecede a colheita, período crucial à maturação das uvas. Quando as chuvas são reduzidas, surgem ótimas safras, como nos anos 1999, 2002, 2004, 2005 e 2006.

A partir de 2007, com o aquecimento global, o clima da Serra Gaúcha se transformou, surgindo verões mais quentes e secos, com resultados ótimos para a vinicultura, mas terríveis para a agricultura. Desde 2005 o nível de qualidade dos vinhos tintos vem subindo continuamente, graças a esta mudança e também do salto de tecnologia de vinhedos implantado a partir do ano 2000.

Vale dos Vinhedos e a sua Indicação de Procedência

O Vale dos Vinhedos localiza-se no centro do triângulo formado pelas cidades de Bento Gonçalves (nordeste), Monte Belo do Sul (noroeste) e Garibaldi (sul). O Vale dos Vinhedos compreende a parte da bacia hidrográfica do Rio Pedrinho, situada a montante da foz de um córrego afluente deste e situado a sudeste da comunidade de Vale Aurora, no município de Bento Gonçalves.

A parte do vale a jusante é denominada de Vale Aurora. A maior parte da área do Vale dos Vinhedos fica localizada em território do município de Bento Gonçalves, com 55% do total, e a menor parte fica localizada em território de Monte Belo do Sul, com 8% na porção noroeste. A parte sul do Vale pertence ao município de Garibaldi, com 37% da área total. Parte da zona urbana de Bento Gonçalves situa-se dentro do perímetro do Vale, haja vista que a linha divisória de águas entre as bacias do Rio Pedrinho e do Rio Buratti passa pela parte oeste da cidade. Localizam-se ao longo desta linha, ou próximo desta, a pista do Aeroclube de Bento Gonçalves, a Estação Rodoviária de Bento Gonçalves, o Estádio da Montanha e a Estação Ferroviária de Bento Gonçalves.

Vale dos Vinhedos

O Vale dos Vinhedos é a primeira região vinícola do Brasil a obter Indicação de Procedência de seus produtos, exibindo o Selo de Controle em vinhos e espumantes elaborados pelas vinícolas associadas. Criada em 1995, a partir da união de seis vinícolas, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), já surgiu com o propósito de alcançar uma Denominação de Origem. No entanto, era necessário seguir os passos da experiência, passando primeiro por uma Indicação de Procedência.

O pedido de reconhecimento geográfico encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 1998 foi alcançado somente em 2001. Neste período, foi necessário firmar convênios operacionais para auxiliar no desenvolvimento de atividades que serviram como pré-requisitos para a conquista da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos (I.P.V.V.). O trabalho resultou no levantamento histórico, mapa geográfico e estudo da potencialidade do setor vitivinícola da região. Já existe uma DOC (Denominação de Origem Controlada) na região.

Sua norma estabelece que toda a produção de uvas e o processamento da bebida seja realizada na região delimitada do Vale dos Vinhedos. A DO também apresenta regras de cultivo e de processamento mais restritas que as estabelecidas para a Indicação de Procedência (IP), em vigor até a obtenção do registro da DO, outorgado pelo INPI.

Vale dos Vinhedos DO

O Vale dos Vinhedos foi a primeira região entregue aos imigrantes italianos, a partir de 1875. Inicialmente desenvolveu-se ali uma agricultura de subsistência e produção de itens de consumo para o Rio Grande do Sul. Devido à tradição da região de origem das famílias imigrantes, o Veneto, logo se iniciaram plantios de uvas para produção de vinho para consumo local. Até a década de 80 do século XX, os produtores de uvas do Vale dos Vinhedos vendiam sua produção para grandes vinícolas da região. A pouca quantidade de vinho que produziam destinava-se ao consumo familiar.

Esta realidade mudou quando a comercialização de vinho entrou em queda e, consequentemente, o preço da uva desvalorizou. Os viticultores passaram então a utilizar sua produção para fazer seu vinho e comercializá-lo diretamente, tendo assim possibilidade de aumento nos lucros.

Para alcançar este objetivo e atender às exigências legais da Indicação Geográfica, seis vinícolas se associaram, criando, em 1995, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale). Atualmente, a Aprovale conta com 24 vinícolas associadas e 19 associados não produtores de vinho, entre hotéis, pousadas, restaurantes, fabricantes de produtos artesanais, queijarias, entre outros. As vinícolas do Vale dos Vinhedos produziram, em 2004 9,3 milhões de litros de vinhos finos e processaram 14,3 milhões de kg de uvas viníferas.

Detalhes da Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos

1 - A produção de uvas e a elaboração dos vinhos ocorrem exclusivamente na região delimitada do Vale dos Vinhedos, uma área de 72,45 km2 localizada nos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul.

2 - Existem requisitos específicos para de cultivo dos vinhedos, produtividade e qualidade das uvas para vinificação;

3 - Os espumantes finos são elaborados exclusivamente pelo “Método Tradicional” (segunda fermentação na garrafa), nas classificações Nature, Extra-brut ou Brut; para este produto as uvas Chardonnay e/ou Pinot Noir são de uso obrigatório;

4 - Nos vinhos finos brancos, a uva Chardonnay é de uso obrigatório, podendo ter corte com a Riesling Itálico;

5 - O uso da uva Merlot é obrigatória para os vinhos finos tintos da DO, os quais podem ter cortes com vinhos elaborados com as uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat;

6 - Os produtos que passam por madeira envelhecem exclusivamente em barris de carvalho;

7 - Para chegar ao mercado, os vinhos brancos passam por um período mínimo de envelhecimento de 6 meses; no caso dos vinhos tintos são 12 meses; os espumantes finos passam por um período mínimo de 9 meses em contato com as leveduras, na fase de tomada de espuma;

8 - Os vinhos apresentam características analíticas e sensoriais específicas da região e somente são autorizados para comercialização os produtos que obtenham do Conselho Regulador da DO o atestado de conformidade em relação aos requisitos estabelecidos no Regulamento de Uso.

E agora falando do vinho:

Na taça revela um vermelho granada, atijolado, com halos evolutivos, denunciando seus 14 anos de safra, límpido e muito brilhante. Com lágrimas em profusão, finas e lentas, desenham as bordas do copo.

No nariz o destaque fica para os aromas terciários e as notas frutadas, frutas vermelhas maduras, frutas secas e em compota, como: avelã, groselha e cereja. As pipas de madeira, onde o vinho ficou armazenado, pronunciou as frutas. Percebem-se também terra molhada, fumaça, um defumado, as especiarias, representadas pela pimenta e ervas secas. Sente-se também, discretamente, um floral, flores vermelhas.

Na boca traz austeridade e não é por uma eventual estrutura, pois o vinho é leve, mas por ser equilibrado, elegante, sofisticado, garantido pelos seus anos de safra. É leve, porém de marcante personalidade, principalmente pela sua complexidade e um bom volume de boca, graças também as notas frutadas. Tem uma acidez correta, o que surpreende pelo tempo de vida, taninos domados, finos e um final cheio, longo e de retrogosto frutado.

Há um longo caminho a se percorrer para o Brasil se tornar um polo de referência na produção vitivinícola? Sim! Somos muitos jovens na produção de vinhos finos no Brasil, sobretudo diante de uma longa e secular história de vinhos coloniais, por exemplo, os famosas uvas de mesa, dos garrafões, mas vejo, por intermédio de rótulos que, cada vez mais expressam a tipicidade e os terroirs das principais regiões do Brasil na produção de vinhos, um futuro promissor e brilhante pela frente, mesmo com algumas adversidades de quem deveria fomentar o apoio. Mas sigamos aprendendo com os erros.

O fato é de que, além de fatos, estudos, depoimentos e história, a maior prova, a prova mais contundente e cabal é aquela que está na nossa taça, nas nossas adegas, nas nossas mesas, de rótulos como o Cavas do Vale Merlot Reserva que, mesmo com quatorze longos anos, se mostra vivo, pleno e com algum tempo pela frente, caso optasse pela continuidade de seu repouso, de sua evolução. E como evoluiu bem esse vinho, revelando às notas terciárias, as especiarias, as notas de frutas secas, a terra molhada. Como é prazeroso ser submetido à essas experiências e como nos tornamos pequenos perante a natureza e a sua gigante capacidade de nos proporcionar o que de melhor dela vem. Que possamos ter saúde para testemunhar as redenções do Brasil vitivinícola e dos seus rótulos. Tem 12,3% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Cavas do Vale:

A Cavas do Vale é uma vinícola pequena, familiar, artesanal, que elabora vinhos a partir de uvas próprias cultivadas no coração do Vale dos Vinhedos, pelo método tradicional e pipas de madeiras, com a menor intervenção possível de maquinários e produtos enológicos.

A sua história começa em 1954 quando Lucindo Brandelli inicia uma pequena produção de vinhos no porão de casa para consumo próprio, logo a paixão pela vitivinicultura cresceu e o cultivo de uva e produção de vinho tornou-se o negócio da família.

Em 2005, dando continuidade ao projeto do patriarca, um de seus filhos, Irineu Brandelli, enólogo com mais de 30 anos de experiência, funda a Cavas do Vale, elaborando vinhos das uvas Merlot, Cabernet e Tannat e já na primeira safra é brindado pela natureza com a histórica safra de 2005, que originou o vinho Gran Reserva Lucindo Brandelli.

Hoje a vinícola Cavas do Vale se destaca pelos seus vinhos de guarda, o Cavas do Vale Reserva Safra 2008 e o Gran Reserva Lucindo Safra 2005, vinhos vivos, ricos, complexos e com muitos anos de vida pela frente e que refletem ao máximo o terroir do Vale dos Vinhedos.

Mais informações acesse:

https://loja.cavasdovale.com.br/

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=SERRAGAUCHA

“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/o-sucesso-da-merlot-no-brasil/amp/

“Vinho IG”: https://vinho.ig.com.br/2010/08/17/merlot-brasileiro-e-melhor-do-mund.html

“Wikipedia”: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_dos_Vinhedos#Denomina%C3%A7%C3%A3o_de_Origem_Vale_dos_Vinhedos

“Viajali”: https://www.viajali.com.br/vale-dos-vinhedos/

“Embrapa”: https://www.embrapa.br/indicacoes-geograficas-de-vinhos-do-brasil/ig-registrada/do-vale-dos-vinhedos