Lembro-me que, quando cheguei a este rótulo, estava em busca
de um vinho branco, mais especificamente da casta Chardonnay que, nos idos de
2014 era a minha cepa branca preferida. Que fique claro que ela não deixou de
ser, mas que, naquela época, eram poucas as castas brancas que eu conhecia.
Mas, voltando a minha saga em 2014 pela busca da Chardonnay, eu não queria um
Chardonnay chileno, brasileiro, argentino, mas de um país pouco usual, a minha
intenção era buscar novos terriors, rótulos diferentes, enfim, novas
experiências. Entrei em uma loja especializada em vinhos e comecei a garimpar,
a saciar a minha latente necessidade. Um vendedor, muito simpático e
prestativo, que se dizia também um sommelier me auxiliava nas buscas, quando,
encontrei um, escondido e até meio empoeirado, havia apenas uma garrafa que
logo me deixou entusiasmado. Era um Chardonnay australiano que logo estava em
minhas mãos e mostrei ao vendedor, perguntando por recomendações. Ele apenas
disse que seria interessante degustar brancos com safras recentes e o referido
australiano era da safra 2008, ou seja, 6 anos de safra até então. Mas resolvi
arriscar! O preço estava atrativo, era um vinho branco cujo país era novo para
mim... Segui em frente. Por que estou contando essa história? Logo irão
saber...
O vinho que eu me refiro e que degustei e gostei demais, uma
surpresa arrebatadora foi o Angove Long Row Chardonnay, como disse australiano,
de uma região chamada McLaren Valley, no sul da Austrália, da safra 2008.
Na taça tem um amarelo palha com tons dourados muito
brilhantes.
No nariz apresenta frutas brancas, como melão, frutas
tropicais e toques herbáceos e um agradável floral que já indica seu frescor e
elegância.
Na boca abundância frutada que enche a boca, diria um pouco
de untuosidade, cremosidade que faz do vinho um tanto quanto estruturado e
complexo, mas que graças a sua boa acidez o torna fresco, ainda com uma boa
jovialidade, apesar dos seus 6 anos de safra à época. Com um final saboroso,
longo e macio.
Um incrível Chardonnay elegante, harmonioso, suculento que
surpreendeu pelos seus 6 anos de safra quando degustei mostrando impressionante
frescor e vivacidade, com seus potentes 13,5% de teor alcoólico muito bem
integrados. Claro que é sempre recomendável degustar brancos com safras
recentes, mas, neste meu caso, fui surpreendido positivamente por um vinho
vivo, pleno, jovem! Portanto, se o seu coração pedir, arrisque, invista que as
vezes se torna interessante fugir às regras. Ah e para fechar, a safra de 2008
ganhou 4 prêmios, que segue: Internacional Wine Challenge, Decanter World Wine
Awards, duas vezes a medalha de bronze e o Mundus Vini com a medalha de prata.
Sobre a
Angove Family Winemakers:
A Angove Family Winemakers é uma empresa familiar de quinta
geração dedicada à elaboração de vinhos super premium e de vinha única da
McLaren Vale, juntamente com diversos vinhos de algumas das grandes regiões
produtoras de vinho do Sul da Austrália. Em 1886 William Thomas Angove e sua
família chegam à Austrália de Cornwall, Inglaterra, para estabelecer uma
prática médica no Tea Tree Gully, no sopé do nordeste de Adelaide. A história
da produção de vinho em Angove começa, no mesmo ano, com o Dr. Angove fazendo
seus primeiros vinhos no agora histórico Brightlands Cellars como um tônico
para seus pacientes. Em 1892 o negócio do vinho começa a crescer com 10 acres
de vinhedos em produção e mais 20 acres plantados em 1893. Em 1903 as
propriedades da vinha em Angove crescem para 100 acres, uma das maiores do
estado e compõem um quinto da terra total plantada em videiras. Os primeiros
vinhos são feitos a partir de uvas cultivadas nessas vinhas, bem como as da 'Warboys
Vineyard', de propriedade de Henry Hall. Em 1907, a Destilaria e Vinícola St
Agnes é estabelecida e as atividades de produção de vinho são transferidas das
Caves Brightlands.Em 1910 o filho do Dr. Angove, Carl 'Skipper' Angove, se
aventura em Renmark para estabelecer a primeira vinícola e destilaria de
Riverland. Em 1927 Carl Angove e Ron Martin estabelecem a Dominion Wines Ltd na
Inglaterra. Nos próximos 20 anos, a Angove & Son é uma das quatro
principais vinícolas australianas a exportar para a Inglaterra sob a joint
venture. Em 1946 Tom Angove é nomeado Diretor-Geral e inicia uma nova era de
desenvolvimento, instalando instalações de britagem e britagem de última
geração e construindo o 'Vintage House', que abriga 32 fermentadores abertos de
concreto de 32 toneladas de cinco toneladas, considerados a principal
tecnologia da época. Em 1962 Tom compra terras, agora chamadas Nanya Vineyard,
em Paringa, do outro lado do rio, da Renmark. A vinha 480 Hectare é
constantemente plantada em mais de 18 variedades diferentes de uvas que
fornecem as marcas comerciais de vinhos da empresa. A quarta geração da
família, John Carlyon Angove sucede a seu pai, em 1983, como diretor
administrativo e promove desenvolvimento e investimento significativos em todos
os aspectos do negócio. Em 2007 Nanya Vineyard inicia a conversão para produção
orgânica de uva certificada para a produção no primeiro vinho orgânico
certificado da família Angove. Atualmente a família Angove expande suas
propriedades, adquirindo a premium Angels Rise, localizada a 280 m acima do
nível do mar, em terras vitivinícolas privilegiadas nos arredores de Clarendon,
em 2019, nos limites da região do McLaren Vale.
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Degustado em: 2014