A pequena cidade estava rodeada de muralhas das que hoje só
ficam o portal de entrada, a simbólica Puerta de la Ciudadela. Em 1807 se
produziram as Invasões Inglesas, enfrentadas e vencidas pelos orientais. Este
fato deu a Montevidéu o status de “Muy Fiel y Reconquistadora” e a converteu no
bastião espanhol do Río de la Plata. Montevidéu se manteve fiel a Espanha
durante as Revoluções de Maio de 1810 em Buenos Aires. Durante esse período, a
coroa espanhola se instalou em Montevidéu, o que significou o um grande
crescimento para a cidade.
O departamento de Montevidéu se estabeleceu em 1816, como a
primeira divisão administrativa da Banda Oriental. Ao se declarar o novo Estado
Independente em 1828, Montevidéu foi estabelecido como capital, e a partir da
“Jura de la Constitución de 1830” começou a se projetar a “Nova Cidade” por
fora dos limites da Ciudadela.
Contudo, a atual Ciudad Vieja foi durante muitas
décadas o centro econômico e cultural de Montevidéu. As grandes bandas
migratórias da Europa (principalmente espanhóis, mas também italianos, alemães,
franceses, húngaros, judeus e ingleses) deram ao Montevidéu de 1900 um ar
cosmopolita.
A herança dos escravos africanos trazidos durante a época
colonial aportou o caráter multicultural da cidade, que se percebe até hoje. Ao
longo do século XX Montevidéu se expandiu sobre a baia para o leste, e também
para o norte, com numerosos centros de população afastadas do centro. A
emblemática Rambla de Montevidéu, principal cartão postal da cidade, foi
construída em 1910. Outros monumentos significativos datam dos anos 20 e 30,
como o Palácio Legislativo e o Estádio Centenário.
O Uruguai era originalmente povoado pelos índios Charruas,
mas em 1680 os portugueses começaram a se assentar na região; os espanhóis
chegaram logo em seguida. As primeiras uvas viníferas foram cultivadas em
território uruguaio há mais de 250 anos. A produção de vinhos, entretanto, só
começou a ser realizada comercialmente na segunda metade do século XIX. Em
1870, Dom Pascal Harriague introduziu ao Uruguai várias castas de uva em busca
de uma que se adaptasse bem ao solo e clima da região.
A Tannat foi a que se saiu melhor na experiência e desde
então, por causa do seu sucesso imediato e duradouro no país, ela dá vida ao
autêntico vinho uruguaio. Na década de 1970, houve uma renovação na vitivinicultura
do Uruguai; novas técnicas de plantio e cultivo, bem como a introdução de novas
variedades de uvas, possibilitaram um desenvolvimento substancial à sua
indústria de vinhos.
Aliado a tudo isso, a evolução dos vinhos uruguaios aconteceu
por causa da paixão dos produtores e apreciadores de lá pela bebida. A maneira
artesanal e a relação respeitosa que eles têm com as uvas que cultivam tornaram
seus vinhos premiados e bastante reconhecidos no mercado internacional.
Fortemente influenciado pelo Rio da Prata e Oceânico
Atlântico, o Uruguai tem as suas principais regiões produtoras de vinhos na
costa sul – Maldonado, Canelones e Colônia. Situado entre os paralelos 30 e 35,
a exemplo de Chile, Argentina, Austrália e África do Sul, o país tem a
possibilidade de elaborar vinhos que possuem a energia do Novo Mundo e o
refinamento do Velho Mundo.
É a terra do Tannat, sim, mas há muito mais por descobrir. O
Uruguai é comparado com a região de Bordeaux, na França. Seu Rio da Prata é
comumente equiparado ao estuário do Gironde. A maior região vitivinícola –
Canelones – é dona de 60% da produção total. Fica bem no centro do país, ao
sul, muito próxima da capital Montevidéu, que abriga 40% da população local com
3,4 milhões de moradores.
Mapa vinícola do Uruguai com Montevidéu ao sul
As demais regiões produtoras do sul do país ficam a menos de
duas horas da capital – à oeste, Colônia (pela Rota 1) e, à leste, Maldonado
(pela Rota 9). O Uruguai possui uma rota de vinho especial e aconchegante,
coordenada pela Associação de Turismo Enológico do Uruguai, que reúne muitas
bodegas familiares, com estrutura e história que fascinam seus visitantes. A
rota, batizada de “Os caminhos do vinho” passa por regiões de Montevidéu,
Canelones, Maldonado, Colônia e Rivera, cujas paisagens belas e exuberantes são
atrativos que complementam sua ótima gastronomia e seus vinhos finos.
E agora finalmente o vinho!
Na taça revela um rosado cor salmão, limpo, um tanto quanto
atijolado, mas muito brilhante e bonito, com algumas poucas lágrimas finas e
rápidas.
No nariz aromas, um tanto quanto tímidos, mas perceptíveis de
frutas frescas, com destaque para morango, mamão, maçã-verde, diria também um
pêssego, entregando ainda um toque floral que corrobora o seu frescor e também
uma mineralidade.
Na boca é saboroso, fresco, jovem, sedoso, elegante e
equilibrado, mas goza de alguma personalidade, é cheio em boca. As notas
frutadas, evidentes no olfato, se revelam, protagonizam no paladar com destaque
para morangos, cerejas frescas, mamão e maçã-verde. Traz belíssima acidez que
saliva e um final de média persistência com um discreto dulçor.
A Família Traversa e todos os seus rótulos que vão desde os
básicos até o que se chamam de alta gama definitivamente são os melhores que
apresentam a relação qualidade X preço do mercado de vinhos! E esta nova versão
da linha Traversa que degusto hoje traz tudo o que esperamos de um típico rosé:
frescor, muita fruta, leveza e um toque floral agradabilíssimo. A Família
Traversa entrega o lado “alternativo” da triste realidade dos valores
impraticáveis dos vinhos no Brasil e nos possibilita trafegar, com dignidade,
neste vasto e impecável universo. Tem 13% de teor alcoólico.
Sobre a Família Traversa:
Esta empresa com as suas vastas vinhas e fábricas de
processamento de vinho, conta com a presença constante da Família Traversa.
Sessenta anos de muito trabalho e três gerações que sustentam a qualidade dos
seus vinhos.
Cada novo plantio e manutenção, processamento, embalagem e
distribuição de vinho, marketing e atendimento ao cliente são sempre
supervisionados por um membro da família. Assim eles são e ambicionam o
conceito de qualidade e este é o resultado do trabalho da vinícola. A história
desta família é o legado de bondade e esperança que está nas vinhas e há três
gerações.
Em 1904, Carlos Domingo Traversa veio para o Uruguai com seus
pais. Filho de imigrantes italianos, foi em sua juventude peão rural em
fazendas de vinhedos, e em 1937 com sua esposa, Maria Josefa Salort, conseguiu
comprar 5 hectares de terras em Montevidéu.
Suas primeiras plantações de uvas de morango e moscatel foram
em pequena escala. Em 1956 fundou a adega com os seus filhos, Dante, Luis e
Armando, que hoje com os seus netos têm muito orgulho de continuar o seu sonho.
A atitude constante de crescimento contínuo, com dedicação e
desenvolvimento levou e ainda leva a vinícola a ser um exemplo em todo o
Uruguai. Em mais de 240 hectares próprios, além de vinhedos de produtores cujas
safras são controladas diretamente pela empresa, obtendo assim uma grande
harmonia com os vinhos e as próprias uvas. As variedades plantadas são: Tannat,
Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc.
As uvas são processadas com maquinários e instalações da mais
alta tecnologia. Inicia-se com um rígido controle de produção, colheita no momento
ideal, plantio de leveduras selecionadas, controle de fermentação, aplicação a
frio no processo de elaboração, clarificações e degustação dos vinhos para
definir diferentes categorias de qualidade. Daí passa-se a armazenar em grandes
recipientes de grande tecnologia, como inox, tanques térmicos, ou em barricas de
carvalho americano e francês.
Mais informações acesse:
http://grupotraversa.com.uy/en/
Referências:
“Uruguai.org”: http://www.uruguai.org/a-historia-de-montevideu/
“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/uruguai-natural_9771.html