Casta:
Chardonnay, Riesling Itálico, Trebbiano e Glera
Safra:
Não safrado
Região:
Garibaldi, Serra Gaúcha
País:
Brasil
Produtor: Casa Pedrucci
Teor
Alcoólico: 12%
Adquirido:
Wine
Valor:
R$ 82,90
Estágio:
12 meses em contato com as leveduras (Método tradicional)
Análise:
Visual:
amarelo palha brilhante com reflexos esverdeados, com perlages finos, delicados
e em profusão.
Nariz:
com aromas intensos de frutas brancas tropicais e cítricas, com destaque para
abacaxi, melão, maçã-verde, com nuances florais que traz a sensação de frescor
e leveza.
Boca:
é agradável, fresco, harmônico, com discretas notas untuosas, com algo de
panificação bem discreta, que traz alguma complexidade. As notas frutadas são
percebidas, a acidez é refrescante e o final de média persistência.
Não há como negar que degustar novidades é sempre muito
gratificante. Fugir da famosa e silenciosamente temida zona de conforto é a
personificação da liberdade, de se permitir novas e intensas experiências
sensoriais.
Novos rótulos, novos produtores, novas castas, novas regiões
torna-se necessário, urgente, diria, sem exageros, para ampliarmos, além da já
dita experiência sensorial, como também o nosso portfólio de degustação, de
conhecimento, afinal, não é só do vinho degustado que faz que constrói, a meu
ver, o conceito de enófilo.
De alguns anos para cá
venho acompanhando com interesse a ascensão, o notório sucesso e reconhecimento
do terroir mineiro, das Minas Gerais, com vinhos de excelência e de alguns
prêmios conquistados.
Mas para mim, apesar de acompanhar, com alguma veemência, o
crescimento da região, com o trabalho bem feito de abnegados profissionais e
amantes do vinho, sempre pareceu ser um tanto quanto intransponível o contato
com algum rótulo das Minas Gerais. Talvez pelo preço, sempre pelo preço, que
ainda parece ser um entrave para o cidadão comum e assalariado como eu.
Para a minha alegria em maio de 2017 eu participei de um
evento de degustação de vinhos brasileiros e observei um estande da Vinícola
Luiz Porto das Minas Gerais e tive o privilégio de degustar alguns rótulos,
poucos estavam disponíveis, infelizmente, mas ainda sim, foi maravilhoso e
melhor: Consegui levar comigo um rótulo!
Os rótulos eram de uma linha que hoje é reconhecida
nacionalmente chamada “Dom de Minas”, nome mais do que adequado. Degustei o
Merlot e o Cabernet Franc, mas o que me encantou foi o Dom de Minas Cabernet Franc 2014 que redigi uma resenha que pode por aqui ser lida.
Foi assim o meu primeiro contato com os vinhos mineiros. Mas
não parou por aí, para minha sorte. Ganhei de um amigo um Prosecco, a famosa
casta italiana Glera, das Minas Gerais, de uma região, pelo menos para mim,
nova em produção de vinhos chamada Andradas. Ele havia degustado e decidiu,
carinhosamente, me presentear com um.
Então diante desse especial presente decidi degusta-lo no
natal, tornar o momento mais especial ainda com as iguarias típicas
gastronômicas desse período do ano e de antemão antecipo que a harmonização foi
ótima, o Prosecco, muito versátil, harmonizou com quase todas as comidas
natalinas. E o calor que fazia compactuou com o frescor da Glera.
Então não preciso dizer muito que o vinho agradou, na
realidade direi sim! O vinho que degustei e gostei veio da região mineira de
Andradas e se chama Casa Geraldo Prosecco e era safrado: 2017. Mas antes de
falar desse belo espumante falemos um pouco de Andradas.
Andradas, Minas Gerais
Uma cidade que seduz não só pela tradição na produção de
vinhos, mas por vários atrativos que tem a oferecer aos visitantes. Essa é
Andradas (MG), localizada aos pés da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas
Gerais. Com pouco mais de 39 mil habitantes, é conhecida como "terra do
vinho" e oferece diversos atrativos para os amantes da natureza, da
culinária mineira e italiana, da cultura e do ecoturismo.
A história de Andradas começou em 1790 com a ocupação de suas
terras pelo fazendeiro Felipe Mendes e o Guarda-Mor Antônio Rabelo de Carvalho
e em 1888 teve início a relação da cidade com a vitivinicultura. Neste ano, o
Coronel José Francisco de Oliveira plantou em duas propriedades vinte
variedades de parreiras provenientes da França. Após realizar experimentos e
obter êxito no plantio, o Coronel passou a produzir vinhos.
Mas foi no final do século XIX que a cidade passou a ganhar
maior representatividade. Nessa época, passaram a chegar a terras andradenses
imigrantes italianos - mais de 500 famílias - e com eles se intensificou a
cultura da uva e do vinho, que mudariam para sempre o destino do município.
As primeiras videiras plantadas por italianos em Andradas
datam de 1892, quando as famílias Marcon e Piagentini, recém-chegados ao país,
se instalaram na cidade e iniciaram seus parreirais. Nos anos seguintes,
diversas outras famílias vindas da Itália também se mudaram para a cidade,
fazendo crescer a cultura vinífera.
Com pouco dinheiro no bolso, mas com muita vontade de
construir um futuro próspero, o patricarca da família Marcon, Sr. João
Maximiano Marcon, dividiu as experiências com o filho Geraldo Marcon. Em
parceria com a família Piagentini, deram início aos primeiros parreirais na
cidade. A sociedade foi encerrada anos depois, mas mesmo assim, Geraldo Marcon
não deixou a tradição morrer. Hoje a família dele é detentora da maior produção
de uvas da região que figura como uma das maiores vinícolas de Minas Gerais.
Sucessor do pai, Geraldo adquiriu a Fazenda São Geraldo e o
Sítio Bom Fim. Foi então, que teve início a produção de vinho para vendas
apenas à granel. Com a morte de Geraldo Marcon, em 1978, a vinícola foi
assumida pelo filho dele, Luiz Carlos Marcon, que, posteriormente, passou a
paixão para a 5ª geração da família: os filhos Carlos, Luiz e Michel.
Com um clima privilegiado por sua localização, o município se
tornou referência na vitivinicultura, chegando a seu auge, a ter mais de 50
vinícolas. A crise no setor em meados do século XX fez com que várias delas
fechassem as portas, mas algumas sobreviveram e ainda hoje mantêm viva a
tradição. E mais, elevaram a qualidade de seus vinhos, colocando a cidade entre
os maiores polos produtores do país, rendendo o apelido de “Terra do Vinho”.
Dessa tradição italiana que criou raízes em Andradas se
originou também uma atração cultural na cidade: a Festa do Vinho. Criada em
1954, teve sua 1ª edição em junho do mesmo ano.
Seu início se deve à atuação do Dr. Pedro de Barros Duarte,
chefe da subestação de enologia local e idealizador do evento, e Ivo Nohra,
coordenador da primeira edição da festa. Os festejos foram realizados em um
barracão de sapé construído no largo do Mercado Municipal para sediar o evento.
Nos dias de festa, a cidade recebeu o então governador de Minas Gerais,
Juscelino Kubitschek, responsável, inclusive, por coroar a primeira rainha da
Festa do Vinho, Ana Maria de Oliveira. Além disso, em uma exposição no Mercado
Municipal, os Irmãos Bertoli ficaram com o título de melhor vinho do evento.
Desde então a Festa do Vinho cresceu e teve ao longo de sua
história fatos marcantes, ficando nacionalmente conhecida. Entre os destaques
estão a presença do rei da música brasileira, Roberto Carlos, em 1968, e os
tradicionais desfiles pelas ruas da cidade ao longo dos anos 1970.
Do Mercado Municipal em sua primeira edição, a Festa do Vinho
de Andradas teve diversas mudanças de endereços, passando pelo Pavilhão do
Vinho, pelas ruas centrais da cidade, pelo Poliesportivo Risoleta Neves, Clube
Campestre e pelo Estádio Municipal JK, onde inclusive acontece em 2019, quando
chega a sua 54ª edição.
Tradicionalmente contando com as vinícolas e associações da
cidade, a Festa do Vinho reúne milhares de pessoas e, além disso, ajuda a
divulgar aquela que é a grande marca da história andradense, o vinho.
E agora finalmente o vinho!
Na taça revela um lindo amarelho palha, translúcido, com
discretos rflexos violáceos, bem brilhantes, com uma profusão de perlages finos
e consistentes.
No nariz explode as notas frutadas, frutas de polpa branca,
como maçã-verde, pera, toques cítricos como abacaxi e um floral que traz a
sensação real de frescor e leveza típica da cepa.
Na taça é leve, fresco, saboroso, mas que enche a boca,
entregando alguma personalidade, a fruta protagoniza como no aspecto olfativo,
com uma média acidez e um bom final, prolongado e frutado.
Vinho espumante tem cara de festa, alegria e descontração. O
prosecco nos últimos anos vem conquistando o mundo com um sucesso fácil de
decifrar e que cabe dentro de uma taça: qualidade, preço e forte identidade. O
sabor frutado e leve faz com que o prosecco seja um vinho versátil, que pode ser
consumido com diversos tipos de pratos, sobremesas ou simplesmente como um
aperitivo. E esse da região de Andradas, tradicionalmente uma conhecida região,
que ainda não tinha inundado a minha taça, trouxe um toque a mais, especial
que, espero que se repita que o vinho mineiro esteja sempre na minha rota de
intenções e que se efetivem trazendo alegria às minhas expressões sensoriais!
Tem 12% de teor alcoólico.
Sobre a Casa Geraldo:
Mil novecentos e sessenta e oito é o ano da fundação. De
origem bem mais recente quando comparada a outras vinícolas de Andradas, a
Vinhos Campino e Casa Geraldo teve início com o descendente de italianos
Geraldo Marcon, que adquiriu a Fazenda São Geraldo e o Sítio Bom Fim, onde
passou a cultivar uvas para produção de vinhos.
Desde então, a família tem se dedicado à elaboração de
vinhos, em um trabalho transmitido de geração a geração. "A história
começa com Geraldo Marcon, que fundou outras duas vinícolas na cidade como
sócio e depois fundou essa vinícola pra ele. Depois veio o filho, Luiz Carlos,
e deu continuidade ao trabalho até 2010. Depois disso ele saiu da empresa e a
nova geração, Michel e Luiz, veio a administrar a empresa.
Inicialmente com uma produção para vendas apenas à granel,
não demorou para que seus produtos fossem ao mercado, com os vinhos Campino.
Durante anos, essa foi a marca da adega, que mais recentemente lançou a linha
de vinhos finos, a Casa Geraldo, que tem rendido reconhecimento internacional
ao trabalho.
Pioneira na produção de uvas da espécie vitis vinifera na
cidade, a Casa Geraldo é também responsável pela elaboração do "vinho do
padre", um vinho litúrgico ou canônico que tem produção autorizada pela
Diocese de São João da Boa Vista, em São Paulo e segue normas do Vaticano. Além
disso, a adega aposta em um alto investimento para atrair o turista, com um
moderno Complexo Turístico Enogastronômico erguido na propriedade.
A empresa vem conquistando vários certificados, vários
prêmios. Ano passado foram 35, mais de 20 só de ouro. Esse ano, nos dois mais
importantes prêmios que se dão no começou do ano, em Londres, conseguiram 15
medalhas.
Quando falamos em Prosecco, a famosa casta Glera, pois
Prosecco é a região, lembramos imediatamente da Itália. Não há muito que
contestar que este país é a referência na produção desse vinho, mas o Brasil
tem se destacado na produção de rótulos da casta Glera que claro tem uma
simbiose muito grande com as características do nosso país, sobretudo no
quesito climático. Terras quentes para casta predominantemente leve, fresca e
frutada.
E há quem diga, mesmo com toda a tradição da casta e região,
que se trata de um vinho “mais do mesmo”, tudo igual, sem atrativos, sobretudo
os nacionais que privilegia e muito o frescor, a leveza.
De fato a característica da casta é marcante, mostra
majoritariamente, frescor, leveza, refrescância, sabor frutado, mas ainda assim,
para uma degustação informal, descontraída o Prosecco sempre será uma ótima
pedida, principalmente para os atuais dias quentes de verão.
O vinho que degustei e gostei de hoje foi escolhido pela
tradição do produtor e pelo excelente custo X benefício praticado, digo custo X
benefício porque o vinho é surpreendentemente maravilhoso trazendo sim as
essenciais características da Glera, mas com a cara do Brasil e uma destacada
acidez que realmente encanta e entrega um vinho saboroso e com aquele frescor
que anima a quem degusta.
Falo do Perini Prosecco, não safrado, da Serra Gaúcha. Um
vinho premiado, que vem sendo laureado há anos e que mesmo com essas
reverências, a duras penas, vem mantendo um valor bem acessível ao bolso do
brasileiro, apesar de não “degustar prêmios”, mas que não podemos negar que
atesta a qualidade desse belíssimo rótulo.
Então falemos um pouco da região italiana de Prosecco, bem
como da região da Serra Gaúcha, emblemática região brasileira onde este rótulo
foi concebido.
Prosecco
Vinho espumante tem cara de festa, alegria e descontração. O
prosecco nos últimos anos vem conquistando o mundo com um sucesso fácil de
decifrar e que cabe dentro de uma taça: qualidade, preço e forte identidade. O
sabor frutado e leve faz com que o prosecco seja um vinho versátil, que pode
ser consumido com diversos tipos de pratos, sobremesas ou simplesmente como um
aperitivo.
A província de Treviso é a principal zona de produção de
prosecco. A Itália, a exemplo da França, existe regras e legislações rígidas no
que diz respeito à produção do vinho. O sistema de denominação de origem (DOC)
é a garantia de que o produto é realizado seguindo uma série de regras que
respeitam as técnicas, a matéria prima e todo o processo envolvido no
desenvolvimento do vinho de certa região. É que cada uva e cada terroir têm
suas características.
A área encontra-se no nordeste da Itália,entre o Mar
Adriático e a cadeia de montanhas dos Alpes.
Regiões de produção (Prosecco)
Tipos de prosecco
Prosecco DOC
O prosecco DOC é o vinho produzido num território extenso que
inclui algumas províncias da região do Vêneto e uma pequena área da região do
Friuli. Geralmente feito com as uvas cultivadas em planície e quase sempre
recolhidas com máquina.
Prosecco DOCG
O prosecco DOCG é produzido na zona histórica de Conegliano
Valdobbiadene,nas colinas da província de Treviso, a 50km de Veneza, numa área
onde o clima mais fresco ressalta os aromas e o sabor da uva glera. É
interessante dizer que por ser uma região de colina, a colheita da uva é feita
manualmente, o que significa que a cada taça de prosecco que a gente bebe tem
um trabalho imenso e um envolvimento humano por trás. O prosecco DOCG pode ser
Dry (mais doce), Extra Dry (doce) ou Brut (seco).
Cartizze
A ponta da pirâmide fica por conta da região Cartizze, que é
uma colina de mais ou menos 106 hectares que dizem ser o metro quadrado mais
caro da Itália, 1,2 milhões de euro por hectare. De lá vêm as uvas que produzem
o prosecco mais precioso.
Além do vinho, o que chama mais atenção no território de
produção do prosecco é a paisagem. As colinas de Valdobbiadene são belíssimas e
as pequenas cidades da região têm grande importância histórica, já algumas das
batalhas entre italianos e austríacos durante a I Guerra Mundial aconteceram
nesta zona. Em 2019, as colinas de Conegliano e Valdobbiadene foram
reconhecidas como Patrimônio UNESCO.
Com o mesmo nome dos famosos vinhos espumantes Proseccos,
elaborados no nordeste da Itália, a variedade também é conhecida como uva
Glera. Esses vinhos passam por um processo de fermentação em tanques,
diferentemente dos espumantes franceses, cuja fermentação ocorre dentro da
própria garrafa.
A uva apresenta bagos com coloração amarela e reflexos
dourados, formando cachos grandes e alongados. As folhas verdes e brilhantes da
uva Prosecco ficam sensíveis quando expostas a temperaturas elevadas e à alta
incidência de raios solares, além de serem pouco resistentes à seca.
Essa uva branca acumula elevados níveis de açúcar e aromas,
apresentando acidez propícia para a produção de excelentes vinhos espumantes. A
uva participa de 85% da composição dos reputados vinhos Proseccos em blend com
as uvas Chardonnay e a Pinot.
Sendo uma variedade de uva vigorosa, a Prosecco tem bons
rendimentos e, durante o seu cultivo, brota rapidamente. Além disso, tem
amadurecimento prolongado natural. Apenas uma pequena porção desse tipo de uva
dá origem a vinhos sem gás, já que os principais tipos de vinho que levam a
Prosecco em sua composição são os espumantes e frisantes.
Base para elaboração de vinhos refrescantes, ideais para dias
quentes, a uva Prosecco dá origem a exemplares com aromas que remetem a
pêssegos brancos. São rótulos leves e de baixo teor alcoólico, nos quais a
quantidade de álcool mínima aceita para sua comercialização foi fixada em 8,5%.
Serra Gaúcha
Situada a nordeste do Rio Grande do Sul, a região da Serra
Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se pelo
volume e pela qualidade dos vinhos que produz. Para qualquer enófilo indo ao
Rio Grande do Sul, é obrigatório visitar a Serra Gaúcha, especialmente Bento
Gonçalves.
Serra Gaúcha
A região da Serra Gaúcha está situada em latitude próxima das
condições geoclimáticas ideais para o melhor desenvolvimento de vinhedos, mas
as chuvas costumam ser excessivas exatamente na época que antecede a colheita,
período crucial à maturação das uvas. Quando as chuvas são reduzidas, surgem
ótimas safras, como nos anos 1999, 2002, 2004, 2005 e 2006.
A partir de 2007, com o aquecimento global, o clima da Serra
Gaúcha se transformou, surgindo verões mais quentes e secos, com resultados
ótimos para a vinicultura, mas terríveis para a agricultura. Desde 2005 o nível
de qualidade dos vinhos tintos vem subindo continuamente, graças a esta mudança
e também do salto de tecnologia de vinhedos implantado a partir do ano 2000.
O Vale dos Vinhedos, importante região que fica situada na
Serra Gaúcha, junto à cidade de Bento Gonçalves, caracteriza-se pela presença
de descendentes de imigrantes italianos, pioneiros da vinicultura brasileira.
Nessa região as temperaturas médias criam condições para uma vinicultura fina
voltada para a qualidade. A evolução tecnológica das últimas décadas aplicada
ao processo vitivinícola possibilitou a conquista de mercados mais exigentes e
o reconhecimento dos vinhos do Vale dos Vinhedos. Assim, a evolução da
vitivinicultura da região passou a ser a mais importante meta dos produtores do
Vale.
O Vale dos Vinhedos é a primeira região vinícola do Brasil a
obter Indicação de Procedência de seus produtos, exibindo o Selo de Controle em
vinhos e espumantes elaborados pelas vinícolas associadas. Criada em 1995, a
partir da união de seis vinícolas, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos
do Vale dos Vinhedos (Aprovale), já surgiu com o propósito de alcançar uma
Denominação de Origem. No entanto, era necessário seguir os passos da
experiência, passando primeiro por uma Indicação de Procedência.
O pedido de reconhecimento geográfico encaminhado ao
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 1998 foi alcançado
somente em 2001. Neste período, foi necessário firmar convênios operacionais
para auxiliar no desenvolvimento de atividades que serviram como pré-requisitos
para a conquista da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos (I.P.V.V.). O
trabalho resultou no levantamento histórico, mapa geográfico e estudo da
potencialidade do setor vitivinícola da região. Já existe uma DOC (Denominação
de Origem Controlada) na região.
O Vale dos Vinhedos foi a primeira região entregue aos
imigrantes italianos, a partir de 1875. Inicialmente desenvolveu-se ali uma
agricultura de subsistência e produção de itens de consumo para o Rio Grande do
Sul. Devido à tradição da região de origem das famílias imigrantes, o Veneto,
logo se iniciaram plantios de uvas para produção de vinho para consumo local.
Até a década de 80 do século XX, os produtores de uvas do Vale dos Vinhedos
vendiam sua produção para grandes vinícolas da região. A pouca quantidade de
vinho que produziam destinava-se ao consumo familiar.
Esta realidade mudou quando a comercialização de vinho entrou
em queda e, consequentemente, o preço da uva desvalorizou. Os viticultores
passaram então a utilizar sua produção para fazer seu vinho e comercializá-lo
diretamente, tendo assim possibilidade de aumento nos lucros.
Para alcançar este objetivo e atender às exigências legais da
Indicação Geográfica, seis vinícolas se associaram, criando, em 1995, a
Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale).
Atualmente, a Aprovale conta com 24 vinícolas associadas e 19 associados não
produtores de vinho, entre hotéis, pousadas, restaurantes, fabricantes de
produtos artesanais, queijarias, entre outros. As vinícolas do Vale dos
Vinhedos produziram, em 2004 9,3 milhões de litros de vinhos finos e processaram
14,3 milhões de kg de uvas viníferas.
E agora finalmente o vinho!
Na taça apresenta um amarelo palha com reflexos esverdeados,
muito brilhantes com perlages finos e abundantes.
No nariz explodem aromas de frutas cítricas e de polpa branca
tais como pera, maçã-verde, abacaxi, com notas delicadas de flores brancas,
notas florais que traz a sensação de leveza, de elegância.
Na boca é leve, fresco, delicado, saboroso, com a fruta
protagonizando como no aspecto olfativo, com uma acidez média para alta que
estimula degustar de forma intensa, com alguma cremosidade e um final frutado e
persistente.
O Perini Prosecco reforça a força do Brasil para a produção
de espumantes e a Glera definitivamente ganhou o seu lugar em nossos terroirs e
pode não ter a tradição e representatividade do Prosecco italiano, mas
conquistamos, temos conquistado, a cada dia, tipicidade, sem imitações,
produzindo, entregando vinhos solares, frescos, alegres e despretensiosos, como
tem de ser a casta Glera. É assim, com o seu sucesso facilmente identificado,
que a Prosecco tem e terá o seu lugar na história e taça dos brasileiros. Tem
11,6% de teor alcoólico.
Sobre a Casa Perini:
Em 1876 chegava da Itália a família Perini com Giuseppe e
Antônio Perini, mas somente em 1929 começaram a elaborar seus primeiros vinhos
de forma artesanal no porão de sua casa, quando os fornecia para cerimônias
festivas da comunidade local, no Vale Trentino, em Farroupilha.
Quatro décadas após o patriarca iniciar sua modesta produção,
seu filho viria a promover mudanças maiores. Em outubro de 1970 resolve ampliar
os negócios da família, fundando a Casa Perini.
Motivado e apaixonado por transformar a uva em vinho, buscam
a cada ano aperfeiçoar a vinícola com equipamentos, tecnologia e equipe
qualificada, pois sem uma equipe profissional a arte de elaborar vinhos perde
criatividade e talento. Em 2005 a Família Perini adquire a unidade Bacardi
Martini em Garibaldi agregando tecnologia ao seu processo produtivo através dos
tanques “Vinimatics”, utilizados na maceração e fermentação dos vinhos tintos.
Em 2010 a vinícola foi pioneira no setor ao implantar o
sistema de rastreabilidade no qual é possível, através do número do lote,
rastrear todo o caminho do vinho desde o vinhedo até a garrafa. O
reconhecimento vem a cada prêmio alcançado e a cada consumidor satisfeito, o
que se comprova com a conquista de mais de 200 medalhas nacionais e
internacionais e, principalmente, com a recente premiação do Casa Perini
Moscatel, eleito o 5° melhor vinho do mundo de 2017 pela WAWWJ (World
Association of Writers & Journalists of Wines & Spirits).
Início de tarde de domingo. Um friozinho fora do roteiro,
ventos ocasionais corroborava a temperatura, o sol, em raros momentos, timidamente
aparecendo entre as nuvens. Então o que vem à mente? Um vinho mais encorpado,
complexo e estruturado. Mas olhei para a adega e decidi subverter o
convencionalismo: degustar um espumante nacional, brasileiro. Um vinho leve,
menos intenso, sem aquela preocupação latente de fazer análises complexas ou
coisa que o valha. Para as jovens tardes de domingo, como dizia a música, um
vinho descomplicado.
Mirei os olhos para a adega, olhei cada canto, cada detalhe e
todos os rótulos que, no auge do seu merecimento, descansavam e observei um
espumante brasileiro! Sim! Um espumante brasileiro! Nada mais pertinente para o
que eu procurava, para o que eu ansiava. Tenho alguns muito interessantes,
claro, como não encarar o espumante brasileiro assim? Ufanismos à parte, afinal
exaltemos os nossos rótulos, os nossos espumantes que tanto projetam, de forma
positiva, o nosso vinho globalmente em festivais e concursos de renome. Mas
escolhi um que ganhei de presente há cerca de um ano atrás!
Então já era hora de degusta-lo! E já que falei do espumante
como um verdadeiro produto nacional, que é o DNA de nossa cultura, de nossas
terras, cabe lembrar alguns números que traduzem essa máxima, bem como
algumas histórias que fazem dele o que é hoje.
Em 2002, o consumo de espumante nacional era de 4,2 milhões
de litros, em 2014 esse número saltou para 16,7 milhões de litros. Segundo o
Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), em torno de 75% do espumante consumido
no país é brasileiro.
Esses dados não aconteceram por acaso. Há uma série de
fatores que resultam nesses valores, como aprimoramento das técnicas de manejo
dos vinhedos e na elaboração da bebida nas vinícolas. Além disso, o espumante
deixou de ser uma bebida apenas para final do ano e comemorações, e passou a
ser pelos consumidores uma bebida do dia a dia.
A história do espumante tem seu início na França, no século
XVII, na região de Champagne. Essa região sempre foi produtora de vinhos
tranquilos na França, brancos e tintos. Nessa época os vinhos eram
comercializados em tonéis, e como fator de desvalorização, caracterizavam-se
por apresentar uma tendência efervescente, que era um grande entrave para a
conservação e para o transporte a locais mais distantes.
Com a invenção das garrafas em 1680 pelos ingleses, a
comercialização dos vinhos ganhou maior praticidade. A partir desse momento,
começaram os problemas para os vinhos da Champagne, que sofriam uma segunda
fermentação na garrafa, pressurizando e lançando as rolhas e explodindo as
garrafas.
Don Pérignon, monge beneditino e tesoureiro da abadia de
Hautvillers era responsável pelos vinhos e teve a missão de solucionar esse
problema dessa segunda fermentação. Sendo assim, ele começou a estudar esse
fenômeno e compreendeu que o que ocorria era devido ao gás carbônico (CO2),
recomendando assim, que as garrafas fossem reforçadas.
Segundo a tradição, conta-se que, ao abrir uma garrafa,
arrolhada, Don Pérignon foi surpreendido pela espuma da bebida, e quando
provou, falou a seguinte frase: Estou bebendo estrelas! Don Pérignon foi quem
mais se dedicou ao processo da segunda fermentação na garrafa, atualmente
conhecida como método Champenoise.
A produção de espumantes no Brasil teve inicio em 1913, no
município de Garibaldi – RS. O autor do primeiro espumante brasileiro foi o
imigrante italiano Manoel Peterlongo, elaborado pelo método Champenoise. Dois
anos depois a Vinícola Peterlongo era inaugurada no país, dando inicio a
trajetória do espumante brasileiro.
A partir dos anos 60 a vinda de empresas multinacionais com
grandes recursos, como a Martini & Rossi, Cinzano, Moët & Chandon,
Maison Forestier, Almadén modificaram a cara do espumante brasileiro. Passados
pouco mais de 100 anos, o Brasil já se consolidou como terroir de referência na
elaboração de espumantes de qualidade e a cada safra o espumante brasileiro vem
conquistando consumidores no Brasil e no exterior.
E depois desse breve desfile, mas significativa história do
nosso espumante, apenas para ter uma ideia, uma dimensão de sua importância
atual, vou apresentar, sem mais delongas, o meu rótulo. A minha “primeira vez”
com esse produtor que, já que falamos em história, foi um dos primeiros
produtores internacionais que chegaram ao Brasil e que contribuiu grandemente
para o nosso espumante, a Maison Forestier, o vinho que degustei e gostei veio
do Vale dos Vinhedos e se chama Gran Legado Brut, produzido pelo método
Charmat, com um corte das castas Chardonnay, Riesling Itálico, Viognier e
Glera, sem safra.
Mas antes de falar do vinho continuemos a passear pela
história do espumante no Brasil e a importância dos imigrantes europeus para
esse processo nas últimas décadas do século XIX quando a reunificação italiana
e uma forte crise econômica assolaram parte do continente europeu.
É claro que os imigrantes italianos que para cá vieram, em
sua enorme maioria do norte da Itália, não pensavam em vinhos espumantes e –
provavelmente – mal conheciam as borbulhas. No entanto, o vinho era essencial
em suas celebrações religiosas, era parte indissociável de seus costumes e as
uvas tornaram-se rapidamente uma fonte de renda, principalmente para os
imigrantes que ocuparam algumas das cidades da Serra Gaúcha.
A vitivinicultura se desenvolveu rapidamente por toda a
região no início do século XX, mas concentrada em vinhos brancos e tintos, de
produção quase artesanal. “Quase”, pois essa produção feita nas cantinas dos
imigrantes passou, aos poucos, a ser comercializada. A virada do século, que
viu o País sair da monarquia, abriu as portas para o crescimento da
agroindústria, e muitas vinícolas surgiram. A família Peterlongo foi uma das
pioneiras do espumante nacional.
Num movimento paralelo, que aproxima a região da longa
história da campanha francesa (a região de Champagne), por aqui também os
religiosos tiveram um papel preponderante no desenvolvimento da
vitivinicultura. Os irmãos Maristas, que chegaram ao sul em 1904, começaram a
plantar uvas na região da atual Garibaldi, para fazer o vinho de missa e aquele
que acompanhava a mesa dos religiosos. E esses vinhos logo passaram a ser
enviados para outras partes do estado, até mesmo para fora dele.
Os Maristas
Foi assim fundada a Granja Santo Antônio, que viria a ser uma
das mais importantes vinícolas da região, a Pindorama S/A - Vinhos e
Champanhas. Pelas mãos de um irmão de nome Pacômio, a vinícola cresceu e ficou
conhecida pela salubridade de suas uvas, por sua organização e pela qualidade
dos produtos. Segundo as informações do Arquivo Municipal de Garibaldi, a
vinícola, que em 1915 já havia construído uma segunda cantina, armazenava 20
mil litros de vinhos nesse momento, volume que chegou a 400 mil em 1930, época
da construção da terceira cantina.
No entanto, foi um imigrante que chegou ao País em condição
mais favorecida do que a grande maioria, que teria o privilégio de ser o
produtor do primeiro espumante documentado do país: Manoel Peterlongo Filho
imigrou para o País por volta de 1875, vindo da região do Trento, e trouxe
consigo os conhecimentos da profissão que exercia na Itália, a de agrimensor, e
instalou-se num lote na região central da colônia de Conde d’Eu. Por sua
profissão de engenheiro, ele foi convidado pela intendência estadual a
participar da medição da área que se destinaria ao município de Garibaldi,
realizando todo o traçado urbano e rural da cidade, por volta do ano de 1890.
Manoel Peterlongo Filho
Casado com outra imigrante italiana e com 10 filhos (apenas
um homem), Manoel trabalhava para o município e produzia vinhos para consumo
próprio das uvas plantadas em suas terras, das variedades Malvasia, Moscatel,
Vernaccia, Rabosa e Formosa. Com uma pequena produção de espumantes, feitos
pelo método tradicional, Manoel já havia conquistado pedidos de amigos e
familiares, que compartilhavam taças em sua casa e, em 1913, decidiu inscrever
um desses produtos no concurso da primeira exposição de uvas da cidade de
Garibaldi. Foi lá que seu espumante ganhou a primeira medalha de ouro e o
registro oficial que atesta o início da produção no País. E o resto a gente já
sabe.
E agora finalmente o vinho!
Na taça revela um amarelo palha, claro, mas reluzente, brilhante
com uma concentração de média intensidade de perlages muito finas.
No nariz traz aromas delicados de frutas brancas, cítricas,
frescas, com notas florais, de flores brancas, que corrobora seu frescor e
delicadeza.
Na boca é leve, elegante, o toque frutado também ganha
protagonismo dando algum volume de boca, com um discreto fundo adocicado, mesmo
se tratando de um “brut”, mas sem soar enjoativo. Tem uma boa acidez, não sendo
muito intensa reforçando sua elegância e um final vivaz e prolongado.
Um típico espumante brasileiro, sim, mas especial e que me arrebatou,
de forma significativa, os sentidos, as experiências sensoriais foram
divinamente atacadas, de forma beligerante, entregando sabor, tipicidade,
mostrando que a tradição pode sim andar junto, de mãos dadas com a modernidade,
o dinamismo de uma sociedade, de um mercado que, na mesma proporção do
crescimento do nosso espumante, se torna cada vez mais exigente e especialista
na degustação de nossos borbulhantes. Pensou em espumante? Pensou em degustar
bons espumantes por valores atrativos, honestos e de preços democráticos e
justos? Mire seus olhares e intenção aos nossos espumantes! Gran Legado
sintetiza, com fidelidade, o nosso terroir e anseios com um espumante leve,
fresco, com muita fruta branca, cítrica, com belíssima acidez que traz todo a
delicadeza e leveza que um espumante, em sua gênese, deve e pode entregar. Tem
11,5% de teor alcoólico.
Sobre a Maison Forestier:
A Maison Forestier é uma das marcas mais clássicas da
história do vinho no Brasil. Nascida em 1750, na França, chegou ao país em 1970
como produto importado. Devido ao sucesso de vendas e da sua qualidade, em 1977
instalou-se em Garibaldi.
A vinícola implantou vinhedos experimentais num belo e
modelar “domaine”. Foi a grande marca responsável por agregar charme, excelência
e valor ao vinho nacional. Agora, toda esta tradição está de volta com os
espumantes e vinhos Forestier.
Palavra do produtor:
Unimos à essa tradição
francesa nossa experiência de pouco mais de duas décadas com a elaboração da
linha Gran Legado Vinhos e Espumantes.
Com produção controlada, os rótulos Forestier e Gran Legado
também asseguram qualidade em matéria prima e uma elaboração de excelência,
conquistando os paladares nos principais concursos nacionais e internacionais.
Detentora de grandes prêmios é uma linha que esbanja
sofisticação com espumantes nobres e exclusivos, além de vinhos finos, leves e
frutados.
Já dizia o ditado popular: Um raio não cai no mesmo lugar
duas vezes! Aquele clássico que é dito de boca em boca, uma unanimidade, é de
fato verídico? Definitivamente eu não sei dizer, talvez dependa da situação
vivida, mas no universo do vinho, esse ditado nem sempre tem validade, tem
força. Explico: quantas vezes degustamos grandes vinhos duas, três vezes e
sempre nos surpreendemos com algo novo, com alguma nuance que não havíamos
percebido no que degustou anteriormente e isso se confirma quando são safras
distintas, embora sejam de rótulos idênticos.
São vários os fatores, mas o clima e a vinificação são um dos
principais motivos para degustarmos vinhos de rótulos iguais e com nuances
distintas em suas características sensoriais. Mas no caso desse rótulo
brasileiro é um espumante e quando falamos em espumantes nacionais tem um peso
maior, afinal, os melhores espumantes produzidos no planeta estão em terras
tupiniquins. E o que dizer dos rótulos, dos tradicionais espumantes da
Garibaldi?
Quando mencionamos a Cooperativa Garibaldi, falamos em
espumantes, falamos em tradição, falamos em referência na produção dos
borbulhantes, falamos em custo X benefício! E como (sempre me pergunto isso com
satisfação e até com algum ceticismo, as vezes, diante do atual cenário dos
valores dos espumantes no Brasil) que os espumantes da Garibaldi, ganhando
prêmios relevantes em nossas terras e na Europa, conseguem manter um valor
muito competitivo nos seus rótulos, independente da proposta?
Vinhos de excelente qualidade, de tipicidade, que expressam o
terroir de forma plena, com um preço justo e que difunde a democracia da
cultura do vinho! É possível comprar os vinhos, os espumantes da velha
Cooperativa Garibaldi. Lembro-me que quando comprei o Garibaldi Vero Brut,
confesso que não alimentei maiores expectativas acerca do vinho, afinal,
trata-se de um básico espumante, uma linha mais simples do produtor, mas
comprei pelo preço e também pelo know how da Garibaldi. E não é que
surpreendeu? Entregou muito além do que eu esperava! E aí vem a menção aquele
dito popular no início do meu texto: Um raio cai duas vezes no mesmo lugar? Decidi
comprar mais um espumante dessa linha, mais uma vez o preço estava convidativo
então decidi arriscar de novo, estou no lucro.
O vinho que degustei e gostei veio da emblemática e
tradicional Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, no Brasil, e se chama Garibaldi
Vero Brut Rosé, com um blend interessante das castas Trebbiano, Prosecco e
Ancellotta e não é safrado. Elaborado pelo método Charmat (Leia Diferenças entre os métodos Champenoise e Charmat) esse vinho
surpreendeu, é fantástico o quanto a Garibaldi consegue entregar espumantes
excelentes, em todas as suas propostas, com preços atraentes e que, “de
quebra”, ganha prêmios no Brasil e no mundo. Mas antes de falarmos do vinho,
falemos da valorosa história dessa região que produz um dos melhores espumantes
do mundo: Serra Gaúcha!
Serra Gaúcha
Situada a nordeste do Rio Grande do Sul, a região da Serra
Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se pelo
volume e pela qualidade dos vinhos que produz. Para qualquer enófilo indo ao
Rio Grande do Sul, é obrigatório visitar a Serra Gaúcha, especialmente Bento
Gonçalves.
Serra Gaúcha
A região da Serra Gaúcha está situada em latitude próxima das
condições geo-climáticas ideais para o melhor desenvolvimento de vinhedos, mas
as chuvas costumam ser excessivas exatamente na época que antecede a colheita,
período crucial à maturação das uvas. Quando as chuvas são reduzidas, surgem
ótimas safras, como nos anos 1999, 2002, 2004, 2005 e 2006.
A partir de 2007, com o aquecimento global, o clima da Serra
Gaúcha se transformou, surgindo verões mais quentes e secos, com resultados
ótimos para a vinicultura, mas terríveis para a agricultura. Desde 2005 o nível
de qualidade dos vinhos tintos vem subindo continuamente, graças a esta mudança
e também do salto de tecnologia de vinhedos implantado a partir do ano 2000.
O Vale dos Vinhedos, importante região que fica situada na
Serra Gaúcha, junto à cidade de Bento Gonçalves, caracteriza-se pela presença
de descendentes de imigrantes italianos, pioneiros da vinicultura brasileira.
Nessa região as temperaturas médias criam condições para uma vinicultura fina
voltada para a qualidade. A evolução tecnológica das últimas décadas aplicada
ao processo vitivinícola possibilitou a conquista de mercados mais exigentes e
o reconhecimento dos vinhos do Vale dos Vinhedos. Assim, a evolução da
vitivinicultura da região passou a ser a mais importante meta dos produtores do
Vale.
Vale dos Vinhedos
O Vale dos Vinhedos é a primeira região vinícola do Brasil a
obter Indicação de Procedência de seus produtos, exibindo o Selo de Controle em
vinhos e espumantes elaborados pelas vinícolas associadas. Criada em 1995, a
partir da união de seis vinícolas, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos
do Vale dos Vinhedos (Aprovale), já surgiu com o propósito de alcançar uma
Denominação de Origem. No entanto, era necessário seguir os passos da
experiência, passando primeiro por uma Indicação de Procedência.
O pedido de reconhecimento geográfico encaminhado ao
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 1998 foi alcançado
somente em 2001. Neste período, foi necessário firmar convênios operacionais
para auxiliar no desenvolvimento de atividades que serviram como pré-requisitos
para a conquista da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos (I.P.V.V.). O
trabalho resultou no levantamento histórico, mapa geográfico e estudo da
potencialidade do setor vitivinícola da região. Já existe uma DOC (Denominação
de Origem Controlada) na região.
O Vale dos Vinhedos foi a primeira região entregue aos
imigrantes italianos, a partir de 1875. Inicialmente desenvolveu-se ali uma
agricultura de subsistência e produção de itens de consumo para o Rio Grande do
Sul. Devido à tradição da região de origem das famílias imigrantes, o Veneto,
logo se iniciaram plantios de uvas para produção de vinho para consumo local.
Até a década de 80 do século XX, os produtores de uvas do Vale dos Vinhedos
vendiam sua produção para grandes vinícolas da região. A pouca quantidade de
vinho que produziam destinava-se ao consumo familiar.
Esta realidade mudou quando a comercialização de vinho entrou
em queda e, consequentemente, o preço da uva desvalorizou. Os viticultores
passaram então a utilizar sua produção para fazer seu vinho e comercializá-lo
diretamente, tendo assim possibilidade de aumento nos lucros.
Para alcançar este objetivo e atender às exigências legais da
Indicação Geográfica, seis vinícolas se associaram, criando, em 1995, a
Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale).
Atualmente, a Aprovale conta com 24 vinícolas associadas e 19 associados não
produtores de vinho, entre hotéis, pousadas, restaurantes, fabricantes de
produtos artesanais, queijarias, entre outros. As vinícolas do Vale dos
Vinhedos produziram, em 2004 9,3 milhões de litros de vinhos finos e
processaram 14,3 milhões de kg de uvas viníferas.
E agora falemos do vinho!
Na taça um lindo rosado claro, límpido e muito brilhante com
uma ótima concentração de perlages muito finos.
No nariz explode em frutas vermelhas onde se destacam a
cereja, morango e framboesa, exaltando um excelente frescor, com um delicado
toque floral e diria notas minerais.
Na boca é jovial com uma boa presença de boca, talvez pelo
toque generoso de frutas vermelhas, que lhe confere ainda leveza. Tem uma
acidez discreta, talvez pelas notas frutadas, mas ainda assim é fresco e o
residual baixo de açúcar, típico de um brut, não é tão evidente, parecendo até
mesmo um demi-sec, mas não soa enjoativo, sobretudo para quem não aprecia essa
última proposta de espumante. Um final prolongado e frutado.
Ah sim senhor, um raio cai duas vezes no mesmo lugar ou
melhor, para se adequar ao universo dos vinhos, um vinho cai duas vezes na
mesma taça sim. Apesar deste Garibaldi Vero Brut ser um rosé o que degustei
antes um espumante brut branco, são da mesma linha da vinícola e o que mais
surpreende: uma linha básica deste excelente produtor. Mais uma vez a Garibaldi
não decepciona e apesar de, lamentavelmente, não despontar em reconhecimento,
entre os melhores produtores de espumantes do Brasil, sem dúvida nenhuma para
os meus humildes aspectos sensoriais, são vinhos especiais. É isso! Essa é a palavra:
especiais. Não é apenas o aspecto sensorial, mas vinhos, rótulos que tem um
forte apelo sentimental, que faz parte da nossa história e que ela é viva,
latente e que sempre estarão despontando em minhas taças, alegrando, celebrando
os nossos dias de degustação. Esse Garibaldi Vero Rosé Brut definitivamente é
leve, fresco, refrescante, simples, nobre, porque é expressivo, traz a
tipicidade dos vinhos borbulhantes produzido em nossas terras e olha essa
matéria que fala do prêmio que Garibaldi Vero Brut Rosé ganhou em 2019: Cooperativa Vinícola Garibaldi é a mais premiada do brinda Brasil Edição 2019.
Fantástico! Tem 11,5% de teor alcoólico.
Sobre a Vinícola Garibaldi:
Situada em Garibaldi (120Km de Porto Alegre) no coração da
Serra Gaúcha, a maior região vitivinícola do Brasil, aempresa nasceu como Cooperativa Agrícola
Garibaldi na quinta-feira, 22 de janeiro de 1931, na sede do Club Borges de
Medeiros. Naquele dia, Monteiro de Barros reuniu representantes de 73 famílias
para criar uma das mais importantes cooperativas da região. O sucesso da
empreitada foi tanto que, em 1935, o grupo já contava com 416 associados.
A prosperidade, contudo, estancou no começo dos anos 1970. Em
1973, a empresa sofreu uma intervenção que duraram cinco anos. O processo,
porém, deu resultado e, no começo dos anos 1980, a Garibaldi passou a se
modernizar. No entanto, o grande passo só seria dado no início dos anos 2000.
No passado, a cooperativa trabalhava muito com vinho de mesa e até a granel, e
isso não rentabilizava o produto. Era uma commodity. Então, teve a necessidade
de agregar valor. Desde 2004, investiu-se fortemente na elaboração de
espumantes para dar essa guinada, rentabilizar os produtos e remunerar a uva
dos associados. Foi feito um intenso trabalho no campo de reconversão,
tecnologia em produto, para chegar a esse reconhecimento de mercado que a
vinícola tem hoje, como referência na produção de espumante.
A cooperativa tem hoje 400 famílias associadas, que juntas
formam um total de 900 hectares em 12 municípios diferentes do Rio Grande do
Sul. Gerenciar tudo isso é um trabalho complexo. O departamento técnico visita
todas as propriedades pelo menos três vezes ao ano. Tem um contato direto como
produtor tanto na orientação técnica quanto reconversões, conforme os
interesses da cooperativa. As 380 famílias são responsáveis pela produção da
uva. Elas elegem um conselho para cuidar do negócio e cada área tem um
responsável, um profissional contratado para gerir. É cooperativa, mas tem que
ser profissional no que faz. Em 2010, a Garibaldi adquiriu os direitos de
produção e comercialização da marca Granja União, que estava sob domínio da
Vinícola Cordelier. Mais recentemente, lançou a linha Acordes.
A vinícola hoje apresenta índices de crescimento superiores
aos da média nacional. Resultado de uma história de investimentos, de
profissionalização, de união e de uma trajetória que carrega em sua bagagem o
trabalho e a vida de milhares de pessoas. O investimento é permanente em
manutenção e melhoria dos processos produtivos e na qualidade dos produtos. Com
uma área de 32 mil metros quadrados de construção e capacidade de processamento
que ultrapassa os 20 milhões de quilos, utilizando tecnologia e equipamentos
europeus para a elaboração de nossos vinhos e espumantes. Uma identidade
marcante, personalidade e características próprias, aliadas ao terroir da Serra
Gaúcha, fez com que os seus espumantes acumulassem uma série de premiações em
concursos no Brasil e no exterior.
Nada mais festivo e solar do que grandes novidades! Aquelas
novidades que revolucionam, que mudam a sua vida, que traz impactos positivos a
ela, nem que seja por um curto espaço de tempo ou o famoso “que seja eterno
enquanto dure”! E não falo de resiliência ou coisas do tipo que parecem ser
mais algo institucionalizado, imposto do que espontâneo ou natural a nossas
vidas. E no universo do vinho não é diferente: grandes novidades de regiões,
aquelas castas diferentes, raras, pouco conhecidas, tudo isso estimula seu
interesse pelo mundo do vinho, pois nos possibilita a exercitar, inclusive, as
nossas experiências sensoriais.
E nada melhor do que “edificar” essa máxima no mundo do vinho
com os nossos dignos espumantes! Sim, os nossos espumantes que, sem sombra de
dúvida, são os melhores do mundo no estilo das borbulhas. O espumante
brasileiro rivaliza, em iguais condições, com os cavas espanhóis, os proseccos
italianos e por que não com os champanhes franceses, sem nenhuma espécie de
demagogia ou narcisismo.
E já que falamos nos nossos borbulhas tupiniquins falemos um
pouco da emblemática região de Garibaldi, na região da Serra Gaúcha e da
vinícola que leva o nome da cidade, orgulhando-a com os seus grandes rótulos: A
vinícola Garibaldi. Cada enófilo que se preza já degustou um rótulo desse
tradicional produtor ou se não o fez tem de fazer de forma imediata! São vinhos
especiais, de excelente custo X benefício, vinhos que despontam com prêmios que
ganham no Brasil e ao redor do mundo, em todos os cantos do globo atestando a
sua qualidade, levando a tipicidade da Serra Gaúcha, da cidade de Garibaldi às
alturas.
E hoje é um dia especial, aqueles dias que nos enche de
orgulho por ser brasileiro, degustar o que há de melhor no Brasil, pois
degustarei o primeiro Prosecco Rosé do Brasil, quiçá do mundo: O vinho que
degustei e gostei veio como disse, da Serra Gaúcha, da cidade de Garibaldi, e é
o Garibaldi Rosé Prosecco que leva também a casta Pinot Noir. O primeiro
Prosecco Rosé do Brasil!
E na avaliação do presidente da Cooperativa Vinícola
Garibaldi, Oscar Ló, o lançamento segue a perspectiva de inovação e atrelar a
qualidade aos rótulos da vinícola: “Além de ser o primeiro Prosecco Rosé do
Brasil, é possivelmente o primeiro do mundo, ou seja, largamos na frente de
países tradicionais na produção de espumantes, como Itália, França e Espanha.
Isso significa que a marca tende a ganhar cada vez mais holofotes por sua
qualidade, inovação e excelência na elaboração de bebidas derivadas da uva”.
O segredo, de acordo com o enólogo Ricardo Morari, está na
adição de uma pequena porcentagem de uvas tintas Pinot Noir à elaboração do
Garibaldi Prosecco Rosé Brut. “Um espumante varietal (ou seja, que apresenta o
nome da variedade de uva no rótulo), precisa ter no mínimo 75% dessa uva destacada
na composição do produto. Como nosso objetivo era que a bebida permanecesse
leve e fresca, prevalecendo características da Prosecco, utilizamos um
percentual de Pinot Noir em torno de 3 a 5%, somente para dar o toque
necessário de cor”, explica. E já que mencionamos a Vinícola Garibaldi e os
“artistas” que criaram o Garibaldi Prosecco Rosé, falemos da cidade que acolhe
os grandes espumantes: Garibaldi.
A terra dos espumantes: Garibaldi
O núcleo surge por ato de 24 de maio de 1870. Na data o
presidente, Dr. João Sertório, cria as colônias Conde D'Eu e Dona Isabel,
inaugurando um novo momento no processo de colonização e economia no estado do
Rio Grande do Sul. Garibaldi intitula-se, inicialmente, Colônia Conde D'Eu,
denominada assim em homenagem ao genro do imperador, casado com a Princesa
Isabel. A colonização aconteceu em 9 de julho de 1870 e eram todos prussianos
(alemães), mas entre 1874 e 1875, começaram a chegar novas levas de imigrantes:
suíços, italianos, franceses, austríacos e poloneses. Em 31 de outubro de 1900,
o governo eleva Conde D'Eu à condição de município, que passa a chamar-se de
Garibaldi, em homenagem ao italiano Giuseppe Garibaldi, que participou da
Revolução Farroupilha e é considerado "herói dos dois mundos".
O município de Garibaldi (Brasil) localiza-se na Encosta
Superior do Nordeste do Rio Grande do Sul, a 110 quilômetros de Porto Alegre,
com uma altitude de 640 metros. A população é de 34.684 habitantes. Garibaldi
pertence à 1ª Colônia da Imigração Italiana, integrando a Região Uva e Vinho da
Serra Gaúcha e o Vale dos Vinhedos. É reconhecida como a Capital Brasileira do
Espumante devido ao pioneirismo e qualidade de seus vinhos e espumantes. A
cidade, com um charme especial, guarda as características de um ambiente
tranquilo, com uma paisagem bucólica que lhe dá um ar particularmente distinto
do nosso tempo.
Garibaldi
Tudo é história e encantamento na Capital do Espumante. E é
esta história e a experiência de viver no limite entre a paixão e a razão que
será encontrado na Rota dos Espumantes, conhecido como a “Rota do Sabor”. O
bouquet do espumante exalado pelas caves e pelos corredores que guardam o mosto
da uva nos revigora, fazendo com que os sentidos nos transportem para uma
dimensão, senão divina, mágica, como é próprio para apreciar esta bebida.
De 1913, ano em que foi elaborado o primeiro espumante
brasileiro, aos dias de hoje, Garibaldi vem construindo a história dos vinhos e
espumantes do país. Nas grandes empresas e nas cantinas familiares, o visitante
poderá visitar e conhecer esta história, bem como acompanhar as técnicas de
elaboração charmat e champenoise, participar do processo de engarrafamento e
aprender a degustar a bebida.
Quando o monge beneditino Don Perignon, na experiência do
prazer de sua descoberta exclamou de estar bebendo estrelas, inaugurou o charme
na história da arte de degustar. E quando a cidade de Garibaldi inaugurou a
Rota dos Espumantes, criou uma forma alegre e sofisticada de contar histórias
sobre o finesse das bebidas nobres. Assim, foi composto um roteiro com 17
vinícolas, a mostrar que a relação íntima entre a alta tecnologia na elaboração
de espumantes e os ecos culturais dos séculos são eno-compatíveis.
E agora finalmente o vinho!
Na taça conta com um lindo e delicado rosa claro, ao estilo
cor de casca de cebola, mas muito brilhante, com perlages finos, abundantes e
com alguma persistência.
No nariz apresenta uma explosão aromática de frutas cítricas e
vermelhas, que se destacam framboesa, cereja e, sobretudo morango, além de
notas florais que traz uma agradável sensação de frescor e leveza.
Na boca é elegante e muito delicado, com a confirmação das
expressões frutadas, como identificado no aspecto olfativo, dotado de um frescor
e jovialidade evidente, graças a sua acidez equilibrada, mas com alguma
personalidade por conta de seu bom volume de boca e um final pouco persistente,
mas agradável.
Os ventos da mudança, os ares das gratas novidades também
devem chegar às taças dos enófilos que tem a mente aberta e que deseja fugir
das armadilhas da zona de conforto. Um grande vinho, um Prosecco com a cara e
coragem de desbravar dos brasileiros, bravos e de personalidade, com esse
belíssimo rótulo inovador que deixou para trás grandes e tradicionais
produtores do Velho Mundo. Um vinho delicado, elegante, frutado, fresco, mas de
personalidade e que marca em definitivo a história de uma região emblemática e
que catapulta para o mundo o saber fazer do Brasil no que tange aos espumantes.
Excepcional espumante! Tem 11,5% de teor alcoólico.
Sobre a Cooperativa Vinícola Garibaldi:
Situada em Garibaldi (120 Km de Porto Alegre) no coração da
Serra Gaúcha, a maior região vitivinícola do Brasil, a empresa nasceu como Cooperativa Agrícola
Garibaldi na quinta-feira, 22 de janeiro de 1931, na sede do Club Borges de
Medeiros. Naquele dia, Monteiro de Barros reuniu representantes de 73 famílias
para criar uma das mais importantes cooperativas da região. O sucesso da
empreitada foi tanto que, em 1935, o grupo já contava com 416 associados.
A prosperidade, contudo, estancou no começo dos anos 1970. Em
1973, a empresa sofreu uma intervenção que durou cinco anos. O processo, porém,
deu resultado e, no começo dos anos 1980, a Garibaldi passou a se modernizar.
No entanto, o grande passo só seria dado no início dos anos 2000. No passado, a
cooperativa trabalhava muito com vinho de mesa e até a granel, e isso não
rentabilizava o produto. Era uma commodity. Então, teve a necessidade de
agregar valor. Desde 2004, investiu-se fortemente na elaboração de espumantes
para dar essa guinada, rentabilizar os produtos e remunerar a uva dos
associados. Foi feito um intenso trabalho no campo de reconversão, tecnologia em
produto, para chegar a esse reconhecimento de mercado que a vinícola tem hoje,
como referência na produção de espumante. A cooperativa tem hoje 400 famílias
associadas, que juntas formam um total de 900 hectares em 12 municípios
diferentes do Rio Grande do Sul. Gerenciar tudo isso é um trabalho complexo. O
departamento técnico visita todas as propriedades pelo menos três vezes ao ano.
Tem um contato direto como produtor tanto na orientação técnica quanto
reconversões, conforme os interesses da cooperativa. As 380 famílias são
responsáveis pela produção da uva. Elas elegem um conselho para cuidar do
negócio e cada área tem um responsável, um profissional contratado para gerir.
É cooperativa, mas tem que ser profissional no que faz. Em 2010, a Garibaldi
adquiriu os direitos de produção e comercialização da marca Granja União, que
estava sob domínio da Vinícola Cordelier. Mais recentemente, lançou a linha
Acordes. A vinícola hoje apresenta índices de crescimento superiores aos da
média nacional. Resultado de uma história de investimentos, de
profissionalização, de união e de uma trajetória que carrega em sua bagagem o
trabalho e a vida de milhares de pessoas. O investimento é permanente em
manutenção e melhoria dos processos produtivos e na qualidade dos produtos. Com
uma área de 32 mil metros quadrados de construção e capacidade de processamento
que ultrapassa os 20 milhões de quilos, utilizando tecnologia e equipamentos
europeus para a elaboração de nossos vinhos e espumantes. Uma identidade
marcante, personalidade e características próprias, aliadas ao terroir da Serra
Gaúcha, fez com que os seus espumantes acumulassem uma série de premiações em
concursos no Brasil e no exterior.