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segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Bons Ventos Superior 2019

 



Vinho: Bons Ventos Superior

Safra: 2019

Casta: Cabernet Sauvignon, Syrah e Touriga Nacional

Região: Lisboa

País: Portugal

Produtor: Casa Santos Lima

Adquirido: Wine

Valor: R$ 59,90

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 6 a 8 meses em barricas de carvalho francesa.

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi intenso, escuro e fechado, com visíveis traços violetas, denotando jovialidade. Tem lágrimas finas, lentas e em profusão.

Nariz revela um aroma estonteante de frutas vermelhas e pretas maduras, com destaque para ameixas, cerejas, framboesas. As notas amadeiradas são perceptíveis, porém bem integradas ao conjunto do vinho, com o aporte de baunilha, chocolate e um discreto tostado.

Boca: traz média estrutura e persistência, com as notas frutadas em pleno destaque, como no aspecto olfativo. Um vinho saboroso, cheio e de personalidade, completados por taninos marcados, gulosos, porém amáveis, com uma bela acidez que traz a sensação de frescor. Final persistente.

 

Produtor:


segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Chateau des Aladères 2016

 



Vinho: Chateau Aladères  

Safra: 2016

Casta: Carignan (40%), Syrah (30%), Grenache (20%) e Cinsault (10%)

Região: Corbières, Languedoc-Roussillon

País: França

Produtor: Château de Lastours

Adquirido: Wine

Valor: R$ 59,90

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 6 meses em tanques de aço inoxidável com as borras.

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi intenso, porém com traços acobreados, atijolados, denotando seus oito anos de garrafa. É viscoso, traz lágrimas finas, lentas e que mancham o bojo.

Nariz: entrega aromas agradáveis de frutas vermelhas maduras, como groselha, cereja e até framboesa, com notas de especiarias, com destaque para pimenta preta e um toque lácteo, arriscaria.

Boca: é intenso, com alguma estrutura, porém é elegante e macio, revelando-se equilibrado. Mostrou-se alcoólico no início, porém logo equilibrou-se, trazendo as notas frutadas, como no aspecto olfativo, taninos presentes, mas domados pelo tempo, acidez média e final persistente, de retrogosto frutado.

 

Produtor:

https://www.chateaudelastours.com/en/home/




quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Claude Val tinto 2020

 



Vinho: ClaudeVal

Safra: 2020

Casta: 50% Grenache, 25% Carignan, 15% Syrah e 10% Merlot

Região: Laguedoc-Roussillon

País: França

Produtor: Domaine Paul Mas

Adquirido: Loja Niterói Vinhos

Valor: R$ 74,90

Teor Alcoólico: 13,5%

 

Análise:

Visual: apresenta cor rubi intensa, porém com halos violáceos, além de lágrimas proeminentes e lentas que mancham toda a taça.

Nariz: aromas de frutas negras, com destaque para amora e ameixa, com muito frescor, com um leve especiado, algo como pimenta preta.

Boca: é jovem, frutado, fresco, mas com alguma personalidade, mostrando equilíbrio entre acidez, vibrante e salivante, taninos, amáveis e dóceis e, claro, estrutura. Tem um final persistente, de retrogosto frutado.

 

Produtor:

https://www.paulmas.com/


quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Claude Val Rosé 2022

 



Vinho: ClaudeVal

Safra: 2022

Casta: 50% Grenache, 30% Cinsault e 20% Syrah.

Região: Laguedoc-Roussillon

País: França

Produtor: Domaine Paul Mas

Adquirido: Loja Arte dos Vinhos, na cidade de Niterói

Valor: R$ 65,90

Teor Alcoólico: 12,5%

 

Análise:

Visual: traz um rosado bem claro, delicado, mas muito brilhante, lembrando um Provence. Tem rápidas lágrimas e em pequena quantidade.

Nariz: focado distintamente nos aromas de frutas vermelhas frescas, com destaque para morango, cerejas e framboesa. Traz mineralidade, frescor, leveza e um discreto, porém agradável toque floral.

Boca: é leve, fresco, saboroso, com as notas frutadas perceptíveis, como no aspecto olfativo, com uma acidez na medida e um final persistente, frutado e suculento.

 

Produtor:

https://www.paulmas.com/


S. Sebastião Reserva Syrah e Touriga Nacional 2020

 



Vinho: S. Sebastião Reserva

Safra: 2020

Casta: Syrah e Touriga Nacional

Região: Lisboa

País: Portugal

Produtor: Quinta de São Sebastião

Adquirido: Supermercado Mundial (Nterói)

Valor: R$ 65,90

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: estágio parcial de 12 meses em barricas de carvalho francês.

 

Análise:

Visual: apresenta um vermelho intenso, escuro, mas com halos violáceos e brilhantes, mostrando, inicialmente, sua jovialidade e personalidade. Traz ainda lágrimas lentas, finas e em profusão.

Nariz: revela aromas intensos de frutas negras maduras, com destaque para ameixa, com discretas notas amadeiradas que entrega complexidade e o aporte da baunilha, carvalho, além da elegância que faz do vinho, já no olfato, extremamente equilibrado.

Boca: é estruturado, tem personalidade, porém, como denunciou no aspecto olfativo, revelou-se equilibrado e elegante. As notas frutadas aparecem em destaque, as amadeiradas amaciaram o conjunto do vinho, os taninos, embora presentes e carnudos, estão dóceis, a acidez vibrante, dada a sua ainda jovialidade e o final persistente e frutado.

 

Produtor:



segunda-feira, 22 de julho de 2024

Amitié Colheitas Syrah 2020

 



Vinho: Amitié Colheitas

Safra: 2020

Casta: Syrah (Colheita de inverno)

Região: Serra da Mantiqueira

País: Brasil

Produtor: Amitié Vinhos & Espumantes

Adquirido: Loja Niterói Vinhos

Valor: R$ 84,41

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 6 meses em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: revela um rubi intenso, fechado, com halos violáceos. Mancha toda borda da taça dada a sua concentração, além de lágrimas grossas, lentas e em profusão.

Nariz: traz exuberantes aromas de frutas vermelhas maduras, com destaque para amoras e framboesas, com o toque discreto do carvalho, além de especiarias típicas da cepa como a pimenta.

Boca: é marcante, tem média estrutura, é macio e elegante, mostrando muito equilíbrio. As notas frutadas é percebida e traz a sensação de frescor. Os taninos são gulosos, mas aveludados, com acidez equilibrada, na medida, com a madeira mais evidente, entregando chocolate e baunilha. Tem final longo.

 

Produtor:



segunda-feira, 29 de abril de 2024

Vinhas Velhas do Barão Reserva 2019

 



Vinho: Vinhas Velhas do Barão Reserva

Casta: Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Syrah

Safra: 2019

Região: Alentejo

País: Portugal

Produtor: Vinícola Monte dos Perdigões

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Supermercado Mundial (Niterói/RJ)

Valor: R$ 54,90

Estágio: 50% do lote por 12 meses em barricas de carvalho e os outros 50% do lote em tanques de aço inoxidável.

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi profundo, fechado, escuro, com entornos violáceos, com lágrimas em profusão.

Nariz: no aroma traz um ataque de frutas pretas maduras com destaque para cereja preta e ameixa, com discretas notas amadeiradas com o aporte do tabaco, couro, fumaça e carvalho e especiarias, como pimenta.

Boca: tem médio corpo, macio, elegante, equilibrado, com as notas frutadas percebidas, taninos gordos e generosos, mas amáveis, carvalho bem integrado, com toques de chocolate meio amargo, baunilha, além de uma acidez salivante que trouxe frescor. Tem final cheio e persistente.

 

Produtor:

https://www.montedosperdigoes.pt/pt/


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Adobe Carmènére 2015

 




Vinho: Adobe

Casta: Carmènére (80%), Syrah (8%), Cabernet Franc (4%) e Merlot (3%)

Safra: 2015

Região: Valle de Colchagua

País: Chile

Produtor: Vinícola Emiliana

Teor Alcoólico: 13,7%

Estágio: 6 meses, sendo 80% em tanques de inox e 20% em barricas de carvalho francês

Adquirido: Supermercado Sam’s Club

Valor: R$ 56,90

 

Análise:

Visual: vermelho intenso, com halos arroxeados e lágrimas finas e em profusão.

Nariz: intenso e frutado, onde se destaca aromas de ameixa e groselha, alguns toques tostados e de cassis.

Boca: redondo e elegante, se mostra fresco e de média estrutura, com toques discretos da madeira, taninos dóceis e acidez destacada. Tem final persistente.

 

Produtor:

https://www.emiliana.cl/pt/


Casa Geraldo Reserva Syrah 2020

 



Vinho: Casa Geraldo Reserva

Casta: Syrah

Safra: 2020

Região: Andradas

País: Brasil

Produtor: Casa Geraldo

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 20% do lote estagiou durante 3 meses em barricas de carvalho francês

Adquirido: Casa Geraldo (site)

Valor: R$ 94,00

 

Análise:

Visual: decor vermelho rubi intenso, límpido e brilhante, com lágrimas lentas e em abundância.

Nariz: traz notas de frutas vermelhas maduras, com destaque para a cereja, framboesa, equilibrado com as discretas notas de madeira, além de couro e carpete.

Boca: é um vinho aveludado, macio, mas estruturado, com personalidade e bom volume de boca, com taninos maduros, mas presentes, com acidez justa e equilibrada e um final persistente.

 

Produtor:

www.casageraldo.com.br


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Costero Reserva Syrah 2019

 



Vinho: Costero Reserva

Casta: Syrah

Safra: 2019

Região: Vale do Leyda

País: Chile

Produtor: Viña Tarapacá

Teor Alcoólico: 13%

Estágio: 42% do vinho estagiou 12 meses em tanques de aço inox e o restante 12 meses em barricas de carvalho francês.

Adquirido: Wine

Valor: R$ 55,00

 

Análise:

Visual: um vibrante e brilhante rubi com reflexos violáceos e lágrimas finas e lentas.

Nariz: frutas vermelhas frescas, com destaque para framboesa e cereja, fresco, aromático e um discreto amadeirado que traz certa complexidade ao vinho.

Boca: é macio e elegante, as notas frutadas pulsam, os taninos delicados, leves, a acidez média, que traz a boa sensação de frescor. Tem final de média persistência.

 

Produtor:

http://www.tarapaca.cl


Casa de Sarmento Reserva 2018

 



Vinho: Casa de Sarmento Reserva

Casta: Syrah, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon

Safra: 2018

Região: Alentejo

País: Portugal

Produtor: Casa de Sarmento

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 9 meses em barricas de carvalho

Adquirido: Vinoteca Portuguesa

Valor: R$ 78,90

 

Análise:

Visual: rubi intenso, escuro e com alguma viscosidade, além de lágrimas finas, lentas, coloridas e em profusão.

Nariz: frutas negras maduras em destaque, notas de tabaco e couro e algo mineral.

Boca: é estruturado, mas elegante e macio, com as notas frutadas replicadas no paladar, cheio, com taninos presentes, mas amáveis e acidez média. Final longo.

 

Produtor:

https://casadesarmento.pt/vinhos/


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Velharia Reserva Syrah 2017

 




Vinho: Velharia Reserva

Casta: Syrah

Safra: 2017

Região: Lisboa

País: Portugal

Produtor: Adega Cooperativa de Labrugeira

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho


Análise:

Visual: revela um rubi intenso, escuro, com alguma viscosidade, que faz manchar o bojo, com halos granada e lágrimas grossas, coloridas, em profusão e lentas.

Nariz: aroma complexo a frutos negros maduros, quase em compota, que denota ainda uma presença forte das notas amadeiradas, que aporta baunilha, defumado, caramelo, carvalho.

Boca: traz estrutura e complexidade, porém, ao mesmo tempo, é elegante e equilibrado, com as notas frutadas em sinergia com a madeira, especiarias, presença da pimenta preta. Taninos presentes, mas polidos e uma acidez média, com um final longo, prolongado.

 

Produtor:

http://www.adegalabrugeira.pt/index.html


segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Portada Reserva Syrah e Cabernet Sauvignon 2019

 




Vinho: Portada Reserva

Casta: Syrah e Cabernet Sauvignon

Safra: 2019

Região: Lisboa

País: Portugal

Produtor: DFJ Vinhos

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 3 meses em barricas de carvalho francês

 

Análise:

Visual: tem vermelho rubi intenso, fechado, com certa viscosidade, além de lágrimas finas e lentas.

Nariz: tem aromas de frutas vermelhas e pretas maduras, com notas de especiarias, algo de herbáceo e pimenta, com um discreto toque amadeirado.

Boca: é intenso, porém aveludado, redondo e macio. Replica-se as notas frutadas, com taninos generosos, mas domados e uma boa acidez. Tem final cheio, de retrogosto frutado.

 

Produtor:

https://dfjvinhos.com/


segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Gallant Red Blend 2018

 



Vinho: Gallant Red Blend

Safra: 2018

Casta: Syrah (49%), Pinotage (45%) e Durif (6%)

Região: Paarl, Região Costeira

País: África do Sul

Produtor: Rhebokskloof

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 16 meses em barricas de carvalho

 

Análise:

Visual: rubi intenso, fechado, com entornos granada e lágrimas finas, lentas e em abundância.

Nariz: aromas florais, fruta negra madura, como amora e ameixa, além de aromas terrosos, pimenta, eucalipto, ervas e carvalho.

Boca: as notas frutadas são replicadas, como no aspecto olfativo, com as notas amadeiradas mais presentes, com toques de baunilha, torrefação, com média estrutura, taninos firmes e macios e acidez salivante. Final de média persistência.

 

Produtor:


segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Alfacinha Reserva 2020

 

Definitivamente o vinho está ligado a história de seu povo, a história e cultura da região a qual foi concebido. É inacreditável, pelo menos é o que me parece, dissociar isso e também o enófilo dissociar isso de sua realidade e limitar-se a degustação, embora seja o ápice.

Evidente que a degustação é o primordial e o ápice de quem aprecia a poesia líquida, mas nada melhor que trazer o “tempero” da história às degustações. E não se pode enganar que até as castas, os blends, tudo está ligado ao terroir, está ligado com a sua região.

O vinho de hoje, a degustação de hoje “harmoniza” perfeitamente com essa convergência entre o vinho e a sua degustação com a cultura e a história de seu povo e de sua forma de conceber os rótulos.

Degustei do Tejo, degustei de Setúbal e tantas outras localidades e definitivamente me arrebataram e agora vem de Lisboa o próximo rótulo. E esse é um tanto quanto famoso em nossas terras, talvez um dos mais vendidos lisboetas no Brasil e não preciso dizer que Lisboa entrou em minha enófila vida e com aquela intensidade.

Mas nesse rótulo não é só Lisboa, mas a história que cerca o povo dessa cidade, por isso que comecei esse texto com a questão da “harmonização” da história, cultura e vinho, bem como as suas manifestações comportamentais.

E sem mais delongas vamos às apresentações do vinho: O vinho que degustei e gostei veio, claro, de Lisboa e se chama Alfacinha, um reserva, da safra 2020, que leva em seu blend Touriga Nacional (50%), Syrah (30%) e Tinta Roriz (20%).

Embora traga a famosa casta francesa Syrah, esta é amplamente cultivada em terras lusitanas, principalmente em Lisboa, se tornando praticamente uma casta ativa e vívida em inúmeros rótulos lisboetas.

E por que o vinho se chama “Alfacinha”? Em Portugal, quem nasce na capital Lisboa é conhecido por “alfacinha”. Segundo alguns dos habitantes dessa cidade, o apelido se deve ao fato de eles serem pacíficos e pequenos. Outros falam que suas sacadas estão cheias da hortaliça.

Para ajudar na solução deste mistério, o Gabinete de Estudos Olisiponenses (olisiponense = de Lisboa) enviou um grupo de documentos de sua vasta biblioteca. Deles, podem-se tirar algumas boas explicações.

Os lisboetas comiam muita alface

Em 1943, Fernanda Reis publicou um artigo no Boletim do “Grupo Amigos de Lisboa” um artigo com o título “Alfacinhas”, em que saiu pela capital portuguesa perguntando sobre a razão do nome. “Explicaram-me que tal soubriquet (apelido) viera aos da capital por serem muito amigos de alfaces e pôr as comerem exageradamente”, escreveu ela.

As mulheres de Lisboa não se moviam muito, assim como a hortaliça

Diz Fernanda Reis, no mesmo texto: “Talvez se possa avaliar qualquer coisa de suas antepassadas que viviam como aves de estimação fechadas em casas-gaiola e só usavam de uma liberdade muito reduzida para ir à Igreja, para cumprir o dever de uma visita ou ainda para figurar na romaria devota de uma procissão”.

Os lisboetas gostavam de visitar o campo

Segundo a revista LX Metrópole, de maio de 2002, os portugueses gostavam de “ir às hortas (…) em busca de frescura, da sombra das árvores e do folguedo”.

A alface era abundante

Em um jornal de 1984, na coluna O Poço da Cidade, aparecem ainda outras explicações. “Há quem explique que nas colinas de Lisboa primitiva verdejavam já as plantas hortenses utilizadas na culinária, na perfumaria e na medicina, que dão pelo nome de alfaces. ‘Alface’ vem do árabe, o que poderá indicar que o cultivo da planta começou quando da ocupação da península pelos fiéis de Alá”.

Os lisboetas já tiveram de viver só da hortaliça

Continua a coluna O Poço da Cidade: “Há também quem sustente que, num dos cercos que a cidade foi alvo, os habitantes da capital portuguesa tinham como alimento quase exclusivo as alfaces de suas hortas”.

Por sorte, as explicações acima não são conflitantes e pode-se concluir facilmente que os nascidos em Lisboa são chegados nessa folhinha verde.

Lisboa

A costa de Portugal é muito privilegiada para a produção vitivinícola graças à sua posição em relação ao Oceano Atlântico, à incidência de ventos, ao solo e ao relevo que constituem o local.

Entre as principais áreas produtoras podemos citar a região dos vinhos de Lisboa, antigamente conhecida como Estremadura, famosa tanto por tintos encorpados como por brancos leves e aromáticos.

Tem mais de 30 hectares de cultivo com mais de 9 mil aptas à produção de Vinho Regional de Lisboa e Vinho com Denominação de Origem Controlada. O nome passou em 2009 para Lisboa de forma a diferenciar da região de mesmo nome na Espanha, também produtora de vinhos.

O litoral da IGP Lisboa corre para o sul de Beiras a partir da capital de Portugal, onde o rio Tejo encontra o Oceano Atlântico. Suas características geográficas proporcionam certa complexidade à região, pois está situada climaticamente em zona de transição dos ventos úmidos e estios, com solo de idades variadas, secos, encostas e maciços montanhosos se contrapõem a várzeas e terras de aluvião.

Ainda sofre influência direta da capital do país localizada em um extremo da região. Uma de suas características determinantes é a grande variedade de solos, como terras de aluvião (sedimentar), calcário secundário, várzeas e maciços montanhosos, muitas vezes misturados. Cada um desses terrenos pode proporcionar às uvas características completamente diferentes.

Lisboa

Esta região possui boas condições para produzir vinhos de qualidade, todavia há cerca de quinze anos atrás a região de Lisboa era essencialmente conhecida por produzir vinho em elevada quantidade e de pouca qualidade. Assim, iniciou-se um processo de reestruturação nas vinhas e adegas.

Provavelmente a reestruturação mais importante realizou-se nas vinhas, uma vez que as novas castas plantadas foram escolhidas em função da sua produção em qualidade e não em quantidade. Hoje, os vinhos da Região de Lisboa são conhecidos pela sua boa relação qualidade/preço.

A região concentrou-se na plantação das mais nobres castas portuguesas e estrangeiras e em 1993 foi criada a categoria “Vinho Regional da Estremadura”, hoje "Vinho Regional Lisboa". A nova categoria incentivou os produtores a estudar as potencialidades de diferentes castas e, neste momento, a maior parte dos vinhos produzidos na região de Lisboa são regionais (a lei de vinhos DOC é muito restritiva na utilização de castas).

Entre as principais uvas cultivadas podemos citar as brancas Arinto, Fernão Pires (ambos naturais de Portugal) e Malvasia, e as tintas, Alicante Bouschet, Castelão, Touriga Nacional e Aragonez (como é chamada a Tempranillo na região).

Acredita-se que a elaboração de vinhos seja uma atividade desde o século 12, quando os monges da Ordem de Cister se estabeleceram na região. Uma de suas principais funções era justamente a produção da bebida para a celebração de missas.

A Região de Lisboa é constituída por nove Denominações de Origem: Colares, Carcavelos e Bucelas (na zona sul, próximo de Lisboa), Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã e Óbidos (no centro da região) e Encostas d’Aire (a norte, junto à região das Beiras).

DO Lisboa

A Região de Lisboa é constituída por nove Denominações de Origem: Colares, Carcavelos e Bucelas (na zona sul, próximo de Lisboa), Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã e Óbidos (no centro da região) e Encostas d’Aire (a norte, junto à região das Beiras).

As regiões de Colares, Carcavelos e Bucelas outrora muito importantes, hoje têm praticamente um interesse histórico. A proximidade da capital e a necessidade de urbanizar terrenos quase levaram à extinção das vinhas nestas Denominações de Origem.

A Denominação de Origem de Bucelas apenas produz vinhos brancos e foi demarcada em 1911. Os seus vinhos, essencialmente elaborados a partir da casta Arinto, foram muito apreciados no estrangeiro, especialmente pela corte inglesa. Os vinhos brancos de Bucelas apresentam acidez equilibrada, aromas florais e são capazes de conservar as suas qualidades durante anos.

Colares é uma Denominação de Origem que se situa na zona sul da região de Lisboa. É muito próxima do mar e as suas vinhas são instaladas em solos calcários ou assentes em areia. Os vinhos são essencialmente elaborados a partir da casta Ramisco, todavia a produção desta região raramente atinge as 10 mil garrafas.

A zona central da região de Lisboa (Óbidos, Arruda, Torres Vedras e Alenquer) recebeu a maioria dos investimentos na região: procedeu-se à modernização das vinhas e apostou-se na plantação de novas castas.

Hoje em dia, os melhores vinhos DOC desta zona provêm de castas tintas como, por exemplo, a casta Castelão, a Aragonez (Tinta Roriz), a Touriga Nacional, a Tinta Miúda e a Trincadeira que por vezes são lotadas com a Alicante Bouschet, a Touriga Franca, a Cabernet Sauvignon e a Syrah, entre outras. Os vinhos brancos são normalmente elaborados com as castas Arinto, Fernão Pires, Seara-Nova e Vital, apesar da Chardonnay também ser cultivada em algumas zonas.

A região de Alenquer produz alguns dos mais prestigiados vinhos DOC da região de Lisboa (tintos e brancos). Nesta zona as vinhas são protegidas dos ventos atlânticos, favorecendo a maturação das uvas e a produção de vinhos mais concentrados. Noutras zonas da região de Lisboa, os vinhos tintos são aromáticos, elegantes, ricos em taninos e capazes de envelhecer alguns anos em garrafa. Os vinhos brancos caracterizam-se pela sua frescura e carácter citrino.

A maior Denominação de Origem da região, Encostas d’Aire, foi a última a sofrer as consequências da modernização. Apostou-se na plantação de novas castas como a Baga ou Castelão e castas brancas como Arinto, Malvasia, Fernão Pires, que partilham as terras com outras castas portuguesas e internacionais, como por exemplo, a Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Aragonez, Touriga Nacional ou Trincadeira. O perfil dos vinhos começou a alterar-se: ganharam mais cor, corpo e intensidade.

E agora finalmente o vinho!

Na taça entrega um rubi intenso, escuro, límpido e brilhante, com uma boa profusão de lágrimas finas e lentas que desenham a borda do copo.

No nariz traz aromas marcados e vívidos de frutas vermelhas e pretas bem maduras, com destaque para cerejas, amoras, ameixas, trazendo ainda um floral garantido pela Touriga Nacional, além de discreto toque de baunilha, chocolate e especiarias doces.

Na boca é frutado, as notas de frutas maduras, como no aspecto olfativo, têm corpo médio, demonstrando personalidade e bom volume de boca, ampliado pelo álcool. As notas terrosas, de couro, baunilha e chocolate também se percebem discretamente, graças aos três meses em barricas de carvalho, com taninos macios e boa acidez. Tem um final longo, persistente.

Cultura, história, sociedade, comportamento, tudo harmoniza maravilhosamente com o vinho e o faz ainda melhor! As características não são apenas do terroir, das suas cepas, mas também do seu povo, da sua história, da sua gente e Portugal faz dessa convergência a realidade de seus vinhos, o apelo regional é pleno, vívido e transborda, de forma latente, em nossas taças. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Quinta do Gradil (Parras Wines):

A Parras Vinhos de Luís Vieira nasce no ano de 2010, atualmente com sede em Alcobaça, onde também está instalada a unidade de engarrafamento do grupo. Cinco anos depois, com a empresa consolidada e voltada para o mercado internacional, surge a necessidade de se fazer um reposicionamento de marca e “vesti-la” de outra forma, mais atual.

É assim que no início de 2016 aparece a Parras Wines, mais jovem, mais flexível, e numa linguagem universal para que possa ser facilmente compreendida por todos, mesmo os que estão além-fronteiras.

Descendente de um pai e de um avô que sempre trabalharam com vinho, Luís Vieira é o único dono deste projeto. Aos cinco anos caiu num depósito de vinho e quase morreu afogado, não fosse um colaborador do avô na altura, que atualmente é seu, tê-lo salvo. Hoje, recorda com graça esse episódio e diz mesmo que simboliza o seu “batismo nestas andanças do vinho”.

A empresa começa então a formar-se com terra própria na Região Vitivinícola de Lisboa, mais exatamente na freguesia do Vilar, Cadaval, com duzentos hectares de propriedade em extensão, sendo que 120 são hoje de vinha plantada.

Na mesma região do país, um bocadinho mais acima, na zona de Óbidos, a Parras Wines é também responsável pela exploração de 20 hectares de vinha que dão origem aos vinhos Casa das Gaeiras. Com sede em Alcobaça, nas antigas instalações de uma fábrica de faianças, deu-se início a uma nova área de negócio – uma Unidade de Engarrafamento de Bebidas, que hoje serve também de sede à Parras Wines e que se chama Goanvi.

Cinco anos mais tarde, em 2010, constitui-se então a Parras Vinhos, hoje Parras Wines. Para além de terra na Região de Lisboa, o grupo começou paralelamente a produzir vinhos de outras regiões do país. Através de parcerias com produtores locais, a empresa consegue assim dar resposta às necessidades globais que iam surgindo do mercado, produzindo vinhos do Douro, Vinhos Verdes, Dão, Lisboa, Tejo, Península de Setúbal e Alentejo.

Mais informações acesse:

https://www.parras.wine/pt/

Referências:

“Blog Divvino”: https://www.divvino.com.br/blog/vinho-lisboa/

“Olhar Turístico”: https://www.olharturistico.com.br/regiao-dos-vinhos-de-lisboa/

“Belle Cave”: https://www.bellecave.com.br/vinhos-de-lisboa-saiba-mais-sobre-essa-regiao-produtora

“Infovini”: http://www.infovini.com/pagina.php?codNode=3901

“Veja”: https://veja.abril.com.br/coluna/duvidas-universais/por-que-os-habitantes-de-lisboa-sao-chamados-de-alfacinhas/#:~:text=Em%20Portugal%2C%20quem%20nasce%20na,sacadas%20est%C3%A3o%20cheias%20da%20hortali%C3%A7a