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quarta-feira, 10 de julho de 2024

Castillo Las Veras Gran Reserva Tempranillo 2015

 



Vinho: Castillo Las Veras Gran Reserva

Safra: 2015

Casta: Tempranillo

Região: Tarragona

País: Espanha

Produtor: Reserva de La Tierra

Teor Alcoólico: 13%

Adquirido: Evino

Valor: R$ 84,90

Estágio: 24 meses em barricas de carvalho

 

Análise:

Visual: destaca-se um rubi de média intensidade, com halos granada. Tem lágrimas finas, lentas e em profusão.

Nariz: traz aromas de frutas vermelhas e pretas maduras, já em compota, algo como geleia de frutas, com toques amadeirados que remete ao terroso, a baunilha, com couro e tabaco.

Boca: entrega paladar macio e elegante, graças aos seus nove anos de garrafa, com uma pegada complexa, com a rusticidade da madeira, com as notas de baunilha, chocolate, carvalho, couro. Os taninos já estão amaciados, porém presentes, com acidez média e um final longo.

 

Produtor:

https://www.terracellars.es/


sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Cataregia Reserva Syrah 2017

 

E eu continuo, ferozmente, avidamente, nas minhas novas e excitantes experiências com o que há de mais intenso e complexo no universo dos vinhos e o que ele, claro, pode nos proporcionar. Eu confesso que, ao longo desse período, estou me divertindo muito e além do prazer da degustação que é, obviamente, o principal. Tenho imergido fundo nas histórias, no intenso processo de pesquisa. A história é viva e pulsa!

Eu estou, a cada dia, descobrindo a Espanha, claro, por intermédio dos seus mais importantes e emblemáticos rótulos. Essa mesma Espanha que, há alguns anos atrás, tinha dificuldade de trafegar, por conta da baixa oferta que eu tinha, além dos valores altos que eram praticados para a compra.

Talvez o meu leque de opções fosse pequeno, mas o fato que, há cerca de 10 anos, aproximadamente, não tínhamos tantas opções de e-commerce e a consequente competitividade entre elas, ocasionando a baixa de alguns vinhos.

O panorama é outro e favorável! Temos, não só uma boa variedade, como várias camadas de propostas de vinhos, que me deu o luxo, inclusive, de escolher algumas características e me aprofundar nelas, é o caso dos crianzas, reservas e gran reservas espanhóis, tão famosos por serem tão criteriosos e carregarem tais “títulos” com uma real razão de ser.

A Espanha é o terceiro maior produtor de vinhos do mundo, ficando atrás apenas da França e dos Estados Unidos. Com uma tradição tão expressiva na viticultura, o país conta com uma rígida legislação na classificação de seus vinhos.

E hoje a degustação será de um reserva da região de Terra Alta. Essa será a minha terceira experiência com vinhos dessa região. Região esta que serviu de paisagem e inspiração para um dos melhores pintores da história, Pablo Picasso.

Então sem mais delongas vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio da região de Terra Alta DO, que fica na cidade espanhola da Catalunha e se chama Cataregia, um reserva varietal da casta Syrah da safra 2017. Eu degustei recentemente um vinho deste mesmo produtor, um crianza, o Cataregia Crianza 2018 que surpreendeu pelo excelente custo x benefício. Então para variar vamos de história, vamos de Catalunha e Terra Alta!

Catalunha

A região da Catalunha, no norte da Espanha, é a área vinícola com maior número de DOs (Denominação de Origem) do país e que foi formalmente reconhecida em 1999 e também para salvaguardar a tradição de produção de vinho na Catalunha, tão importante há mais de 2.000 anos. Foi criada também com o propósito específico de fornecer suporte comercial para mais de 200 vinícolas (bodegas), mas que não foram incluídos em outros DOP's específicos na Catalunha.

Entre as mais importantes encontram-se Costers del Segre, Montsant e Penedès, além da reputada DOC Priorato, a segunda mais reconhecida na Espanha. Não tem uma localização geográfica específica, mas é formado por mais de 40 km² de vinhedos individuais que estão dispersos por toda a Catalunha e permite a mistura de uvas de outros DOPs, ou seja, cerca de 4.000 hectares de vinha distribuídos por toda a região. De um modo geral, um clima mediterrâneo domina com muitas horas de sol, mas sem calor excessivo.

Lar do famoso espumante espanhol Cava, a região da Catalunha possui solos chamados de 'licorella' e apresenta um baixo índice pluviométrico, fazendo com que as videiras apresentem baixa produtividade e as uvas tornem-se muito concentradas.

Mais precisamente em Penedès Central, na região espanhola de Sant Saurndí d’Anoia, que ocorre a elaboração do Cava, produzido pelo método tradicional com, no mínimo, nove meses de contato com as leveduras. Diferentes uvas podem integrar a composição do vinho Cava, classificando os exemplares entre os estilos branco ou rosado, que também variam em nível de doçura.

Apesar de utilizarem-se métodos de produção similares, o sabor encontrado no Cava é diferente do Champagne, principalmente pela distinção das uvas utilizadas: enquanto um é produzido a partir das uvas Pinot Meunier, Chardonnay e Pinot Noir, o Cava é elaborado com as castas Parellada, Macabeo e Xarel-lo.

Já a região do Priorato é conhecida por ter recebido o título máximo de denominação espanhola, elaborando vinhos com castas autóctones cultivadas na Catalunha. Outra região vinícola importante é Montsant, lar de alguns dos melhores e mais renomados produtores da Espanha e a denominação de origem mais nova da Catalunha, regulamentada somente em 2001.

Catalunha

Porém também abrange vinhos brancos, rosés e tintos, bem como licorosos tradicionais, mistela, vinhos maduros e doces naturais. Em geral, os vinhos são modernos e inovadores, com uma cor atraente, intensidade aromática média e acidez moderada.

Os brancos são leves e frutados e os tintos são encorpados e equilibrados. Todos estes vinhos podem ser descobertos e experimentados durante a “Mostra de Vinhos i Caves de Cataluña” que acontece em Barcelona em meados de setembro.

Muitos dos vinhos com a Denominação de Origem da Catalunha são encontrados perto de mosteiros que remontam à Idade Média, como os de Montserrat, Santes Creus, Poblet ou Sant Pere de Rodes. Isso se deve ao fato de que em muitos casos os monges eram aqueles que tinham autorizações régias para produzir vinho. Da mesma forma, os vinhos com esta designação podem ser descobertos visitando as caves onde foram produzidos.

Terra Alta

A Denominação de Origem (DO) Terra Alta está localizada no interior, a sudoeste de Tarragona, delimitada por montanhas e pelo rio Ebro. A altitude varia entre 350 e 500 metros.

É formada por novas vinícolas e cooperativas estabelecidas há bastante tempo que cultivam uvas nativas e importadas. Existe um investimento considerável em nova tecnologia. Essa DO consiste em 12 municípios localizados no oeste da Província de Tarragona.

Terra Alta

Como o nome da área indica, está situada numa encosta de grande beleza, usado por Picasso em suas obras quando passava os verões nessa região.

Devido ao seu isolamento geográfico, essa área primeiramente produzia vinho somente para o mercado interno, que continua a preservar o método tradicional de produção de vinho.

Ao mesmo tempo, pequenas vinícolas privadas e grandes cooperativas estão também produzindo excelentes vinhos tintos com características do Mediterrâneo. Seu clima é mediterrâneo com influências continentais.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um lindo, intenso e escuro rubi, com halos granada. Uma cor ainda viva e plena, com lágrimas finas e lentas em profusão, desenhando as bordas do copo.

No nariz explode em aromas frutados, de frutas vermelhas bem maduras, quase em compota, com notas amadeiradas evidentes, mas bem integradas, trazendo o aporte de baunilha, carvalho, tostado médio. Têm toques de especiarias, pimenta preta, couro, terra molhada, algo de herbáceo e um discreto defumado.

Na boca é seco, intenso, estruturado, tem pegada, mas redondo, equilibrado, fácil de degustar. As notas frutadas ganham protagonismo, como no aspecto olfativo, a madeira se revela igualmente evidente, trazendo estrutura ao vinho, graças aos doze meses de passagem por barricas de carvalho, em plena sinergia com a fruta, trazendo baunilha, chocolate, com taninos marcados, presentes, mas domados, com acidez correta e final de média persistência.

Um belo vinho de goles carnudos, de caráter frutado e estruturado mostrando todo o caráter do terroir local. E falando em tipicidade a Vinícola Reserva de la Tierra possui um lindo projeto de nome “produção partilhada” conhecida como “Winemakers e Winelovers” e consiste na participação dos enófilos que escolhem as diferentes opções de parcelas que estão sendo vinificadas, sendo engarrafados os vinhos escolhidos pelos “Winelovers”. Fantástica iniciativa que alia algo arrojado que é o terroir, o respeito a terra e suas particularidades e os anseios dos enófilos em escolher, querer degustar vinhos que lhe apetecem. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Reserva de la Tierra:

A Reserva de la Tierra faz parte deste maravilhoso mundo do vinho há mais de 60 anos. Os primeiros passos foram dados em San Rafael, província de Mendoza, na República Argentina. Foi naquelas terras tão distantes, e ao mesmo tempo tão caras aos emigrantes espanhóis, que os primeiros vinhos foram feitos com muito entusiasmo, tenacidade e muito esforço.

Anos depois, já com uma grande experiência acumulada, o Grupo fixou-se em Espanha, atrás de um novo sonho. Daquele momento até hoje, o Reserva de la Tierra não parou um momento de trabalhar, da tradição à inovação em cada uma das iniciativas do Grupo.

Hoje a empresa é admirada e respeitada em todo o mundo por sua constante adaptação às mudanças, sua visão inovadora e seu respeito por trabalhar em harmonia com o meio ambiente. Menção especial deve ser feita aos valores em relação às pessoas que fazem parte desta grande família. A honestidade é especialmente valorizada e acima de tudo a atitude empreendedora.

Com paixão, esforço e dedicação constante, Reserva de la Tierra vem cumprindo todas as expectativas. As vinhas, as adegas, os vinhos, nada mais são do que sonhos realizados.

“Winemakers e Winelovers” – conceito e filosofia

Na Reserva de la Tierra há uma visão diferente do mundo do vinho, partilhada, mais social e mais próxima de todos.

Para Reserva de la Tierra cada vinho é concebido com paixão como a união entre dois mundos: Enólogos e Enólogos. Cria-se vinhos com pessoas, abraçando uma filosofia de trabalho ao mesmo nível que se distingue dos restantes.

Os enólogos selecionam as melhores cepas e terroirs para fazer os vinhos mais especiais. Mas o mais importante é que grupos muito variados de apreciadores de vinho participem desse processo, degustando diferentes opções de variedades. Após este processo, engarrafa-se apenas o vinho selecionado pelos Winelovers, conseguindo assim vinhos com uma identidade única.

Mais informações acessem:

https://www.reservadelatierra.com/

Referências:

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/catalunha

“Catalunya.com”: https://www.catalunya.com/do-catalunya-23-1-43?language=en

“Wikipedia”: https://en.wikipedia.org/wiki/Catalunya_(DO)

“Vinho Virtual”: https://www.vinhovirtual.com.br/regioes-117-Terra-Alta

“Wine”: https://www.wine.com.br/vinhos/dardines-reserva-d-o-terra-alta-2015/prod27301.html




 


terça-feira, 6 de junho de 2023

Cataregia Crianza 2018

 

E eu continuo, ferozmente, avidamente, nas minhas novas e excitantes experiências com o que há de mais intenso e complexo no universo dos vinhos e o que ele, claro, pode nos proporcionar. Eu confesso que, ao longo desse período, estou me divertindo muito e além do prazer da degustação que é, obviamente, o principal. Tenho imergido fundo nas histórias, no intenso processo de pesquisa. A história é viva e pulsa!

Eu estou, a cada dia, descobrindo a Espanha, claro, por intermédio dos seus mais importantes e emblemáticos rótulos. Essa mesma Espanha que, há alguns anos atrás, tinha dificuldade de trafegar, por conta da baixa oferta que eu tinha, além dos valores altos que eram praticados para a compra.

Talvez o meu leque de opções fosse pequeno, mas o fato que, há cerca de 10 anos, aproximadamente, não tínhamos tantas opções de e-commerce e a consequente competitividade entre elas, ocasionando a baixa de alguns vinhos.

O panorama é outro e favorável! Temos, não só uma boa variedade, como várias camadas de propostas de vinhos, que me deu o luxo, inclusive, de escolher algumas características e me aprofundar nelas, é o caso dos crianzas, reservas e gran reservas espanhóis, tão famosos por serem tão criteriosos e carregarem tais “títulos” com uma real razão de ser.

A Espanha é o terceiro maior produtor de vinhos do mundo, ficando atrás apenas da França e dos Estados Unidos. Com uma tradição tão expressiva na viticultura, o país conta com uma rígida legislação na classificação de seus vinhos.

E hoje a degustação será de um crianza da região de Terra Alta. Essa será a minha terceira experiência com vinhos dessa região. Região esta que serviu de paisagem e inspiração para um dos melhores pintores da história, Pablo Picasso.

E além de conhecer e desbravar novas regiões de uma Espanha tão diversificada no que tange aos seus terroirs vale saber também o conceito de “crianza” que ainda gera equívocos quanto ao seu conceito.

A palavra “crianza” em espanhol significa criação, não tendo nada a ver com “criança” em português. Segundo a legislação da Espanha, para serem classificados como Vinhos Crianza, os vinhos tintos devem envelhecer por um período mínimo de 24 meses, sendo de 6 a 12 meses em barris de carvalho e o restante na garrafa. Já os vinhos brancos e rosés devem envelhecer por um período mínimo de dezoito meses, sendo 6 meses em barris de carvalho e o restante na garrafa.

Então sem mais delongas vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio da região de Terra Alta DO, que fica na cidade espanhola da Catalunha e se chama Cataregia, um crianza com o corte das castas Cabernet Sauvignon e Garnacha, da safra 2018. Então para variar vamos de história, vamos de Catalunha e Terra Alta!

Catalunha

A região da Catalunha, no norte da Espanha, é a área vinícola com maior número de DOs (Denominação de Origem) do país e que foi formalmente reconhecida em 1999 e também para salvaguardar a tradição de produção de vinho na Catalunha, tão importante há mais de 2.000 anos. Foi criada também com o propósito específico de fornecer suporte comercial para mais de 200 vinícolas (bodegas), mas que não foram incluídos em outros DOP's específicos na Catalunha.

Entre as mais importantes encontram-se Costers del Segre, Montsant e Penedès, além da reputada DOC Priorato, a segunda mais reconhecida na Espanha. Não tem uma localização geográfica específica, mas é formado por mais de 40 km² de vinhedos individuais que estão dispersos por toda a Catalunha e permite a mistura de uvas de outros DOPs, ou seja, cerca de 4.000 hectares de vinha distribuídos por toda a região. De um modo geral, um clima mediterrâneo domina com muitas horas de sol, mas sem calor excessivo.

Lar do famoso espumante espanhol Cava, a região da Catalunha possui solos chamados de 'licorella' e apresenta um baixo índice pluviométrico, fazendo com que as videiras apresentem baixa produtividade e as uvas tornem-se muito concentradas. Mais precisamente em Penedès Central, na região espanhola de Sant Saurndí d’Anoia, que ocorre a elaboração do Cava, produzido pelo método tradicional com, no mínimo, nove meses de contato com as leveduras. Diferentes uvas podem integrar a composição do vinho Cava, classificando os exemplares entre os estilos branco ou rosado, que também variam em nível de doçura.

Apesar de utilizarem-se métodos de produção similares, o sabor encontrado no Cava é diferente do Champagne, principalmente pela distinção das uvas utilizadas: enquanto um é produzido a partir das uvas Pinot Meunier, Chardonnay e Pinot Noir, o Cava é elaborado com as castas Parellada, Macabeo e Xarel-lo.

Já a região do Priorato é conhecida por ter recebido o título máximo de denominação espanhola, elaborando vinhos com castas autóctones cultivadas na Catalunha. Outra região vinícola importante é Montsant, lar de alguns dos melhores e mais renomados produtores da Espanha e a denominação de origem mais nova da Catalunha, regulamentada somente em 2001.

Catalunha

Porém também abrange vinhos brancos, rosés e tintos, bem como licorosos tradicionais, mistela, vinhos maduros e doces naturais. Em geral, os vinhos são modernos e inovadores, com uma cor atraente, intensidade aromática média e acidez moderada.

Os brancos são leves e frutados e os tintos são encorpados e equilibrados. Todos estes vinhos podem ser descobertos e experimentados durante a “Mostra de Vinhos i Caves de Cataluña” que acontece em Barcelona em meados de setembro.

Muitos dos vinhos com a Denominação de Origem da Catalunha são encontrados perto de mosteiros que remontam à Idade Média, como os de Montserrat, Santes Creus, Poblet ou Sant Pere de Rodes. Isso se deve ao fato de que em muitos casos os monges eram aqueles que tinham autorizações régias para produzir vinho. Da mesma forma, os vinhos com esta designação podem ser descobertos visitando as caves onde foram produzidos.

Terra Alta

A Denominação de Origem (DO) Terra Alta está localizada no interior, a sudoeste de Tarragona, delimitada por montanhas e pelo rio Ebro. A altitude varia entre 350 e 500 metros.

É formada por novas vinícolas e cooperativas estabelecidas há bastante tempo que cultivam uvas nativas e importadas. Existe um investimento considerável em nova tecnologia. Essa DO consiste em 12 municípios localizados no oeste da Província de Tarragona.

Terra Alta

Como o nome da área indica, está situada numa encosta de grande beleza, usado por Picasso em suas obras quando passava os verões nessa região.

Devido ao seu isolamento geográfico, essa área primeiramente produzia vinho somente para o mercado interno, que continua a preservar o método tradicional de produção de vinho.

Ao mesmo tempo, pequenas vinícolas privadas e grandes cooperativas estão também produzindo excelentes vinhos tintos com características do Mediterrâneo. Seu clima é mediterrâneo com influências continentais.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um rubi intenso, quase escuro com reflexos granada, lágrimas finas, lentas, intensas e coloridas.

No nariz se mostra muito agradável, com aromas de frutas vermelhas maduras e com algum frescor, com notas discretas do carvalho, devido aos seis meses de passagem por barricas, com toques de baunilha, algo de couro, especiarias, diria pimentão, herbáceo.

Na boca é muito interessante o equilíbrio entre a Cabernet Sauvignon e a Garnacha, mostrando um pouco a característica de cada cepa, com a fruta vermelha madura também protagonizando, sendo de leve a médio corpo, com bom volume de boca, discreta madeira, baunilha, leve tosta, taninos presentes, mas domados, boa acidez, com final de razoável persistência, com leve dulçor.

Um belo vinho, um blend arrebatador das castas gulosas, carnudas, de caráter frutado e estruturado mostrando todo o caráter do terroir local. E falando em tipicidade a Vinícola Reserva de la Tierra possui um lindo projeto de nome “produção partilhada” conhecida como “Winemakers e Winelovers” e consiste na participação dos enófilos que escolhem as diferentes opções de parcelas que estão sendo vinificadas, sendo engarrafados os vinhos escolhidos pelos “Winelovers”. Fantástica iniciativa que alia algo arrojado que é o terroir, o respeito a terra e suas particularidades e os anseios dos enófilos em escolher, querer degustar vinhos que lhe apetecem. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Reserva de la Tierra:

A Reserva de la Tierra faz parte deste maravilhoso mundo do vinho há mais de 60 anos. Os primeiros passos foram dados em San Rafael, província de Mendoza, na República Argentina. Foi naquelas terras tão distantes, e ao mesmo tempo tão caras aos emigrantes espanhóis, que os primeiros vinhos foram feitos com muito entusiasmo, tenacidade e muito esforço.

Anos depois, já com uma grande experiência acumulada, o Grupo fixou-se em Espanha, atrás de um novo sonho. Daquele momento até hoje, o Reserva de la Tierra não parou um momento de trabalhar, da tradição à inovação em cada uma das iniciativas do Grupo.

Hoje a empresa é admirada e respeitada em todo o mundo por sua constante adaptação às mudanças, sua visão inovadora e seu respeito por trabalhar em harmonia com o meio ambiente. Menção especial deve ser feita aos valores em relação às pessoas que fazem parte desta grande família. A honestidade é especialmente valorizada e acima de tudo a atitude empreendedora.

Com paixão, esforço e dedicação constante, Reserva de la Tierra vem cumprindo todas as expectativas. As vinhas, as adegas, os vinhos, nada mais são do que sonhos realizados.

“Winemakers e Winelovers” – conceito e filosofia

Na Reserva de la Tierra há uma visão diferente do mundo do vinho, partilhada, mais social e mais próxima de todos.

Para Reserva de la Tierra cada vinho é concebido com paixão como a união entre dois mundos: Enólogos e Enólogos. Cria-se vinhos com pessoas, abraçando uma filosofia de trabalho ao mesmo nível que se distingue dos restantes.

Os enólogos selecionam as melhores cepas e terroirs para fazer os vinhos mais especiais. Mas o mais importante é que grupos muito variados de apreciadores de vinho participem desse processo, degustando diferentes opções de variedades. Após este processo, engarrafa-se apenas o vinho selecionado pelos Winelovers, conseguindo assim vinhos com uma identidade única.

Mais informações acessem:

https://www.reservadelatierra.com/

Referências:

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/catalunha

“Catalunya.com”: https://www.catalunya.com/do-catalunya-23-1-43?language=en

“Wikipedia”: https://en.wikipedia.org/wiki/Catalunya_(DO)

“Vinho Virtual”: https://www.vinhovirtual.com.br/regioes-117-Terra-Alta

“Wine”: https://www.wine.com.br/vinhos/dardines-reserva-d-o-terra-alta-2015/prod27301.html

 

 

 

 

 






sábado, 22 de outubro de 2022

Dardines Reserva Garnacha (60%) e Tempranillo (40%) 2015

 

E eu continuo, ferozmente, avidamente, nas minhas novas e excitantes experiências com o que há de mais intenso e complexo no universo dos vinhos e o que ele, claro, pode nos proporcionar. Eu confesso que, ao longo desse período, estou me divertindo muito e além do prazer da degustação que é, obviamente, o principal, tenho imergido fundo nas histórias, no intenso processo de pesquisa. A história é viva e pulsa!

E hoje eu terei o que há mais regional, aquele apelo regional forte, intenso e que traz uma carga histórica indubitavelmente importante de um dos centros vinícolas mais importantes do mundo: a Espanha.

Eu estou, a cada dia, descobrindo a Espanha, claro, por intermédio dos seus mais importantes e emblemáticos rótulos. Essa mesma Espanha que, há alguns anos atrás, tinha dificuldade de trafegar, por conta da baixa oferta que eu tinha, além dos valores altos que eram praticados para a compra.

Talvez o meu leque de opções fosse pequeno, mas o fato que, há cerca de 10 anos, aproximadamente, não tínhamos tantas opções de e-commerce e a consequente competitividade entre elas, ocasionando a baixa de alguns vinhos.

O panorama é outro e favorável! Temos, não só uma boa variedade, como várias camadas de propostas de vinhos, que me deu o luxo, inclusive, de escolher algumas características e me aprofundar nelas, é o caso dos crianzas, reservas e gran reservas espanhóis, tão famosos por serem tão criteriosos e carregarem tais “títulos” com uma real razão de ser.

E além disso, o vinho de hoje traz, claro, uma novidade de região que, até então, desconhecia e que não tem uma entrada tão forte no Brasil como Rioja e Ribera del Duero, por exemplo. Eu, como não me permito ficar restrito às “grifes”, me coloquei em estado de animação pela novidade e não demorei em degusta-lo. E escolhi um rótulo da região catalã de Terra Alta para degustar.

O vinho que degustei e gostei veio da região de Terra Alta, da Catalunha, na Espanha, e se chama Dardines Reserva, composto pelas castas mais famosas daquele país, Garnacha (60%) e Tempranillo (40%) da safra 2015. Como eu havia dito, tal região não é muito famosa e evidentemente pouco se tem de informação, mas, dentro do possível, falemos um pouco da Catalunha e Terra Alta.

Catalunha

A região da Catalunha, no norte da Espanha, é a área vinícola com maior número de DOs (Denominação de Origem) do país e que foi formalmente reconhecida em 1999 e também para salvaguardar a tradição de produção de vinho na Catalunha, tão importante há mais de 2.000 anos. Foi criada também com o propósito específico de fornecer suporte comercial para mais de 200 vinícolas (bodegas), mas que não foram incluídos em outros DOP's específicos na Catalunha.

Entre as mais importantes encontram-se Costers del Segre, Montsant e Penedès, além da reputada DOC Priorato, a segunda mais reconhecida na Espanha. Não tem uma localização geográfica específica, mas é formado por mais de 40 km² de vinhedos individuais que estão dispersos por toda a Catalunha e permite a mistura de uvas de outros DOPs, ou seja, cerca de 4.000 hectares de vinha distribuídos por toda a região. De um modo geral, um clima mediterrâneo domina com muitas horas de sol, mas sem calor excessivo.

Lar do famoso espumante espanhol Cava, a região da Catalunha possui solos chamados de 'licorella' e apresenta um baixo índice pluviométrico, fazendo com que as videiras apresentem baixa produtividade e as uvas tornem-se muito concentradas. Mais precisamente em Penedès Central, na região espanhola de Sant Saurndí d’Anoia, que ocorre a elaboração do Cava, produzido pelo método tradicional com, no mínimo, nove meses de contato com as leveduras. Diferentes uvas podem integrar a composição do vinho Cava, classificando os exemplares entre os estilos branco ou rosado, que também variam em nível de doçura.

Apesar de utilizarem-se métodos de produção similares, o sabor encontrado no Cava é diferente do Champagne, principalmente pela distinção das uvas utilizadas: enquanto um é produzido a partir das uvas Pinot Meunier, Chardonnay e Pinot Noir, o Cava é elaborado com as castas Parellada, Macabeo e Xarel-lo.

Já a região do Priorato é conhecida por ter recebido o título máximo de denominação espanhola, elaborando vinhos com castas autóctones cultivadas na Catalunha. Outra região vinícola importante é Montsant, lar de alguns dos melhores e mais renomados produtores da Espanha e a denominação de origem mais nova da Catalunha, regulamentada somente em 2001.

Catalunha

Porém também abrange vinhos brancos, rosés e tintos, bem como licorosos tradicionais, mistela, vinhos maduros e doces naturais. Em geral, os vinhos são modernos e inovadores, com uma cor atraente, intensidade aromática média e acidez moderada. Os brancos são leves e frutados e os tintos são encorpados e equilibrados. Todos estes vinhos podem ser descobertos e experimentados durante a “Mostra de Vinhos i Caves de Cataluña” que acontece em Barcelona em meados de setembro.

Muitos dos vinhos com a Denominação de Origem da Catalunha são encontrados perto de mosteiros que remontam à Idade Média, como os de Montserrat, Santes Creus, Poblet ou Sant Pere de Rodes. Isso se deve ao fato de que em muitos casos os monges eram aqueles que tinham autorizações régias para produzir vinho. Da mesma forma, os vinhos com esta designação podem ser descobertos visitando as caves onde foram produzidos.

Terra Alta

A Denominação de Origem (DO) Terra Alta está localizada no interior, a sudoeste de Tarragona, delimitada por montanhas e pelo rio Ebro. A altitude varia entre 350 e 500 metros.

É formada por novas vinícolas e cooperativas estabelecidas há bastante tempo que cultivam uvas nativas e importadas. Existe um investimento considerável em nova tecnologia. Essa DO consiste em 12 municípios localizados no oeste da Província de Tarragona.

DO Terra Alta

Como o nome da área indica, está situada numa encosta de grande beleza, usado por Picasso em suas obras quando passava os verões nessa região.

Devido ao seu isolamento geográfico, essa área primeiramente produzia vinho somente para o mercado interno, que continua a preservar o método tradicional de produção de vinho.

Ao mesmo tempo, pequenas vinícolas privadas e grandes cooperativas estão também produzindo excelentes vinhos tintos com características do Mediterrâneo. Seu clima é mediterrâneo com influências continentais.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi profundo com halos violáceos, reluzentes com lágrimas finas, lentas e em profusão.

No nariz apresenta discretos aromas de frutas vermelhas e pretas maduras com notas amadeiradas, devido a passagem por 12 meses em barricas de carvalho, além de especiarias, como noz-moscada e cravo.

Na boca é aveludado, mas estruturado, evidenciado por um paladar guloso, cheio, sendo equilibrado e redondo. Traz taninos presentes, até com alguma adstringência, mas sem agredir, com acidez baixa, as notas amadeiradas mais evidentes que entregam baunilha, couro e tabaco com um final persistente.

“A safra 2015 foi classificada como uma boa safra, com poucas chuvas durante a primavera e verão. Os vinhedos da vinícola são vinhas velhas de variedades nativas, que costumavam sofrer estresse hídrico, que dá às uvas uma grande qualidade, a concentração de polifenóis”.

Esse fragmento foi retirado do site de vendas do vinho, onde tem exclusividade aqui no Brasil e ter esses detalhes do vinho, que fala da vindima, que passa pela vinificação até chegar à mesa do enófilo, traz a contundência da verdade do rótulo, a expressão do terroir, o que se convenciona “tipicidade”. É o que o vinho, dentro de suas propostas, traz: um vinho de marcante personalidade, de alguma complexidade aromática e, mesmo com algum tempo de garrafa, 7 anos, mostra vivacidade e plenitude, mostrando o que há de melhor na Espanha. Um belo vinho, um blend arrebatador das castas mais emblemáticas do país ibérico. E isso se corrobora com o trabalho, o projeto da Vinícola Reserva de la Tierra da “produção partilhada” conhecida como “Winemakers e Winelovers” que consiste na participação dos enófilos que escolhem as diferentes opções de parcelas que estão sendo vinificadas, sendo engarrafados os vinhos escolhidos pelos “Winelovers”. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Reserva de la Tierra:

A Reserva de la Tierra faz parte deste maravilhoso mundo do vinho há mais de 60 anos. Os primeiros passos foram dados em San Rafael, província de Mendoza, na República Argentina. Foi naquelas terras tão distantes, e ao mesmo tempo tão caras aos emigrantes espanhóis, que os primeiros vinhos foram feitos com muito entusiasmo, tenacidade e muito esforço.

Anos depois, já com uma grande experiência acumulada, o Grupo fixou-se em Espanha, atrás de um novo sonho. Daquele momento até hoje, o Reserva de la Tierra não parou um momento de trabalhar, da tradição à inovação em cada uma das iniciativas do Grupo.

Hoje a empresa é admirada e respeitada em todo o mundo por sua constante adaptação às mudanças, sua visão inovadora e seu respeito por trabalhar em harmonia com o meio ambiente. Menção especial deve ser feita aos valores em relação às pessoas que fazem parte desta grande família. A honestidade é especialmente valorizada e acima de tudo a atitude empreendedora.

Com paixão, esforço e dedicação constante, Reserva de la Tierra vem cumprindo todas as expectativas. As vinhas, as adegas, os vinhos, nada mais são do que sonhos realizados.

“Winemakers e Winelovers” – conceito e filosofia

Na Reserva de la Tierra há uma visão diferente do mundo do vinho, partilhada, mais social e mais próxima de todos.

Para Reserva de la Tierra cada vinho é concebido com paixão como a união entre dois mundos: Enólogos e Enólogos. Cria-se vinhos com pessoas, abraçando uma filosofia de trabalho ao mesmo nível que se distingue dos restantes.

Os enólogos selecionam as melhores cepas e terroirs para fazer os vinhos mais especiais. Mas o mais importante é que grupos muito variados de apreciadores de vinho participem desse processo, degustando diferentes opções de variedades. Após este processo, engarrafa-se apenas o vinho selecionado pelos Winelovers, conseguindo assim vinhos com uma identidade única.

Mais informações acessem:

https://www.reservadelatierra.com/

Referências:

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/catalunha

“Catalunya.com”: https://www.catalunya.com/do-catalunya-23-1-43?language=en

“Wikipedia”: https://en.wikipedia.org/wiki/Catalunya_(DO)

“Vinho Virtual”: https://www.vinhovirtual.com.br/regioes-117-Terra-Alta

“Wine”: https://www.wine.com.br/vinhos/dardines-reserva-d-o-terra-alta-2015/prod27301.html






sábado, 30 de abril de 2022

Dardines Barrica Syrah 2018

 

Mais um momento de grandes novidades pelo menos para mim, é claro. A Syrah trouxe a novidade! Agora vem a pergunta: como que uma casta tão conhecida e solidificada em vários terroirs espalhados pelo planeta pode ser novidade, sobretudo para um enófilo com alguma “litragem”?

Pois é, como costumo dizer e até de forma demasiada, o universo do vinho é vasto e felizmente ainda inexplorado. Há muito por garimpar, há muito para percorrer em prol sempre das nossas experiências sensoriais, para novas experiências sensoriais, sem temer a zona de conforto que só nos escraviza.

E sim a Syrah já faz parte de minha história enófila e já degustei alguns bons, especiais exemplares dessa excelente variedade que se adapta, vem se adaptando em várias regiões consolidadas na produção de vinho e daquelas em potenciais também.

Mas será a minha primeira experiência com um 100% Syrah espanhol. Sim, um Syrah espanhol! Sempre acompanhei e vi alguns rótulos deste país, com esta cepa, mas os valores estavam sempre, diria, “indigestos”, altos para o meu simples e pobre bolso e via as minhas intenções de degustar tal exemplar adiado, longe.

Mas eis que fui surpreendido com a seleção de um clube de vinhos que eu fazia parte em que veio um rótulo da casta Syrah e logo me animei, fiquei feliz quando este abrilhantou a minha simples adega.

E, falando em adega, há particularmente com a Syrah, alguns exemplares muito especiais nela, das quais ainda não degustei, como por exemplo um brasileiro das Minas Gerais que vem se notabilizando na produção da casta, no Vale do São Francisco, no nordeste brasileiro, um Syrah de Lisboa, cuja variedade também seu deu bem e, claro, um Syrah espanhol.

Então diante de tantas novidades e fomentando essa minha “fome” por vinhos novos, com novas concepções e percepções, pelo menos para mim, decidi escolher um para estimular as minhas experiências sensoriais e o felizardo foi o Syrah da Espanha, mais precisamente da região de Castilla La Mancha. Região esta que vem me surpreendendo a cada rótulo degustado, apesar de infelizmente ter descoberto a mesma, recentemente, mas antes tarde do que nunca, já dizia o ditado.

Então com esse transborde de novidades, sem mais delongas, apresentarei o vinho que degustei e gostei, da região de Dom Quixote, Castilla La Mancha, na Espenha, chamado Dardines Barrica, da casta Syrah, safra 2018.  E antes de falar do vinho falemos da história, da importância de La Mancha para a viticultura espanhola.

Castilla La Mancha, a terra de Dom Quitoxe e os seus Moinhos de Vento

Bem ao centro da Espanha, país com a maior área de vinhas plantadas em todo o mundo e o terceiro maior mercado produtor de vinhos, está localizada a região vitivinícola de Castilla La Mancha. Um território com grande extensão de terra quase que completamente plana, sem grandes elevações.  É nessa macrorregião que se origina quase 50% do total de litros de vinho produzidos anualmente na Espanha.

“Em um lugar em La Mancha, cujo nome eu não quero lembrar, existiu há não muito tempo um cavaleiro, do tipo que mantinha uma lança nunca usada, um escudo velho, um galgo para corridas e um cavalo velho e magro”.

“Dom Quixote de La Mancha ou o Cavaleiro da triste figura” de Miguel de Cervantes.

O nome “La Mancha” tem origem na expressão “Mantxa” que em árabe significa “terra seca”, o que de fato caracteriza a região. Neste território, o clima continental ao extremo provoca grandes diferenças de temperaturas entre verão e inverno. Nos dias quentes de verão os termômetros podem alcançar os 45°C, enquanto nas noites rigorosas de frio intenso do inverno, as temperaturas negativas podem chegar a até -15°C. 

A irrigação torna-se muitas vezes essencial: além do baixo índice pluviométrico devido ao caráter continental e mediterrâneo do clima, o local se torna ainda mais seco graças ao seu microclima, que impede a entrada de correntes marítimas úmidas. A ocorrência de sol por ano é de aproximadamente 3.000 horas. Esta macrorregião é composta por várias regiões menores, incluindo sete “Denominações de Origem”, das quais se pode destacar La Mancha e Valdepeñenas.

Castilla La Mancha


Sub regiões de Castilla

La Mancha: é a principal região dentre elas, sendo considerada a maior DO da Espanha e a mais extensa zona vinícola do mundo.  O território abrange 182 municípios, distribuídos em quatro províncias: Albacete, Ciudad Real, Cuenca e Toledo. As principais uvas produzidas naquele solo são a uva branca Airen e a popular tinta espanhola Tempranillo, também conhecida localmente como Cencibel.

Valdepeñenas: localizada mais ao sul, mas com as mesmas condições climáticas, tem construído sua boa reputação graças à produção de vinhos de grande qualidade, normalmente varietais da uva Tempranillo ou blends desta com castas internacionais.

A DO La Mancha conta mais de 164.000 hectares de vinhedos plantados. Com isso, é a maior Denominação de Origem do país e a maior área vitivinícola contínua do mundo, abrangendo 182 municípios, divididos em quatro províncias: Albacete, Ciudad Real, Cuenca e Toledo.

A regulamentação comunitária permite a produção de vinhos com indicação geográfica (IGP Vinos de la Tierra de Castilla), desde que tenham sido obtidos a partir de determinadas castas e provenham de uma determinada zona de produção. Na Espanha, esses vinhos são chamados de Vinos de la Tierra e podem usar menções em sua rotulagem relacionadas às variedades, safras e nome da vinícola, bem como às condições naturais ou técnicas da viticultura que deram origem ao vinho.

A importância social e econômica do setor na região, bem como o esforço de modernização feito pelos produtores, transformadores, engarrafadores e comerciantes nos últimos anos, exige um instrumento que lhes permita oferecer os seus vinhos de qualidade dignamente rotulados ao mercado.

Os tipos de vinhos que podem ser elaborados no IGP Vinos de la Tierra de Castilla são: vinhos brancos, rosés e tintos; Vinhos espumantes; Vinhos espumantes; vinhos licorosos; e vinhos de uvas maduras. São eles:

Brancas: Airén, Albillo Real, Chardonnay, Gewürztraminer, Macabeo oViura, Malvar, Malvasía Aromática, Marisancho o Pardillo, Merseguera, Moscatel de grano menudo, Moscatel de Alejandría, Parellada, Pedro Ximénez, Riesling, Sauvignon blanc, Torrontés, Verdejo, Verdoncho e Viognier.

Tintas: Bobal, Cabernet-sauvignon, Cabernet-franc, Coloraillo, Forcallat tinta, Garnacha tinta, Garnacha tintorera, Graciano, Malbec, Mazuela, Mencia, Merlot, Monastrell, Moravia agria, Moravia dulce o Crujidera, Petit Verdot, Pinot Noir, Prieto picudo, Rojal tinta, Syrah, Tempranillo o Cencibel, Tinto de la pámpana blanca e Tinto Velasco o Frasco.

As castas mais cultivadas em Castilla de La Mancha, sejam DO ou IGP, são: Airén, Viúra, Sauvignon Blanc e Chardonnay entre as brancas e as tintas são: Tempranillo, Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot e Grenache.

Classificação dos rótulos da DO de Castilla La Mancha:

ü Jóven: Categoria mais básica, sem passagem por madeira, para ser consumido preferencialmente no mesmo ano da colheita.

ü  Tradicional: Sem passagem por madeira, porém com mais estrutura do que o Jóven.

ü  Envelhecimento em barris de carvalho: Envelhecimento mínimo de 90 dias em barris de carvalho.

ü  Crianza: Envelhecimento natural de dois anos, sendo, pelo menos, seis meses em barris de carvalho.

ü  Reserva: Envelhecimento de, no mínimo, 12 meses em barris de carvalho e 24 meses em garrafa.

ü  Gran Reserva: Envelhecimento de, no mínimo, 18 meses em barris de carvalho e 42 meses em garrafa.

ü Espumante: Produzidos a partir do método tradicional (segunda fermentação em garrafa), com no mínimo nove meses de autólise.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi intenso, brilhante e com reflexos violáceos, com lágrimas finas e em certa profusão desenhando as paredes do copo.

No nariz protagoniza os aromas de frutas vermelhas em compota, tais como ameixa, framboesa e morango, com notas amadeiradas, graças aos 3 meses de passagem por barricas de carvalho e especiarias. Tem também um toque floral que traz uma sensação de frescor e até leveza.

Na boca tem de leve a média estrutura, reproduz as frutas vermelhas como no aspecto olfativo, álcool proeminente que revela um bom volume no palato, a madeira é perceptível, mas bem integrada ao conjunto do vinho, tornando-o equilibrado e redondo, especiarias, a pimenta típica da Syrah que entrega aquele picante, além de taninos gordos, mas domado e acidez correta. Final persistente com algo de café, torrefação e muita fruta.

“A safra 2018 começou com um outono seco e um inverno com algumas geadas significativas, mas a primavera chegou com chuvas abundantes.”

Esse é um fragmento da descrição do vinho da empresa especializada em vendas de vinhos que concebeu esse rótulo em seu clube de vinhos a qual fazia parte. Fiz questão de coloca-la no final deste texto, dessa resenha, para corroborar o que eu disse no início. De que embora a Syrah seja uma casta global, diria massificada por se adaptar a vários terroirs espalhados pelo mundo, sempre há novidades e gratas novidades, diria. Além da trazer algo novo para mim, de degustar o meu primeiro 100% Syrah espanhol, trouxe também um vinho intenso, com alguma complexidade, de média estrutura, notas frutadas e taninos cheios, com notas especiadas, tudo o que um Syrah pode proporcionar pelas suas características, mas também as características de Castilla La Mancha, de vinhos mais robustos e de marcante personalidade. Novidades movimentam o mundo e com o vinho não é diferente. E além de tudo isso apresentado, a vinícola traz a novidade da produção partilhada, conhecida como “Winemakers e Winelovers” que consiste na participação dos enófilos que escolhem as diferentes opções de parcelas que estão sendo vinificadas, sendo engarrafados os vinhos escolhidos pelos “Winelovers”. É a máxima concepção de identidade cultural e da terra. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Reserva de la Tierra:

A Reserva de la Tierra faz parte deste maravilhoso mundo do vinho há mais de 60 anos. Os primeiros passos foram dados em San Rafael, província de Mendoza, na República Argentina. Foi naquelas terras tão distantes, e ao mesmo tempo tão caras aos emigrantes espanhóis, que os primeiros vinhos foram feitos com muito entusiasmo, tenacidade e muito esforço.

Anos depois, já com uma grande experiência acumulada, o Grupo fixou-se em Espanha, atrás de um novo sonho. Daquele momento até hoje, o Reserva de la Tierra não parou um momento de trabalhar, da tradição à inovação em cada uma das iniciativas do Grupo.

Hoje a empresa é admirada e respeitada em todo o mundo por sua constante adaptação às mudanças, sua visão inovadora e seu respeito por trabalhar em harmonia com o meio ambiente. Menção especial deve ser feita aos valores em relação às pessoas que fazem parte desta grande família. A honestidade é especialmente valorizada e acima de tudo a atitude empreendedora.

Com paixão, esforço e dedicação constante, Reserva de la Tierra vem cumprindo todas as expectativas. As vinhas, as adegas, os vinhos, nada mais são do que sonhos realizados.

“Winemakers e Winelovers” – conceito e filosofia

Na Reserva de la Tierra há uma visão diferente do mundo do vinho, partilhada, mais social e mais próxima de todos.

Para Reserva de la Tierra cada vinho é concebido com paixão como a união entre dois mundos: Enólogos e Enólogos. Cria-se vinhos com pessoas, abraçando uma filosofia de trabalho ao mesmo nível que se distingue dos restantes.

Os enólogos selecionam as melhores cepas e terroirs para fazer os vinhos mais especiais. Mas o mais importante é que grupos muito variados de apreciadores de vinho participem desse processo, degustando diferentes opções de variedades. Após este processo, engarrafa-se apenas o vinho selecionado pelos Winelovers, conseguindo assim vinhos com uma identidade única.

Mais informações acessem:

https://www.reservadelatierra.com/

Referências:

“Vinho Blog”: http://blog.vinhosite.com.br/la-mancha-maior-regiao-produtora-vinhos-espanha/

“Enologuia”: https://enologuia.com.br/regioes/245-a-regiao-de-castilla-la-mancha-a-terra-de-dom-quixote

Blog “Enologuia”: https://enologuia.com.br/regioes/245-a-regiao-de-castilla-la-mancha-a-terra-de-dom-quixote#:~:text=Este%20livro%2C%20universalmente%20famoso%2C%20trata,no%20centro%2Fsudeste%20da%20Espanha.&text=Os%20primeiros%20escritos%20da%20cultura,vinhas%20foram%20introduzidas%20pelos%20romanos.

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/vinhos-dos-moinhos_4580.html

“Blog VinhoSite”: http://blog.vinhosite.com.br/la-mancha-maior-regiao-produtora-vinhos-espanha/

“Pagina JCCM”: http://pagina.jccm.es/agricul/paginas/comercial-industrial/consejos_new/vinostierra.htm