Mostrando postagens com marcador Monte dos Perdigões. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Monte dos Perdigões. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Tapada dos Ganhões Reserva 2020

 



Vinho: Tapada dos Ganhões Reserva

Safra: 2020

Casta: Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet

Região: Alentejo

País: Portugal

Produtor: Monte dos Perdigões

Adquirido: Supermercado Mundial (Niterói, Rio de Janeiro)

Valor: R$ 89,90

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: Fermentaram separadamente em lagares de mármore alentejano e depois seguiu em barricas de carvalho novas francesas por 12 meses.

 

Análise:

Visual: revela um rubi intenso, vívido, escuro, com halos granada. É viscoso e se confirma com as lágrimas, finas, lentas e em profusão, que mancham as bordas do copo.

Nariz: aromas complexos de frutas negras maduras, quase que em geleia, em compota, com as notas amadeiradas evidentes, porém bem integradas, que aporta chocolate meio amargo, couro, algo terroso, uma torrefação, uma tosta agradável.

Boca: é macio, elegante e até sedoso, porém se mostra, ainda assim, complexo e com muita personalidade, com as notas frutadas e amadeiradas em perfeito equilíbrio, entregando baunilha, caramelo, café, com o aporte do carvalho. Tem taninos gulosos, marcantes, mas domados, acidez discreta e um final persistente, de retrogosto amadeirado.

 

Produtor:

https://www.montedosperdigoes.pt/pt/







segunda-feira, 29 de abril de 2024

Vinhas Velhas do Barão Reserva 2019

 



Vinho: Vinhas Velhas do Barão Reserva

Casta: Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Syrah

Safra: 2019

Região: Alentejo

País: Portugal

Produtor: Vinícola Monte dos Perdigões

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Supermercado Mundial (Niterói/RJ)

Valor: R$ 54,90

Estágio: 50% do lote por 12 meses em barricas de carvalho e os outros 50% do lote em tanques de aço inoxidável.

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi profundo, fechado, escuro, com entornos violáceos, com lágrimas em profusão.

Nariz: no aroma traz um ataque de frutas pretas maduras com destaque para cereja preta e ameixa, com discretas notas amadeiradas com o aporte do tabaco, couro, fumaça e carvalho e especiarias, como pimenta.

Boca: tem médio corpo, macio, elegante, equilibrado, com as notas frutadas percebidas, taninos gordos e generosos, mas amáveis, carvalho bem integrado, com toques de chocolate meio amargo, baunilha, além de uma acidez salivante que trouxe frescor. Tem final cheio e persistente.

 

Produtor:

https://www.montedosperdigoes.pt/pt/


terça-feira, 2 de março de 2021

Vale do Rico Homem Rosé 2018

 

É muito bom ter grandes amigos, mas é tão bom, ou melhor, ter grandes amigos que te presenteiam com vinhos! Não pensem, portanto, que, com este comentário esteja sendo interesseiro ou que pensa apenas na amizade materializada com interesses finitos ou produtos. Mas um amigo e amante dos vinhos une, ainda mais, os laços fraternais, cria vínculos emocionais que circunda em gostos em comum. Digo-lhes isso pois ganhei uma amizade que vem do outro lado do oceano, que os mares ou o avião mesmo me trouxe há alguns anos atrás quando o conheci pessoalmente.

O amigo com o típico nome lusitano, Manoel, veio de Portugal e trouxe consigo na mala, além da simpatia e muito carisma, alguns rótulos dos vinhos de sua terra. Quando o conheci pessoalmente parecia que o tínhamos uma relação antiga de amizade e os vinhos que trouxe verdadeiramente me cativou também. Não posso negar, amigos, sou enófilo e é natural que me anime ao me deparar com alguns rótulos. E direi que o bom amiga do além-mar me trouxe eu nunca tinha visto em terras brasilis.

Mas um, em especial, me chamou deveras a atenção. Além, é claro, da região que muito amo, que muito me cativa, o Alentejo, foi a cor do vinho. Um rosé do Alentejo! Um rosé inebriante, uma cor rosada brilhante e linda, que hipnotiza qualquer um enófilo desavisado. Então, resolvi tomar posse dele e logo o desarrolhei, com o consentimento do meu estimado novo amigo. Então o vinho que degustei e gostei, como já apresentado, veio do Alentejo, de uma região chamada Reguengos de Monsaraz, e se chama Vale do Rico Homem, composto pelas castas Syrah e Touriga Nacional e safra 2018. Nunca é demais falar do Alentejo e suas sub regiões e então contemos um pouco da história de Reguengos de Monsaraz.

Monsaraz

Monsaraz é uma freguesia portuguesa do concelho de Reguengos de Monsaraz, na região do Alentejo. Antiga sede de concelho, transferida pela primeira vez em 1838 e definitivamente em 1851 para a então vila de Reguengos de Monsaraz, hoje cidade. É importante não confundir Reguengos de Monsaraz com Monsaraz. São duas localidades distintas separadas por cerca de 15 quilômetros.

Reguengos de Monsaraz

A vila medieval de Monsaraz foi eleita uma das “7 Maravilhas do Alentejo” pelos leitores do jornal Margem Sul. O Município de Reguengos de Monsaraz aderiu a esta iniciativa que teve mais de 80 mil votos através do site do periódico e que pretendeu contribuir para a promoção do Alentejo, mobilizando os cidadãos para a defesa e a redescoberta do patrimônio material e imaterial. A outra candidatura do Município foi a paisagem do Grande Lago Alqueva no concelho de Reguengos de Monsaraz. Este concurso organizado pelo jornal Margem Sul com o apoio dos governos civis de Évora, Beja, Portalegre e Setúbal recebeu 30 candidaturas municipais. Para além de Monsaraz, a lista vencedora das “7 Maravilhas do Alentejo” integra o Castelo de Evoramonte (Estremoz), Fortaleza de Marvão, Lago de Alqueva (Portel), Tapeçarias de Portalegre, Portas de Beja (Serpa) e Terreiro do Paço (Vila Viçosa). A vila medieval de Monsaraz (Monumento Nacional) é uma das mais antigas vilas de Portugal. Localizada numa região habitada desde os tempos pré-históricos, existindo na sua envolvente muitos monumentos megalíticos, Monsaraz é um primitivo castro que foi mais tarde romanizado e ocupado sucessivamente por visigodos, árabes, moçárabes e judeus, até ser definitivamente cristianizado no século XIII. Em 1167 foi conquistada aos muçulmanos por Geraldo Sem Pavor, caindo em 1173 para os almóadas na sequência da derrota de D. Afonso Henriques em Badajoz. Em 1232 voltou a ser conquistada aos árabes e em 1385 foi invadida pelas tropas castelhanas, mas cedo foi reconquistada por D. Nuno Álvares Pereira. Depois da restauração da independência, em 1640, foi construída uma nova linha de fortificações, tornando Monsaraz numa vila praticamente inexpugnável. Monsaraz foi sede de concelho até 1851, ano em que se fixou definitivamente em Reguengos de Monsaraz. Em termos de património é importante destacar a Torre de Menagem, a Casa da Inquisição, a Porta da Vila, a Porta de Évora, a Porta da Alcoba, a Igreja Matriz de Nossa Sra. da Lagoa, o Pelourinho, a Igreja de Santiago, a Ermida de S. João Baptista, o edifício do Hospital do Espírito Santo e Casa da Misericórdia, a Ermida de S. José, os Antigos Paços da Audiência, a Cisterna e todo o casario característico da vila.

E agora o vinho!

Na taça tem um rosado salmão lindo, intenso e muito brilhante, uma verdadeira porta de entrada para estimular ao enófilo a degustação.

No nariz prevalece o aroma fresco, jovial, descontraído, além, é claro, das notas frutadas que lembram framboesa, morango, uma verdadeira compota de frutas extremamente agradável, mas que, em momento algum, se mostrou enjoativo.

Na boca as impressões olfativas das frutas vermelhas prevalecem de uma forma docemente impetuosa, é muito frutado, delicado e elegante. Tem um bom volume de boca, mostrando alguma personalidade, certa cremosidade, diria, provavelmente graças aos 3 meses que o vinho estagiou “sur-lies”*, seguindo-se depois para o processo de engarrafamento. A acidez também está em evidência, mas em pleno equilíbrio com o conjunto do vinho, fazendo valer o seu frescor, evidenciando também no final de boca.

*”Sur-lies”: A tradução literal para a palavra francesa “lies” seria “borras” ou “sedimentos”. O contato com essas borras de levedura exerce influência sobre a estrutura dos vinhos, sobre o corpo, aroma e estabilidade. A razão, por parte do enólogo, por utilizar esse processo é para dar ao vinho estrutura, corpo, complexidade aromática, profundidade e sabor ao vinho, conferindo ainda mais estabilidade a sua cor.

A verdadeira e mais terna amizade é um acalento à alma, bem como o vinho e quando esses dois se combinam como em uma alquimia não tenha dúvidas de que é um verdadeiro elixir. Eu aguardo uma nova visita desse meu nobre amigo lusitano e espero que ele traga em sua mala, além dos grandes rótulos de sua terra, traga também a certeza da consolidação de nossa boa e salutar cumplicidade. E ele está e estará em minha história graças a esse rosé, esse regional alentejano, que retrata com fidelidade a tipicidade daquelas terras, trazendo um frescor, uma leveza e ao mesmo tempo uma intensidade aromática, uma presença no palato, entregando uma marcante personalidade colocando o Vale do Rico Homem no rol dos grandes rosés que degustei. Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre o Monte dos Perdigões:

Na posse da família Granadeiro desde 2001, o Monte dos Perdigões foi em tempos casa de Damião de Góis, humanista Luso do Séc. XVI e grande amigo de Erasmo de Roterdão e gerações mais tarde do ilustre compositor Luis de Freitas Branco, músico que aqui compôs algumas das suas mais marcantes obras. Desde sempre um lugar marcado pela sensibilidade artística e pensamento livre.

Damião de Góis

Na sua moderna adega em que imperam materiais nobres como o mármore alentejano e o carvalho francês são vinificados e engarrafados os vinhos Granadeiro sob o rigoroso controlo de uma dedicada equipa chefiada pelo enólogo Pedro Baptista e inspirados pela visão de autor de Henrique Granadeiro. Com uma longa e reconhecida carreira no setor público e privado, Henrique Granadeiro criou há muito tempo laços com o meio vinícola, nomeadamente através das funções que exerce à frente da Fundação Eugénio de Almeida. Desde 2001 que lançou um projeto próprio e fiel a essa velha paixão: a criação de vinhos. Paixão que hoje leva à sua máxima expressão, no coração da região que o viu nascer, com a criação dos vinhos de autor aos quais dá o seu conhecimento e o seu nome.

Escolhidas a dedo, as uvas fermentam em balseiros de carvalho francês e em lagares de mármore Alentejano, famosos pela sua elevada inércia térmica. Com a sua geometria larga e baixa tendo a ajuda da pisa mecânica, favorecem a extração dos taninos e uma expressão aromática notável. A maturação dos tintos dá-se sur lies em tonéis de carvalho francês Allier, de queima média e grão fino. Após o tempo de estágio adequado em meias barricas, são engarrafados a preceito, sempre com rolha de cortiça nacional, à espera de serem abertos e apreciados pelos mais exigentes entusiastas de vinho.

Mais informações acesse:

https://www.montedosperdigoes.pt/pt/

Referências de pesquisa:

Portal “Viagem e Turismo”: https://viagemeturismo.abril.com.br/blog/portugal-lisboa/herdade-do-esporao-o-maravilhoso-mundo-dos-vinhos-no-alentejo/

“Blog Cipriano Alves”: https://ciprianoalves.blogs.sapo.pt/portugal-historico-alentejo-monsaraz-19134

Portal Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Monsaraz

Portal “Tintos & Tantos”: http://www.tintosetantos.com/index.php/envelhecendo/422-sur-lies-o-que-e-isso

Portal “Sacando a Rolha”: https://www.tuliowig.com/sacando-a-rolha/october-26th-2018

Degustado em: 2019