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terça-feira, 13 de junho de 2023

Faustino Rivero Ulecia Reserva Tempranillo e Garnacha 2015

 

Rioja parece ser intransponível para mim. Algo inalcançável, sobretudo pelo valor de seus rótulos em nosso mercado consumidor. Eram escassas as possibilidades de degustação. Não me recordo os primeiros rótulos que degustei de Rioja e tão pouco as circunstâncias que levaram a escolher esses rótulos.

Certamente eram aqueles raríssimos rótulos de entrada, mais simples, que eram de fácil acesso. Na realidade são vários vinhos ofertados da região, sempre foi mais fácil encontra-los, mais o preço para mim era o entrave para degustação, mas até do que a minha dificuldade para encontrar rótulos espanhóis há anos atrás.

Os anos foram passando e Rioja parecia cada vez mais distante, não apenas pelo aspecto logístico, geográfico, mas também em minha adega. Os vinhos espanhóis, como um todo, pareciam ser algo irreal, pouco palpável em minha realidade.

Quando o número de e-commerces foram aumentando e uma competitividade por fatias de mercado foi se configurando, novas perspectivas, novas possibilidade de rótulos espanhóis se descortinavam diante dos meus olhos e, claro, os vinhos de Rioja vieram na mesma toada.

E com esse leque de ofertas ampliando a cada dia, os valores desses vinhos foram ficando mais atrativos para o meu limitado bolso que ansiava para algo mais barato, embora a minha percepção ainda estivesse engessada para riojanos caros e badalados entre a aristocracia do vinho.

Mas com essas possibilidades de um mercado competitivo e “inchado”, fui percebendo que os valores estavam mais justos, condizentes com a minha realidade financeira. Foi o começo de caminhos melhores para Rioja.

Eu queria ousar um pouco e “velejar” pelos rótulos mais complexos, com vocação para guarda e amadeirados, tão famosos em terras riojanas, e passei a aguardar, pacientemente por eventuais promoções ou algo que o valha.

Até que em um famoso e-commerce, famoso por atender a vários públicos em sua faixa de valores, difundiu a promoção de um Rioja Reserva a um preço que considerei espetacular, na faixa de R$ 89,00, principalmente levando em consideração que é um “reserva”. E para “traduzir” essa relação de característica e valor vale a leitura das classificações dos vinhos crianzas, reservas e gran reservas aqui.

Não hesitei e comprei imediatamente! Não sei se teria uma nova chance como essa, então não demorei para fazer a aquisição. O meu único arrependimento não foi ter comprado duas garrafas, até para degustar um e guardar, por mais anos outra e fazer aquela comparação de vinhos com características frutadas e outro mais evoluído.

Ficou por alguns anos na adega, mas hoje decidi desarrolhá-lo e “antecipar” a experiência o quanto antes. Digo antecipar porque era de intenção inicial degusta-lo com pelo menos 10 anos de garrafa, mas não consegui esperar por mais três anos e decidi degustar com seus 7 anos de vida. Não preciso dizer da minha animação e expectativa em degustar um Rioja Reserva de um produtor deveras conhecido por mim, a Marqués del Atrío.

Então sem mais delongas vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio da região de Rioja, na Espanha, e se chama Faustino Rivero Ulecia Reserva, com um corte das principais castas tintas espanholas, Tempranillo e Garnacha, da safra 2015. E para celebrar a experiência significativa sensorial com este rótulo, nada melhor que exaltar a história de Rioja que eleva ao nível máximo a Espanha vitícola.

Rioja: icônica e emblemática

A Espanha é um retalho de diferentes denominações de origem ligadas ao vinho. É o terceiro país que mais produz vinho no mundo, atrás somente de Itália e França. No entanto, é o país com maior área de vinhedos plantada no planeta, com cerca de 1 milhão de hectares.

E diante dessa área enorme e de tantos vinhos serem produzidos em tantos locais diferentes geralmente quando alguém fala sobre vinhos espanhóis, vem à mente da maioria dos enófilos referências como La Rioja, Ribera del Duero, Tempranillo e não muito mais do que isso, o que é uma pena, pois há muito a se descobrir na Espanha.

Mas não se pode negligenciar que Rioja é uma das mais importantes e tradicionais regiões espanholas na produção de vinhos

Está localizada no nordeste do país, às margens do rio Ebro, com 63.593 hectares de vinhedos distribuídos no território das três províncias que margeiam o rio: La Rioja, Álava e Navarra. 100Km de distância separam Haro, a cidade mais ocidental, de Alfaro, a mais oriental. O vale ocupado por vinhedos tem cerca de 40Km de largura máxima.

Três zonas

A DOCa Rioja possui três zonas distintas de produção: Rioja Alta, Rioja Alavesa e Rioja Oriental (até 2018 denominada Rioja Baja). Rioja Alavesa fica a oeste da cidade de Logroño, na margem norte do rio Ebro. Os vinhedos estão em solos predominantemente calcário-arenosos e os vinhos lá produzidos são provavelmente os mais sutis e elegantes da região.

Os climas em Rioja Alta e Rioja Alavesa são bastante similares e, devido à influência do Atlântico, não ocorrem temperaturas extremas. Em Rioja Oriental, a leste de Logroño e na margem sul do Ebro, o clima é mais continental, com verões quentes e invernos rigorosos. Os solos são bastante argilosos e chove pouco. Os vinhos da região costumam ter menor potencial de guarda do que os das outras regiões.

Rioja

Primórdios

As primeiras vinhas desse vale remontam ao período romano e a cultura do vinho foi mantida durante a Idade Média pelos monges. Aliás, Gonzalo de Berceo, monge em San Millan de la Cogolla, considerado o primeiro poeta do idioma castelhano, chegou a exaltar em versos o vinho local. No entanto, durante séculos, a principal cultura local foi a de cereais. O vinho só tomaria lugar de destaque na Idade Moderna, com o aparecimento das cidades e o florescimento do comércio.

O auge, porém, foi com a fundação de vinícolas históricas em meados do século XIX, a chegada da estrada de ferro e dos compradores franceses, devido à crise da filoxera. Enólogos ilustres como Luciano Murrieta (Marqués de Murrieta), Camilo Hurtado de Amezaga (Marqués de Riscal) e Rafael López Heredia (Viña Tondonia) introduziram o conceito de qualidade nos vinhos de Rioja.

Desde então, as vinícolas de Rioja têm estado à frente de muitas revoluções na indústria do vinho espanhol, especialmente durante a revolução tecnológica da década de 1970. A Denominação de Origem Qualificada foi dada em abril de 1991, fazendo com que Rioja se tornasse a primeira região a receber o status de DOCa. A região é tida por muitos especialistas como uma das cinco regiões vinícolas mais importantes do mundo, sendo chamada inclusive de “Bordeaux da Espanha”.

Alguns dos produtores mais progressistas da Espanha estão olhando para o modelo da Borgonha, por exemplo, para aumentar o valor de suas garrafas, concentrando-se na qualidade específica. Esses viticultores estão tentando fazer a rotulagem em torno de certas aldeias e vinhedos aceitos na Espanha como vinhedos ou parcelas diferenciadas por sua qualidade.

Assim sendo, não é difícil entender por que Rioja lançou uma nova campanha de marketing global para destacar uma série de mudanças nos níveis de qualidade e regulamentações da região - mas o que é diferente e por quê?

O conselho regulador de Rioja criou um slogan em espanhol que significa "saber quem você é", como parte de uma reformulação da marca para a região, que segue uma série de regras regulatórias destinados a estender a oferta de Rioja.

Entre estas estão uma série de novas indicações, incluindo Vinos de Zona, Vinos de Municipio (Pueblo), Viñedos Singulares, Espumosos de Calidad de Rioja, bem como novos requisitos de envelhecimento para vinhos Reserva e Gran Reserva, e a produção permitida de vinhos brancos monovarietais.

Os critérios de classificação dos vinhos da Rioja, até 2017 era, basicamente o processo de envelhecimento. Eram 4 categorias: Joven, Crianza, Reserva e Gran Reserva. Mudanças drásticas ocorreriam para determinar uma nova estrutura para a região, com destaque às diferentes amplitudes das classificações relacionadas ao terroir. E essas novas indicações precisariam ser utilizadas em conjunto com as regras existentes, que dizem respeito ao tempo, ao estágio desse vinho, seja em garrafa ou em barricas ou ambos.

Vale registrar que a classificação pelo método de envelhecimento não mudou. Continuam valendo as quatro categorias anteriormente citada. Apenas o nome da categoria de entrada, que era chamada de Joven, foi alterada para “Genérico”, o que tem trazido muita discussão sobre o termo.

A mudança se deu com a introdução de uma nova dimensão: a localização do vinhedo, que vai desde toda a região da Rioja, passando pela zona de produção, município e um vinhedo único. As novas zonas: Rioja “genérico”; Vinos de Zona; Vinos de Municipio e, no centro, Viñedos Singulares

Basicamente o que se busca é explicar melhor as diferenças de terroir. A pirâmide acima, teoricamente, reflete a qualidade do vinho. Quanto mais específico for a localização, mais nobre tenderá a ser o vinho. Esse é exatamente o conceito criado pelos monges religiosos que ao longo de séculos, desde a idade média, esquadrinharam e classificaram cada pedaço de terra na Borgonha. Nesse sentido, pode-se dizer que o “Viñedo Singular” da Rioja tem como objetivo ser equivalente a um “Grand Cru” ou “Premier Cru” da Borgonha.

Por outro lado, a adição de uma nova categoria para os espumantes da região também merece destaque, já que os produtores que atualmente fazem o método tradicional e que podem rotulá-los como “DO Cava” ou simplesmente usar o nome “Rioja” para atender a mercados externos.

As classificações relacionadas ao local podem ser usadas em conjunto com as regras existentes sobre envelhecimento. Seguem:

Viñedos Singulares - A mudança mais significativa na natureza dos níveis de qualidade da Rioja vem com a adição de uma categoria completamente nova, chamada Viñedos Singulares. Projetado para destacar o terroir e as origens do vinho, além de refletir a diversidade da região, foi lançado em junho de 2017.

A nova categoria pode ser utilizada em conjunto com a classificação de qualidade existente em Rioja, que diz respeito ao tempo de estágio de um vinho em barrica e garrafa. Aqueles que optarem por usar a nova categoria devem estar em conformidade com os seguintes requisitos na etiqueta:

·              Nos rótulos comerciais constarão o nome do vinhedo, que deve ser registrado como marca.

·         O termo “Viñedo Singular” deve aparecer diretamente abaixo do nome do vinhedo, e o tamanho do texto não deve ser maior do que a palavra “Rioja” no rótulo.

·        Os selos de garantia no verso da garrafa manterão as classificações tradicionais de envelhecimento, mas agora também incluirão “Viñedo Singular”.

·             O selo de garantia pode ser “Crianza Viñedo Singular” ou “Gran Reserva Viñedo Singular”.

Vinos de Municipio e Vinos de Zona - O uso de Vinos de Municipio e Vinos de Zona é uma atualização da rotulagem de Rioja que já é permitida. As vinícolas podiam fazer referência à sua zona de produção desde 1998 e nomear a vila ou cidade desde 1999, porém os critérios não eram claros e foram aperfeiçoados. Em 2017, houve uma série de alterações a este regulamento com o objetivo de obter maior visibilidade para as aldeias / vilas e zonas.

As sub-regiões Rioja Alta, Rioja Alavesa e Rioja Oriental (anteriormente Baja) são agora conhecidas como Zonas. No bojo das alterações o nome da zona de menor prestígio, a “Rioja Baja”, aproveitou ser rebatizada para “Rioja Orientale”, numa tentativa de deixar usar um termo considerado pejorativo pelos produtores, o que evidentemente gerou outra discussão.

Municipios (municipalidades) / Pueblos (vilas e cidades) ou Zonas agora podem ter o mesmo tamanho de texto que Rioja no rótulo (anteriormente, eles só podiam ter dois terços do tamanho da palavra Rioja).

Embora a rotulagem seja semelhante, haverá uma menção adicional, como “Vino de Haro” ou “Vino de Samaniego”.

Os requisitos para Vinos de Zona (Rioja Alta, Rioja Alavesa, Rioja Oriental) são:

·            Rastreabilidade da produção.

·          Uma mudança legal foi submetida para permitir que 15% das uvas venham de uma zona vizinha (por exemplo, 85% de Rioja Alta e 15% de Rioja Alavesa).

·           No caso de compra de uvas (até 15% conforme indicado acima), a vinícola deve ter parceria comercial há pelo menos 10 anos. Pode ter o mesmo tamanho de texto que Rioja no rótulo.

Os requisitos para Vinos de Municipio são:

·            Rastreabilidade da produção.

·            A vinícola deve estar localizada na aldeia.

·       Uma mudança legal foi submetida para permitir que 15% das uvas venham de uma aldeia vizinha, embora uma parceria comercial de pelo menos 10 anos seja necessária.

·            A menção do município pode ter o mesmo tamanho de texto que Rioja no rótulo.

Requisitos de envelhecimento - Em julho de 2017, o Consejo Regulador DOCa Rioja introduziu novos requisitos de envelhecimento para permitir aos produtores uma maior flexibilidade para o envelhecimento em garrafa.

Um dos baluartes da DOCa Rioja é o uso da madeira, tanto que os vinhos são denominados qualitativamente de acordo com o tempo que passam em barrica, indo do genérico, passando pelo Crianza, depois Reserva e, por fim, Gran Reserva. No entanto, desde 2017, com o surgimento das mudanças, a região criou uma nova forma de dividir os vinhos qualitativamente ao dar mais ênfase à sua origem, além do tempo em barrica.

Dessa forma, criou-se a seguinte divisão: vinhos de zona, vinhos de município e vinhos de vinhedos singulares (que seriam os mais representativos da região). E esses três tipos de vinhos então são divididos novamente em quatro categorias: genérico, Crianza, Reserva e Gran Reserva. Uma das características dos vinhos de Rioja é a aptidão que possuem para o envelhecimento. De acordo com o processo um vinho é enquadrado nas seguintes categorias:

Genérico

São geralmente vinhos em seu primeiro ou segundo ano, que mantêm suas características primárias de frescor e fruta. Esta categoria também pode incluir outros vinhos que não se enquadram nas categorias de Crianza, Reserva ou Gran Reserva, embora tenham sido sujeitos a processos de envelhecimento, uma vez que estes não são certificados pelo Conselho Regulador.

Crianza

São vinhos pelo menos em seu terceiro ano que permaneceram pelo menos um ano em barris de carvalho. Nos vinhos brancos, o período mínimo de envelhecimento em barril é de seis meses.

Reserva

Corresponde a vinhos selecionados com um envelhecimento mínimo entre barricas de carvalho e garrafa de três anos, dos quais um pelo menos nas primeiras, seguido e complementado com envelhecimento mínimo em garrafa de seis meses. Nos vinhos brancos, o período de envelhecimento é de dois anos, dos quais pelo menos seis meses em barris.

Gran Reserva

São vinhos de grandes safras que foram envelhecidos durante um período total de sessenta meses, com um mínimo de dois anos em barris de carvalho e dois anos em garrafa. Nos vinhos brancos, o período de envelhecimento é de quatro anos, dos quais seis meses pelo menos em barrica.

Diante de tantas mudanças e algumas discordâncias entre os produtores e os demais grupos de interesse o fato é que o mais importante é provar que a qualidade continua tão boa quanto antes. Para muitos, as mudanças têm mais a ver com marketing do que propriamente qualidade.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um intenso e vívido vermelho, com halos granada, pelo tempo em que estagiou em barricas de carvalho e o tempo em garrafa, com lágrimas finas, em profusão, que escorrem lentamente no bojo.

No nariz é intenso, elegante, complexo, com frutas pretas e vermelhas bem maduras, com destaque para cereja, framboesa, ameixa preta, com as proeminentes notas amadeiradas, graças aos 24 meses que estagiou em barricas de carvalho, que em plena convergência com a fruta, aporta baunilha, especiarias, couro, tabaco, cacau, defumado e leve tosta.

Na boca é seco, macio e maduro, o tempo lhe foi gentil, porém traz marcante personalidade, é cheio em boca, alcoólico, as frutas protagonizam, como no aspecto olfativo, a madeira se faz presente em uma incrível sinergia, conferindo ao vinho a complexidade entregando chocolate amargo, com taninos domados, mas com alguma pegada, acidez correta e final de média persistência.

Não são apenas as três etapas mais importantes da percepção de um vinho que vai encantar a quem está degustando os vinhos da linha Faustino Rivero, mas também a estética de seu rótulo. Já no rótulo o vinho já diz a que veio, o quão único é este exemplar é para a vinícola. Se revela delicioso e complexo o leque aromático exibindo frutas maduras, baunilha e tostados, já que passou por um longo tempo em barricas de carvalho, além de trazer a tipicidade de um terroir emblemático por intermédio de suas castas típicas. Que as portas de Rioja se abram sempre pelos seus rótulos. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Faustino Rivero:

A mesma paixão, trabalho árduo e determinação que caracterizaram os primórdios da jornada da família Rivero na criação de grandes vinhos cinco gerações atrás estão orgulhosamente no coração de tudo o que a vinícola faz hoje.

Olegario Rivero, a primeira geração da família, começou a fazer vinho em uma pequena adega no centro da cidade de Arnedo (La Rioja), em 1899. O vinho que produzia era depois vendido à população local, em odres e botas.

Esta forma de comercializar o vinho fez com que, anos mais tarde, a segunda geração, com Agapito Rivero, se especializasse num ofício, o de sapateiro, necessário numa época em que o vinho era comercializado de uma forma muito diferente da atual. Além de fabricar botas e odres, os fabricantes de odres também atendiam os clientes e atuavam como intermediários entre os vindimadores e os compradores.

Na década de 1940 o negócio da família passou à terceira geração, composta por Amador e Faustino Rivero, cuja intuição lhes dizia que poderia haver um grande futuro para o vinho e decidiram dedicar-se exclusivamente a este negócio.

Compravam uvas em várias cidades de La Rioja Baja, como Bergasa, Quel, Autol e Aldeanueva de Ebro, para fazer vinho que vendiam a granel e odres de produção própria, e vendiam diretamente para mercados próximos, como Soria e Burgos.

Mais tarde, durante a década de 1950, o mercado de Rioja se expandiu para áreas como o País Basco, Catalunha e Galiza, vendendo o vinho em tonéis de castanha. Durante este período, a família Rivero continuou a aperfeiçoar suas técnicas de vinificação, inclusive vendendo para outras empresas comerciais da Rioja que já comercializavam vinho. Isto deu-lhes a conhecer novos segmentos de mercado e, em meados da década de 1960, decidiram comprar a primeira máquina de engarrafamento para vender o seu próprio vinho, dando origem à marca “Chitón”.

Não foi até o final dos anos 1960 e 1970, coincidindo com o grande desenvolvimento vivido pelo DOCa. Rioja a partir do último terço do século XX, para os primeiros vinhos engarrafados sob o nome de Faustino Rivero Ulecia. No final dos anos 70, a empresa familiar assume um conceito mais empreendedor, integrando a quarta geração, Agapito e Jesús Rivero, com formação específica que proporcionou o know-how para o crescimento da adega. A mudança começou com a construção em 1980 de uma nova e maior adega na periferia da cidade, permitindo mais espaço para o envelhecimento do vinho.

A década de 1980 e 1990 foi fundamental para a expansão da vinícola, tornando-se pioneira na exportação do vinho de Rioja para o exterior e sendo líder de mercado em países como Dinamarca e Suécia. Em resposta às necessidades destes mercados, a família começou a interessar-se por outras regiões vitivinícolas, o que os levou a acabar por fazer o seu próprio vinho em Navarra e Utiel-Requena.

Sobre a Hacienda y Viñedos Marqués del Atrio:

A família Rivero está de fato relacionada ao mundo do vinho há mais de um século. Nos anos 40, Amador Rivero, pai dos atuais proprietários, Agapito e Jesús Rivero, começou então a cultivar videiras e a produzir vinho profissionalmente em sua vinícola Faustino Rivero Ulecia, em Arnedo (na região de La Rioja).

Em 2003, a Família Rivero decidiu construir uma nova vinícola, Hacienda y Viñedos Marqués del Atrio, S.L., pois o aumento da vinícola em Arnedo não era possível e a oferta de uvas na área era limitada.

A família escolheu a região de Mendavia, no vale do Ebro, porque garante uma qualidade suprema das uvas, necessária para atender às exigências do mercado.

A Rivero Family não vende apenas vinhos com a DOCa Rioja, mas em 1988 começou a vender vinho engarrafado com DO Navarra produzido em Corella (em Navarra) e em 1997 vinhos com DO Utiel-Requena produzido em Requena (em Valência).

Em 2001, pretendendo atender à demanda de vinhos varietais únicos e de consumo diário, a vinícola começou, portanto, a vender vinhos regionais. Em 2007, foi dado outro passo e a venda de Cava foi iniciada, aproveitando dessa forma a oportunidade de expansão na indústria do vinho.

Mais informações acesse:

https://grupomarquesdelatrio.com/en/

https://faustinorivero.com/en/

Referências:

“Revista Versar”: https://www.revistaversar.com.br/rioja-conheca-a-mais-famosa-regiao-vinicola-da-espanha/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/rioja

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/os-grandes-vinhos-de-rioja-na-espanha_12056.html

“Vinoticias”: https://www.vinoticias.com.br/post/rioja-a-evolu%C3%A7%C3%A3o-do-vinho-na-espanha