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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Casillero del Diablo Pedro Jimenez 2021

 




Vinho: Casillero del Diablo Reserva

Safra: 2021

Casta: Pedro Jimenez

Região: Coquimbo, Vale de Limarí

País: Chile

Produtor: Concha Y Toro

Adquirido: Supermercado Assaí (Niterói)

Valor: R$ 38,90

Teor Alcoólico: 12%

 

Análise:

Visual: apresenta um amarelo palha, brilhante, com reflexos esverdeados, com rápidas lágrimas finas.

Nariz: trazem aromas exuberantes de frutas cítricas e tropicais, com destaque para pera, limão, tangerina, maçã-verde, com notas florais discretas, mas que traz a sensação de flores brancas e um toque de mineralidade que corrobora ainda mais seu frescor.

Boca: é jovem, fresco, mas traz estrutura e persistência na boca, algo como untuosidade, amanteigado. As notas frutadas são evidentes, como no aspecto olfativo. A acidez é vibrante, mas que não incomoda ou agride e se equilibra e se integra perfeitamente ao conjunto do vinho. A mineralidade se repete também e o final é longo, cheio e persistente.

 

Produtor:

https://conchaytoro.com/pt-pt/


quarta-feira, 3 de abril de 2024

Rayun Reserva Pinot Noir 2014

 



Vinho: Rayun Reserva

Casta: Pinot Noir

Safra: 2014

Região: Vale do Limari

País: Chile

Produtor: Rayun Wines

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 40% do vinho passou por barricas de carvalho francês e americano (Não identificado o tempo)

 

Análise:

Visual: apresenta vermelho vibrante, brilhante, sem muita concentração, com lágrimas finas, lentas e em média intensidade.

Nariz: revela caráter frutado, as notas evidentes de frutas vermelhas frescas, com destaque para morango, framboesas, cerejas e groselha, sobre um fundo discretamente amadeirado, sendo muito integrado.

Boca: se mostra fresco, leve para médio e uma ótima sinergia entre fruta e madeira, com taninos amáveis e ótima acidez.

 

Produtor:


sábado, 9 de julho de 2022

Witral Gran Reserva Syrah 2016

 

Seria possível enxergar novidades em algo que já conhecemos desde os tempos de outrora? Digo que no universo vasto e inexplorado do vinho podemos sem sombra de dúvida.

E não é somente nas novas safras de um mesmo rótulo que as influências naturais (clima, temperatura etc.) tem impacto determinante nos vinhos, dando-lhes um caráter único, safra após safra, ano após ano, mas também na novidade de uma região, por exemplo.

Quer algo mais regionalista que degustarmos rótulos de microrregiões, pequenas e desconhecidas regiões inseridas em um grande “bloco” regional, muitas vezes, conhecidos e respeitados mundialmente?

Mas no caso da região cujo vinho degustarei hoje vem ganhando notoriedade pela sua credibilidade, pelos seus vinhos de qualidade, que eu, até o momento, não tive o prazer de degustar. Até o momento, porque a espera acabou, ele chegou!

Quem não gosta de um belo Syrah chileno? Definitivamente a variedade ganhou o mundo e em qualquer terroir se adapta divinamente, ganhando claro suas peculiaridades de acordo com a terra, o clima e a geografia do local de cultivo.

E essa região de hoje, nova para mim, me oferece um Syrah. Entendeu a novidade mesmo que com algo que já profundamente conhecemos? Sim! Isso é mágico e só mesmo o universo do vinho e toda a sua aura cósmica e especial pode nos proporcionar.

Esse vinho, depois da aquisição, ficou por um período que considerei razoável na adega. Esperei, pacientemente, o melhor momento para degusta-lo e hoje com seus seis anos de vida, está maduro, elegante, complexo, arrisco, como tem de ser um belo Syrah com a sua proposta e do Chile.

Bem sem mais delongas vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio do Valle del Limarí e se chama Witral Gran Reserva, um 100% Syrah da safra 2016. Antes de viajarmos na história de Limarí e da descrição do vinho, cabe aqui uma curiosidade: “Witral” significa “tear” na língua dos Mapuches e expressa uma das mais antigas tradições desse povo. Essa civilização habitou o Valle del Limarí.

Os mapuches são um povo indígena da região centro-sul do Chile e do sudoeste da Argentina. São conhecidos também como araucanos (nome que os espanhóis lhes deram, mas que eles não reconhecem como próprio e percebido como pejorativo) ou eram também chamados reches antes do século XVIII.

A denominação Mapuche se origina da fusão de duas palavras, “mapu” que significa terra, e “che”, que significa gente. Em algumas regiões, ambos os termos são utilizados com pequenas diferenças de significado. Especula-se que o nome araucano proceda da palavra quechua "awqa", inimigo, selvagem ou rebelde, ou de "palqu", silvestre, tendo sido lhes dada pelos incas ou pelos espanhóis, fato que explica o repúdio desta designação por parte dos próprios Mapuche. 

Valle del Limarí

Localizado na província de Coquimbo, a cerca de 400 quilômetros ao norte de Santiago e às portas do deserto do Atacama, o Valle del Limarí é uma importante área vitivinícola chilena. Seu nome é devido ao rio Limarí, que corta o vale levando água pura e cristalina das Cordilheiras dos Andes. O Rio Limarí desce das montanhas dos Andes, formando uma ampla bacia com o maior reservatório do Norte Chico, o que favorece toda a agricultura.

O Vale do Limarí é conhecido como o “Norte Verde do Chile”, pois nele se encontram metade das áreas irrigadas da região de Coquimbo. Os vinhedos nesta área são famosos por suas variedades Chardonnay, Sauvignon Blanc e Cabernet Sauvignon, mas outras variedades também são encontradas como a Syrah,  Viognier e Pinot Gris.

Coquimbo e as suas regiões, inclusive Valle del Limarí

Com um terroir que possui características excepcionais, o Valle del Limarí é um verdadeiro oásis em meio à paisagem desértica. A região possui um dos céus mais claros do mundo. Para se ter uma ideia, o Valle del Limarí recebe, aproximadamente, 35% a mais de intensidade solar e uma quantidade alta de dias de sol por ano, cerca de 300, quando comparado a outras regiões vitivinícolas chilenas, como o Valle Central. Devido a essa característica é também um dos principais polos de observação astronômica do mundo.

Antes de ganhar fama pela qualidade da enologia, o Valle del Limarí chamou a atenção internacional em 1987, quando pesquisadores de La Serena fotografaram a explosão de uma estrela da categoria Supernova, feito considerado raro. O clima árido da região desértica é perfeito para a observação espacial, já que a umidade local é muito baixa, o que evita que as imagens captadas pelas lentes dos telescópios embacem.

Outra característica marcante da região é a influência marítima do Oceano Pacífico. Por lá, essa brisa marítima recebe o nome de Camanchaca. É por isso que a temperatura local baixa com facilidade, devido às brisas durante os dias e as noites, o que ajuda no amadurecimento lento das uvas, resultando em uma maior concentração de aromas e sabores.

Além das importantes características citadas, o Valle del Limarí tem um fator que determina a tipicidade da região e, consequentemente, de seus vinhos, que é a mineralidade. Isso ocorre devido à quantidade de carbonato de cálcio presente no solo, que é absorvido pela videira e até chegar aos cachos de uva.

Na serra costeira os Altos de Talinay recebem a umidade do mar, gerando um afloresta com espécies vegetais que sobrevivem 1000 km ao norte de seu habitat natural. As brisas marítimas que entram no vale refrescam possíveis altas temperaturas, permitindo a produção de vinhos finos entre o setor de Socos e a cidade de Ovalle.

A região vinícola de Valle del Limari possui 4 denominações: Monte Patria (DO), Ovalle (DO), Punitaqui (DO) e Rio Hurtado (DO).

Além da beleza natural o turismo em Valle del Limarí conta com um forte potencial turístico com uma gastronomia marinha tendo a oportunidade de acompanhar produtos típicos como a papaia e os queijos de cabra. E uma grande variedade de piscos gourmet para descobrir! Os vestígios arqueológicos e os parques naturais completam uma experiência completa a quatro horas da capital.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresente um vermelho rubi intenso, escuro, profundo, mas brilhante, com lágrimas grossas, lentas e em profusão. Um vinho caudaloso, consistente já denunciando o seu corpo intenso.

No nariz traz aromas de frutas pretas maduras com destaque para amora e ameixa, com um curioso frescor, com notas de especiarias, baunilha e um tostado médio, graças aos dez meses de passagem por barricas de carvalho.

Na boca é seco, encorpado, complexo, volumoso no palato, quente e alcoólico, mas muito bem integrado ao vinho, bem como a fruta madura e a madeira, ambos evidentes, mas em sinergia, mostrando equilíbrio e personalidade, mas fácil de degustar. Pimenta trazendo picância, toques de chocolate meio amargo, torrefação, taninos marcantes, acidez média com um final prolongado e persistente.

Um Syrah de respeito, de marcante personalidade, mas com um incrível frescor que, após familiarizar com a história da região, é muito típico. Um vinho solar, com pouca acidez sim, mas que compensa nas frutas vermelhas maduras. De fato, um Syrah chileno que entrega toda a característica essencial da variedade, como tem de ser, mas redondo e equilibrado. Um vinho que teve a capacidade de unir complexidade e frescor, além da sua plenitude com 6 anos de vida e que tinha mais, muito mais a evoluir. Simples e nobre! Tem 14% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Tabalí:

A Viña Tabalí, presidida por Nicolás Luksic, é há anos o vinhedo icônico e um dos pioneiros do Vale do Limarí. Continuando o caminho do pai, Guillermo Luksic, que fundou a adega em 2002, os locais escolhidos para cada casta têm uma singularidade que deve ser vista refletida em cada vinho

Guillermo Luksic foi o primeiro empresário a construir uma moderna adega no Vale do Limarí. Ele tinha um carinho especial por Ovalle porque sua mãe, Ena Craig, havia estudado na escola Amalia Errázuriz, então desde criança ele visitava a área com sua família e amigos. Ele tinha essa coisa sentimental da mãe, e a certa altura disse: quero ter um campo em Ovalle porque a região é fascinante, o clima, a temperatura e também é muito bonita.

Foi assim que Guillermo, no início da década de 1990, comprou a fazenda Tabalí, às margens do Valle del Encanto, onde plantou seus primeiros vinhedos em 1993. Só em 2002 foram lançados os primeiros vinhos da marca Tabalí, que rapidamente ganhariam reconhecimento pela sua qualidade tanto no mercado nacional como internacional.

Em 2009, após anos de estudos geológicos e experimentação, na busca constante pela inovação e excelência na qualidade de seus vinhos, a vinícola adquiriu o vinhedo Talinay. Esta vinha está localizada no sopé do Parque Nacional Fray Jorge e faz parte da Reserva Mundial da Biosfera da UNESCO. Apenas 12km o separam da costa, sendo o vinhedo mais costeiro do vale e aquele que surpreenderia todo o Chile com prêmios de Melhor Pinot Noir e Melhor Chardonnay do país em sua primeira colheita.

Com o objetivo de buscar novos Terroirs no Vale, em 2010 foi comprada uma parte da antiga Hacienda El Bosque, localizada na área andina de Río Hurtado. Neste local, está plantado um vinhedo a 1.600 metros acima do nível do mar, algo completamente novo, tornando Tabalí o único vinhedo que possui vinhas do mar à montanha, no mesmo vale.

Finalmente, em 2013 e sob a presidência de Nicolás, Tabalí adquiriu um dos vinhedos Cabernet Sauvignon mais exclusivos e de alta qualidade do Vale do Maipo, com a singularidade de estar localizado na Cordilheira da Costa, com encostas de solos coluviais e com exposição. Esta vinha promete novas oportunidades para a adega, que finalmente decide expandir o seu portfólio e explorar outros vales.

Mais informações acesse:

https://www.tabali.com/

Referências:

“Winepedia”: https://www.wine.com.br/winepedia/enoturismo/o-vale-do-limari/

“Boa Bebida”: https://boabebida.com.br/regiao/Valle-del-Limari

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=LIMARI

“Wikipedia”: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mapuches

“Enoturismo Chile”: https://www.enoturismochile.cl/valle-del-limari/

“Top do Brasil”: http://www.topdobrasil.com.br/vinhos/chile/valle-del-limari.php