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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Viña Salort Gran Reserva Tannat 2021

 



Vinho: Viña Salort Gran Reserva

Safra: 2021

Casta: Tannat

Região: Canelones

País: Uruguai

Produtor: Vinícola Traversa

Adquirido: Wine

Valor: R$ 47,90

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho francês.

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi intenso, típico da cepa, escuro, com reflexos violáceos, com lágrimas lentas, grossas e coloridas.

Nariz: tem boa complexidade aromática, com destaques para as notas frutadas, de frutas vermelhas, frutas pretas, especiarias e o toque de baunilha, leve tostado, decorrentes da passagem por barricas de carvalho.

Boca: é elegante, redondo, porém traz a personalidade típica da cepa, com bom volume de boca que corrobora tal condição de equilíbrio e certa persistência. Seus taninos estão maduros e acidez vibrante mostrando jovialidade e frescor. Tem final longo e amadeirado.

 

Produtor:


quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Jose Carrau Sauvignon Blanc Sur Lie 2020

 



Vinho: Jose Carrau

Safra: 2020

Casta: Sauvignon Blanc

Região: Las Violetas, Canelones

País: Uruguai

Produtor: Bodegas Carrau

Adquirido: Supermercado Hortifruti (Niterói/RJ)

Valor: R$ 55,90

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 6 meses sobre as borras (Sur Lie) em tanques de aço inoxidável.

 

Análise:

Visual: apresenta um amarelo palha brilhante, com reflexos esverdeados, com uma incrível concentração de lágrimas finas e lentas.

Nariz: é intenso, frutado, notas de frutas cítricas, de frutas tropicais e de caroço, com agradáveis toques herbáceos, de grama cortada e uma mineralidade que entrega frescor e vivacidade.

Boca: traz frescor, leveza, mas a untuosidade, garantida pelo contato com as leveduras, lhe confere estrutura e personalidade. As notas frutadas são percebidas, o equilíbrio idem, a acidez está presente, mas na medida e o final é persistente.

 

Produtor:

https://bodegascarrau.com/home/



Pueblo del Sol Crianza en Roble Petit Verdot 2017

 



Vinho: Pueblo del Sol Crianza em Roble

Safra: 2017

Casta: Petit Verdot

Região: Canelones

País: Uruguai

Produtor: Pueblo del Sol (Família Deicas)

Adquirido: Wine

Valor: R$ 54,90

Teor Alcoólico: 13%

Estágio: 16 a 20 meses em barricas de carvalho francês e americano.

 

Análise:

Visual: apresenta uma coloração rubi com tons acobreados, atijolados, demonstrando os seus sete anos de garrafa. As lágrimas são grossas, lentas e em abundância.

Nariz: os aromas de frutas vermelhas com destaque para morango, framboesa, cereja e amora, equilibram-se com as notas amadeiradas, apesar do longo tempo em carvalho. O aporte da madeira entrega baunilha, notas de terra molhada, couro, cacau, caramelo. Especiarias são percebidas, como pimenta.

Boca: é macio e elegante, afinal o tempo lhe ofereceu essa condição, porém a estrutura, típica da casta, se mostra ainda relevante e contundente. As notas frutadas são percebidas, como no aspecto olfativo, os taninos dóceis, trazem também ainda uma força fazendo do vinho volumoso em boca. A acidez é média, quase contida. A madeira entrega baunilha, chocolate meio amargo e leve tosta. Final persistente.

 

Produtor:

https://familiadeicas.com/


segunda-feira, 10 de junho de 2024

Pueblo del Sol Crianza en Roble Tannat 2016

 



Vinho: Pueblo del Sol Crianza em Roble

Safra: 2016

Casta: Tannat

Região: Canelones

País: Uruguai

Produtor: Pueblo del Sol (Família Deicas)

Teor Alcoólico: 13%

Adquirido: Wine

Valor: R$ 54,00

Estágio: 16 a 20 meses em barricas de carvalho francês e americano.

 

Análise:

Visual: revela um rubi vivo, escuro, fechado, com discretos halos granada, com viscosidade e lágrimas finas, coloridas, lentas e em profusão.

Nariz: aromas de frutas negras e maduras, lembrando “apassimento”, compotado, em geleia, com as notas amadeiradas evidentes, porém bem integradas, que aporta coco queimado, chocolate, tosta, baunilha, tabaco.

Boca: é expressivo, estruturado, tem personalidade, bom volume de boca, mas é elegante e macio, o tempo lhe conferiu essa condição. Replica-se as notas frutadas, com taninos, embora ainda presentes, extremamente dócil, redondo, com acidez na medida, amadeirado, final cheio e persistente.

 

Produtor:

https://familiadeicas.com/


segunda-feira, 1 de abril de 2024

Marichal Premium Tannat 2020

 



Vinho: Marichal Premium

Casta: Tannat

Safra: 2020

Região: Canelones

País: Uruguai

Produtor: Marichal Wines

Teor Alcoólico: 13%

Adquirido: Divvino

Valor: R$ 71,90

 

Análise:

Visual: traz um vermelho intenso, vivo, com algum brilho, halos granada e lágrimas finas e lentas.

Nariz: apresenta aromas de frutas vermelhas e pretas maduras, com notas minerais, de especiarias, algo de ervas é percebido.

Boca: tem boa tipicidade, as frutas são vivamente sentidas, com os taninos presentes, porém macios e amáveis, com acidez média e um final suculento, de retrogosto frutado.

 

Produtor:

https://marichalwines.com/

 


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Rioplatense Tannat Rosé 2022

 



Vinho: Rioplatense

Casta: Tannat Rosé

Safra: 2022

Região: Montevidéu

País: Uruguai

Produtor: Família Traversa

Teor Alcoólico: 13%

Adquirido: Wine

Valor: R$ 35,00

 

Análise:

Visual: um rosado cor salmão intenso e brilhante, com algumas lágrimas.

Nariz: traz notas agradáveis de frutas vermelhas frescas, com destaque para framboesa, amora e morango.

Boca: é jovem, leve, fresco e frutado, com acidez média e um final de média persistência.

 

Produtor:

https://grupotraversa.com.uy/


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Viña Salort Reserva Tannat 2020

 



Vinho: Viña Salort Reserva

Casta: Tannat

Safra: 2020

Região: Canelones

País: Uruguai

Produtor: Família Traversa

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 6 meses em barricas de carvalho francês

Adquirido: Supermercado Mundial

Valor: R$ 54,90

 

Análise:

Visual: apresenta cor rubi intensa, escura, mas com halos violáceos, com lágrimas finas, lentas e em profusão.

Nariz: aromas de frutas negras maduras, com destaque para a ameixa, notas de couro, de carvalho, porém bem integrado que aporta a baunilha, um tostado.

Boca: é macio, redondo, mas com personalidade, evidenciado pela sua média estrutura, a fruta madura é percebida e traz a sensação de frescor e sabor, com taninos presentes, típico da casta, mas domados graças à passagem pela barrica, com acidez média e final de média persistência.

 

Produtor:


segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Mar de Piedras Sellección de Maderas 2020

 



Vinho: Mar de Piedras Sellección de Maderas

Casta: Cabernet Sauvignon (50%) e Tannat (50%)

Safra: 2020

Região: San Jose

País: Uruguai

Produtor: Familia Deicas

Teor Alcoólico: 13%

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho, parte em tanques com aduelas em carvalho e outra parte em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: um rubi brilhante, com alguma intensidade e reflexos violáceos. Traz lágrimas finas e rápidas.

Nariz: aromático, apresenta notas de frutas vermelhas e pretas maduras, com toques de especiarias, como ervas, pimentas e canelas. A madeira aparece discretamente, trazendo café e baunilha.

Boca: corpo leve para médio, com nuances elegantes, de um vinho macio, mas com alguma personalidade, notas frutadas, taninos firmes, mas domados, com acidez média e um agradável toque mineral.

 

Produtor:


segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Viña Salort Reserva Cabernet Sauvignon 2020

 



Vinho: Viña Salort Reserva

Safra: 2020

Casta: Cabernet Sauvignon

Região: Canelones

País: Uruguai

Produtor: Familia Traversa

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 40% do lote por quatro meses em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: rubi intenso, escuro, com reflexos violáceos, lágrimas densas, grossas e em abundância.

Nariz: notas aromáticas discretas de frutas vermelhas maduras, como cereja, framboesa, algo de amora, com toques de carvalho bem integrados, especiarias como ervas, pimenta e baunilha.

Boca: macio, com estrutura média, frutado, levemente amadeirado, com razoável volume de boca, com taninos presentes, mas amáveis e acidez média, com final de média persistência.

 

Produtor:


sábado, 5 de agosto de 2023

Mar de Piedras Sellección de Maderas 2020

 

Como um país tão pequeno, territorialmente falando, ter uma tamanha representatividade no cultivo das vinhas e também, consequentemente, na produção de vinhos? Definitivamente o Uruguai, apesar de aparentemente estar esquecido em seu universo, vem, discretamente, sem alarde, produzindo grandes rótulos!

E não se enganem que está apenas restrito na emblemática casta Tannat que naquelas terras ganhou notoriedade e respeito. Atualmente outras castas emblemáticas vem conquistando seu espaço e importância, revelando suas tipicidades em terroirs tão especiais.

E não se enganem também que, no que se refere às suas regiões, se resume a apenas a mais famosa, Canelones. Outras regiões têm conquistado sua relevância e importância como Montevidéu, a capital do país, que poderia parecer improvável, mas sim, há um bom punhado de vinícolas, das pequenas até as gigantes que tem vinhas por lá.

E o vinho que degustei e gostei de hoje vem de uma improvável região. Digo improvável não pela sua vocação na produção de vinhos, mas por ser ainda pouco badalada entre nós brasileiros, afinal Canelones reina absoluta quando se fala de vinhos uruguaios no mercado consumidor brasileiro.

O vinho se chama Mar de Piedras Selección de Maderas, um corte interessantíssimo de Cabernet Sauvignon (50%) e Tannat (50%) da safra 2020. E quando falamos de terroir, de regiões e suas características esse vinho, da tradicional Família Deicas, denuncia em seu nome uma das grandes facetas da sua região, San Jose, “Mar de Piedras” (Mar de Pedras), uma das características daquelas terras, com solos rochosos formados por pedras ígneas planas, que conferem uma mineralidade marcante aos vinhos.

Mas apesar do destaque que o Uruguai vem edificando, discretamente, goza de uma longa história vitivinícola. Então, para não perder o costume, vamos de história, afinal o Uruguai merece ser explorado, tendo sua trajetória vinícola sendo difundida.

Os vinhos do Uruguai

A região vinícola do Uruguai é o quarto maior produtor de vinho da América do Sul. É um país pequeno com cerca de 3,3 milhões de habitantes e apenas 177.000 km2. A população é formada por uma diversidade baseada em origens europeias (espanhóis, italianos e franceses), com comportamento pouco sul-americano e raízes mais ligadas ao espírito gaúcho.

O Uruguai adotou como sua uva emblemática a Tannat, trazida pelo espanhol Pascoal Harriague do sudoeste da França. Graças aos bons resultados na produção de vinhos dessa uva, hoje se intitula O país do Tannat. Curiosamente, muitos produtores ainda se referem à Tannat como... Harriague!

A história da vinificação no Uruguai remonta a 1870, quando imigrantes italianos e bascos trouxeram Tannat para cá. Mais tarde, em 1954, a Albarino foi introduzido por imigrantes espanhóis. O território do Uruguai era originalmente povoado pelos índios Charruas, o que começou a mudar com as invasões portuguesas a partir de 1680.

Em sequência chegaram os espanhóis, desencadeando uma guerra em 1825 que culminou com a Declaração de Independência e criação da República del Uruguay em 1828.

Só no final do século XX se identificou geneticamente como a Tannat. O uruguaio sempre foi um grande consumidor de vinho - e de carne, que harmoniza bem com a Tannat - com cerca de 30 l/habitante/ano (a média brasileira é em torno de 2,5 l).

Mas a qualidade não era o ponto alto. Até algumas décadas atrás, as vinícolas uruguaias produziam vinho rústico em grande quantidade, muitas vezes à base de uvas híbridas, não viníferas. Na época o setor era administrado pelo governo central, sem muita inspiração.

Um passo importante foi dado em 1987, com a criação do Instituto Nacional de Vitivinicultura (INAVI), controlado por empresários respeitados, que promeveram, em 1992, um estudo de avaliação do potencial vinícola das regiões do país. O setor deu um salto de qualidade, que colocou seus vinhedos no mapa vinícola mundial.

Nos últimos anos, a qualidade do vinho produzido na região vinícola do Uruguai vem aumentando, assim como a popularidade dos vinhos em todo o mundo. Além de Tannat e Albarino, existem outras variedades de uvas comuns, como Merlot, Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc e Cabernet Franc.

Principais Variedades de Uvas Tintas:

Tannat - 1707 ha

Merlot - 731 ha

Cabernet Sauvignon - 468 ha

Cabernet Franc - 264 ha

Marselán - 130 há

Principais Variedades de Uvas Brancas:

Ugni Blanc - 674 ha

Sauvignon Blanc - 141 ha

Chardonnay - 120 ha

Geografia, clima e regiões

O Uruguai está situado entre os paralelos 30º e 35º sul, ficando na zona temperada, com grande potencial vitivinícola, similar à Argentina, Chile, África do Sul e Nova Zelândia. Os vinhedos cobrem cerca de 8.000 hectares e se espalham de leste a oeste de norte a sul em diferentes regiões vinícolas uruguaias. As regiões vinícolas uruguaias são divididas em zonas ribeirinhas sul, leste, sudoeste, central e oeste.

Regiões vinícolas uruguaias

Zona Sul - Os maiores vinhedos da região vinícola do Uruguai

Canelones, localizado na zona sul, é uma das maiores regiões vinícolas uruguaias. A região possui paisagens espetaculares de colinas, praias e fazendas. Canelones está localizada ao norte de Montevidéu, onde o clima quente e os solos calcários ricos em argila favorecem a produção de vinhos com teor alcoólico e acidez equilibrados.

Outra importante região vinícola localizada na Zona Sul é Montevidéu, a capital do país. A região abriga um dos vinhedos mais antigos da região vinícola do Uruguai. A expansão da cidade empurrou os vinhedos dos limites da cidade para Canelones. É por isso que a maior parte da produção de vinho da região vinícola do Uruguai ocorre em Canelones.

A quarta maior região vinícola da região vinícola do Uruguai, San José, também está localizada na Zona Sul do país. As condições climáticas e os solos são muito semelhantes aos da região vinícola de Canelones. Os enólogos de San José produzem vinhos brancos de castas internacionais como Pinot Blanc, Sauvignon Blanc e Chardonnay. Tannat, sozinho ou em mistura com Tempranillo, Cabernet Franc, Syrah e Merlot, também é bem difundido em San José.

San José é uma região muito pequena e fica entre Colônia e Montevidéu. Suas colinas onduladas e suaves e seu clima e solo são muito semelhantes aos de Canelones, com a influência adicional do estuário de água presente no subsolo.

Zona Central - Canto Ensolarado com Solos de Terra Vermelha

Durazno é uma das famosas regiões vinícolas uruguaias localizadas na Zona Central. Esta zona é caracterizada por um clima mais quente. Assim, em Duranzo, eles normalmente colhem duas semanas antes em Canelones. Durango é famosa pela produção de vinhos Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc bem amadurecidos.

Zona Leste - Vinhas em Altitude Mais Alta e Terroirs Interessantes

A região vinícola do Mandolado representa a Zona Leste do país, que se caracteriza por interessantes solos de rochas cristalinas e incrustações de quartzo. Solos particulares da região conferem mineralidade específica aos vinhos aqui produzidos. Mandolado é o lar de um dos resorts costeiros mais populares do Uruguai, o que coloca esta região no hotspot de viajantes internacionais.

Os últimos investimentos e melhorias na vinificação trazem promessas de que Mandolado está se tornando um novo centro de vinificação uruguaia depois de Canelones.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um intenso, quase escuro, vermelho rubi, com entornos violáceos bem brilhantes, com lágrimas finas e lentas e em média quantidade, que desenham as bordas do copo.

No nariz os aromas, inicialmente, se mostraram um pouco tímidos, mas que logo se revelou as notas frutadas, de frutas vermelhas e pretas maduras, com destaque para amoras, ameixas pretas, framboesas e morangos, um leve herbáceo. A madeira está discretamente revelada, muito bem integrada ao vinho, aportando baunilha, algo de tosta e até mesmo dulçor, bem inusitado, inclusive.

Na boca tem corpo presente, um bom volume, quente, mas, por outro lado é deveras macio e elegante, mostrando-se bem equilibrado. As notas frutadas protagonizam como no aspecto olfativo e em plena sinergia com a madeira, um pouco mais evidente no paladar. Parte do vinho estagiou doze meses em barricas de carvalho e a outra parte em tanques com aduelas de carvalho pelo mesmo período, dando complexidade, mas priorizando as características do vinho. O carvalho entrega café torrado, baunilha, couro e caramelo. Tem taninos presentes, mas dóceis, boa acidez e um final médio.

Mar de Piedras Selección de Maderas traz um blend mais estruturado e potente reunindo o melhor da Cabernet Sauvignon e da emblemática Tannat, que ganha complexidade e taninos macios com a passagem de 12 meses por carvalho e aduelas de carvalho também. Uma viagem para conhecer a máxima expressão do terroir uruguaio, uma viagem mais do que garantida ao terroir de San José. Tem 13% de teor alcoólico.

alcoólico.

Sobre a Establecimiento Juanicó e a Família Deicas:

No Paralelo 34, na exótica América do Sul, no Uruguai, na pequena cidade de Juanicó, a Família Deicas fundou sua vinícola. O estabelecimento Juanicó ocupa principalmente o registro 12.132, que integrou em uma área maior a Estancia Chacra San José anexa a Nuestra Señora de los Desamparados, mais conhecida como Estancia La Calera.

Os jesuítas incorporaram essa propriedade ao seu domínio antes de 1740, para as propriedades de consumo da população de religiosos, índios catequizados e suas famílias. Pouco se sabe de suas obras e para que fins foram dados. 

É muito visível a exploração leiteira com os seus acessos laterais, que também servia para tosquia, pois há notícias da existência de numerosas ovelhas e de um curso de água vizinho conhecido desde então por Arroyo de la Lana.

A principal obra de construção é a atual “Cava de Prelude” que nos tempos da Companhia de Jesus poderia ter sido usada como posto ou refúgio. Ao mesmo tempo em que expulsava a Companhia de Jesus em 1767, a Coroa espanhola aplicou a Junta de Temporalidades para administrar e transferir as propriedades dos Jesuítas. 

O Título de Propriedade do Estabelecimento Juanicó inclui os mesmos proprietários que sucederam à Junta de Temporalidades, confirmando assim a passagem dos Jesuítas por estas terras. Em 1830, a propriedade passou para as mãos de Don Francisco Juanicó, um imigrante Minorcan de Mahón, associado a Don André Cavaillon.

Nos tempos de Dom Francisco e seus descendentes, entre os quais se destaca o Cándido Juanicó, já se registram consideráveis​​safras de videira. Famílias pioneiras da República Oriental do Uruguai sucederam aos Juanicó no início do século XX. Destacam-se os sobrenomes Seré e principalmente Methol, protagonistas do desenvolvimento do laticínio no País.

Em 1945-1946, a Ancap adquiriu o registro de 12.132 para aí implantar as cepas de Cognac que o governo francês cedeu ao Estado uruguaio para a produção do famoso Conhaque Juanicó. A partir de 1979, a propriedade voltou a mãos privadas e a Família Deicas reorientou a viticultura do Estabelecimento para a produção de vinhos finos para exportação.

Mais informações acesse:

https://juanico.com/

https://familiadeicas.com/

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=UY

“Smart Buy Wines”: https://www.smartbuywines.com.br/blogs/news/uruguai-uma-terra-de-vinhos

“Tudo sobre Vinho”: https://tudosobrevinho.com.br/uruguai-um-pequeno-gigante-na-producao-de-vinho/

“Folha Pe”: https://www.folhape.com.br/colunistas/baco-e-cia/geografia-enologica-o-mapa-do-vinho-no-uruguai/33612/

“Center Gourmet: https://centergourmet.com.br/vinedo-mar-de-piedras-gran-bodegon-cabernet-sauvignon-2020/

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/montevideu-canelones-e-san-jose_12655.html 



 


sábado, 13 de maio de 2023

Carlos Montes Tannat 2014

 

Não há como negar da representatividade e importância da Tannat uruguaia para o mundo! A casta francesa saiu de sua terra natal e encontrei no terroir do Uruguai o solo ideal para brilhar!

Aos que apreciam um bom Tannat robusto, encorpado, intenso e complexo, busque em regiões emblemáticas como Canelones, por exemplo, o seu rótulo e seja feliz! Não há como negligenciar essa região uruguaia para a produção de vinhos dessa cepa.

É fato também que as características da Tannat entregam essa condição de personalidade e complexidade, afinal o seu nome é em referência a “taninos” e quando um vinho carrega muitos taninos o máximo que encontrarás é estrutura e marcante intensidade.

Até aí tudo bem, nenhuma grande novidade! Essa pequena introdução traz algumas expectativas que fomentei acerca de um rótulo que está em minha humilde e reles adega já não se sabe por quanto tempo! Já é um sintoma do quanto tempo um Tannat uruguaio que comprei está dormindo, descansando, espero eu evoluindo na adega.

Foi intencional! Tudo premeditado com requintes de detalhes. Desejei guarda-lo, deixa-lo no mais profundo esquecimento, ostracismo e pacientemente esperei, esperei tanto tempo que, por alguns momentos, pensei que não existisse!

E hoje, aos nove anos de idade, quase uma década, decidi desarrolhá-lo! A intenção inicial era degusta-lo aos dez anos, mas não aguentei mais esperar, afinal o esquecimento deu lugar a uma inusitada ansiedade! Talvez seja o momento, porque quando se tem uma miscelânea de sentimentos, pode dar lugar a medos e receios de como poderia estar o vinho! E não vou negar também que tais preocupações existem.

Eis que o momento chegou! O “esquecido” ganhará brilho, sairá de um longo sono, de uma longa hibernação evolutiva! Não consigo conter a minha ansiedade para ver como estará esse Tannat.

Então sem mais delongas vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio da tradicional e emblemática região uruguaia de Canelones e se chama Carlos Montes da Bodega Toscanini da safra 2014.

A Toscanini é uma vinícola tradicional do Uruguai, mas não goza de popularidade em terras brasileiras. Lembro-me bem que, quando comprei este rótulo, era pouquíssimo conhecido este produtor, salvo em sites exclusivos. Hoje o panorama é melhor, encontra-se com relativa facilidade, mas ainda precisa de um pouco de marketing e área de venda para disseminar o nome desse importante produtor.

Antes de falar do vinho, de tecer os comentários mais do que elogiosos acerca de suas mais fiéis características vamos de história, para não perder o costume, vamos de Canelones, que merece um capítulo à parte.

Canelones

Localizada bem ao sul, Canelones é a principal região produtora de uva e vinho no Uruguai e, por isso, concentra a maior parte dos vinhedos do país. A cidade de Canelones faz parte da região metropolitana de Montevidéu.

Ela é cercada por um enorme complexo de pequenas fazendas e vinhedos, que são responsáveis por impressionantes 84% da produção de vinho do Uruguai. Nos seus arredores, encontram-se ótimos bares que oferecem os melhores e mais procurados vinhos do país, já que naquela região concentram-se desde as mais tradicionais até as mais luxuosas, modernas e rústicas vinícolas da América Latina.

Além disso, Canelones possui uma extensão de mais de 65 km de praia, repleta de entretenimentos e lugares para descansar, sem falar do Camping Marindia, que é um reduto de arte, cultura e atividades familiares, cercado por trilhas bem arborizadas e que proporciona uma linda visão de pôr do sol.

Canelones

Os primeiros moradores de Canelones se instalaram na cidade por volta de 1726; já a partir de 1774, chegaram imigrantes espanhóis e no final do século XIX, vieram os imigrantes italianos para cultivar uvas e fabricar vinhos. Dali em diante, a história da cidade com o vinho começou a se intensificar, uma vez que passo a passo ela conquistava popularidade em todo o país.

Mas foi nos anos de 1970, que videiras de clones importados chegaram à cidade e os vinhedos começaram a se concentrar na qualidade. E hoje a produção de vinho da região representa 14% no mercado internacional e é responsável por oferecer uma abundância de opções ao enoturismo uruguaio.

Essa região não poderia ter localização melhor. Por sua visão pioneira, o Uruguai foi eleito o país do ano, em 2013, pela revista inglesa The Economist. Entre as principais razões estão o fato de realizar reformas que não se limitam a melhorar apenas a própria nação, mas atitudes que podem beneficiar o mundo.

E Canelones está sendo conduzida sob essa visão. Em meio a um processo de desenvolvimento enoturístico, a região já possui até projeto de promoção do turismo e do vinho desenhado pelo Ministério do Turismo com a colaboração da Comarca de l’Alt Penedès, Espanha.

Há produtores que se juntaram para ajudar nesse incentivo e criaram a Associação “Los Caminos del Vino”, que reúne diversas vinícolas familiares abertas para visitantes, onde podem ver as vinhas de perto, acompanhar as diferentes etapas da vinificação e, finalmente, provar o vinho e a comida típica do lugar.

Na taça revela um rubi intenso, quase escuro, com halos granada, denunciados pelos seus nove anos de garrafa e/ou passagem por barricas, com lágrimas finas, lentes e em profusão, com alguma viscosidade.

No nariz traz um ataque aromático da madeira, graças aos doze meses de passagem em barricas de carvalho, entregando notas de couro, tabaco, chocolate meio amargo, café, torrefação, toffee, caramelo, defumado, com as frutas pretas bem maduras em total equilíbrio, diria ainda com algo de frutas secas também. As especiarias doces são sentidas, com pimenta preta sobressaindo.

Na boca a personalidade marcante, untuoso e austero, típico da Tannat, protagoniza, mas, ao mesmo tempo se mostra elegante e macio, afinal o tempo lhe foi gentil, nove longos anos de garrafa só fez o vinho ser tornar complexo e atraente e extremamente saboroso. As notas amadeiradas e frutadas, como no aspecto olfativo, se mostram evidentes, frutas compotadas, quase em geleia, com toques de chocolate, torrefação, café, chocolate são percebidos. Tem taninos maduros e macios, um pouco marcado, com baixa acidez e um final persistente e volumoso.

Que experiência incrível! Nove anos de vida bem desenvolvidos, bem evoluídos e que ainda tinha alguns anos pela frente! Fez jus a sua condição, as suas características, a sua proposta! Mais uma vez a Tannat uruguaia veio a que disse e, mesmo diante de seu ápice, gozava de uma elegância, de uma maciez inacreditável! Mesmo com a habitual robustez, a elegância de um senhor maduro com quase 10 anos de garrafa, entrega equilíbrio e prazer ao pobre mortal que agora, sucumbindo à sua superioridade, diz, feliz, alegre e regozijado! Um belo vinho! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Bodega Toscanini:

Tudo começa em 1894 quando Don Juan Toscanini e sua esposa, dona Maria Bianchi, deixam a sua cidade natal, Gênova, e se estabelecem na região do Rio da Prata, mais precisamente na zona de Canelón Chico, localizada a 30Km ao norte de Montevidéu, Uruguai.

Nesse lugar desempenharam atividades como trabalhadores rurais, arrendando uma pequena parcela de campo que posteriormente conseguiram adquirir. Visionário e empreendedor, e, após vários anos trabalhando como peão, Don Juan Toscanini funda sua própria vinícola no ano de 1908, elaborando 4.200 litros de vinho que se comercializaram sob a marca “La Fuente”.

Don Juan Toscanini

A partir desse momento, a fértil semente da vitivinicultura lança raízes muito firmes na família com a arte do cultivo da uva e a produção de vinhos sendo seguida, até hoje, por seus filhos, netos e bisnetos.

Em 1982, ocorre a reestruturação dos vinhedos substituindo-se as variedades comuns por Tannat, Cabernet Sauvignon e Merlot. Com tal mudança, começaram a elaborar, consequentemente, vinhos finos. Em 1995, obtiveram o primeiro reconhecimento internacional e, dois anos mais tarde, a primeira exportação ao Reino Unido.

No ano de 2000, nasce o vinho premium “Adagio”, uma fusão de Tannat, Cabernet Sauvignon e Merlot. É um vinho elaborado apenas com vindimas excepcionais, maximizando o melhor das uvas.

Em 2001, graças a essa projeção internacional, surge uma joint venture com Chateau Los Boldos, do grupo Massenez. Nasce “Casa Vialona”, um vinho 100% Tannat com maturação de um ano e meio em barril.

Em 2008 a Montes Toscanini completou 100 anos de história. E, para honrar nossa trajetória, criamos o vinho “Antologia”. Trata-se de uma edição limitada de 1908 garrafas que contêm a maior experiência na vinificação da uva Tannat. É um vinho elaborado com arte e as melhores uvas da vindima desse ano.

Mais informações acesse:

https://www.toscaniniwines.com/pt/

Referências:

“Winepedia”: https://www.wine.com.br/winepedia/enoturismo/roteiros-do-vinho-canelones/

“Dicas do Uruguai”: https://dicasdouruguai.com.br/dicas/canelones-no-uruguai/









segunda-feira, 1 de maio de 2023

Traversa Rosé Cabernet Franc (50%) e Pinot Noir (50%) 2021

 

Sou réu confesso, admito de forma incondicional que em um passado distante o Uruguai vitivinícola se resumia aos robustos e complexos rótulos da casta Tannat. Evidente que a casta da região francesa do Madiran ganhou fama e respeitabilidade no Uruguai se tornando a casta símbolo, que exporta o país para o mundo.

Mas aos poucos, com o passar dos anos e também com abertura do mercado para os vinhos uruguaios no Brasil percebemos que o Uruguai não é apenas o Tannat. Não mesmo! Tive a oportunidade de degustar alguns bons, ótimos Cabernets Sauvignon, Merlot e por aí o vai.

Evidente que o nosso mercado consome muito o Tannat uruguaio, logo a oferta é para esses vinhos, mas alguns eventos realizados por instituições ligados aos vinhos do Uruguai e também alguns influenciadores digitais do universo do vinho, fizeram com que aquele pequeno país se revelasse.

E revelasse consequentemente a gana de seus produtores por conceberem vinhos de extrema tipicidade, com a cara, o “DNA” desse país. Por mais que eu não deguste, lamentavelmente, tantos rótulos do Uruguai, percebemos, mesmo que por um simples instinto sensorial, um vinho daquelas bandas.

E a primeira, óbvia, região que conheci foi Canelones, a mais emblemática e importante região produtora de vinhos do Uruguai e é aquela que mais produz em volume de vinhos e nem por isso uma região descartável, desprestigiada. Belos vinhos degustei da região!

Mas as minhas descobertas, de novos rótulos e castas “improváveis” se deu por outra região, a capital do país: Montevidéu. Se deu também pela Família Traversa. E que maravilha foi descobri-los! Rótulos de incríveis custo X benefício, extremamente acessíveis aos bolsos e relativamente fáceis de encontrar.

Já degustei alguns de seus rótulos, do Chardonnay ao Tannat, do Merlot ao Sauvignon Blanc e todos são bem interessantes e dessa vez será um rosé! Sim, um rosé! Jamais esperaria degustar um rosé uruguaio.

Então sem mais delongas vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio da região uruguaia de Montevidéu e se chama Traversa, um rosé composto pelas castas Pinot Noir (50%) e Cabernet Franc (50%) da safra 2021. E para não perder o costume vamos de história, vamos de Montevidéu.

Montevidéu

Montevidéu começou seu processo de fundação em 1723. O Governador do Río de la Plata, Bruno Mauricio de Zabala, foi enviado pela coroa espanhola para fundar esta cidade portuária e expulsar aos portugueses, que tinham construído o Fuerte de Montevideu sobre a baia. 

Assim, as primeiras famílias que povoaram “San Felipe y Santiago de Montevideo” foram de origem espanhol, provenientes do grande centro colonial do Río de la Plata: Buenos Aires. Pela sua condição de principal porto do Rio da Prata e Montevidéu teve não teve bom relacionamento com a cidade vizinha.

Montevidéu

Pedro Millán traçou o primeiro plano da cidade em 1726, ano em que começaram a chegar os colonos das Ilhas Canarias. A antiga Ciudadela de Montevidéu (edificada ao longo de uns quarenta anos) apresentava as características típicas das cidades colônias da época: Uma Praça de Armas no centro (Atual Praça Constitución, mais conhecida como Matriz) rodeada pela Igreja (atual Catedral) e o edifício do governo (Cabildo).

A pequena cidade estava rodeada de muralhas das que hoje só ficam o portal de entrada, a simbólica Puerta de la Ciudadela. Em 1807 se produziram as Invasões Inglesas, enfrentadas e vencidas pelos orientais. Este fato deu a Montevidéu o status de “Muy Fiel y Reconquistadora” e a converteu no bastião espanhol do Río de la Plata. Montevidéu se manteve fiel a Espanha durante as Revoluções de Maio de 1810 em Buenos Aires. Durante esse período, a coroa espanhola se instalou em Montevidéu, o que significou o um grande crescimento para a cidade.

O departamento de Montevidéu se estabeleceu em 1816, como a primeira divisão administrativa da Banda Oriental. Ao se declarar o novo Estado Independente em 1828, Montevidéu foi estabelecido como capital, e a partir da “Jura de la Constitución de 1830” começou a se projetar a “Nova Cidade” por fora dos limites da Ciudadela. 

Contudo, a atual Ciudad Vieja foi durante muitas décadas o centro econômico e cultural de Montevidéu. As grandes bandas migratórias da Europa (principalmente espanhóis, mas também italianos, alemães, franceses, húngaros, judeus e ingleses) deram ao Montevidéu de 1900 um ar cosmopolita.

A herança dos escravos africanos trazidos durante a época colonial aportou o caráter multicultural da cidade, que se percebe até hoje. Ao longo do século XX Montevidéu se expandiu sobre a baia para o leste, e também para o norte, com numerosos centros de população afastadas do centro. A emblemática Rambla de Montevidéu, principal cartão postal da cidade, foi construída em 1910. Outros monumentos significativos datam dos anos 20 e 30, como o Palácio Legislativo e o Estádio Centenário.

O Uruguai era originalmente povoado pelos índios Charruas, mas em 1680 os portugueses começaram a se assentar na região; os espanhóis chegaram logo em seguida. As primeiras uvas viníferas foram cultivadas em território uruguaio há mais de 250 anos. A produção de vinhos, entretanto, só começou a ser realizada comercialmente na segunda metade do século XIX. Em 1870, Dom Pascal Harriague introduziu ao Uruguai várias castas de uva em busca de uma que se adaptasse bem ao solo e clima da região.

A Tannat foi a que se saiu melhor na experiência e desde então, por causa do seu sucesso imediato e duradouro no país, ela dá vida ao autêntico vinho uruguaio. Na década de 1970, houve uma renovação na vitivinicultura do Uruguai; novas técnicas de plantio e cultivo, bem como a introdução de novas variedades de uvas, possibilitaram um desenvolvimento substancial à sua indústria de vinhos.

Aliado a tudo isso, a evolução dos vinhos uruguaios aconteceu por causa da paixão dos produtores e apreciadores de lá pela bebida. A maneira artesanal e a relação respeitosa que eles têm com as uvas que cultivam tornaram seus vinhos premiados e bastante reconhecidos no mercado internacional.

Fortemente influenciado pelo Rio da Prata e Oceânico Atlântico, o Uruguai tem as suas principais regiões produtoras de vinhos na costa sul – Maldonado, Canelones e Colônia. Situado entre os paralelos 30 e 35, a exemplo de Chile, Argentina, Austrália e África do Sul, o país tem a possibilidade de elaborar vinhos que possuem a energia do Novo Mundo e o refinamento do Velho Mundo.

É a terra do Tannat, sim, mas há muito mais por descobrir. O Uruguai é comparado com a região de Bordeaux, na França. Seu Rio da Prata é comumente equiparado ao estuário do Gironde. A maior região vitivinícola – Canelones – é dona de 60% da produção total. Fica bem no centro do país, ao sul, muito próxima da capital Montevidéu, que abriga 40% da população local com 3,4 milhões de moradores.

Mapa vinícola do Uruguai com Montevidéu ao sul

As demais regiões produtoras do sul do país ficam a menos de duas horas da capital – à oeste, Colônia (pela Rota 1) e, à leste, Maldonado (pela Rota 9). O Uruguai possui uma rota de vinho especial e aconchegante, coordenada pela Associação de Turismo Enológico do Uruguai, que reúne muitas bodegas familiares, com estrutura e história que fascinam seus visitantes. A rota, batizada de “Os caminhos do vinho” passa por regiões de Montevidéu, Canelones, Maldonado, Colônia e Rivera, cujas paisagens belas e exuberantes são atrativos que complementam sua ótima gastronomia e seus vinhos finos.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um rosado cor salmão, limpo, um tanto quanto atijolado, mas muito brilhante e bonito, com algumas poucas lágrimas finas e rápidas.

No nariz aromas, um tanto quanto tímidos, mas perceptíveis de frutas frescas, com destaque para morango, mamão, maçã-verde, diria também um pêssego, entregando ainda um toque floral que corrobora o seu frescor e também uma mineralidade.

Na boca é saboroso, fresco, jovem, sedoso, elegante e equilibrado, mas goza de alguma personalidade, é cheio em boca. As notas frutadas, evidentes no olfato, se revelam, protagonizam no paladar com destaque para morangos, cerejas frescas, mamão e maçã-verde. Traz belíssima acidez que saliva e um final de média persistência com um discreto dulçor.

A Família Traversa e todos os seus rótulos que vão desde os básicos até o que se chamam de alta gama definitivamente são os melhores que apresentam a relação qualidade X preço do mercado de vinhos! E esta nova versão da linha Traversa que degusto hoje traz tudo o que esperamos de um típico rosé: frescor, muita fruta, leveza e um toque floral agradabilíssimo. A Família Traversa entrega o lado “alternativo” da triste realidade dos valores impraticáveis dos vinhos no Brasil e nos possibilita trafegar, com dignidade, neste vasto e impecável universo. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Família Traversa:

Esta empresa com as suas vastas vinhas e fábricas de processamento de vinho, conta com a presença constante da Família Traversa. Sessenta anos de muito trabalho e três gerações que sustentam a qualidade dos seus vinhos.

Cada novo plantio e manutenção, processamento, embalagem e distribuição de vinho, marketing e atendimento ao cliente são sempre supervisionados por um membro da família. Assim eles são e ambicionam o conceito de qualidade e este é o resultado do trabalho da vinícola. A história desta família é o legado de bondade e esperança que está nas vinhas e há três gerações.

Em 1904, Carlos Domingo Traversa veio para o Uruguai com seus pais. Filho de imigrantes italianos, foi em sua juventude peão rural em fazendas de vinhedos, e em 1937 com sua esposa, Maria Josefa Salort, conseguiu comprar 5 hectares de terras em Montevidéu.

Suas primeiras plantações de uvas de morango e moscatel foram em pequena escala. Em 1956 fundou a adega com os seus filhos, Dante, Luis e Armando, que hoje com os seus netos têm muito orgulho de continuar o seu sonho.

A atitude constante de crescimento contínuo, com dedicação e desenvolvimento levou e ainda leva a vinícola a ser um exemplo em todo o Uruguai. Em mais de 240 hectares próprios, além de vinhedos de produtores cujas safras são controladas diretamente pela empresa, obtendo assim uma grande harmonia com os vinhos e as próprias uvas. As variedades plantadas são: Tannat, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc.

As uvas são processadas com maquinários e instalações da mais alta tecnologia. Inicia-se com um rígido controle de produção, colheita no momento ideal, plantio de leveduras selecionadas, controle de fermentação, aplicação a frio no processo de elaboração, clarificações e degustação dos vinhos para definir diferentes categorias de qualidade. Daí passa-se a armazenar em grandes recipientes de grande tecnologia, como inox, tanques térmicos, ou em barricas de carvalho americano e francês.

Mais informações acesse:

http://grupotraversa.com.uy/en/

Referências:

“Uruguai.org”: http://www.uruguai.org/a-historia-de-montevideu/

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/uruguai-natural_9771.html