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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Apothic Dark Red Blend 2019

 



Vinho: Apothic Dark Red Blend

Casta: Petite Syrah, Teroldego e outras castas não informadas.

Safra: 2019

Região: Lodi, Califórnia

País: Estados Unidos

Produtor: Apothic Dark Wines

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Wine

Valor: R$ 79,90

Estágio: 3 a 6 meses em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi intenso, vívido, escuro, com reflexos arroxeados e com alguma viscosidade, com lágrimas finas e lentas.

Nariz: aromas de frutas negras maduras, frutas em compota, chocolate amargo, cacau, caramelo.

Boca: estruturado, encorpado, reproduz as notas frutadas, com toques de especiarias, com taninos marcados, porém amáveis e pouca acidez, com final persistente.

 

Produtor:

https://www.apothic.com/

https://www.gallo.com/


quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Califortune Zinfandel 2017

 




Vinho: Califortune

Casta: Zinfandel

Safra: 2017

Região: Napa Valley, Califórnia

País: Estados Unidos

Produtor: Grand Napa Vineyards

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho.

Adquirido: Top Wines

Valor: R$ 79,90

 

Análise:

Visual: um vermelho rubi intenso, escuro, com reflexos evidentes de granada, quase um acastanhado, denotando os seus sete anos de garrafa.

Nariz: notas de frutas pretas maduras, toques amadeirados, trazendo algo de terra molhada, carvalho, couro, tabaco e charcutaria.

Boca: é macio e elegante, o tempo lhe conferiu equilíbrio, mas não tirou a sua personalidade, pois tem volume de boca, álcool proeminente, porém não incomoda, além de um residual de açúcar, taninos presentes e domados e uma acidez média.

 

Produtor:

https://westcoastwinegroup.com/

https://grandnapavineyards.com/


sábado, 10 de junho de 2023

Califortune Merlot 2012

 

Olha que eu gosto todo particular do jeito dos norte-americanos fazer os seus vinhos! Os poucos rótulos que tive a alegria de degustar tiveram um impacto consistente em minha enófila vida. Que fique muito claro, porém, que existem vinhos ruins, bons e ótimos em qualquer lugar do mundo e nos Estados Unidos não seria diferente, mas, até o momento em que redigo esse texto, só tive boas experiências com os vinhos da terra do Tio Sam.

E claro que a casta que me apresentou os vinhos dos Estados Unidos foi a Zinfandel que nada mais é do que a famosa Primitivo na Itália. Lembro-me de ter degustado um rótulo, pela primeira vez, da Zinfandel no natal, harmonizando magistralmente com as diversas e saborosas comidas natalinas. Lembro-me de ter degustado outro Zinfandel quando recebi um amigo de longa data em minha casa e foi um sucesso!

Os poucos rótulos dos Estados que degustei sempre esteve atrelado a bons e inesquecíveis momentos, propiciando, ajudando, incrementando os bons e prazerosos momentos de alegria e congraçamento.

Mas nunca foi fácil ter acesso aos rótulos norte-americanos. Os valores sempre foram altos e as opções pouco variadas, sobretudo naquelas famosas “camadas” de valores, que nos ajudam a escolher ou ter, como falei, o mínimo acesso aos rótulos da Califórnia, Nappa Valley entre outros.

Evidentemente que o cenário de hoje está melhor que há 10, 15 anos atrás, com um leque maior de opções, graças também a maior competitividade entre os inúmeros e-commerces de vinhos disponíveis na grande rede.

O que chama a atenção dos rótulos dos Estados Unidos, pelo menos os poucos que degustei, é a corpulência, a intensidade em frutas e em alguns casos de madeira, alcoólicos, enfim, trata-se de um nicho que tenho apreciado nos últimos tempos e precisava, preciso, na realidade, voltar a degustar os vinhos dos norte-americanos.

E esse momento finalmente chegou! E pasmem foi um achado! Logo o principal entrave que era o alto valor, não se tornou um empecilho na compra dessa minha nova degustação: Esteve na faixa dos R$ 78,00! E detalhe importante, da safra 2012! Um vinho no auge dos seus onze anos de vida e está literalmente no auge de sua plenitude, incrivelmente!

O vinho que degustei e gostei veio da região de Napa Valley, na Califórnia e se chama Califortune, um 100% Merlot da safra 2012. E teremos, para variar, mais uma novidade: será minha primeira experiência com a famosa casta Merlot. O momento único de minha vida enófila: uma degustação norte-americana de uma de minhas cepas preferidas, a Merlot.

Então não podemos deixar de falar de Napa Valley que certamente, entre as regiões do Novo Mundo, é uma das mais famosas e prolíficas do universo do vinho.

Califórnia

Os Estados Unidos ocupam a quarta posição no ranking dos países que mais produzem vinho no mundo, ficando atrás apenas da França, Itália e Espanha. Cerca de 90% dos vinhos provenientes do País são produzidos na Califórnia, onde a vitivinicultura foi iniciada no século 18, mais precisamente em San Diego, por missionários franciscanos. A primeira variedade de uva a ser cultivada foi a Mission, originária da Espanha, onde é chamada de Misión.

Califórnia fica na costa, fazendo divisa com outros três estados americanos e o México. A região tem paisagem diversificada, contendo praias, montanhas, desertos e vales. Essa variedade de relevos faz com que cada microrregião tenha um cultivo específico de uva.

Califórnia

A Califórnia possui diversas particularidades territoriais. É um estado costeiro, com inúmeras praias e também possui montanhas, desertos e vales. O clima predominante é o mediterrâneo, com muito sol, noites mais frescas e chuvas em épocas bem definidas. O verão é seco e o inverno chuvoso.

Porém, a maioria de suas regiões vinícolas possui características muito particulares em relação ao solo e clima, propiciando diferentes terroirs, o que beneficia o cultivo de uma ampla variedade de uvas.

As regiões californianas mais importantes são Napa Valley e Sonoma Valley, seguidas por Mendoncino e Lake Counties, situadas em direção norte a partir da cidade de São Francisco.

Napa é conhecida mundialmente pela qualidade de seus vinhos. Ali se encontram mais de 500 vinícolas, tornando-a a mais densa região vinícola do mundo! Várias delas realizam trabalhos reconhecidos de enologia, produzindo vinhos ícones de prestígio mundial. O território de Napa é estreito, ladeado por colinas vulcânicas baixas.

Napa Valley responde por 20% dos valores comercializados da Califórnia, apesar de sua produção girar em torno de apenas 4%. Os 90% do vinho americano, situados na Califórnia, concentra-se neste estado da costa oeste.

Napa Valley é uma das áreas nobres da Califórnia, muito bem situada em termos de clima e solos. Se há um lugar no mundo onde a Cabernet Sauvignon, por exemplo, possa fazer frente ao terroir sagrado do Médoc (a chamada margem esquerda de Bordeaux), esse lugar é Napa Valley, especificamente em comunas famosas como Rutherford, Oakville e Stag´s Leap.

As contíguas AVAs (Área Viticultural Americana) desde Santa Helena a norte até Stag´s Leap mais ao sul, funcionam como as famosas comunas do Medóc (Pauillac, St Julien, St Estèphe e Margaux). Neste local, os vinhedos desenvolvem-se entre as cadeias de montanhas Mayacamas a oeste e Vaca Range, a leste.

O clima tende a ser mais quente ao norte, próximo a Calistoga, e mais frio ao sul, próximo à cidade de Napa. Os nevoeiros frios pelas manhãs entram pelo sul através da baía de San Pablo e vão perdendo força, à medida que caminham para o norte.

Os solos do Napa são extremamente complexos e diversificados. São de origem vulcânica, sedimentar e também aluvial. Argila, areia, pedras e marga são seus principais componentes. Em linhas gerais, no fundo do vale, próximo ao rio Napa, os solos são aluviais, argilosos e relativamente profundos. Já os solos nas encostas, são mais diversificados, mais pedregosos, pobres e pouco profundos.

As castas

Cerca de 100 tipos de uvas são cultivadas na Califórnia, como Pinot Noir, Merlot e Chardonnay, mas os destaques são a Cabernet Sauvignon e a Zinfandel. Originária da região de Bordeaux, na França, e considerada por muitos como a “Rainha das uvas tintas”, a Cabernet Sauvignon é o “carro-chefe” da região. Já a Zinfandel é cultivada no estado desde a metade do século 19 e considerada patrimônio nacional, tal a sua importância.

A maior parte dos vinhos produzidos é classificada como de mesa (graduação alcoólica de 10º a 13º), espumante (gaseificado) ou de sobremesa (doce). A produção da bebida tem influência francesa, ao estilo Bordeaux, de extrema qualidade.

Depois da França, os melhores rótulos de Cabernet Sauvignon estão na Califórnia: são vinhos tintos encorpados. Com a Zinfandel, é possível produzir vinhos com uma gama de características e podem ser encorpados ou de médio corpo, secos ou doces, de fácil degustação ou robustos, entre outros perfis.

A variedade de uva branca dominante é a Chardonnay, quase um ícone dos vinhos americanos, mas vale citar a presença da White Zinfandel, que produz vinhos leves e simples.

Principais regiões da Califórnia

Napa Valley: Possui a maior concentração de vinícolas e é a mais rica, reconhecida pelos seus vinhos de alta qualidade. Ela é a região preferida dos turistas. Fica localizada perto de grandes cidades como São Francisco, Santa Bárbara e Los Angeles.

Sonoma Valley: Tem menos vinícolas e é mais rural que Napa, conhecida pela variedade e a qualidade de seus produtos.

Agosto e setembro são os melhores meses para o enoturismo na Califórnia, época da colheita das uvas e do clima mais agradável, com sol durante o dia e noite mais fresca. Napa Valley, Sonoma, Mendocino, Santa Cruz, Amador, San Luis Obispo, Lake, Monterey e Santa Bárbara são regiões que se dedicam quase que exclusivamente à vitivinicultura.

Entretanto, há vinícolas em muitas outras regiões. Elas geralmente abrem para o público entre 10 horas e 17 horas. Além da degustação, que é paga, alguns produtores promovem tours – uns gratuitos, outros não – pelas propriedades. Definitivamente a Califórnia é um case de sucesso da vitivinicultura do Novo Mundo.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela as nuances de um vinho de onze anos em garrafa, com rubi com intensidade, dominado pelo atijolado, pelo acastanhado, com ainda uma boa profusão de lágrimas, grossas, lentas e coloridas.

No nariz não se percebe as notas frutadas tão eloquentemente, o tempo encarregou-se de entregar notas de frutas secas, em compota, algo também de frutos secos, como avelã, noz moscada e amêndoa. Algumas notas mais rústicas como coco, terra molhada e couro estão evidentes, como uma discreta madeira, graças aos dezoito meses que o vinho estagiou que entrega café, cacau.

Na boca é macio, com elegância, as frutas secas são sentidas, como no aspecto olfativo, as notas amadeiradas são mais perceptíveis, com toques balsâmicos, com destaque para café, madeira, algo de carvalho doce, especiarias doces também. Os taninos ainda estão presentes, bem como o álcool, que trazem personalidade ao vinho, porém domados e maduros a acidez discreta, quase inexiste. Final de média persistência.

Apesar de apreciar o estilo de vinho “frutadão” e com muita complexidade, aquele famoso vinho “bombadão” o Califortune Merlot, principalmente pelo fato de já ser um vinho de idade, mostrou elegância, maciez, aliado sim a complexidade. Um vinho que definitivamente ficará guardado na minha mente e alma. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Grand Napa Vineyards:

Grand Napa Vineyards está localizado no coração de Rutherford, perto do sopé do Monte. São João na Serra dos Mayacamas. Em 1838, quando a Califórnia ainda fazia parte do México, 11.814 acres do Caymus Rancho foram concedidos ao explorador George Yount pelo General Mariano G. Vallejo.

Um barracão de cowboys construído em 1888 ainda existe lá, e nas proximidades Yount plantou as primeiras videiras de Napa. Após a morte de Yount, o capitão Gustave Niebaum comprou algumas de suas propriedades e estabeleceu a Inglenook Winery, a primeira vinícola do estilo Bordeaux nos EUA.

Seus Cabernets ganharam medalhas de ouro na Feira Mundial de Paris em 1889, ano em que o mundo começou a notar os vinhos da Califórnia - vinhos de Rutherford. E em 1939, os vinhos Rutherford ganharam o prêmio “Grand Sweepstakes” da Golden Gate Exposition em San Francisco.

Sobre a West Coast Wine Group:

A visão da West Coast Wine Group é dedicada a produzir vinhos da mais alta qualidade da Califórnia. Como amantes apaixonados do vinho, estão obcecados com a ideia de criar vinhos excepcionais que sejam apreciados por pessoas de todo o mundo. Com essa paixão e visão, fundaram a vinícola.

Desde o início, o fundador se comprometeu a usar apenas as melhores uvas e as mais avançadas técnicas de vinificação para produzir vinhos de qualidade excepcional. Ele trabalhou incansavelmente para aperfeiçoar a arte da vinificação, e sua dedicação valeu a pena na forma de vinhos premiados que rapidamente conquistaram seguidores.

Ao longo dos anos, o West Coast Wine Group tornou-se líder no setor, mas o seu compromisso com a qualidade e a paixão pela produção de vinho permaneceram inalterados. Continuam a usar as melhores uvas e técnicas possíveis para criar vinhos incomparáveis ​​em sabor e qualidade.

A obsessão pelo vinho da West Coast Wine Group é o que os diferencia. Acreditam que um bom vinho é mais do que apenas uma bebida; é uma experiência que deve ser saboreada e apreciada. É por isso que se esforçam ao máximo para garantir que cada garrafa de vinho que produzem seja da mais alta qualidade e elaborada com cuidado.

Muitas das marcas de vinho, de seus rótulos, são frutados, fáceis de beber e amigos da comida – perfeitas para as celebrações do dia-a-dia. Oferecem uma ampla variedade de vinhos, cada um possuindo seu próprio caráter e textura únicos.

A vinícola está localizada em Napa, Califórnia, no coração do famoso Napa Valley Wine Country. Os pilares de seu portfólio são as variedades Cabernet Sauvignon, Old Vine Zinfandel e Merlot.

Mais informações acesse:

https://westcoastwinegroup.com/

https://grandnapavineyards.com/

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=CALIFORNIA

“Blog dos Vinhos”: https://blogdosvinhos.com.br/california-conheca-a-maior-produtora-de-vinho-do-eua/

“Blog Art des Caves”: https://blog.artdescaves.com.br/california-maior-produtora-vinho-estados-unidos

“Vinho sem Segredo”: https://vinhosemsegredo.com/2012/10/18/napa-valley-parte-i/

  








sábado, 2 de abril de 2022

Dark Horse Cabernet Sauvignon 2017

 

Sempre foi muito difícil, sobretudo para aqueles desprovidos de algum dinheiro, degustar os vinhos californianos, os vinhos dos Estados Unidos. Admitamos que ainda é complicado degusta-los por conta do alto valor, então quando surge uma oportunidade para tê-los em nossa adega e consequentemente em nossa taça, sem dúvida é um momento único, importante.

Oportunidade! Acredito ferozmente que essa palavra tem de ser efetivada no universo dos vinhos. Não temos que comprar vinhos por demanda, por modismos ou qualquer coisa que seja, mas por oportunidade.

Digo isso porque estamos em um período obscuro, mais complicado, principalmente para nós enófilos. Os vinhos estão aumentando, vertiginosamente, de preço. O dólar alto, o custo Brasil, tarifas, burocracias que só travam a disseminação da cultura do vinho em nossas terras e os californianos, os rótulos dos Estados Unidos não ficam atrás dessa realidade difícil.

E esse vinho que degustei e gostei, da Califórnia, foi o que chamei à época de uma oportunidade singular. Embora o rótulo seja, de acordo com os altos preços dos vinhos dessa região, barato, abaixo dos 3 dígitos de valor! Mas ainda assim muito caro para os padrões de consumo do brasileiro, do cidadão comum.

De um valor na faixa dos R$ 85, com alguns descontos e os famosos “cashbacks” que tinham à disposição eu o comprei à época por, pasmem, 34,90! Sim! R$ 34,90! Por isso que sempre compartilhei da questão da oportunidade para comprar uma garrafa de vinho e isso exige paciência, tranquilidade e serenidade para esperar. Às vezes você tem aquela vontade para comprar aquele vinho que há tempos está de olho, mas a oportunidade precisa ter como diria aquele Jedi famoso.

Então sem mais delongas façamos as devidas apresentações: o vinho que degustei e gostei veio da ensolarada Califórnia, nos Estados Unidos, e se chama Dark Horse da casta Cabernet Sauvignon da safra 2017. E apesar de ser uma casta já, diria, “corriqueira” nas mesas dos enófilos, a Cabernet Sauvignon, é sempre um prazer degusta-la, nas suas mais diversas facetas, nos mais diversos terroirs e da Califórnia traz o frescor das frutas vermelhas maduras, com a personalidade marcante e esse não foi diferente.

Mas antes de falar do Dark Horse, falemos um pouco da região emblemática da Califórnia, uma das localidades para a produção de vinho mais importante do Novo Mundo.

Califórnia

A Califórnia é o maior produtor de vinhos entre os estados americanos e sua vinicultura remonta a meados do século 19. Uma das maiores e melhores regiões produtoras de vinhos no Novo Mundo, assim é tida a Califórnia por especialistas e amantes da bebida dos deuses.

Depois dos três países mais tradicionais na vitivinicultura internacional, França, Itália e Espanha, o estado americano é o maior produtor de vinho no mundo, isto é, a quarta potência no que se refere ao cultivo, produção e comercialização da bebida em todo o planeta.

Os números são impressionantes: o ensolarado estado da costa oeste norte-americana é responsável por mais de 90% da produção vinícola dos Estados Unidos, e, todo o ano, recebe a visita de cerca de 20 milhões de pessoas em suas principais regiões produtoras, que além de tudo oferecem ótimas alternativas de turismo para os apreciadores do vinho.

Mas a importância da Califórnia no universo vinícola não está apenas nesses grandes números; os vinhos californianos são conhecidos, respeitados e prestigiados por serem de extrema qualidade, tintos complexos e encorpados, e brancos deliciosos produzidos a partir de uva bem maduras. O clima mediterrâneo, o frescor do vento constante, o sol imponente que às vezes dá lugar a chuvas bem localizadas, aliado às particularidades privilegiadas do solo em território cortado por pequenos vales dão à região um valor qualitativo muito alto para os vinhos lá produzidos.

Seu território é uma sucessão de pequenos vales, cada um com particularidades de clima e solo, criando um celeiro de terroirs propícios ao desenvolvimento de vinhos de qualidade.

As regiões californianas mais importantes são Napa Valley e Sonoma Valley, seguidas por Mendoncino e Lake Counties, situadas em direção norte a partir da cidade de São Francisco. Outras regiões californianas de destaque são Monterey, Paso Robles, Russian River Valley, Dry Creek Valley, Alexander Valley, San Luis Obispo, Santa Barbara, Santa Clara Valley, Lodi e Woodbridge.

Califórnia

Napa é conhecida mundialmente pela qualidade de seus vinhos. Ali se encontram mais de 500 vinícolas, tornando-a a mais densa região vinícola do mundo! Várias delas realizam trabalhos reconhecidos de enologia, produzindo vinhos ícones de prestígio mundial. O território de Napa é estreito, ladeado por colinas vulcânicas baixas.

Sonoma é um núcleo de 50 x 50 km, marcado por amplas planícies, colinas suaves e partes da costa do Pacífico, encontrando-se ali mais de 300 vinícolas. Aqui a vinicultura é de menor escala, com os principais produtores fornecendo uvas para vinícolas de alto nível. O clima é mais fresco que o de Napa, com variações a cada micro-região. As brisas marinhas e neblinas são características das áreas costeiras.

Napa Valley e Sonoma Valley são as duas principais regiões de produção vinícola na Califórnia, somente nelas existem mais de 800 vinícolas. A região da Napa concentra o maior numero de vinícola no mundo, e produz vinhos de categoria elevada; a região de Sonoma, por sua vez, é conhecida por fornecer uvas de grande qualidade para a produção de vinhos em outras regiões. Mendocino, Monterey, Paso Robles, Russian River Valley, Dry Creek Valley, Alexander Valley também são regiões vitivinicultoras bastante conhecidas na Califórnia.

História

As primeiras videiras plantadas na Califórnia foram trazidas por missionários franciscanos espanhóis no século XVIII, e, até o século XIX, foram eles que continuaram a cultivar uvas na região, produzindo vinhos para serem utilizados em seus ritos. Aos poucos, durante esse quase um século de plantio ligado à Igreja, a viticultura foi se espalhando em todo o estado, transformando-o no reduto da produção de vinho no país.

Na segunda metade do século XIX, com a chamada Corrida do Ouro, a costa oeste dos Estados Unidos teve um aumento populacional significativo e a demanda por vinho acompanhou esse crescimento. Não demorou para que a área para o plantio e cultivo das uvas aumentasse exponencialmente, assim como os investimentos nos vinhedos, que fez com o que a produção de vinhos se estabelecesse definitivamente na região. Em 1870, as principais vinícolas da Califórnia hoje conhecidas mundialmente já existiam, e produzindo vinhos de qualidade.

Devido à ligação com os missionários da Igreja Católica, a primeira variedade de uva cultivada na Califórnia ficou conhecida como Mission Grape.

Mission San Gabriel

A vinícola mais antiga da Califórnia, que remonta a 1771, é este pequeno edifício, na foto acima, na parte traseira da antiga Missão de San Gabriel no sul da Califórnia. Sob este abrigo, índios supervisionados pelos Padres da Missão pressionavam uvas em pisos de pedra ainda intactos.

Ainda no final do século XIX, por volta de 1890, a praga conhecida como Phylloxera Vastatrix, que devastou grande parte dos vinhedos ao redor do mundo, chegou à Califórnia, e freou a indústria vinícola na região. Logo em seguida, no começo do XX, com a proibição legal de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos, muitas vinícolas foram obrigadas a fechar, os números que antes eram promissores decaíram de forma significativa. Mas, apesar de alguns anos de recessão, esses dois problemas sérios que tiveram impacto negativo na produção de vinhos na Califórnia foram superados e já no período da segunda grande guerra, a produção de vinhos se recuperou.

De maneira geral, o clima na Califórnia pode ser classificado como tipicamente mediterrâneo com dias ensolarados e noites frescas, mas grande parte dessas regiões tem seu micro clima específico, o que facilita o cultivo de uvas ou produção de tipo de vinhos também de forma muito específica e particular; cada região acaba se especializando em uma determinada variedade de uva ou vinho por causa disso. A região de Santa Barbara, por exemplo, é conhecida por suas tintas Pinot Noit e Syrah, apesar de cultivar a branca Chardonnay de forma bem sucedida.

A Califórnia vem construindo grande prestígio para seus vinhos tintos ricos e encorpados e brancos barricados feitos com uvas bem maduras. As principais uvas tintas utilizadas são Cabernet Sauvignon, Merlot e Zinfandel - esta tida como parente próxima da Primitivo italiana e considerada patrimônio nacional - mas ultimamente a Syrah e a Cabernet Franc têm crescido em resultados.

A variedade de uva branca dominante é a Chardonnay, quase um ícone dos vinhos americanos, mas vale citar a presença da White Zinfandel, que produz vinhos leves e simples.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, escuro, com lágrimas finas, numerosas e que se dissipam vagarosamente, marcando o bojo.

No nariz traz uma explosão aromática de frutas negras bem maduras: ameixa, amora, groselha negra são os destaques, com notas amadeiradas, trazendo chocolate e baunilha, além de especiarias, tabaco, diria, pimenta.

Na boca é seco, volumoso, cheio, estruturado, mas é cadenciada pela maciez das notas frutadas, as notas de madeira em destaque, mas muito bem integrado ao conjunto do vinho, sendo equilibrado e macio, com toques de torrefação, café. Tem taninos polidos, aveludados, boa acidez e um final untuoso, prolongado, persistente.

Um privilégio degustar um vinho californiano depois de muito tempo sem fazê-lo. Um vinho com uma tipicidade única, que evidencia, em sua garrafa, o que entrega a emblemática região da Califórnia com seus micro climas específicos, com as suas castas volumosas, corpulentas, mas frutadas e cheias de vida, de plenitude. E com tudo isso ainda degustar um vinho concebido por uma enóloga, por uma mulher chamada Beth Liston, mostrando que a mulher pode sim, com sua sensibilidade, se emancipar e trazer novas percepções ao mercado vitivinícola.

Beth Liston

Um vinho que vai guardar grandes e memoráveis lembranças pela sua drincabilidade, pela sua personalidade, pela sua versatilidade, pela sua importância de representar uma tradicional e emblemática região de produção de vinho. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Dark Horses Wines:

Primeiramente, Dark Horse Wine é uma marca de vinhos da Califórnia, propriedade da gigante das bebidas e maior exportadora de vinhos da Califórnia, a E. & J. Gallo. Dessa forma, ela faz uma série de vinhos tintos e brancos de variedades populares da   Califórnia, como Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Merlot, Sauvignon Blanc e Chardonnay.

a essência da vinícola Dark Horse é ter uma coleção de vinhos ousados ​​e saborosos produzidos na Califórnia, nos Estados Unidos, que quebram a regra de que “se não for caro, não é um bom vinho”.

O sucesso dos produtos tem por trás uma enóloga renomada, que tem como princípio a qualidade: Beth Liston que cresceu em localidades onde vinhedos praticamente fazem parte do caminho. E sendo assim, o envolvimento com a vitivinicultura acabou se tornando um caminho natural.

A inovação sempre fez parte do DNA da Dark Horse, pois foi com ela que originou a venda de vinhos em lata no Brasil, por exemplo, e embora a forma de consumir a bebida já faça sucesso entre os jovens americanos há algum tempo, foi por intermédio do Dark Horse em lata que os brasileiros passaram a conhecer e ter acesso a esses produtos.

Mais informações acesse:

https://www.darkhorsewine.com/

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=CALIFORNIA

“Clube dos Vinhos”: https://www.clubedosvinhos.com.br/california-o-paraiso-dos-vinhos-no-novo-mundo/

 








quinta-feira, 25 de março de 2021

Delicato Zinfandel 2013

 

Sabe quando você olha vinhos de determinadas regiões ou castas e percebe ou chega a triste conclusão de que nunca irá degustar? Pois é, foi assim que eu sempre encarei os vinhos da emblemática região da Califórnia nos Estados Unidos. Quando tive os primeiros contatos, lendo sobre os vinhos californianos, primeiramente me surpreendeu. Sempre tive a percepção de que os grandes vinhos repousassem em terras europeias, tais como França, Espanha, Portugal, Itália etc. Uma visão pré-concebida caiu, afinal Estados Unidos tem sim grandes e tradicionais regiões produtoras de vinhos.

Mas com a descoberta surgiu uma desilusão: percebi quer nunca iria degustar um grande rótulo californiano! Os preços disponíveis no mercado eram astronômicos! Há pouco mais de 10 anos não eram muitos rótulos disponíveis, é bem verdade, logo deduzi que os valores altos eram, também, por conta desse panorama, além dos altos tributos impostos nos vinhos em terras brasileiras, mas atualmente, os valores continuam demasiadamente altos e arrisco dizer que mais alto do que há pouco mais de 10 anos atrás! Então a desilusão bateu de forma implacável! Conheço a região, um pouco das suas histórias, mas não terei acesso aos seus rótulos.

Porém sempre procurei um vinho que pudesse ter um ótimo custo X benefício, nunca desisti de procurar, apesar de não alimentar maiores expectativas acerca desse momento. Em mais uma de minhas incursões aos supermercados, como sempre, acabei encontrando um rótulo que me interessou pelo seu curioso nome, mas que, a priori, não sabia de que região era, país ou coisa parecida. Mas quando vi estampado no rótulo a sua casta, logo percebi que se tratava de um vinho norte americano: a Zinfandel. A casta mais emblemática e importante daquele país. Vi também que era californiano. Então me pus a procurar, com certa ansiedade, pois estava difícil de encontrar, mal sinalizado, e quando avistei o preço estava bastante convidativo, pelo menos à época, em torno dos R$ 45,00!

Mas diante da alta média dos valores que via R$ 45,00 era demasiadamente baixo e, confesso que fiquei um tanto quanto receoso quanto a qualidade, mais um preconceito de minha parte, afinal, valor não determina qualidade, mas decidi compra-lo mesmo assim. E decidi degusta-lo o quanto antes, tamanha era a animação de degustar um californiano. A rolha finalmente se desprendeu da sua garrafa, o momento ritualístico foi seguido, a taça foi finalmente inundada pelo Zinfandel e o vinho era maravilhoso! Incrivelmente bom, com excelente drincabilidade! O vinho que degustei e gostei veio da Califórnia, nos Estados Unidos, e se chama Delicato, da casta popular Zinfandel, safra 2013. Não posso, diante desse momento deixar de falar da Califórnia e dos seus grandes rebentos viníferos.

Califórnia, a tradicional região do Novo Mundo

A produção vinícola na Califórnia teve inicio há mais de 240 anos, com as missões da corte espanhola que tinha como objetivo a ocupação territorial. As missões eram formadas por uma capela, um anexo e os vinhedos para produção do vinho da missa. Vinte e uma missões foram fundadas entre San Diego, no sul, e Sonoma, no norte, durante os 60 anos seguintes, originando os nomes de diversas cidades da Califórnia: Santa Bárbara, Santa Lucia, San José, Santa Cruz. Com o tempo muitas missões tornaram-se ruínas, mas a costa californiana tinha sido transformada em um jardim de videiras. Com a chamada Corrida do Ouro, na segunda metade do século XIX, a costa oeste dos Estados Unidos teve um grande crescimento populacional e a demanda por vinho acompanhou esse crescimento. Consequentemente, a área para o plantio e cultivo das uvas aumentou exponencialmente, assim como os investimentos nos vinhedos, fazendo com que a produção de vinhos se estabelecesse definitivamente na região. Em 1870, as principais vinícolas da Califórnia hoje conhecidas mundialmente, já existiam, produzindo vinhos de qualidade.

Depois dos três países mais tradicionais na vitivinicultura internacional, França, Itália e Espanha, a Califórnia é o maior produtor de vinho no mundo, isto é, a quarta potência no que se refere ao cultivo, produção e comercialização da bebida em todo o planeta. Os números são impressionantes: o ensolarado estado da costa oeste norte-americana é responsável por mais de 90% da produção vinícola dos Estados Unidos, e, todo o ano, recebe a visita de cerca de 20 milhões de pessoas em suas principais regiões produtoras, que além de tudo oferecem ótimas alternativas de turismo para os apreciadores do vinho.

Mas nem sempre foi assim. Por volta de 1890, a praga conhecida como Phylloxera Vastatrix, que devastou grande parte dos vinhedos ao redor do mundo, chegou à Califórnia, e freou a indústria vinícola na região. Em 1920 veio a Lei Seca que proibiu as bebidas alcoólicas e interrompeu mais uma vez o processo de crescimento da produção de vinhos e o valor patrimonial das vinícolas pioneiras desabaram. A produção só foi retomada lentamente após a sua abolição, em 1933, com novos empreendedores surgindo e iniciando a uma nova fase da vitivinicultura californiana. Entretanto, só na década de 60 é que os exigentes consumidores de Los Angeles, San Francisco e outras cidades californianas começaram a buscar uma fonte local de vinhos finos, dando um verdadeiro impulso à essa indústria.

Napa Valley e Sonoma Valley são as duas principais regiões de produção vinícola na Califórnia, somente nelas existem mais de 800 vinícolas. A região da Napa concentra o maior numero de vinícola no mundo, e produz vinhos de categoria elevada; a região de Sonoma, por sua vez, é conhecida por fornecer uvas de grande qualidade para a produção de vinhos em outras regiões. Mendocino, Monterey, Paso Robles, Russian River Valley, Dry Creek Valley, Alexander Valley também são regiões vitivinicultoras bastante conhecidas na Califórnia.

Califórnia

O clima na Califórnia pode ser classificado como tipicamente mediterrâneo com dias ensolarados e noites frescas, mas grande parte dessas regiões tem seu micro clima específico, o que facilita o cultivo de uvas ou produção de tipo de vinhos também de forma muito específica e particular; cada região acaba se especializando em uma determinada variedade de uva ou vinho por causa disso. A região de Santa Barabara, por exemplo, é conhecida por suas tintas Pinot Noit e Syrah, apesar de cultivar a branca Chardonnay de forma bem sucedida. Uma das características que fazem da Califórnia um respeitado polo da vitivinicultura no mundo, é a sua grande variedade de uvas e vinhos. Há cerca de cem variedades de uvas plantadas no estado, cada uma com aroma e sabor próprios, que, associados ao tipo de clima e solo onde são cultivadas, produzem vinhos de ótima qualidade. As principais variedades cultivadas nas suas regiões vinícolas são: Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Pinot noir, Sauvignon blanc, Syrah e Zinfandel (típica da Califórnia). Os vinhos californianos, por sua vez, variam de características e preço, podendo de ir de sabor simples e frutado a intenso e concentrado, mas sempre com qualidade elevada.

E agora falemos do vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi intenso com reflexos violáceos muito brilhantes, límpidos, com uma razoável abundância de formação de lágrimas finas.

No nariz as frutas negras é a tônica, uma verdadeira explosão aromática, as frutas vermelhas também se fazem evidentes, com notas florais agradáveis, de especiarias picantes e destacados toques de chocolate, de baunilha, graças a sua passagem por barricas de carvalho, cujo tempo não foi informado pelo produtor.

Na boca é seco, aveludado e elegante, apesar de mostrar uma boa estrutura, com um ótimo volume de boca, corroborando a sua personalidade. Tem taninos macios, mas presentes, um toque amadeirado, com a presença de um discreto toque de torrefação, uma acidez equilibrada e correta, com um final persistente e retrogosto frutado.

Foi um momento de felicidade! Há quem diga que não somos felizes e que temos “surtos” ou momentos de alegria. Não quero agora entrar em pormenores quanto a essa frase, mas naquelas horas em que degustei o Delicato foi especial! Me senti feliz, alegre naquelas horas. Um vinho de ótimo custo X benefício que me mostrou que degustar um bom californiano, um bom Zinfandel, não precisa sacrificar o seu curto orçamento com valores tão altos. Um vinho versátil, saboroso, redondo, muito equilibrado, mas de marcante personalidade e ótima vocação gastronômica. Esse foi o californiano Delicato! Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Delicato Family Wines:

Delicato Family Wines é uma das empresas de vinho de crescimento mais rápido nos Estados Unidos e uma vinícola familiar com quase um século de história de cultivo de uvas na Califórnia e de elaboração de vinhos de qualidade superior. Ancorada por um foco de longo prazo, a família Indelicato infundiu sua cultura de integridade, trabalho árduo e altos padrões na estrutura da empresa de vinhos dinâmica que construíram.  Três gerações da família Indelicato conduziram a vinícola à posição que ocupa hoje, começando com Gaspare Indelicato. Emigrante da Sicília, Itália, Gaspare Indelicato plantou o primeiro vinhedo Delicato em Manteca, Califórnia, em 1924 - uma área que o lembrava de sua terra natal. Com os três filhos fundou uma adega, construindo uma sólida reputação na produção de vinhos de qualidade.

Hoje, a 3ª geração da família está envolvida na produção de vinho. Hoje, os vinhedos cobrem 100 hectares de videiras em Napa, Lodi, Monterey e Sonoma, Califórnia. Muitos vinhos brancos e tintos são produzidos sob o rótulo Delicato - Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Pinot Grigio, Shiraz, White Zinfandel e Merlot, que atendem à demanda dos consumidores por vinhos agradáveis ​​e modernos adequados para qualquer ocasião.

Mais informações acesse:

https://www.delicato.com/

Referências:

“Clube dos Vinhos”: https://www.clubedosvinhos.com.br/california-o-paraiso-dos-vinhos-no-novo-mundo/#:~:text=Hist%C3%B3ria,serem%20utilizados%20em%20seus%20ritos.

“Buono Vino”: https://buonovino.com/historia-do-vinho/vinhos-californianos-o-coracao-da-viticultura-norteamericana/

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=CALIFORNIA

Degustado em: 2017

 

 





domingo, 3 de maio de 2020

Woodbridge Robert Mondavi Zinfandel 2012


Muitos torcem o nariz quando se fala em vinhos básicos, despretensiosos, de consumo diário. Ainda existe, sobretudo no Brasil, uma soberba fomentada por uma cultura preconceituosa de que degustar esses tipos de vinhos é certeza de que terá experiências desagradáveis, de vinhos ruins. Sempre defenderei de que há variadas propostas de vinhos e a de vinhos básicos sendo impossível comparar, por exemplo, com os vinhos complexos e barricados. Em alguns países, como os Estados Unidos, essas propostas de vinhos para o consumo cotidiano e frescos são levados a sério e representa um mercado proeminente naquele país. 

O vinho que degustei e gostei foi o Woodbridge Robert Mondavi da casta Zinfandel safra 2012 da emblemática região de Napa Valley, na Califórnia. Zinfandel que é conhecida como Primitivo na Itália, principalmente na conhecida região de Puglia.

Um pouco sobre Napa Valley

Pense no Napa Valley, e as maiorias dos amantes de vinho lembram-se de Cabernet Sauvignon e Chardonnay. Na verdade, o Napa Valley é uma denominação de origem só, ou American Viticultural Area (AVA) — em português, Área Americana de Viticultura. No entanto, dentro de suas fronteiras existem 16 sub-denominações, cada uma com o próprio microclima e, muitas vezes, com uvas que sua marca registrada.


Considerado há muito tempo como a região vinícola mais famosa da Califórnia, Napa Valley tornou-se destaque mundial depois do Julgamento de Paris, em 1976, quando um Chardonnay Chateau Montelena de Calistoga derrotou nove Chardonnays em uma degustação às cegas em Paris, que incluiu garrafas extremamente prestigiadas da França. Na época, a França era considerada a região vitivinícola do mundo, mas este triunfo mudou para sempre a percepção internacional dos vinhos do norte da Califórnia.

O vinho:

Na taça tem um vermelho rubi intenso com tons violáceos, lágrimas finas e em média intensidade.

No nariz apresenta um exuberante aroma de frutas vermelhas como ameixa, amora com toques de especiarias.

Na boca tem corpo médio, com certa estrutura, mas que se revela muito frutado, fresco, macio e fácil de beber, com taninos finos, aveludados, baixa acidez e um retrogosto agradável e frutado.

Gosto muito da proposta de vinhos frescos e básicos dos EUA e a dedicação e importância que os produtores dão a esses vinhos, mostrando que há sim como aliar simplicidade e qualidade. O Woodbridge Zinfandel sintetiza bem essas características sendo equilibrado, jovem, fresco, mas com uma personalidade. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Robert Mondavi Winery e a Woodbridge Winery:

No início de 1900, Cesare e Rosa Mondavi, recém-casados ​​de Sassoferrato, no norte da Itália, estabeleceram-se em Minnesota. Em 1919, a Lei Nacional de Proibição foi aprovada, proibindo a venda de álcool. Isso parecia incompreensível para as famílias italianas, para quem o vinho era um elemento básico da vida cotidiana. Felizmente, uma brecha na lei permitia que as pessoas fizessem 200 galões de vinho por ano para consumo familiar. Cesare se envolveu no envio de uvas da Califórnia para vinificação em casa e percebeu que a maioria das uvas vinha de um local chamado “Lodi” na Califórnia. Sentindo uma oportunidade, ele mudou sua família, que agora incluía um jovem Robert Mondavi e começou seu próprio negócio enviando uvas de volta para o leste, para famílias ítalo-americanas. O primeiro trabalho de Robert foi pregar caixas para segurar as uvas. Os pais de Robert incutiram nele as virtudes do trabalho duro e o encorajaram a explorar a crescente indústria do vinho. Depois de estudar administração e química na Universidade de Stanford e fazer um curso intensivo de viticultura e enologia na Universidade da Califórnia em Berkeley, Robert Mondavi mergulhou em todos os aspectos da indústria do vinho. Robert Mondavi sentiu-se confiante de que o Vale do Napa e a Califórnia poderiam criar vinhos que ficariam lado a lado com os grandes vinhos do mundo. Ele fundou a icônica Robert Mondavi Winery em 1966, perto de Oakville, Califórnia; a primeira grande vinícola a ser construída no vale de Napa desde a proibição. Após o notável sucesso de sua vinícola em Napa Valley, Robert Mondavi seguiu sua segunda visão de criação de deliciosos vinhos para a diversão diária. Tendo crescido em Lodi, Robert sabia que a região era ideal para o cultivo de uvas para vinho a partir das quais ele podia produzir vinhos de qualidade a preços acessíveis. Em 1979, ele adquiriu uma cooperativa local de produtores de uvas, nomeando a vinícola em homenagem a uma cidade vizinha - a Woodbridge Winery nasceu.

Mais informações acesse:



Degustado em: 2017

terça-feira, 17 de março de 2020

Fetzer Valley Oaks Cabernet Sauvignon 2010



Aprendemos, enquanto enófilos, que a Cabernet Sauvignon, até pela característica da cepa, é encorpada, austera e de grande potencial de guarda. Não podemos negligenciar tal informação, é verdade, mas precisamos ponderar sobre isso, levando em consideração a proposta do vinho, o terroir entre outros fatores. E países, como os Estados Unidos, por exemplo, produz vinhos com uma proposta mais divertida, mais descontraída e diria descomplicada de degustar seus vinhos, vinhos esses solares, agradáveis que preza pela frescura, jovialidade e informalidade. Talvez seja essa a característica dos vinhos do Novo Mundo, mas que apresentam personalidade e expressividade.

E um maravilhoso exemplo de vinho que degustei e gostei que veio dos Estados Unidos, da emblemática Califórnia, é da tradicional vinícola Fetzer, o Fetzer valley Oaks, da casta Cabernet Sauvignon, da safra 2010. Um verdadeiro clássico norte americano.

Na taça apresenta uma coloração rubi brilhante e límpido com reflexos violáceos com lágrimas abundantes e que tinge maravilhosamente bem as paredes da taça.

No nariz apresenta um aroma complexo de frutas vermelhas, um toque abaunilhado, de especiarias e um frescor impressionante.

Na boca é frutado, macio, equilibrado, com bom volume, fresco, com taninos delicados, com toque discreto da madeira, chocolate e baunilha, com acidez moderada e um final frutado e persistente.

Um vinho moderno, versátil, estruturado sim, mas fácil de degustar e, apesar da safra mostrou-se jovem, fresco e saboroso. E dada as características de chocolate, madeira e baunilha, parte do vinho passou por madeira e outra parte por tanques de aço inoxidável dando esse caráter próprio e moderno deste Cabernet Sauvignon, com seus 13,5% de teor alcoólico. O tempo da passagem do vinho pela madeira e pelo tanque de aço inoxidável não foi informado pelo produtor. Por ser tão versátil harmoniza com pratos leves e simples a mais complexos.

Sobre a Fetzer:

Cinquenta anos atrás, a indústria do vinho da Califórnia estava apenas começando. O resto do mundo ainda não tinha ouvido falar do condado de Mendocino, mas Barney Fetzer sabia que havia encontrado um lugar extraordinário para cultivar uvas para vinho. Um pioneiro da agricultura sustentável, ele ajudou a moldar a qualidade e a consciência ambiental do vinho da Califórnia. Além do que está no copo, nosso Centro de Vinhos e Alimentos de Valley Oaks foi um local vital por mais de 20 anos, catalisando o movimento da mesa da fazenda antes de se tornar um ethos amplamente valorizado. De raízes humildes, construímos um legado de vinhos clássicos americanos enraizados em um profundo compromisso com a terra. Ao longo de cinco décadas, crescemos para obter frutos de produtores talentosos das regiões mais reverenciadas da Califórnia, mas continuamos dedicados às vinhas, pessoas e vida vibrante da comunidade do Condado de Mendocino. Uma coisa não mudou em 50 anos: nossos vinhos são criados conscientemente para serem equilibrados e saborosos.

Maiores informações acesse:

https://www.fetzer.com/

Degustado em: 2016