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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Chateau Les Belles Murailles 2018

 



Vinho: Chateau Les Belles Murailles

Safra: 2018

Casta: 70% Merlot, 15% Cabernet Sauvignon, 9% Cabernet Franc, 4.5% Malbec, e 1.5% Petit Verdot

Região: Bordeaux

País: França

Produtor: Chateau Les Belles Murailles/Kressmann

Adquirido: Site Sonoma

Valor: 89,90

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 6 meses em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: revela um rubi intenso, escuro e fechado, com lágrimas em profusão, sendo elas finas e lentas.

Nariz: traz aromas tímidos, mas perceptíveis em frutas vermelhas e negras maduras, quase em compota, com destaque para amora, ameixa preta e cereja. Discretas notas amadeiradas em total sinergia com a fruta, que entrega baunilha, carvalho, leve tosta, além de especiarias, como pimenta, pimenta preta.

Boca: ele se destaca, sobretudo com as notas frutadas, que replicam a amora, cereja e ameixa preta. É um vinho redondo, elegante, seco, com taninos polidos, porém presentes, com uma ótima e salivante acidez. Tem final longo e persistente.

 

Produtor:

http://www.vins-kressmann.com/


segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Punta Negra Reserva Cabernet Franc 2021

 



Vinho: Punta Negra Reserva

Safra: 2021

Casta: Cabernet Franc

Região: Tupungato, Valle de Uco, Mendoza

País: Argentina

Produtor: Belhara Estate

Adquirido: Evino

Valor: R$ 54,90

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho francês.

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi intenso, escuro, viscoso, com lágrimas finas, lentas e em profusão.

Nariz: aromas de frutas vermelhas maduras, com destaque para ameixa, com notas herbais, de especiarias, como pimenta e alcaçuz e baunilha, além de um discreto amadeirado que corrobora complexidade.

Boca: é estruturado, porém macio e elegante, revelando-se muito equilibrado. As notas frutadas também são percebidas no paladar, uma característica da casta. Os taninos são gordos, mas polidos, o carvalho traz baunilha e toques de chocolate e a acidez é alta revelando frescor e vivacidade. Final cheio e de retrogosto frutado.

 

Produtor:


segunda-feira, 3 de junho de 2024

No És Pituko Cabernet Franc 2021

 



Vinho: No És Pituko

Casta: Cabernet Franc

Safra: 2021

Região: Vale do Curicó

País: Chile

Produtor: Viña Echeverría

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Evino

Valor: R$ 94,90

 

Análise:

Visual: entrega um rubi intenso, escuro e vibrante, com evidente viscosidade e lágrimas finas, densas e coloridas.

Nariz: intenso e complexo, com destaque para as frutas pretas maduras, em compota, geleia, com nuances florais, especiarias como pimenta preta e um toque de terra molhada.

Boca: é macio, redondo, elegante, mas com personalidade e intensidade, com bom volume de boca, frutado, taninos sedosos, acidez salivante, final cheio e persistente com retrogosto frutado.

 

Produtor:


Ensedune Cabernet Franc Rosé 2021

 



Vinho: Ensedune

Casta: Cabernet Franc Rosé

Safra: 2021

Região: Coteaux d’Ensérune, Languedoc-Roussillon

País: França

Produtor: Les Vignobles Foncalieu

Teor Alcoólico: 13,5%

Adquirido: Evino

Valor: R$ 44,90

Estágio: 3 meses em suas borras finas.

 

Análise:

Visual: apresenta um rosa claro brilhante, com discretas e rápidas lágrimas finas.

Nariz: traz aromas delicados e frescos de frutas vermelhas, com destaque para groselha, framboesas, com notas florais que lembra violeta, além de uma mineralidade que impõe, ainda mais, frescor.

Boca: é fresco, leve, saboroso, com alguma personalidade, com as notas frutadas também em destaque, com acidez refrescante e média. Tem final longo e persistente.

 

Produtor:

https://lesvignoblesfoncalieu.com


segunda-feira, 29 de abril de 2024

Chateau Les Gauthiers 2015



Vinho: Chateau Les Gauthiers

Casta: Merlot (80%), Cabernet Sauvignon (10%) e Cabernet Franc (10%)

Safra: 2015

Região: Bordeaux

País: França

Produtor: Vignobles Falxa

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Sonoma

Valor: R$ 67,90

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi com evidentes tons granada, diria atijolados, denotando os seus nove anos de garrafa, com prolíficas quantidades de lágrimas finas e lentas.

Nariz: aromas de frutas vermelhas maduras, algo de frutas secas, com notas terrosas, de couro, além de toques herbáceos, talvez pimenta preta e noz-moscada.

Boca: é macio, elegante, mas ainda com alguma estrutura, entregando suculência, repete-se as notas frutadas, taninos dóceis, acidez média que lhe confere ainda frescor, com final envolvente e persistente.

 

Produtor:

http://www.vignobles-falxa.fr/website/







 

quinta-feira, 21 de março de 2024

Delor Réserve Rouge 2019

 



Vinho: Delor Réserve

Casta: Merlot (65%), Cabernet Sauvignon (33%) e Cabernet Franc (2%)

Safra: 2019

Região: Bordeaux

País: França

Produtor: Maison Delor

Teor Alcoólico: 13,5%

Adquirido: Site Lovino

Valor: R$ 97,80

Estágio: em barricas de carvalho (Não especificado no site do produtor e no rótulo do vinho o tempo em que estagiou em carvalho).

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi vivo, intenso, escuro, com relativa viscosidade e lágrimas finas, lentas e em profusão.

Nariz: o ataque inicial é das frutas negras maduras, que logo revela as notas amadeiradas bem integradas ao conjunto do vinho, trazendo complexidade, como couro, tabaco, carvalho e algo lácteo, com toques minerais e florais.

Boca: é delicado, macio, mas tem alguma estrutura que lhe confere equilíbrio e personalidade. As notas frutadas e amadeiradas são perceptíveis, os taninos vivos, marcados, porém dóceis, com uma boa acidez e final longo.

 

Produtor:

Não há portal na internet.


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Matiz Plural 2013

 



Vinho: Matiz Plural

Casta: Aragonez, Cabernet Sauvignon, Merlot, Touriga Nacional e Cabernet Franc.

Safra: 2013

Região: Serra do Sudeste

País: Brasil

Produtor: Vinícola Hermann

Teor Alcoólico: 13%

Adquirido: Niterói Vinhos

Valor: R$ 56,90

Estágio: 15 meses em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: revela um rubi intenso, com o atijolado, o granada em evidência, com uma boa profusão de lágrimas, finas e lentas.

Nariz: traz aromas expressivos e complexos de frutas vermelhas e negras maduras, sentindo ainda as evidentes, mas integradas notas amadeiradas, graças aos longos quinze meses em barricas de carvalho, com toques de baunilha, caramelo, couro, tabaco, defumado e um latente defumado extremamente agradável.

Boca: é elegante, redondo e macio, afinal o tempo lhe permitiu essa condição, mas que goza de boa complexidade. Replicam-se as notas frutadas, como no aspecto olfativo, bem como protagoniza o amadeirado, mas muito bem integrado ao conjunto do vinho, conferindo-lhe a tal complexidade, bem como a tosta, o café torrado e a terra molhada. Os taninos, devido ao tempo, estão com uma textura sedosa, com baixa acidez e um final longo e persistente.

 

Produtor:

http://www.vinicolahermann.com.br/


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Adobe Carmènére 2015

 




Vinho: Adobe

Casta: Carmènére (80%), Syrah (8%), Cabernet Franc (4%) e Merlot (3%)

Safra: 2015

Região: Valle de Colchagua

País: Chile

Produtor: Vinícola Emiliana

Teor Alcoólico: 13,7%

Estágio: 6 meses, sendo 80% em tanques de inox e 20% em barricas de carvalho francês

Adquirido: Supermercado Sam’s Club

Valor: R$ 56,90

 

Análise:

Visual: vermelho intenso, com halos arroxeados e lágrimas finas e em profusão.

Nariz: intenso e frutado, onde se destaca aromas de ameixa e groselha, alguns toques tostados e de cassis.

Boca: redondo e elegante, se mostra fresco e de média estrutura, com toques discretos da madeira, taninos dóceis e acidez destacada. Tem final persistente.

 

Produtor:

https://www.emiliana.cl/pt/


terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Miolo Single Vineyard Cabernet Franc 2020

 




Vinho: Miolo Single Vineyard

Casta: Cabernet Franc

Safra: 2020

Região: Campanha Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Miolo

Teor Alcoólico: 14,5%

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: rubi intenso, escuro, fechado, com discretos reflexos violeta, alguma viscosidade, lágrimas grossas, lentas e abundantes.

Nariz: apresenta frutas negras maduras, como ameixa e groselha, além de notas de café, torrefação, baunilha, graças ao aporte do carvalho. Tabaco, couro, terra molhada e um floral são percebidos também.

Boca: tem corpo médio para mais, bom volume de boca, quente, taninos gordos, presentes, mas macios, acidez equilibrada, frutado, amadeirado, mas respeitando o caráter da cepa e um final persistente.

 

Produtor:


Chateau La Chapelle Du Couvent 2020

 



Vinho: Chateau La Chapelle du Covent

Casta: Merlot (65%), Malbec (17%), Cabernet Sauvignon (14%) e Cabernet Franc (4%)

Safra: 2020

Região: Côtes de Bordeaux, Bordeaux

País: França

Produtor: Maison Ginestet

Teor Alcoólico: 14%

 

Análise:

Visual: vermelho vivo, pleno, escuro, viscoso, com lágrimas grossas, lentas e abundantes.

Nariz: aroma rico e envolvente de frutas pretas maduras, com destaque para ameixa, cereja preta, com notas de couro e tabaco e certo frescor.

Boca: tem média estrutura, frutado, equilibrado, elegante, bom volume de boca, harmonioso entre taninos maduros, mas presentes e as frutas maduras, com um final logo e agradável.

 

Produtor:


sábado, 19 de agosto de 2023

Matiz Plural 2013

 

Reza a máxima de que quando gostamos de algo, desejamos sempre repetir e não se enganem, no universo dos vinhos não é diferente! Sempre temos aqueles rótulos que nos permitiu uma grande experiência sensorial que queremos repetir, degustando safra por safra etc.

E o rótulo de hoje é especial cujo produtor eu não conhecia e descobri em um evento realizado por uma loja de vinhos da minha cidade, Niterói. Na realidade eu não conhecia o produtor, mas conheço o enólogo que participou do projeto de concepção dos rótulos: Anselmo Mendes, português conhecido como “O Rei do Alvarinho”.

Tendo essa alcunha já tem dimensão da importância desse projeto que envolve a Vinícola Hermann que vem explorando uma região emergente no Rio Grande do Sul chamada Serra do Sudeste.

Uma soma de fatores mais do que interessante e atraente que, além do vinho propriamente dito, foram preponderantes para uma nova aquisição deste vinho que já degustei e gostei. Falo do Matiz Plural com um inusitado blend de Aragonez, Cabernet Sauvignon, Merlot, Touriga Nacional e Cabernet Franc da safra 2013.

Como disse eu já degustei o mesmo vinho, da mesma safra, há cerca de um ano atrás, cuja resenha pode ser lida aqui e estava maravilhoso, com nove anos de vida, mas pleno, vivo e que certamente poderia descansar por mais alguns anos em garrafa na escuridão da adega.

E a intenção, após a compra desta segunda garrafa, era guarda-lo por mais alguns anos, talvez cinco anos, mas simplesmente a ansiedade falou, praticamente gritou mais alto e o abri com uma década de garrafa, o que também está interessante.

O vinho se mostra também vivo e intenso no nariz e no paladar. Mas não falarei, pelo menos por enquanto, do vinho, mas sim da região da Serra do Sudeste que definitivamente vem ganhando credibilidade entre os especialistas do vinho e enófilos espalhados pelo Brasil.

Serra do Sudeste

Nossa mais famosa região vinícola é, sem dúvida alguma, a Serra Gaúcha, da qual faz parte a primeira área de Indicação de Procedência brasileira, o Vale dos Vinhedos. De dentro para fora, sabemos que o Vale está chegando ao seu limite de plantio.

Como área de procedência certificada, as regras que controlam sua existência são rígidas e hoje sobram poucas terras de qualidade às vinícolas para que plantem suas uvas. Ele não deixa de ser, no entanto, o polo para onde convergem as atrações turísticas e as grandes instalações produtoras das vinícolas, incluindo suas adegas.

Os outros municípios que compõem a região da Serra Gaúcha vêm se desenvolvendo com constância como Garibaldi, Flores da Cunha e Farroupilha. Mas algumas novidades interessantes estão aparecendo em cidades a noroeste de Bento Gonçalves, como Guaporé, na linha Pinheiro Machado e Casca, na direção de Passo Fundo.

Mas tem uma região que, apesar de ter sido descoberta na década de 1970, pode-se considerar que se trata de uma região nova, pois somente a partir dos anos 2000, com investimentos feitos pelas vinícolas da Serra Gaúcha, que o potencial dela foi, de fato, explorado. Essa região é a Serra do Sudeste.

Ela forma uma espécie de ferradura virada para o mar, ligando os municípios de Encruzilhada do Sul e Pinheiro Machado, separados ao meio pelo rio Camaquã, que deságua na Lagoa dos Patos.

Essa região faz divisa com outra importante área vinícola brasileira, a Campanha Gaúcha, dividida entre Campanha Meridional (que começa na cidade de Candiota) e Campanha Oriental, que segue a linha da fronteira com o Uruguai.

Serra do Sudeste

A Serra do Sudeste tem colinas suaves, que facilitam o plantio e a mecanização, tornando-a um terroir mais simples de trabalhar. Aliadas a isso, estão as condições climáticas, mais favoráveis do que no Vale dos Vinhedos.

Essa região tem o menor índice de chuvas do Estado do Rio Grande do Sul, além de noites frias mesmo no verão, justamente a época da maturação das uvas. Essas condições naturais, além de um solo mais pobre e de origem granítica, ajudam a ter maior concentração de cor, estrutura e potencial de envelhecimento dos vinhos.

O Instituto de Pesquisa Agrícola do Rio Grande do Sul mapeou pela primeira vez esta área nos anos 1970, mas é no começo da década de 2000 que as primeiras vinícolas de certa importância começam a plantar vinhedos por aqui, entre os municípios de Encruzilhada do Sul, o principal, Pinheiro Machado e Candiota (mesmo próxima de Bagé Candiota é considerada pelo IBGE como pertencente à Serra do Sudeste e não à Campanha, embora haja controvérsias).

Em grande parte, se trata de uma região vitícola, geralmente as uvas aqui colhidas são conduzidas nas instalações das vinícolas na Serra Gaúcha e lá transformadas em vinho, esta região ainda não possui, e nem pleiteia em curto prazo, o reconhecimento a Denominação de Origem Controlada, quando, e se, isso ocorrer o vinho deverá ser produzido por aqui, já que este é um fator crucial na lei das denominações de origem.

As castas internacionais dominam a viticultura na Serra do Sudeste, tintas e brancas que na Serra Gaúcha podem representar um desafio pelo clima úmido, aqui prosperam com mais facilidade, o índice pluviométrico é alinhado com o estado do Rio Grande do Sul, chove um pouco menos que no Vale dos Vinhedos, mas o que mais importa é que as chuvas são mais bem distribuídas ao longo do ano, raramente coincidindo com o período da colheita das variedades tardias.

A característica dos vinhos daqui é o bom nível de aromas, a sapidez pronunciada por conta da presença do calcário e o perfil gastronômico, boa acidez, taninos enxutos nos tintos e presença mineral nos brancos. Uvas mais cultivadas na região são: Malbec, Cabernet Franc, Merlot, Gewurztraminer, Sauvignon Blanc e Malvasia.

Se é verdade que a Serra do Sudeste não possui o panorama encantador da Serra Gaúcha, é também verdade que seus vinhos representam um patrimônio da vitivinicultura brasileira que merece ser descoberto, e sem demora.


E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um rubi intenso, com o atijolado, o granada em evidência, denunciando uma década de vida, com uma boa profusão de lágrimas, finas e lentas.

No nariz traz aromas expressivos e complexos de frutas vermelhas e negras maduras, sentindo ainda as evidentes, mas integradas notas amadeiradas, graças aos longos quinze meses em barricas de carvalho, com toques de baunilha, caramelo, couro, tabaco, defumado e um latente defumado extremamente agradável.

Na boca é elegante, redondo e macio, afinal o tempo lhe permitiu essa condição, mas que goza de boa complexidade. Replicam-se as notas frutadas, como no aspecto olfativo, bem como protagoniza o amadeirado, mas muito bem integrado ao conjunto do vinho, conferindo-lhe a tal complexidade, bem como a tosta, o café torrado e a terra molhada. Os taninos, devido ao tempo, estão com uma textura sedosa, com baixa acidez e um final longo e persistente.

Um vinho que mesmo com os seus 10 anos de vida ainda estava pleno, vivo e intenso e que poderia evoluir mais e mais. Uma região nova que sem dúvida poderá nos brindar com muita tipicidade, expressividade e qualidade com os seus rótulos. Sim os vinhos brasileiros têm potencial de guarda, têm complexidade, têm relevância e têm a cara do vinho brasileiro, sem cópias e comparações com o Velho Mundo. O Matiz representa a elegância, a complexidade, o arrojo que todo vinho com a sua proposta pode entregar. Foi ótimo repeti-lo sem cair na temível zona de conforto. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Hermann:

A família Hermann trouxe todo o seu know-how de profundos conhecedores de diversas regiões vinícolas do mundo para a esfera da produção de vinhos, apostando no potencial dos melhores terroirs da região sul do Brasil.

Proprietários de uma das maiores importadoras de vinhos de alta qualidade do país, a Decanter, compraram em 2009 um vinhedo de grande vocação em Pinheiro Machado, na Serra do Sudeste no Rio Grande do Sul, plantado com mudas de alta qualidade por um dos viveiros líderes de Portugal.

A assessoria enológica de um dos mais brilhantes enólogos de Portugal, o renomado “rei do Alvarinho” Anselmo Mendes - “Enólogo do Ano” pela Revista de Vinhos de Portugal em 1997 - ao lado do talentoso enólogo Átila Zavarizze, garante a excelência na transformação das uvas promissoras em grandes vinhos brasileiros, com caráter e tipicidade.

Mais informações acesse:

http://www.vinicolahermann.com.br/

Referências:

“Marco Ferrari Sommelier”: https://www.marcoferrarisommelier.com.br/blog.php?BlogId=33

“Cave BR”: https://www.cavebr.com.br/serra-do-sudeste-1

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/a-nova-fronteira-sul_8619.html

“intelivino”: https://intelivino.com.br/serra-do-sudeste

 

 

 






 


segunda-feira, 1 de maio de 2023

Traversa Rosé Cabernet Franc (50%) e Pinot Noir (50%) 2021

 

Sou réu confesso, admito de forma incondicional que em um passado distante o Uruguai vitivinícola se resumia aos robustos e complexos rótulos da casta Tannat. Evidente que a casta da região francesa do Madiran ganhou fama e respeitabilidade no Uruguai se tornando a casta símbolo, que exporta o país para o mundo.

Mas aos poucos, com o passar dos anos e também com abertura do mercado para os vinhos uruguaios no Brasil percebemos que o Uruguai não é apenas o Tannat. Não mesmo! Tive a oportunidade de degustar alguns bons, ótimos Cabernets Sauvignon, Merlot e por aí o vai.

Evidente que o nosso mercado consome muito o Tannat uruguaio, logo a oferta é para esses vinhos, mas alguns eventos realizados por instituições ligados aos vinhos do Uruguai e também alguns influenciadores digitais do universo do vinho, fizeram com que aquele pequeno país se revelasse.

E revelasse consequentemente a gana de seus produtores por conceberem vinhos de extrema tipicidade, com a cara, o “DNA” desse país. Por mais que eu não deguste, lamentavelmente, tantos rótulos do Uruguai, percebemos, mesmo que por um simples instinto sensorial, um vinho daquelas bandas.

E a primeira, óbvia, região que conheci foi Canelones, a mais emblemática e importante região produtora de vinhos do Uruguai e é aquela que mais produz em volume de vinhos e nem por isso uma região descartável, desprestigiada. Belos vinhos degustei da região!

Mas as minhas descobertas, de novos rótulos e castas “improváveis” se deu por outra região, a capital do país: Montevidéu. Se deu também pela Família Traversa. E que maravilha foi descobri-los! Rótulos de incríveis custo X benefício, extremamente acessíveis aos bolsos e relativamente fáceis de encontrar.

Já degustei alguns de seus rótulos, do Chardonnay ao Tannat, do Merlot ao Sauvignon Blanc e todos são bem interessantes e dessa vez será um rosé! Sim, um rosé! Jamais esperaria degustar um rosé uruguaio.

Então sem mais delongas vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio da região uruguaia de Montevidéu e se chama Traversa, um rosé composto pelas castas Pinot Noir (50%) e Cabernet Franc (50%) da safra 2021. E para não perder o costume vamos de história, vamos de Montevidéu.

Montevidéu

Montevidéu começou seu processo de fundação em 1723. O Governador do Río de la Plata, Bruno Mauricio de Zabala, foi enviado pela coroa espanhola para fundar esta cidade portuária e expulsar aos portugueses, que tinham construído o Fuerte de Montevideu sobre a baia. 

Assim, as primeiras famílias que povoaram “San Felipe y Santiago de Montevideo” foram de origem espanhol, provenientes do grande centro colonial do Río de la Plata: Buenos Aires. Pela sua condição de principal porto do Rio da Prata e Montevidéu teve não teve bom relacionamento com a cidade vizinha.

Montevidéu

Pedro Millán traçou o primeiro plano da cidade em 1726, ano em que começaram a chegar os colonos das Ilhas Canarias. A antiga Ciudadela de Montevidéu (edificada ao longo de uns quarenta anos) apresentava as características típicas das cidades colônias da época: Uma Praça de Armas no centro (Atual Praça Constitución, mais conhecida como Matriz) rodeada pela Igreja (atual Catedral) e o edifício do governo (Cabildo).

A pequena cidade estava rodeada de muralhas das que hoje só ficam o portal de entrada, a simbólica Puerta de la Ciudadela. Em 1807 se produziram as Invasões Inglesas, enfrentadas e vencidas pelos orientais. Este fato deu a Montevidéu o status de “Muy Fiel y Reconquistadora” e a converteu no bastião espanhol do Río de la Plata. Montevidéu se manteve fiel a Espanha durante as Revoluções de Maio de 1810 em Buenos Aires. Durante esse período, a coroa espanhola se instalou em Montevidéu, o que significou o um grande crescimento para a cidade.

O departamento de Montevidéu se estabeleceu em 1816, como a primeira divisão administrativa da Banda Oriental. Ao se declarar o novo Estado Independente em 1828, Montevidéu foi estabelecido como capital, e a partir da “Jura de la Constitución de 1830” começou a se projetar a “Nova Cidade” por fora dos limites da Ciudadela. 

Contudo, a atual Ciudad Vieja foi durante muitas décadas o centro econômico e cultural de Montevidéu. As grandes bandas migratórias da Europa (principalmente espanhóis, mas também italianos, alemães, franceses, húngaros, judeus e ingleses) deram ao Montevidéu de 1900 um ar cosmopolita.

A herança dos escravos africanos trazidos durante a época colonial aportou o caráter multicultural da cidade, que se percebe até hoje. Ao longo do século XX Montevidéu se expandiu sobre a baia para o leste, e também para o norte, com numerosos centros de população afastadas do centro. A emblemática Rambla de Montevidéu, principal cartão postal da cidade, foi construída em 1910. Outros monumentos significativos datam dos anos 20 e 30, como o Palácio Legislativo e o Estádio Centenário.

O Uruguai era originalmente povoado pelos índios Charruas, mas em 1680 os portugueses começaram a se assentar na região; os espanhóis chegaram logo em seguida. As primeiras uvas viníferas foram cultivadas em território uruguaio há mais de 250 anos. A produção de vinhos, entretanto, só começou a ser realizada comercialmente na segunda metade do século XIX. Em 1870, Dom Pascal Harriague introduziu ao Uruguai várias castas de uva em busca de uma que se adaptasse bem ao solo e clima da região.

A Tannat foi a que se saiu melhor na experiência e desde então, por causa do seu sucesso imediato e duradouro no país, ela dá vida ao autêntico vinho uruguaio. Na década de 1970, houve uma renovação na vitivinicultura do Uruguai; novas técnicas de plantio e cultivo, bem como a introdução de novas variedades de uvas, possibilitaram um desenvolvimento substancial à sua indústria de vinhos.

Aliado a tudo isso, a evolução dos vinhos uruguaios aconteceu por causa da paixão dos produtores e apreciadores de lá pela bebida. A maneira artesanal e a relação respeitosa que eles têm com as uvas que cultivam tornaram seus vinhos premiados e bastante reconhecidos no mercado internacional.

Fortemente influenciado pelo Rio da Prata e Oceânico Atlântico, o Uruguai tem as suas principais regiões produtoras de vinhos na costa sul – Maldonado, Canelones e Colônia. Situado entre os paralelos 30 e 35, a exemplo de Chile, Argentina, Austrália e África do Sul, o país tem a possibilidade de elaborar vinhos que possuem a energia do Novo Mundo e o refinamento do Velho Mundo.

É a terra do Tannat, sim, mas há muito mais por descobrir. O Uruguai é comparado com a região de Bordeaux, na França. Seu Rio da Prata é comumente equiparado ao estuário do Gironde. A maior região vitivinícola – Canelones – é dona de 60% da produção total. Fica bem no centro do país, ao sul, muito próxima da capital Montevidéu, que abriga 40% da população local com 3,4 milhões de moradores.

Mapa vinícola do Uruguai com Montevidéu ao sul

As demais regiões produtoras do sul do país ficam a menos de duas horas da capital – à oeste, Colônia (pela Rota 1) e, à leste, Maldonado (pela Rota 9). O Uruguai possui uma rota de vinho especial e aconchegante, coordenada pela Associação de Turismo Enológico do Uruguai, que reúne muitas bodegas familiares, com estrutura e história que fascinam seus visitantes. A rota, batizada de “Os caminhos do vinho” passa por regiões de Montevidéu, Canelones, Maldonado, Colônia e Rivera, cujas paisagens belas e exuberantes são atrativos que complementam sua ótima gastronomia e seus vinhos finos.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um rosado cor salmão, limpo, um tanto quanto atijolado, mas muito brilhante e bonito, com algumas poucas lágrimas finas e rápidas.

No nariz aromas, um tanto quanto tímidos, mas perceptíveis de frutas frescas, com destaque para morango, mamão, maçã-verde, diria também um pêssego, entregando ainda um toque floral que corrobora o seu frescor e também uma mineralidade.

Na boca é saboroso, fresco, jovem, sedoso, elegante e equilibrado, mas goza de alguma personalidade, é cheio em boca. As notas frutadas, evidentes no olfato, se revelam, protagonizam no paladar com destaque para morangos, cerejas frescas, mamão e maçã-verde. Traz belíssima acidez que saliva e um final de média persistência com um discreto dulçor.

A Família Traversa e todos os seus rótulos que vão desde os básicos até o que se chamam de alta gama definitivamente são os melhores que apresentam a relação qualidade X preço do mercado de vinhos! E esta nova versão da linha Traversa que degusto hoje traz tudo o que esperamos de um típico rosé: frescor, muita fruta, leveza e um toque floral agradabilíssimo. A Família Traversa entrega o lado “alternativo” da triste realidade dos valores impraticáveis dos vinhos no Brasil e nos possibilita trafegar, com dignidade, neste vasto e impecável universo. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Família Traversa:

Esta empresa com as suas vastas vinhas e fábricas de processamento de vinho, conta com a presença constante da Família Traversa. Sessenta anos de muito trabalho e três gerações que sustentam a qualidade dos seus vinhos.

Cada novo plantio e manutenção, processamento, embalagem e distribuição de vinho, marketing e atendimento ao cliente são sempre supervisionados por um membro da família. Assim eles são e ambicionam o conceito de qualidade e este é o resultado do trabalho da vinícola. A história desta família é o legado de bondade e esperança que está nas vinhas e há três gerações.

Em 1904, Carlos Domingo Traversa veio para o Uruguai com seus pais. Filho de imigrantes italianos, foi em sua juventude peão rural em fazendas de vinhedos, e em 1937 com sua esposa, Maria Josefa Salort, conseguiu comprar 5 hectares de terras em Montevidéu.

Suas primeiras plantações de uvas de morango e moscatel foram em pequena escala. Em 1956 fundou a adega com os seus filhos, Dante, Luis e Armando, que hoje com os seus netos têm muito orgulho de continuar o seu sonho.

A atitude constante de crescimento contínuo, com dedicação e desenvolvimento levou e ainda leva a vinícola a ser um exemplo em todo o Uruguai. Em mais de 240 hectares próprios, além de vinhedos de produtores cujas safras são controladas diretamente pela empresa, obtendo assim uma grande harmonia com os vinhos e as próprias uvas. As variedades plantadas são: Tannat, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc.

As uvas são processadas com maquinários e instalações da mais alta tecnologia. Inicia-se com um rígido controle de produção, colheita no momento ideal, plantio de leveduras selecionadas, controle de fermentação, aplicação a frio no processo de elaboração, clarificações e degustação dos vinhos para definir diferentes categorias de qualidade. Daí passa-se a armazenar em grandes recipientes de grande tecnologia, como inox, tanques térmicos, ou em barricas de carvalho americano e francês.

Mais informações acesse:

http://grupotraversa.com.uy/en/

Referências:

“Uruguai.org”: http://www.uruguai.org/a-historia-de-montevideu/

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/uruguai-natural_9771.html

 

 






sábado, 22 de abril de 2023

Petit Plaisir Red Blend 2015

 

Lembro-me como se fosse ontem da inacessibilidade dos vinhos sul africanos aqui no Brasil. Isso deve ter pouco mais de 20 anos atrás quando não tinha sequer a quantidade de e-commerces que temos a nossa disposição atualmente.

E com esse leque de opções o nosso mercado de vinhos absorveu, tem absorvido bem os vinhos sul africanos que hoje tem um market share de respeito. O leque de opções não é apenas quantitativo, mas também qualitativo. A gama de propostas está excelente e atualmente você pode, consegue degustar vinhos mais simples aos mais complexos, encontrando-os, às vezes, em apenas um site de venda de vinhos.

E não se engane que as opções se limitam apenas na casta emblemática do país, a Pinotage. Hoje temos uma infinidade de cepas, das brancas até as tintas, mostrando que os terroirs da terra de Mandela podem cultivar cepas das mais variadas concepções.

Ainda carecem, entretanto, de vinícolas menores, com produção baixa e limitada, entrando em nosso mercado apenas as grandes indústrias vinícolas, mas vejo com bons olhos a possibilidade do mercado se expandir nesse sentido.

E hoje a degustação é, mais uma vez, especial, diria singular. Mais um sul africano de grande respeito, de imponência, austeridade, complexidade, personalidade, que inundará a minha humilde taça e já me antecipo nos predicados ao vinho, porque estou nutrindo uma grande expectativa, pois esse vinho está “adormecendo” a pelo menos três anos. Então não preciso dizer que a ansiedade domina os meus pensamentos para com este rótulo.

E o dia tão esperado chegou! O outono deu às caras, a temperatura está agradável e amena, um rótulo de pretensa complexidade pode vir à tona e ser contemplado no mais profundo detalhe e prazer, então, nada mais apropriado tirar esse vinho do seu longo sono, de sua evolução.

O vinho que degustei e gostei veio da emblemática e famosa região sul africana Western Cape e se chama Petit Plaisir composto pelas castas Syrah (64%), Cabernet Sauvignon (21%), Petit Verdot (8%) e Cabernet Franc (7%) da safra 2015.

E como somos enamorados pela história atrelada ao vinho, convém falar um pouco da “Petit Plaisir”. Estabelecido pelos huguenotes franceses em 1693 nas encostas das montanhas Simonsberg entre Paarl e Franschhoek, Plaisir de Merle é uma joia rara. Uma “peça” de destaque da Distell, esta propriedade de 974 hectares em Simondium, Paarl, ganhou aclamação internacional por seus vinhos brancos e tintos.

Cerca de 400 hectares são plantados com variedades de castas nobres como Chardonnay, Sauvignon Blanc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Petit Verdot, Cabernet Franc, Shiraz e Malbec. Uma área de apenas cerca de 80 hectares de vinhas nobres foi reservada para a adega Plaisir de Merle.

O enólogo Niel Bester, que ganhou fama na produção de vinhos de estilo clássico mais acessíveis, atribui o sucesso de seus vinhos à capacidade de trabalhar com ótimas frutas provenientes de um terreno único, bem como à valiosa contribuição de sua equipe de viticultores.

A diversidade dos solos, encostas e elevações contribuem para a qualidade das uvas Plaisir de Merle. Solos de granito bem drenados (predominantemente Tukulu e Hutton) com boa retenção de água permitem interferência mínima na irrigação com a maioria dos vinhedos sendo terra seca. As uvas foram selecionadas e colhidas a dedo em vários vinhedos. Eles estão situados entre 250m e 370m acima do nível do mar nas encostas sudeste do Simonsberg. Então depois dessa é só se permitir viajar nas mais nobres experiências sensoriais.

Western Cape: a toda poderosa região vinícola sul africana

Localizada a sudoeste da África do Sul, tendo a Cidade do Cabo como ponto central, Western Cape é a principal região vitivinícola do país, responsável por cerca de 90% da produção vinícola do país.

Boa parte da indústria do vinho sul-africana se concentra nessa área e microrregiões como Stellenbosch e Paarl são alguns de seus principais destaques. Com terroir bastante diversificado, a combinação do clima mediterrâneo, da geografia montanhosa, das correntes de ar fresco vindas do Oceano Atlântico e da variedade de uvas permite que Western Cape seja considerada uma verdadeira potência da produção de vinhos no país.

Suas regiões vinícolas estendem-se por impressionantes 300 quilômetros a partir da Cidade do Cabo até a foz do rio Olifants ao norte, e cerca de 360 quilômetros até a Baía Mossel, a leste – para entender essa grandiosidade, vale saber que regiões vinícolas raramente se estendem por mais de 150 quilômetros.

Western Cape

O clima fresco e chuvoso também favorece o plantio e a colheita por toda a região. Entre os grandes destaques de Western Cape estão as uvas Pinotage, Cabernet Sauvignon e Shiraz, que dão origem a excelentes varietais e blends. Entre os brancos – que, por si só, têm grande reconhecimento mundial –, brilham a Chenin Blanc, uva mais cultivada do país, a Chardonnay e a Sauvignon Blanc.

As primeiras vinhas plantadas na região remetem ao século XVII, trazidas por exploradores europeus que se fixaram por lá. Durante vários séculos, fatores como o estilo rudimentar de produção, o Apartheid e a falta de investimentos mantiveram a cultura vitivinícola sul-africana limitada ao próprio país.

Somente no início do século XX, com a formação da cooperativa KWV, que a África do Sul começou a responder por todo o controle de qualidade do vinho que se produzia por lá, e seus rótulos passaram a chamar a atenção do mercado internacional, dando início a um processo de exportação que conta, inclusive, com selos de qualidade específicos para a atividade.

A proximidade da Cidade do Cabo facilita o acesso dos visitantes às inúmeras rotas vinícolas e turísticas de Western Cape, que incluem experiências como caminhadas, degustações por suas muitas bodegas, além de ótimos restaurantes e hospedagens em suas pequenas e aconchegantes cidades, a maioria em estilo europeu.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um rubi intenso e escuro, com halos evidentemente atijolados, granada, denotando os 8 anos de garrafa ou a longa passagem por barricas. Tem lágrimas finas e lentas e em profusão que desenham o bojo.

No nariz traz a complexidade e a riqueza incrível de frutas pretas e vermelhas bem maduras, com destaque para cereja, ameixa, framboesa, amora e cereja preta. É amadeirado, mas muito bem integrado ao vinho, com toques de baunilha, torrefação e um distante chocolate. Há notas defumadas, de especiarias, como pimenta, terra molhada e discreto herbáceo.

Na boca, como no aspecto olfativo, traz complexidade, tem personalidade, é gordo, cheio, austero, alcoólico, mas o tempo o tornou macio e elegante e frutado, as notas de frutas vermelhas e pretas maduras em total convergência com as notas amadeiradas, graças aos 16 meses em barricas de carvalho, que traz o chocolate, mais evidente no paladar, café torrado, torrefação e baunilha. Tem taninos generosos, domados, acidez correta e um final persistente.

Um belíssimo blend de Shiraz, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Cabernet Franc amadurecido por 12 a 16 meses em carvalho francês e americano, extremamente aromático e que revestem a boca com notas doces e picantes de uma baunilha e pimenta sutil, com um final sedoso e suave. Um verdadeiro néctar que deveria vir de almofadas para se degustar ajoelhado. Mais uma vez a região de Western Cape não deixa dúvidas de sua grande representatividade mercadológica, de seu terroir, tendo em Paarl, o seu farol. Definitivamente um belíssimo vinho que sem sombra de dúvidas teria ainda alguns anos de evolução pela frente, mesmo com seus oito anos de garrafa. Tem 14% de teor alcoólico.

Sobre a Plaisir Wine Estate:

Jacob Marais, neto de Charles Marais, construiu a mansão em 1764, onde permanece até hoje como um dos primeiros e melhores exemplos da arquitetura holandesa do Cabo. Com suas empenas ornamentadas e telhado de colmo, a Manor House é um belo exemplo de esplendor e história.

O interior apresenta uma versão elegante e eclética do antigo e do novo, com uma seleção de móveis em Cape, Art Nouveau, Art Deco e estilo retrô. O resultado final é um afastamento consciente da grandeza em direção à sinceridade não afetada com refinamento clássico.

Charles Marais era um dos poucos franceses que tinha experiência em vinificação quando chegou ao Cabo e seu legado vínico vive na tradição vinícola de Plaisir de Merle. A quinta prosperou e em 1705, Claude Marais (que assumiu a gestão da quinta após o falecimento do pai) declarou 8000 vinhas e 6 léguas de vinho.

Charles Marais, um camponês huguenote de Le Plessis Marly, na região de Ile de France, queria uma vida melhor para sua família. Eles foram atormentados pela seca, fome, impostos exorbitantes e consequente pobreza. Esses fatores, juntamente com a perseguição religiosa, levaram-nos a navegar para o Cabo em 1687, onde se estabeleceram no Vale Groot Drakenstein.

Em 1693, o governador do Cabo Simon van der Stel concedeu terras à família Marais. Eles deram o nome de sua cidade natal, Le Plessis Marly. Mais tarde, nas mãos de seu neto, Jacob, a propriedade cresceu e se tornou uma das melhores da região. Foi Jacob quem construiu a mansão em 1764, que continua sendo um dos primeiros e melhores exemplos da arquitetura holandesa do Cabo hoje.

A concessão foi oficialmente assinada em 1º de dezembro de 1693. Infelizmente, Charles Marais faleceu após apenas seis meses na fazenda com uma disputa trivial, supostamente por causa de uma melancia verde, levando à sua morte prematura. A história conta que um Khoikhoi chamado Dikkop (ou Edissa) atirou uma pedra em Charles, causando uma hemorragia fatal.

Charles Marais estava bem equipado para uma vida de pioneiro na agricultura, pois a região de onde ele veio na França costumava abastecer os mercados parisienses com vinho e cereais. Charles era um dos poucos franceses que realmente tinha experiência em vinificação quando chegou ao Cabo. É um equívoco comum pensar que todos os huguenotes eram viticultores (embora tenham trazido uma cultura vinícola antiga e bem estabelecida).

Em 1729, ano em que a mãe de Claude, Catherine Taboureux, e sua esposa Susanne Gardiol faleceram, um inventário da propriedade declarou 20 léguas de vinho no valor de 25 rix-dólares cada, 10 léguas vazias de vinho, um funil e duas prensas antigas - tudo prova de que a família Marais transcendeu suas raízes camponesas para se tornar dignas proprietárias de terras.

A fazenda realmente começou a prosperar em meados do século XVIII sob a administração de Jacob Marais (e sua esposa, Maria Boeiens), neto de Charles Marais. Em 1764, ano em que foi erguido o Solar, as vinhas tinham 35.000 videiras e a adega continha 28 léguas de vinho.

Baldes de pressão, funis, prensas de vinho e “stukvate” enchiam a adega. Havia também uma sala de destilação separada com dois alambiques de aguardente e duas ligas de aguardente. Pieter Marais assumiu as rédeas de seu pai Jacob e, sob sua orientação, a fazenda também floresceu, com os vinhedos se expandindo para 55.000 videiras.

Daniel Hugo foi o próximo proprietário da fazenda depois de se casar com a terceira filha de Pieter, Rachel. Entre 1805 e 1831, a fazenda prosperou sob seus cuidados. Lá temos agora 60.000 videiras, que produziram cerca de 43 léguas de vinho. Durante este período, Daniel possuía duas adegas. O segundo estava em um pedaço de terra no adjacente Rust-en-Vrede.

Os marcos históricos de Plaisir de Merle atuam como marcos ao longo do tempo e como uma homenagem às gerações anteriores. Uma caminhada pela propriedade revela essa longa história em formas de empenas, símbolos e muito mais.

Jacob Marais (neto de Charles Marais) construiu a mansão em 1764, onde permanece até hoje como um dos primeiros e melhores exemplos da arquitetura holandesa do Cabo. No mesmo ano em que foi erguido o solar, a adega de Jacob continha 28 léguas de vinho (eram necessárias cerca de 1.000 videiras para fazer 1 légua de vinho).

Várias consolidações transformaram a propriedade no moderno Plaisir de Merle, que passou por casamento à família Hugo no século XIX. Foi quando foi construída a adega de 1831, e a quinta passou a produzir 43 léguas de vinho.

Depois de vários mandatos curtos, tornou-se propriedade da Stellenbosch Farmers' Winery (agora Distell) em 1964. Três décadas depois, uma nova adega foi encomendada com o briefing aos arquitetos para se inspirarem no patrimônio e no ambiente natural da fazenda. Incorporando madeira, água e aço inoxidável como elementos-chave, o edifício moderno foi concluído em 1993, rodeado por um fosso que resfria e isola o interior do edifício.

A casa senhorial também foi restaurada e serve como pousada e local de eventos para pequenos eventos. O interior apresenta uma versão elegante e eclética do antigo e do novo - uma estética de design que homenageia o longo legado da propriedade e seu espírito progressista e inovador.

O lynhuise ou longhouses foram erguidos por Frans de Wet (proprietário de Rust en Vrede) em 1821, embora a empena tenha a data de 1831. Outro marco histórico da propriedade é o moinho de água, uma réplica do que Jacob Marais construiu para sua esposa Maria em 1730.

A propriedade está repleta de elementos simbólicos que contam a história do artesanato, dificuldades, família e resistência. Na entrada do porão, o friso (ou brasão) criado pelo artista Jan Corewijn em 1993 presta homenagem aos primeiros pioneiros retratando visualmente sua vida e paixão.

O grifo forma uma parte importante do logotipo da Plaisir de Merle e também aparece na forma de bicas estilizadas semelhantes a gárgulas nos cantos dos porões. Meio leão e meio águia, o majestoso Gryphon é o rei dos animais e dos pássaros com a visão da águia e a força e coragem do leão. Reconhecido por seu poder e inteligência, o Grifo é considerado o guardião dos tesouros.

Mais informações acesse:

https://www.plaisir.co.za/

Referências:

“Vinho Capital”: https://vinhocapital.com/tag/wine/page/3/

“Wine”: https://www.wine.com.br/winepedia/enoturismo/western-cape-a-gigante-sul-africana/?doing_wp_cron=1611015613.7245669364929199218750#:~:text=Localizada%20a%20sudoeste%20da%20%C3%81frica,alguns%20de%20seus%20principais%20destaques.

“Wine ZO”: https://wine.co.za/wine/wine.aspx?WINEID=41878