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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Costero Reserva Syrah 2019

 



Vinho: Costero Reserva

Casta: Syrah

Safra: 2019

Região: Vale do Leyda

País: Chile

Produtor: Viña Tarapacá

Teor Alcoólico: 13%

Estágio: 42% do vinho estagiou 12 meses em tanques de aço inox e o restante 12 meses em barricas de carvalho francês.

Adquirido: Wine

Valor: R$ 55,00

 

Análise:

Visual: um vibrante e brilhante rubi com reflexos violáceos e lágrimas finas e lentas.

Nariz: frutas vermelhas frescas, com destaque para framboesa e cereja, fresco, aromático e um discreto amadeirado que traz certa complexidade ao vinho.

Boca: é macio e elegante, as notas frutadas pulsam, os taninos delicados, leves, a acidez média, que traz a boa sensação de frescor. Tem final de média persistência.

 

Produtor:

http://www.tarapaca.cl


terça-feira, 10 de agosto de 2021

Marea Valle de Leyda Sauvignon Blanc 2012

 

O enófilo às vezes sofre por algumas “provações”, alguns dilemas. Agora vem a pergunta: Mas como sofrer por degustar a poesia líquida, por degustar grandes e especiais rótulos? A escolha, a tomada de decisão para nós que apreciamos um bom vinho pode parecer muito difícil. Pelo preço: o seu orçamento está curto e gostaria de comprar a loja inteira, mas você tem de sair dela com uma no máximo duas garrafas! E aí, como fazer para escolhê-las com tantos rótulos que julgou serem especiais? Essa é uma das mais sofridas, sem dúvida!

E quando o vinho não tem nenhuma informação no rótulo, mas algo te cativou nele, sabe-se, como a região, a casta que você nunca degustou? Eu que preciso dos requintes de detalhe do vinho, fico tenso em saber um pouco mais do rótulo e se de fato ele contempla os meus anseios de momento. São várias as situações que eu poderia elencar aqui, mas uma enredou o vinho que será o protagonista dessa resenha de hoje e ele veio do Chile, que já é uma porta de entrada no que tange a qualidade.

Eu estava como sempre, em uma de minhas incursões ao supermercado e logo me dirigi à adega para ver se tinha algumas gratas novidades. Logo vi que tinha muitas promoções, os cartazes com os preços baixos gritavam em números garrafais, hipnotizava o humilde enófilo que tentava, com seus parcos salários, comprar algum vinho e este clamava: “Me leve!”.

Contudo, diante de irresistíveis dicas, um me chamou demasiadamente a minha atenção. Já que falei em hipnotismo esse sim fez com que merecesse a minha atenção. Tomei o rótulo em minhas mãos e era um Sauvignon Blanc de uma região que estampava no rótulo e que não conhecia: Leyda, Valle de Leyda. Continuei a examiná-lo e vi que era da Viña Luis Felipe Edwards, adoro esse produtor! Já estava ficando animado. Quando vi o preço: R$ 22,90! Uau! Não é possível! Mas uma informação me deixou receoso... A safra!

2012 era a safra e estávamos em 2018! E agora? Para um branco, um Sauvignon Blanc me parecia ser bem “velhinho” e era a única garrafa! Nossa que sofrimento, que dilema! Uma garrafa de um branco da casta Sauvignon Blanc, mas a um atraente preço. Levo ou não? Decidi leva-lo, afinal, se estivesse avinagrado ou coisa do tipo, eu perderia apenas 20 e poucos reais.

Optei por abri-lo de uma vez, naquela semana! Quando a rolha, naquele característico barulhinho que se desprende da garrafa, apresentou o vinho que foi derramado na taça, em seu “primeiro round” um arrebatamento tomou de assalto em minha vida naquele momento: Que vinho! Que grande vinho! Ele estava vivo, pleno e descortinava todas as características de um grande Sauvignon Blanc! A compra fora muito bem sucedida! Então o vinho que degustei e gostei veio do Valle de Leyda, no Chile e se chama Marea, da casta Sauvignon Blanc (100%) da safra 2012. Então falemos de Valle de Leyda, antes deste vinho surpreendente.

Valle de Leyda, Valle de San Antonio

Valle de Leyda é uma região vinícola do Chile, situada a menos de 100 quilômetros da capital Santiago e é uma sub-região que fica no Valle de San Antonio. Esta região é privilegiada pela corrente fria de Humboldt proveniente do Oceano Pacífico e, por consequência, dá origem a vinhos excelentes a partir das uvas Chardonnay e Pinot Noir.

Valle de San Antonio e Valle de Leyda

Associada à produção de cevada e trigo, a região chilena rapidamente está conquistando seu espaço perante o mundo dos vinhos de alta qualidade. Os primeiros produtores apareceram na região em 1990, atraídos por um terroir ideal para a elaboração de uvas premiadas. Com o investimento de uma família produtora de vinhos, obteve-se a construção de um gasoduto de 8 quilômetros para canalizar a água do rio Maipo – potencializando o cultivo das vinhas.

A região de Valle de Leyda está localizada em um conjunto de colinas ao lado da faixa costeira que protege a faixa central do país de influências oceânicas. Trata-se de uma região vinícola localizada ao sul da fria região de Valle de Casablanca.

As brisas frias do oceano e a névoa da manhã moderam as temperaturas da área, mais baixas do que sua altitude indica. Estas temperaturas frescas são complementadas pela elevada incidência solar durante o período de crescimento das vinhas, proporcionando que as uvas amadureçam completamente e desenvolvam excelente complexidade, mantendo seus níveis de acidez equilibrados.

Leyda Valley é uma das zonas vinícolas em maior ascensão do Chile, atraindo a atenção de muitos críticos e especialistas do mundo do vinho com o decorrer dos últimos anos. Além de produzir alguns dos melhores vinhos chilenos Pinot Noir e Chardonnay, a região é responsável também pela elaboração de excelentes vinhos Syrah e Sauvignon Blanc.

E agora finalmente o vinho!

Na taça o vinho apresenta uma viva, intensa e brilhante cor amarela, com alguns traços esverdeados com poucas e finas lágrimas que logo se dissipavam.

No nariz uma exuberância explosão de aromas de frutas brancas e tropicais frescas, como groselha verde, maracujá, abacaxi, pera, maçã-verde, além de notas cítricas vívidas.

Na boca se revelou com alguma estrutura, com um incrível volume de boca, mas equilibrado, redondo e extremamente elegante. A acidez muito alta, mas que não agride, pelo contrário, entregava um frescor maravilhoso apesar dos 6 anos de safra, com toques minerais e de especiarias, talvez pimenta. Tem um final frutado e prolongado.

Um grande vinho! Um vinhaço! Exuberância é um bom adjetivo para este rótulo que estava lá esquecido, a um preço que certamente estava bem abaixo por ter uma safra “antiga” para a sua proposta. Desconheciam os gerentes do supermercado de onde comprei este vinho que ele estava vivo, intenso, pleno, com todas as suas características presentes na taça, no olfato e no paladar. Um vinho saboroso e que ousaria em dizer que teria mais alguns anos pela frente. Um achado, um valioso e especial rótulo que, diante da situação que se apresentava naquela gôndola, certamente, em um momento “racional” ninguém levaria por receoso. Mas diante desta experiência aprendi que a emoção do sentimento, o “feeling”, o coração precisa ser ouvido. Tem teor alcoólico de 13,5%.

Sobre a Viña Luis Felipe Edwards:

A Viña Luis Felipe Edwards foi fundada em 1976 pelo empresário Luis Felipe Edwards e sua esposa. Após alguns anos morando na Europa, o casal decidiu retornar ao Chile e, ao conhecer terras do Colchágua, um dos vales chilenos mais conhecidos, se encantou. Ali, aos pés das montanhas andinas, existia uma propriedade com 60 hectares de vinhedos plantados, uma pequena adega e uma fazenda histórica que, pouco tempo depois, foi o marco do início da LFE.

De nome Fundo San Jose de Puquillay até então, o produtor, que viria a se tornar uma das maiores vinícolas do Chile anos mais tarde, começou a expandir sua atuação. Após comprar mais 215 hectares de terras no Vale do Colchágua nos anos de 1980, começou a vender vinho a granel, estudar a fundo seus vinhedos e os resultados dos vinhos, e cultivar diferentes frutas para exportação.

O ponto de virada na história da Viña Luis Felipe Edwards veio na década de 1990, quando Luis Felipe Edwards viu a expectativa do mercado sobre os vinhos chilenos. Sabendo da alta qualidade dos rótulos que criava, o fundador resolveu renomear a vinícola e passou a usar o seu próprio nome como atestado de qualidade. Após um período de crescimento e modernização, especialmente com o início das vendas do primeiro vinho em 1995, a LFE se tornou um importante exportador de vinho chileno no começo do século XX. A partir de então, o já famoso produtor começou a adquirir terras em outras regiões do país.

Na busca incessante por novos terroirs de qualidade, ele encontrou no Vale do Leyda um dos seus maiores tesouros: 134 hectares de videiras plantadas em altitude extrema, a mais de 900 metros acima do nível do mar.

Mais informações acesse:

https://www.lfewines.com/

Referências:

“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-de-leyda

Degustado em: 2018

 

 

 

 

 




quarta-feira, 6 de maio de 2020

Tripantu Grand Reserve Pinot Noir 2011


Existe certo receio por parte dos enófilos e que não deixa de ser endossado por alguns críticos especializados de vinhos que produtores ou vinícolas pouco conhecidas, independente do seu tamanho e participação de mercado, é deveras arriscado comprar um rótulo que seja. Costumo dizer e confesso não saber se a nomenclatura cabe a situação, que gosto desses vinhos “undergrounds”, pouco conhecidos, badalados e consagrados. Muitas vinícolas, bem como algumas castas, ainda são muito novas para nós, brasileiros, embora populares nos seus países de origem. E ainda temos o agravante do fator “moda”. Explico: aqui no Brasil, principalmente, por uma questão dos anseios da demanda, chega os vinhos e castas mais consumidas, tais como: Merlot, Cabernet Sauvignon, Carmenere etc. Claro que há o fator “hectare” também, afinal, castas como as mencionadas são de fácil produção, mas não é de minha intenção, pelo menos por enquanto, entrar nesses pormenores. Mesmo que com todo o risco que admito que exista, tenho mergulhado fundo na procura desses vinhos alternativos, poucos conhecidos e badalados e olha que tenho encontrados gratas surpresas positivas.

O vinho que degustei e gostei veio do Chile, da região de Valle Leyda e se chama Tripantu Grand Reserve da casta Pinot Noir safra 2011. Lembro-me de que ao observar alguns rótulos nas gôndolas, mirei os olhos nesse rótulo que, sem muito destaque o tomei pelas mãos e sem muita informação resolvi arriscar, comprando-o. Mas antes de falar do Tripantu Grand Reserve Pinot Noir, é conveniente falar um pouco dessa região chilena chamada Vale de Leyda que vem crescendo em importância no Chile, mas que ainda não é tão conhecida no Brasil.

Valle Leyda

Valle de Leyda é uma região vinícola do Chile, situada a menos de 100 quilômetros da capital Santiago. Esta região é privilegiada pela corrente fria de Humboldt proveniente do Oceano Pacífico e, por consequência, dá origem a vinhos excelentes a partir das uvas Chardonnay e Pinot Noir. Associada à produção de cevada e trigo, a região chilena rapidamente está conquistando seu espaço perante o mundo dos vinhos de alta qualidade. Os primeiros produtores apareceram na região em 1990, atraídos por um terroir ideal para a elaboração de uvas premiadas. Com o investimento de uma família produtora de vinhos, obteve-se a construção de um gasoduto de 8 quilômetros para canalizar a água do rio Maipo – potencializando o cultivo das vinhas.



A região de Valle de Leyda está localizada em um conjunto de colinas ao lado da faixa costeira que protege a faixa central do país de influências oceânicas. Trata-se de uma região vinícola localizada ao sul da fria região de Valle de Casablanca. As brisas frias do oceano e a névoa da manhã moderam as temperaturas da área, mais baixas do que sua altitude indica. Estas temperaturas frescas são complementadas pela elevada incidência solar durante o período de crescimento das vinhas, proporcionando que as uvas amadureçam completamente e desenvolvam excelente complexidade, mantendo seus níveis de acidez equilibrados.

Vamos ao vinho:

Na taça apresenta uma bela cor púrpura com reflexos violáceos muito brilhantes, límpido, típico da Pinot Noir. Poucas lágrimas já denunciando um frescor e leveza.

No nariz uma explosão aromática de frutas vermelhas em compota e notas vegetais, talvez um pouco de especiarias e baunilha.

Na boca se repete as impressões olfativas, sendo harmônico, delicado, fácil e convidativo para beber, mas ainda sim, revelou-se com muita personalidade e diria com alguma complexidade e estrutura com bom volume de boca. Tem taninos presentes, mas domados, com um discreto amadeirado muito bem integrado ao conjunto do vinho, devido a sua passagem por barricas de carvalho (o produtor não informa o tempo de passagem) com acidez equilibrada e um final persistente, com retrogosto frutado.

Um vinho surpreendentemente maravilhoso com um excelente custo X benefício! E, com a história da região de Vale de Leyda em produzir grandes Pinot Noir, corroborando, certificando a qualidade deste rótulo mesmo no auge de sua impopularidade. Pesquisar é sempre necessário em se tratar de vinhos cujas vinícolas não sejam conhecidas, mas se permita ousar, ouça seu coração sempre. Teor alcoólico de 13,5% muito bem integrados.

Sobre a TerrAustral Wines:

Nossa história começa em 1938, José Crispi Junior decide plantar uvas e maçãs no Vale do Curicó, no Chile. A agricultura no sangue da família Crispi há pelo menos três gerações. Durante anos venderam frutas no mercado interno. Até que José decide que era hora da marca ser desfrutada por outras pessoas. Terraustral é o legado da família Crispi que continua até os dias de hoje. Uma operação de propriedade familiar comprometida com a produção de vinhos de alta qualidade por um ótimo valor. Por trás dos vinhos estão os valores pela terra. Os vinhos da TerrAustral refletem todos os cantos mágicos da terra chilena.

Mais informações acesse:




 Degustado em: 2015