Mostrando postagens com marcador Zinfandel. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Zinfandel. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Califortune Zinfandel 2017

 




Vinho: Califortune

Casta: Zinfandel

Safra: 2017

Região: Napa Valley, Califórnia

País: Estados Unidos

Produtor: Grand Napa Vineyards

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho.

Adquirido: Top Wines

Valor: R$ 79,90

 

Análise:

Visual: um vermelho rubi intenso, escuro, com reflexos evidentes de granada, quase um acastanhado, denotando os seus sete anos de garrafa.

Nariz: notas de frutas pretas maduras, toques amadeirados, trazendo algo de terra molhada, carvalho, couro, tabaco e charcutaria.

Boca: é macio e elegante, o tempo lhe conferiu equilíbrio, mas não tirou a sua personalidade, pois tem volume de boca, álcool proeminente, porém não incomoda, além de um residual de açúcar, taninos presentes e domados e uma acidez média.

 

Produtor:

https://westcoastwinegroup.com/

https://grandnapavineyards.com/


quinta-feira, 25 de março de 2021

Delicato Zinfandel 2013

 

Sabe quando você olha vinhos de determinadas regiões ou castas e percebe ou chega a triste conclusão de que nunca irá degustar? Pois é, foi assim que eu sempre encarei os vinhos da emblemática região da Califórnia nos Estados Unidos. Quando tive os primeiros contatos, lendo sobre os vinhos californianos, primeiramente me surpreendeu. Sempre tive a percepção de que os grandes vinhos repousassem em terras europeias, tais como França, Espanha, Portugal, Itália etc. Uma visão pré-concebida caiu, afinal Estados Unidos tem sim grandes e tradicionais regiões produtoras de vinhos.

Mas com a descoberta surgiu uma desilusão: percebi quer nunca iria degustar um grande rótulo californiano! Os preços disponíveis no mercado eram astronômicos! Há pouco mais de 10 anos não eram muitos rótulos disponíveis, é bem verdade, logo deduzi que os valores altos eram, também, por conta desse panorama, além dos altos tributos impostos nos vinhos em terras brasileiras, mas atualmente, os valores continuam demasiadamente altos e arrisco dizer que mais alto do que há pouco mais de 10 anos atrás! Então a desilusão bateu de forma implacável! Conheço a região, um pouco das suas histórias, mas não terei acesso aos seus rótulos.

Porém sempre procurei um vinho que pudesse ter um ótimo custo X benefício, nunca desisti de procurar, apesar de não alimentar maiores expectativas acerca desse momento. Em mais uma de minhas incursões aos supermercados, como sempre, acabei encontrando um rótulo que me interessou pelo seu curioso nome, mas que, a priori, não sabia de que região era, país ou coisa parecida. Mas quando vi estampado no rótulo a sua casta, logo percebi que se tratava de um vinho norte americano: a Zinfandel. A casta mais emblemática e importante daquele país. Vi também que era californiano. Então me pus a procurar, com certa ansiedade, pois estava difícil de encontrar, mal sinalizado, e quando avistei o preço estava bastante convidativo, pelo menos à época, em torno dos R$ 45,00!

Mas diante da alta média dos valores que via R$ 45,00 era demasiadamente baixo e, confesso que fiquei um tanto quanto receoso quanto a qualidade, mais um preconceito de minha parte, afinal, valor não determina qualidade, mas decidi compra-lo mesmo assim. E decidi degusta-lo o quanto antes, tamanha era a animação de degustar um californiano. A rolha finalmente se desprendeu da sua garrafa, o momento ritualístico foi seguido, a taça foi finalmente inundada pelo Zinfandel e o vinho era maravilhoso! Incrivelmente bom, com excelente drincabilidade! O vinho que degustei e gostei veio da Califórnia, nos Estados Unidos, e se chama Delicato, da casta popular Zinfandel, safra 2013. Não posso, diante desse momento deixar de falar da Califórnia e dos seus grandes rebentos viníferos.

Califórnia, a tradicional região do Novo Mundo

A produção vinícola na Califórnia teve inicio há mais de 240 anos, com as missões da corte espanhola que tinha como objetivo a ocupação territorial. As missões eram formadas por uma capela, um anexo e os vinhedos para produção do vinho da missa. Vinte e uma missões foram fundadas entre San Diego, no sul, e Sonoma, no norte, durante os 60 anos seguintes, originando os nomes de diversas cidades da Califórnia: Santa Bárbara, Santa Lucia, San José, Santa Cruz. Com o tempo muitas missões tornaram-se ruínas, mas a costa californiana tinha sido transformada em um jardim de videiras. Com a chamada Corrida do Ouro, na segunda metade do século XIX, a costa oeste dos Estados Unidos teve um grande crescimento populacional e a demanda por vinho acompanhou esse crescimento. Consequentemente, a área para o plantio e cultivo das uvas aumentou exponencialmente, assim como os investimentos nos vinhedos, fazendo com que a produção de vinhos se estabelecesse definitivamente na região. Em 1870, as principais vinícolas da Califórnia hoje conhecidas mundialmente, já existiam, produzindo vinhos de qualidade.

Depois dos três países mais tradicionais na vitivinicultura internacional, França, Itália e Espanha, a Califórnia é o maior produtor de vinho no mundo, isto é, a quarta potência no que se refere ao cultivo, produção e comercialização da bebida em todo o planeta. Os números são impressionantes: o ensolarado estado da costa oeste norte-americana é responsável por mais de 90% da produção vinícola dos Estados Unidos, e, todo o ano, recebe a visita de cerca de 20 milhões de pessoas em suas principais regiões produtoras, que além de tudo oferecem ótimas alternativas de turismo para os apreciadores do vinho.

Mas nem sempre foi assim. Por volta de 1890, a praga conhecida como Phylloxera Vastatrix, que devastou grande parte dos vinhedos ao redor do mundo, chegou à Califórnia, e freou a indústria vinícola na região. Em 1920 veio a Lei Seca que proibiu as bebidas alcoólicas e interrompeu mais uma vez o processo de crescimento da produção de vinhos e o valor patrimonial das vinícolas pioneiras desabaram. A produção só foi retomada lentamente após a sua abolição, em 1933, com novos empreendedores surgindo e iniciando a uma nova fase da vitivinicultura californiana. Entretanto, só na década de 60 é que os exigentes consumidores de Los Angeles, San Francisco e outras cidades californianas começaram a buscar uma fonte local de vinhos finos, dando um verdadeiro impulso à essa indústria.

Napa Valley e Sonoma Valley são as duas principais regiões de produção vinícola na Califórnia, somente nelas existem mais de 800 vinícolas. A região da Napa concentra o maior numero de vinícola no mundo, e produz vinhos de categoria elevada; a região de Sonoma, por sua vez, é conhecida por fornecer uvas de grande qualidade para a produção de vinhos em outras regiões. Mendocino, Monterey, Paso Robles, Russian River Valley, Dry Creek Valley, Alexander Valley também são regiões vitivinicultoras bastante conhecidas na Califórnia.

Califórnia

O clima na Califórnia pode ser classificado como tipicamente mediterrâneo com dias ensolarados e noites frescas, mas grande parte dessas regiões tem seu micro clima específico, o que facilita o cultivo de uvas ou produção de tipo de vinhos também de forma muito específica e particular; cada região acaba se especializando em uma determinada variedade de uva ou vinho por causa disso. A região de Santa Barabara, por exemplo, é conhecida por suas tintas Pinot Noit e Syrah, apesar de cultivar a branca Chardonnay de forma bem sucedida. Uma das características que fazem da Califórnia um respeitado polo da vitivinicultura no mundo, é a sua grande variedade de uvas e vinhos. Há cerca de cem variedades de uvas plantadas no estado, cada uma com aroma e sabor próprios, que, associados ao tipo de clima e solo onde são cultivadas, produzem vinhos de ótima qualidade. As principais variedades cultivadas nas suas regiões vinícolas são: Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Pinot noir, Sauvignon blanc, Syrah e Zinfandel (típica da Califórnia). Os vinhos californianos, por sua vez, variam de características e preço, podendo de ir de sabor simples e frutado a intenso e concentrado, mas sempre com qualidade elevada.

E agora falemos do vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi intenso com reflexos violáceos muito brilhantes, límpidos, com uma razoável abundância de formação de lágrimas finas.

No nariz as frutas negras é a tônica, uma verdadeira explosão aromática, as frutas vermelhas também se fazem evidentes, com notas florais agradáveis, de especiarias picantes e destacados toques de chocolate, de baunilha, graças a sua passagem por barricas de carvalho, cujo tempo não foi informado pelo produtor.

Na boca é seco, aveludado e elegante, apesar de mostrar uma boa estrutura, com um ótimo volume de boca, corroborando a sua personalidade. Tem taninos macios, mas presentes, um toque amadeirado, com a presença de um discreto toque de torrefação, uma acidez equilibrada e correta, com um final persistente e retrogosto frutado.

Foi um momento de felicidade! Há quem diga que não somos felizes e que temos “surtos” ou momentos de alegria. Não quero agora entrar em pormenores quanto a essa frase, mas naquelas horas em que degustei o Delicato foi especial! Me senti feliz, alegre naquelas horas. Um vinho de ótimo custo X benefício que me mostrou que degustar um bom californiano, um bom Zinfandel, não precisa sacrificar o seu curto orçamento com valores tão altos. Um vinho versátil, saboroso, redondo, muito equilibrado, mas de marcante personalidade e ótima vocação gastronômica. Esse foi o californiano Delicato! Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Delicato Family Wines:

Delicato Family Wines é uma das empresas de vinho de crescimento mais rápido nos Estados Unidos e uma vinícola familiar com quase um século de história de cultivo de uvas na Califórnia e de elaboração de vinhos de qualidade superior. Ancorada por um foco de longo prazo, a família Indelicato infundiu sua cultura de integridade, trabalho árduo e altos padrões na estrutura da empresa de vinhos dinâmica que construíram.  Três gerações da família Indelicato conduziram a vinícola à posição que ocupa hoje, começando com Gaspare Indelicato. Emigrante da Sicília, Itália, Gaspare Indelicato plantou o primeiro vinhedo Delicato em Manteca, Califórnia, em 1924 - uma área que o lembrava de sua terra natal. Com os três filhos fundou uma adega, construindo uma sólida reputação na produção de vinhos de qualidade.

Hoje, a 3ª geração da família está envolvida na produção de vinho. Hoje, os vinhedos cobrem 100 hectares de videiras em Napa, Lodi, Monterey e Sonoma, Califórnia. Muitos vinhos brancos e tintos são produzidos sob o rótulo Delicato - Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Pinot Grigio, Shiraz, White Zinfandel e Merlot, que atendem à demanda dos consumidores por vinhos agradáveis ​​e modernos adequados para qualquer ocasião.

Mais informações acesse:

https://www.delicato.com/

Referências:

“Clube dos Vinhos”: https://www.clubedosvinhos.com.br/california-o-paraiso-dos-vinhos-no-novo-mundo/#:~:text=Hist%C3%B3ria,serem%20utilizados%20em%20seus%20ritos.

“Buono Vino”: https://buonovino.com/historia-do-vinho/vinhos-californianos-o-coracao-da-viticultura-norteamericana/

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=CALIFORNIA

Degustado em: 2017

 

 





domingo, 3 de maio de 2020

Woodbridge Robert Mondavi Zinfandel 2012


Muitos torcem o nariz quando se fala em vinhos básicos, despretensiosos, de consumo diário. Ainda existe, sobretudo no Brasil, uma soberba fomentada por uma cultura preconceituosa de que degustar esses tipos de vinhos é certeza de que terá experiências desagradáveis, de vinhos ruins. Sempre defenderei de que há variadas propostas de vinhos e a de vinhos básicos sendo impossível comparar, por exemplo, com os vinhos complexos e barricados. Em alguns países, como os Estados Unidos, essas propostas de vinhos para o consumo cotidiano e frescos são levados a sério e representa um mercado proeminente naquele país. 

O vinho que degustei e gostei foi o Woodbridge Robert Mondavi da casta Zinfandel safra 2012 da emblemática região de Napa Valley, na Califórnia. Zinfandel que é conhecida como Primitivo na Itália, principalmente na conhecida região de Puglia.

Um pouco sobre Napa Valley

Pense no Napa Valley, e as maiorias dos amantes de vinho lembram-se de Cabernet Sauvignon e Chardonnay. Na verdade, o Napa Valley é uma denominação de origem só, ou American Viticultural Area (AVA) — em português, Área Americana de Viticultura. No entanto, dentro de suas fronteiras existem 16 sub-denominações, cada uma com o próprio microclima e, muitas vezes, com uvas que sua marca registrada.


Considerado há muito tempo como a região vinícola mais famosa da Califórnia, Napa Valley tornou-se destaque mundial depois do Julgamento de Paris, em 1976, quando um Chardonnay Chateau Montelena de Calistoga derrotou nove Chardonnays em uma degustação às cegas em Paris, que incluiu garrafas extremamente prestigiadas da França. Na época, a França era considerada a região vitivinícola do mundo, mas este triunfo mudou para sempre a percepção internacional dos vinhos do norte da Califórnia.

O vinho:

Na taça tem um vermelho rubi intenso com tons violáceos, lágrimas finas e em média intensidade.

No nariz apresenta um exuberante aroma de frutas vermelhas como ameixa, amora com toques de especiarias.

Na boca tem corpo médio, com certa estrutura, mas que se revela muito frutado, fresco, macio e fácil de beber, com taninos finos, aveludados, baixa acidez e um retrogosto agradável e frutado.

Gosto muito da proposta de vinhos frescos e básicos dos EUA e a dedicação e importância que os produtores dão a esses vinhos, mostrando que há sim como aliar simplicidade e qualidade. O Woodbridge Zinfandel sintetiza bem essas características sendo equilibrado, jovem, fresco, mas com uma personalidade. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Robert Mondavi Winery e a Woodbridge Winery:

No início de 1900, Cesare e Rosa Mondavi, recém-casados ​​de Sassoferrato, no norte da Itália, estabeleceram-se em Minnesota. Em 1919, a Lei Nacional de Proibição foi aprovada, proibindo a venda de álcool. Isso parecia incompreensível para as famílias italianas, para quem o vinho era um elemento básico da vida cotidiana. Felizmente, uma brecha na lei permitia que as pessoas fizessem 200 galões de vinho por ano para consumo familiar. Cesare se envolveu no envio de uvas da Califórnia para vinificação em casa e percebeu que a maioria das uvas vinha de um local chamado “Lodi” na Califórnia. Sentindo uma oportunidade, ele mudou sua família, que agora incluía um jovem Robert Mondavi e começou seu próprio negócio enviando uvas de volta para o leste, para famílias ítalo-americanas. O primeiro trabalho de Robert foi pregar caixas para segurar as uvas. Os pais de Robert incutiram nele as virtudes do trabalho duro e o encorajaram a explorar a crescente indústria do vinho. Depois de estudar administração e química na Universidade de Stanford e fazer um curso intensivo de viticultura e enologia na Universidade da Califórnia em Berkeley, Robert Mondavi mergulhou em todos os aspectos da indústria do vinho. Robert Mondavi sentiu-se confiante de que o Vale do Napa e a Califórnia poderiam criar vinhos que ficariam lado a lado com os grandes vinhos do mundo. Ele fundou a icônica Robert Mondavi Winery em 1966, perto de Oakville, Califórnia; a primeira grande vinícola a ser construída no vale de Napa desde a proibição. Após o notável sucesso de sua vinícola em Napa Valley, Robert Mondavi seguiu sua segunda visão de criação de deliciosos vinhos para a diversão diária. Tendo crescido em Lodi, Robert sabia que a região era ideal para o cultivo de uvas para vinho a partir das quais ele podia produzir vinhos de qualidade a preços acessíveis. Em 1979, ele adquiriu uma cooperativa local de produtores de uvas, nomeando a vinícola em homenagem a uma cidade vizinha - a Woodbridge Winery nasceu.

Mais informações acesse:



Degustado em: 2017