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sábado, 23 de janeiro de 2021

Club des Sommeliers Riesling Reserva 2015

 

O melhor Riesling vem da Alemanha! Essa eloquente afirmação ganha sustentabilidade, são os rótulos com esta cepa mais famosos do mundo! São tão famosos que existe uma espécie de associação deste país com esta casta branca. Quando falamos em Riesling lembramos quase que instintivamente da Alemanha. E os germânicos produzem e muito vinhos com a uva Riesling, sobretudo na famosa região de Mosel e há quem diga que a Riesling é a casta branca mais importante do planeta, superando as badaladas Chardonnay e Sauvignon Blanc, talvez por serem bem versáteis, produzindo desde vinhos secos até doces e alguns com vocação para envelhecimento. Os rótulos ofertados no Brasil são poucos e demasiadamente caros. Infelizmente no Brasil, por conta, diria, desses entraves, o enófilo tupiniquim pouco degusta vinhos Riesling. Tive a oportunidade de degustar exatamente um alemão, de nome Rebgarten Riesling 2018 graças ao convite de um grande amigo que foi presenteado com este exemplar e que foi, claro, maravilhoso.

Como eu não sou dotado, ainda, de posses vultosas de dinheiro, para desembolsar cifras e cifras para comprar um Riesling alemão, estabeleci algumas situações para adquirir um Riesling seja alemão ou de outro país: aproveitar raros momentos de promoção de um vinho alemão desta casta para tentar adquirir, garimpar vinhos de outros países da casta Riesling e aqui vale um adendo: temos bons exemplares nacionais, alguns, inclusive, são possíveis para comprar, por conta de preços mais acessíveis ou esperar um momento único e encontrar um de forma inesperada e comprar.

E não é que me deparei com um Riesling sem querer? Ou pelo menos não esperava encontrar por um rótulo dessa casta! Eu explico. Estava, mais uma vez, fazendo as minhas necessárias incursões pelos supermercados na esperança de encontrar aqueles vinhos atraentes que conseguem aliar custo X benefício para compor a minha humilde adega e, entre intervalos de olhares meio perdidos, um tanto quanto desanimado depois de algum tempo à procura de um rótulo que me interessasse, fixei os meus olhos em um rótulo, em destaque, com um valor incrível (R$ 27,90) de um vinho, adivinhem, da casta Riesling, porém do Chile. Mas, não foi apenas o Riesling que me surpreendeu, mas o seu país de origem: Chile. Confesso-lhes que, diante de minha magnânima ignorância, que o Chile produzia Riesling. Todos esses quesitos me interessaram por completo, tudo conspirava a favor para adquirir um exemplar daquele, exceto pelo receio da safra, deveras “antiga” para um vinho branco: 2015. Resolvi correr o risco, o preço atraente, talvez, fosse o motivo por conta da safra, e assim levei. Decidi não levar muito tempo para degusta-lo, até pelo fato da ansiedade que se apossou de mim e hoje o tão esperado dia chegou: o da degustação.

A taça foi inundada do vinho e, na minha primeira degustação, ele gozava de uma plena jovialidade, explodia em expressividade e frescor no auge dos seus 6 anos de vida! Esse vinho que degustei e gostei, da casta Riesling, tão famosa na Alemanha, produzido por uma tradicional vinícola chilena, a Carta Vieja, da Viña del Pedregal, com a marca de um importante Grupo Empresarial do varejo brasileiro, Grupo Pão de Açúcar: o Club des Sommeliers Riesling Reserva, do Valle Central, Chile, da safra 2015. Mas antes de falar do Riesling, contemos um pouco da história do Club des Sommeliers.

Club des Sommeliers

Lançada em 2000, “Club des Sommeliers”, marca de vinhos exclusiva do Grupo Pão de Açúcar, possui mais de 60 rótulos de 10 países selecionados pelo enólogo e consultor de vinhos Carlos Cabral. Os vinhos Club des Sommeliers são selecionados nas melhores regiões vinícolas do mundo: França, Itália, Portugal, Espanha, Chile, Argentina, Brasil, África do Sul, Nova Zelândia e Austrália. Em 2011, foi lançada a linha Reserva Club des Sommeliers, com vinhos que passam por um processo de envelhecimento em barricas de carvalho. O contato da bebida com a madeira torna-a mais saborosa e encorpada. A grande variedade de rótulos oferece a você vinhos de qualidade a preços acessíveis, com opções para o dia a dia e também para grandes celebrações. Club desSommeliers é a maior marca de vinhos no Brasil em número de rótulos, com mais de 90 rótulos de 11 nacionalidades.

Riesling

A Riesling tem uma longa história. Há muitos registros sobre ela datados já do século XV. O mais antigo é de 1435, quando o inventário de um armazém de um nobre em Rüsselsheim, uma pequena cidade alemã, relatava a presença de uma tal uva chamada Rießlingen. A denominação se repete em diversos outros documentos da época, e apenas em um de 1552 surgiu o nome atual da uva: Riesling. A maioria dos principais críticos de vinho aponta a Riesling como a principal uva branca do mundo, suplantando até mesmo a famosíssima Chardonnay e a clássica Sauvignon Blanc. Por quê? Porque essa casta de origem alemã, cujos primeiros registros são da Idade Média, é capaz de produzir grandes vinhos desde secos até doces, sendo boa parte deles com enorme potencial de envelhecimento.

Outro fator que encanta os críticos é a capacidade dessa cepa de traduzir o terroir em que está plantada. Ela reflete o vinhedo com transparência, de uma forma que nenhuma outra variedade é capaz. Por esse motivo, definir aromas e sabores não é tarefa simples, mesmo em lugares onde seu cultivo é tradicional, como nos vales dos rios Reno e Mosel, na Alemanha e na Alsácia, regiões muito próximas, mas que produzem Rieslings com personalidades bastante diversas.

Os alemães costumam ser mais leves e com tons florais. Já os franceses tendem a um vinho mais denso e complexo. Contudo, a Riesling pode apresentar aromas minerais bem marcados, algo terroso, muitos tons florais e até algumas especiarias e notas apimentadas. Na boca, pêssego e maçã-verde, além de frutas cítricas, costumam aparecer. Rieslings doces terão um aroma de mel maravilhoso, além de sugerir damascos, marzipã e uva-passa. Com o envelhecimento em garrafa, muitos vão apresentar um aroma de petróleo bastante típico.

A Alemanha é o berço da Riesling, mas ela se espalhou pelo mundo, pois é uma vinha muito estável. Mesmo havendo mais de 60 clones diferentes disponíveis, eles não apresentam grandes diferenças entre si, e a capacidade de produzir vinhos desde secos até doces (incluindo espumantes) é um grande atrativo. Suas principais regiões produtoras dentro da Alemanha são: Mosel, Pfalz, Rheingau e Nahe. Depois da Alemanha, a Alsácia é a zona mais tradicional da casta. Em seguida, podemos encontrar grande produção de Riesling na Austrália, Áustria, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos, com presença em algumas regiões do Chile.

Essa cepa é considerada de maturação precoce, especialmente em climas quentes. A madeira de sua vinha é bastante dura, o que faz com que ela seja extremamente resistente ao frio invernal de lugares como Canadá e norte da Alemanha, por exemplo. Frio, aliás, que é capaz de congelar seus grãos, que vão gerar os famosos Icewines, os vinhos do gelo.

A Riesling raramente é vista em blends. Um dos motivos é a tradição alemã e alsaciana de fazer vinhos varietais, mas outro é o fato de ela ser considerada uma variedade completa em si mesma, que não precisa de adições de outras, pois, nas misturas, pode perder aroma, complexidade e elegância.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um lindo amarelo palha brilhante, reluzente, límpido com reflexos esverdeados com lágrimas finas e lentas, que desenham as paredes do copo.

No nariz revelou-se um agradável aroma de frutas brancas, tais como maçã verde, pera e frutas cítricas, talvez frutas secas e notas florais, flores brancas. Sente-se também um discreto e instigante tostado, em decorrência de sua curta passagem por 3 meses em barricas de carvalho.

Na boca é um vinho leve, redondo e equilibrado, mostrando ainda frescor e jovialidade, apesar de seus 6 anos de vida. Repetem-se as notas olfativas, sobretudo no quesito frutado, trazendo ainda um pouco coco, certa cremosidade que enche a boca, graças ao aporte da breve passagem por madeira, uma boa acidez e um final excepcional, muito persistente.

Tudo conspirou a favor ao degustar esse belo e surpreendente Club des Sommeliers Riesling Reserva, até mesmo a safra que poderia ser um entrave, um problema, revelou-se mais um atrativo que agregou valor a esse belíssimo rótulo chileno dessa excepcional casta branca chamada Riesling que vem me conquistando aos poucos, apesar da curta história com esta cepa. Conspirou tão divinamente que até o calor das últimas semanas que imperam impiedosamente em terras brasileiras harmonizou maravilhosamente com esse belo exemplar ou teria sido o contrário? Mas não se enganem que é um vinho fresco, jovem e leve apenas, ele entregou personalidade, expressividade, um vinho com untuosidade, um vinho de grande volume na boca, de persistência, mas que se mostrou equilibrado e fácil de degustar. Me falaram por aí que Riesling não passa e não pode estagiar em barricas de carvalho, mas esse, em especial, com uma carta passagem por madeira, cerca de 3 meses, mostrou alguma estrutura, uma elegante textura e o principal: manteve, com fidelidade, as características essenciais da cepa. Ótimo! Tem 12,5% de teor alcoólico.

Harmonizando com os queijos Gruyere e Gouda

Sobre a Viña Del Pedregal, que produziu o Club des Sommeliers Rieling Reserva:

1825 marca o início da tradição vinícola da família Del Pedregal. Naquele ano, Carlos Del Pedregal chega ao Chile das Astúrias, com suas convicções, por um lado, e com variedades europeias, por outro, para realizar seu sonho de fundar uma vinha no vale Maule. A área de Loncomilla foi escolhida por esse pioneiro espanhol que percebeu as excelentes condições do Chile, ideais para o cultivo de videiras e a elaboração de vinhos. Já há várias gerações ligadas ao comércio familiar, quase 200 anos dedicado à elaboração de vinhos nobres, adaptando-se à história e às mudanças ao longo do tempo. Todos os membros da família estão envolvidos em diferentes tarefas e, de várias maneiras, contribuem com seu conhecimento, paixão e amor pela terra, transmitidos de pais para filhos.

Mais informações acesse:

http://www.delpedregalwines.com/about-us--eng.html

Referências de pesquisa:

“Winepedia”: https://www.wine.com.br/winepedia/sommelier-wine/serie-uvas-riesling/?doing_wp_cron=1611064247.0428109169006347656250

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/riesling-os-sabores-da-uva-branca-alema_11870.html






terça-feira, 24 de março de 2020

Club des Sommeliers Sauvignon Blanc 2011



Um vinho brasileiro, mas com os principais terroirs do mundo. Pode parecer confuso, mas é isso mesmo. Um vinho cuja marca foi desenhada e concebida no Brasil, pelo Grupo Pão de Açúcar, mas feito, produzido, selecionado nas melhores regiões vinícolas do planeta, os países emblemáticos na produção de vinhos como Itália, Portugal, França, Itália, Portugal, Espanha, Chile, Argentina, África do Sul, Nova Zelândia, Austrália e o próprio Brasil. Vinhos que foram concebidos para trazer a todos os brasileiros, indiscriminadamente, as melhores regiões, personificados em vinhos de baixo custo e com qualidade, ou seja, vinhos possíveis com o intuito de democratizar e difundir a cultura do vinho, fazendo com que muitos tenham acesso a bebida, degustando-a.

Falo do “Club dos Sommeliers” e o vinho que degustei e gostei foi um belíssimo e surpreendente Sauvignon Blanc, produzido pela gigante Yealands Wines, da Nova Zelândia, da emblemática região de Marlborough, da safra 2011.

Na taça apresenta um amarelo palha com lindos e brilhantes reflexos esverdeados, límpido e transparente.

No nariz mostra aromas de frutas brancas, tropicais e cítricas, acompanhadas por notas herbáceas, vegetais e um envolvente toque floral.

Na boca é leve, mas com personalidade, frutado, equilibrado, com uma acidez proeminente, que traz um frescor e jovialidade ao vinho. Final mineral e persistente.

Um vinho de ótima tipicidade, que entrega além do que se propõe e harmoniza com o clima quente e solar do Brasil, além de comidas leves, frituras e queijos variados, além de uma boa pizza gordurosa para aguentar um vinho de acidez deliciosa e evidente. Possui 13% de teor alcoólico. A minha ressalva com relação a essa linha de rótulos que, na sua concepção tinha uma missão fantástica, de romper com paradigmas com relação a democratização do vinho, mas que hoje, lamentavelmente, os preços estejam bem acima do que se espera para a realidade assalariada da população brasileira.

Sobre o Club dos Sommeliers:

Club des Sommeliers é uma marca de vinhos exclusiva do Grupo Pão de Açúcar. Lançada em 2000, a linha possui mais de 60 rótulos de 10 países selecionados pelo enólogo e consultor de vinhos Carlos Cabral. Os vinhos Club des Sommeliers são selecionados nas melhores regiões vinícolas do mundo: França, Itália, Portugal, Espanha, Chile, Argentina, Brasil, África do Sul, Nova Zelândia e Austrália. Em 2011, foi lançada a linha Reserva Club dos Sommeliers, com vinhos que passam por um processo de envelhecimento em barricas de carvalho.

Mais informações acesse:


Sobre a Yealands Wines:

Quando abriram as portas da vinícola em 08.08.08, a visão era se tornar um dos produtores de vinho mais sustentáveis ​​do mundo, determinando que a única maneira de criar vinhos verdadeiramente lindos e premiados era em parceria com a natureza. Hoje, essa filosofia é verdadeira e forma a base da abordagem à produção de vinho. A atitude de "fazer" da marca registrada de Peter Yealands, fundador, é lenda. Uma imaginação irreprimível, aliada a uma energia inesgotável e uma paixão inabalável pela terra, impulsionaram esse rapaz de Marlborough de terceira geração através de uma incrível carreira de inovação de ponta nas indústrias marítima, florestal e vitícola. Desde a instalação do maior painel de painéis solares no telhado da adega, até o resgate e a queima das podas de videiras para aquecer a água, a visão é ultrapassar limites, pensar de forma inovadora e produzir alguns dos vinhos mais excepcionais e sustentáveis ​​do mercado.

Mais informações acesse:

https://www.yealands.co.nz/

Degustado em: 2015