Mostrando postagens com marcador Montepulciano. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Montepulciano. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Passo Dei Sani Rosso Premium 2019

 

Quando falamos em vinhos da famosa região italiana de Abruzzo, logo associamos para quem conhece a região, com a casta mais famosa: Montepulciano! Tão famosa que carrega em seu nome o nome da cidade.

Mas a região ainda é capaz de nos reservar algumas gratas novidades, mesmo que muito famosa e que, em tese, já ofereceu tudo que tinha de oferecer. Mas o rótulo de hoje é da icônica região italiana de Abruzzo, mas a sua sub-região é totalmente nova para mim: Falo da Comuna de Chieti.

Terre di Chieti, uma IGT, é pouco conhecida por aqui, pelo menos para mim que, no auge da ignorância, foi conhecer apenas por intermédio desse rótulo que adquiri por um valor excepcional! Será que o vinho seguirá na mesma toada?

Então sem mais delongas vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio da região italiana de Abruzzo, na Itália, na comuna de Chieti, e se chama Passo dei Sani composto pelas castas Montepulciano (85%), Merlot (5%), Cabernet Sauvignon (5%) e Sangiovese (5%) da safra 2019. E para não perder o costume vamos de história: Abruzzo e Chieti.

Abruzzo

Abruzzo é uma região emergente na Itália, conhecida principalmente pelos saborosos vinhos Montepulciano d’Abruzzo, que podem ser exemplares muito agradáveis e cheios de fruta, com ótima acidez e, por vezes, excelente relação qualidade e preço.

Localizada na parte centro-oriental da Itália peninsular, a região de Abruzzo possui fundamental importância para a vinicultura italiana. Abruzzo é a quinta maior área produtora de vinhos italianos. A produção de vinhos anual da região é quase duas vezes maior do que a produção de Toscana, ainda que Abruzzo apresente cerca de metade da área de vinhedos plantados.


Abruzzo

A área de vinha em Abruzzo ultrapassa os 32.000 hectares, dos quais quase 96% está localizado na serra, enquanto 4% é representado pela viticultura de montanha. Como forma de criação, a Pergola, localmente denominada “Capanna”, ainda é muito difundida, enquanto sistemas obsoletos como a maritate de Alberate deram lugar a sistemas de formação mais modernos, como a Controspalliera, Cordone speronato e Guyot. A produção total de vinho excede 2,6 milhões de hectolitros, dos quais mais de 30% são denominações DOC e DOCG.

A uva de maior predominância nos vinhedos de Abruzzo é a uva Montepulciano que pode originar excelentes vinhos tintos. Outra casta que também pode ser encontrada nos vinhedos da região italiana é a uva branca Trebbiano, que dá origem a outro vinho famoso da área, o Trebbiano d’Abruzzo.

O vinho tinto Montepulciano d’Abruzzo não é somente o símbolo da região de Abruzzo, como também é um dos vinhos italianos mais comercializados em todo o mundo. Em 1968, o exemplar recebeu a DOC Montepulciano d’Abruzzo. Tal denominação abrange a maior parte da região italiana.

Desde os anos 1960, depois de ter sido reconhecido pelo “DOC”, os vinhos da Abruzzo tornaram-se progressivamente conhecidos no mundo.

As denominações de origem mais conhecidas são: Montepulciano d’Abruzzo Colline Teramane DOCG, Abruzzo DOC, Cerasuolo d’Abruzzo DOC, Controguerra DOC, Montepulciano d’Abruzzo DOC, Ortona DOC, Terre Tollesi DOCG, Trebbiano d’Abruzzo DOC, Villamagna DOC, Colli Aprutini IGT, Colli del Sangro IGT, Colline Frentane IGT, Colline Pescaresi IGT, Colline Teatine IGT, Del Vastese (o Histonium) IGT, Terre Aquilane IGT e Terre di Chieti IGT. Em suma existe em Abruzzo apenas uma denominação DOCG, Montepulciano d’Abruzzo delle Colline Teramane DOCG, 8 denominações DOC e 8 denominações IGT.

O relevo da região é formado por colinas e montanhas, incluindo a imponente cordilheira dos Appennini, cuja altitude ultrapassa os 2.000 m. Abruzzo possui 150 km de costa, com características bastante peculiares: ao norte, o cenário é baixo e retilíneo, composto por terrenos amplos e arenosos; já na parte sul, encontram-se terrenos marcados por uma densa vegetação mediterrânea.

A região de Abruzzo apresenta, portanto, clima marítimo e continental, com temperatura média anual variando entre 8 e 12ºC na zona das montanhas, e 12 e 16ºC na parte marítima.

Os melhores vinhos Montepulcianos são da parte norte da região de Abruzzo, onde a cordilheira dos Apeninos (Appennini) aproxima-se do mar. Dentre os 500 mil hectolitros do vinho Montepulciano d’Abruzzo produzidos anualmente, cerca de dois terços provêm do distrito de Chieti.

A uva Montepulciano apresenta coloração profunda, baixa acidez e taninos doces, conferindo aos vinhos caráter frutal delicado que o torna bom enquanto jovem. No entanto, os exemplares elaborados a partir da uva Montepulciano podem ser degustados também com 10 anos de vida.

Vale aqui também uma pertinente informação: Apesar do nome, a uva Montepulciano não tem nada a ver com a cidade de mesmo nome localizada em outra região da Itália, a Toscana. Lá são produzidos os vinhos Rosso di Montepulciano e Nobile de Montepulciano, mas que não são feitos com a uva Montepulciano, apenas levam esse nome em referência à cidade.

Terre di Chieti (IGT)

Terre di Chieti IGT é um título de Indicazione Geografica Tipica / Protetta para a província de Chieti de Abruzzo, Itália central. Foi criado em 1995, quando a categoria IGT foi lançada pela primeira vez na Itália. É complementado pelo título mais específico do local, Colline Teatine IGT, que se concentra apenas nas colinas ao redor da cidade de Chieti, a capital da província.

Chieti

Os regulamentos de produção para todos os títulos IGT/IGP são flexíveis em comparação com DOCs e DOCGs. Os vinhos “Terre di Chieti” podem (em teoria) ser qualquer coisa, desde brancos secos e rosés doces até tintos e espumantes. No entanto, a maioria são vinhos de mesa secos feitos a partir de apenas um punhado de castas clássicas. Algumas delas já estabelecidas na região, outras são importações comerciais de outras regiões vitivinícolas.

Os vinhos tintos são predominantemente baseados em Sangiovese, Montepulciano e Merlot. Essa ênfase não é surpreendente, afinal a Montepulciano é de longe a variedade de uva mais plantada em Abruzzo. A Sangiovese é uma uva para vinho tinto italiana clássica e confiável que prospera no terroir local. Merlot é um prazer para todos e um componente de mistura útil.

Em um cenário semelhante, Chardonnay, Pecorino e Pinot Grigio compõem a maioria dos vinhos brancos. A primeira é indiscutivelmente a uva para vinho mais comercializável do mundo e cresce bem em Chieti, tornando-a uma opção óbvia.

Pecorino é uma variedade de uva branca central em todo Abruzzo e Marche apenas ao norte. Tornou-se um grampo dos IGTs locais, principalmente do Colline Teatine e do Colline Pescaresi que cercam Pescara. As plantações de Pinot Grigio cresceram em muitas partes da Itália desde 2000, não apenas no coração do Nordeste.

Além disso, os regulamentos da IGT permitem a produção de vinhos monovarietais a partir de uma variedade relativamente ampla de outras uvas. Estes incluem clássicos locais como Passerina, Cococciola, Bombino Bianco e Falanghina, bem como o mundialmente popular Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc.

1.786 hectares (4.411 acres) de vinhedos foram registrados para a classificação em 2015. A produção para o ano seguinte foi de cerca de 1.670.000 casos.

E agora finalmente o vinho!

Na taça entrega um vermelho rubi intenso, profundo, mas que apresenta algum brilho, com lágrimas grossas, lentas e em profusão.

No nariz revela aromas frutados, garantido pela Cabernet Sauvignon e Merlot, de frutas pretas maduras, com destaque para ameixas e cerejas. Um discreto amadeirado, devido ao pequeno lote que estagiou em barricas de carvalho é percebido, trazendo baunilha. Percebem-se também especiarias, como pimenta, couro, tabaco, graças a Montepulciano e a Sangiovese.

Na boca tem corpo médio, boa estrutura, alcoólico, mas sem agredir, trazendo bom volume, algo de untuoso, traz também um agradável e discreto residual de açúcar que marca também a sua presença. Tem as notas frutadas, como no aspecto olfativo, bem como a madeira, taninos pujantes, mas domados, acidez média e um final persistente e saboroso.

Mais uma descoberta, mais conhecimento adquirido, mais uma grata e satisfatória degustação, que surpreendente experiência com esse vinho que é um verdadeiro rótulo com excelente custo X benefício. Um vinho de Abruzzo que carrega, em sua predominância, a mais emblemática das castas de Abruzzo: a Montepulciano. E por ter a predominância da cepa, traz as notas frutadas, mesclada a uma marcante personalidade. Castas autóctones e as mais famosas cepas francesas e do mundo! Belo vinho! Tem 14% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Conti Sani:                                                                                                

A Conti Sani representa a paixão e o profissionalismo com que os seus viticultores cuidam das vinhas e vinhos todos os dias. As uvas produzidas e criteriosamente selecionadas são transportadas para as adegas de última geração para uma produção total de mais de 100 milhões de garrafas por ano. Na Itália, a Conti Sani está entre os líderes em varejo moderno.

A Conti Sani foi fundada em Verona em 1991 a partir da união estratégica de algumas das realidades mais importantes do setor vitivinícola das regiões vinícolas mais conhecidas da Itália.

Até à data, a Conti Sani pode ostentar uma vasta área de produção, uma das maiores do setor vitivinícola, podendo contar com uma área de vinha de: 2.600 hectares na Toscana, 840 hectares no Veneto, 420 hectares na Puglia, 340 hectares na Sicília, 240 hectares no Piemonte, 800 hectares na Emilia Romagna e 200 hectares em Abruzzo.

Mais informações acesse:

https://contisani.it/

Referências:

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/abruzzo

“Vinho Italiano.com”: https://vinhoitaliano.com/os-vinhos-da-regiao-abruzzo/

“RBG Vinhos”: https://www.rbgvinhos.com.br/blog/abruzzo-a-terra-da-uva-montepulciano-uma-das-mais-famosas-da-italia

“Parada 21”: https://parada21.com.br/vinhos-italianos-abruzzo-a-regiao-de-excelentes-vinhos-frutados/

“Wine Searcher: https://www.wine-searcher.com/regions-terre+di+chieti+igt

 

 

 









sábado, 4 de fevereiro de 2023

Rilievo Montepulciano D'Abruzzo 2019

 

Como que uma casta autóctone, de caráter puramente regional consegue ganhar o mundo em respeitabilidade e credibilidade? Centros de produção vinícolas tradicionais e milenares como a Itália, Portugal e Espanha conseguem esses feitos, de exportar para o mundo as suas castas.

E há uma casta italiana que sintetiza a sua importância para o país e que tem uma forte relevância no mundo graças a sua qualidade e melhor: a sua versatilidade! Ela pode agradar aos paladares mais simples, pois traz muita fruta, porém tem personalidade, mostrando taninos mais gulosos, cheios e vivazes, além de uma boa acidez.

E como de costume na Itália, ela carrega o nome da cidade onde reina absoluta e com isso catapulta para o mundo a cidade, os seus costumes, cultura e aptidão para a concepção de grandes vinhos: Falo da Montepulciano e da cidade de Abruzzo.

E para se ter uma noção da importância de Abruzzo, a cidade é considerada a quinta maior área produtora de vinhos italianos. A produção de vinhos na região é quase duas vezes maior do que a produção da emblemática Toscana, ainda que Abruzzo apresente cerca de metade da área de vinhedos plantados.

É isso! Esses números iniciais mostra a importância, a relevância dessa cidade para a Itália, no que tange à produção de vinhos e antes de embarcar profundamente na história da região, preciso fazer um “mea culpa” e admitir que pouco degustei rótulos com a Montepulciano D’Abruzzo. Sequer me recordo a última vez que tive o prazer de degustar um rótulo desta cepa.

Ah sim lembrei! Lembro-me de um rótulo que degustei há longos três anos atrás, aproximadamente, e gostei e se chamava Coppiere Montepulciano D’Abruzzo 2016 e tive, apesar de ser um vinho mais básico, uma ótima experiência.

Então já passou mais do que na hora de repetir a experiência de degustar a nobreza da Montepulciano D’Abruzzo e toda a sua versatilidade e personalidade marcante. Então sem mais delongas vamos às apresentações!

O vinho que degustei e gostei veio, claro, da região italiana de Abruzzo e se chama Rilievo, da casta nobre, muito mais do que nobre, essencial, Montepulciano da safra 2019. Para não perder o costume, vamos também às histórias da região e de sua casta ícone: Abruzzo e Montepulciano.

Abruzzo

Abruzzo é uma região emergente na Itália, conhecida principalmente pelos saborosos vinhos Montepulciano d’Abruzzo, que podem ser exemplares muito agradáveis e cheios de fruta, com ótima acidez e, por vezes, excelente relação qualidade e preço.

Localizada na parte centro-oriental da Itália peninsular, a região de Abruzzo possui fundamental importância para a vinicultura italiana. Abruzzo é a quinta maior área produtora de vinhos italianos. A produção de vinhos anual da região é quase duas vezes maior do que a produção de Toscana, ainda que Abruzzo apresente cerca de metade da área de vinhedos plantados.


Abruzzo

A área de vinha em Abruzzo ultrapassa os 32.000 hectares, dos quais quase 96% está localizado na serra, enquanto 4% é representado pela viticultura de montanha. Como forma de criação, a Pergola, localmente denominada “Capanna”, ainda é muito difundida, enquanto sistemas obsoletos como a maritate de Alberate deram lugar a sistemas de formação mais modernos, como a Controspalliera, Cordone speronato e Guyot. A produção total de vinho excede 2,6 milhões de hectolitros, dos quais mais de 30% são denominações DOC e DOCG.

A uva de maior predominância nos vinhedos de Abruzzo é a uva Montepulciano que pode originar excelentes vinhos tintos. Outra casta que também pode ser encontrada nos vinhedos da região italiana é a uva branca Trebbiano, que dá origem a outro vinho famoso da área, o Trebbiano d’Abruzzo.

O vinho tinto Montepulciano d’Abruzzo não é somente o símbolo da região de Abruzzo, como também é um dos vinhos italianos mais comercializados em todo o mundo. Em 1968, o exemplar recebeu a DOC Montepulciano d’Abruzzo. Tal denominação abrange a maior parte da região italiana.

Desde os anos 1960, depois de ter sido reconhecido pelo “DOC”, os vinhos da Abruzzo tornaram-se progressivamente conhecidos no mundo.

As denominações de origem mais conhecidas são: Montepulciano d’Abruzzo Colline Teramane DOCG, Abruzzo DOC, Cerasuolo d’Abruzzo DOC, Controguerra DOC, Montepulciano d’Abruzzo DOC, Ortona DOC, Terre Tollesi DOCG, Trebbiano d’Abruzzo DOC, Villamagna DOC, Colli Aprutini IGT, Colli del Sangro IGT, Colline Frentane IGT, Colline Pescaresi IGT, Colline Teatine IGT, Del Vastese (o Histonium) IGT, Terre Aquilane IGT e Terre di Chieti IGT. Em suma existe em Abruzzo apenas uma denominação DOCG, Montepulciano d’Abruzzo delle Colline Teramane DOCG, 8 denominações DOC e 8 denominações IGT.

O relevo da região é formado por colinas e montanhas, incluindo a imponente cordilheira dos Appennini, cuja altitude ultrapassa os 2.000 m. Abruzzo possui 150 km de costa, com características bastante peculiares: ao norte, o cenário é baixo e retilíneo, composto por terrenos amplos e arenosos; já na parte sul, encontram-se terrenos marcados por uma densa vegetação mediterrânea.

A região de Abruzzo apresenta, portanto, clima marítimo e continental, com temperatura média anual variando entre 8 e 12ºC na zona das montanhas, e 12 e 16ºC na parte marítima.

Os melhores vinhos Montepulcianos são da parte norte da região de Abruzzo, onde a cordilheira dos Apeninos (Appennini) aproxima-se do mar. Dentre os 500 mil hectolitros do vinho Montepulciano d’Abruzzo produzidos anualmente, cerca de dois terços provêm do distrito de Chieti.

A uva Montepulciano apresenta coloração profunda, baixa acidez e taninos doces, conferindo aos vinhos caráter frutal delicado que o torna bom enquanto jovem. No entanto, os exemplares elaborados a partir da uva Montepulciano podem ser degustados também com 10 anos de vida.

Vale aqui também uma pertinente informação: Apesar do nome, a uva Montepulciano não tem nada a ver com a cidade de mesmo nome localizada em outra região da Itália, a Toscana. Lá são produzidos os vinhos Rosso di Montepulciano e Nobile de Montepulciano, mas que não são feitos com a uva Montepulciano, apenas levam esse nome em referência à cidade.

Montepulciano

A uva-tinta Montepulciano é a segunda tinta mais plantada na Itália, depois da Sangiovese. É uma das variedades utilizadas na elaboração de vinhos incríveis. Pois sua pele é altamente pigmentada, conferindo-lhe uma cor profunda e ricamente colorida.

É uma cepa que geralmente produz bebidas encorpadas, com sabores delicados de frutas negras, como amora, cereja e berris. Também tem um teor alcoólico notável, baixa acidez e taninos suaves. Além de notas de cacau, orégano e, até mesmo, de tabaco.

A uva produz tintos profundos e é adaptável aos estilos de vinificação moderno ou tradicional. A Montepulciano é comumente destinada a vinhos jovens. Entretanto, também pode ser utilizada para a elaboração de bebidas da velha guarda, sendo envelhecidos em barris de carvalho.

Os vinhos tintos de Montepulciano geralmente combinam com uma grande variedade de alimentos devido à acidez elevada natural. No entanto, os sabores robustos de ervas e tabaco costumam exigir alimentos mais ricos e salgados.

A Montepulciano harmoniza bem com os pratos mais populares da Itália, como pizza, bolonhesa e molhos à base de tomate. Harmoniza também com pratos de macarrão com queijo. Além de pratos com cabra ou costela de cordeiro para destacar seu lado saboroso.

Para atingir todo o seu potencial, a Montepulciano precisa de uma longa estação de crescimento para amadurecer completamente, por isso o clima ensolarado das partes central e sul do país são os mais adequados. Quando cultivado no Norte, região mais fresca da Itália, a Montepulciano pode ter um sabor desagradável.

As regiões que cultivam Montepulciano tradicionalmente o misturam com uma porcentagem menor de outras uvas italianas nativas, como Sangiovese e ainda a francesa Syrah. Assim, a denominação de origem do vinho muda de acordo com o percentual mínimo da uva Montepulciano na bebida. São eles:

·         Montepulciano d’Abruzzo DOC (mínimo de 85%);

·         Montepulciano d’Abruzzo Colline Teramane DOCG (mínimo de 90%);

·         Controguerra Rosso DOC (mínimo de 60%).

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi com halos granada e bem lacrimoso, com lágrimas lentas e grossas.

No nariz entregam frutas vermelhas frescas, com destaque para ameixas, cerejas e framboesas, com toques rústicos que lembra especiarias e couro e algo floral.

Na boca é macio, aveludado e equilibrado, mas com alguma personalidade, um vinho com bom volume de boca. A fruta também protagoniza no paladar, com taninos amáveis, redondos, porém presentes, além de média acidez e final persistente de retrogosto frutado.

A personificação da Itália, além da Sangiovese, se mostra na Montepulciano. Então degustar rótulos com essa casta sempre será um grande prazer e o Rilievo, mesmo simples na sua concepção e proposta, entrega o que de fato a cepa deveria entregar em suas mais fiéis características: frutado, especiado, marcante, mas elegante e harmonioso. Assim o é! A Itália com seus apelos regionais que ganham o mundo definitivamente faz com que nos rendamos sempre aos seus rótulos. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Botter:

A vinícola Botter foi fundada por Carlo Botter e sua esposa Maria em 1928 em Fossalta di Piave, uma pequena cidade perto de Veneza. Começou como um pequeno negócio de venda de vinhos locais em barricas e garrafões.

Na década de 60 os dois filhos, Arnaldo e Enzo, ingressaram na Companhia e passaram a comercializar vinhos em garrafas. Aumentaram a presença da Empresa no mercado italiano e - o mais importante - deram vida a um processo gradual de expansão para outros países, que se tornaria a principal fonte de receitas da Empresa.

Na década de 70, a Botter conseguiu acompanhar o crescimento do mercado internacional e expandir sua variedade. Alguns de seus vinhos do Veneto vieram dos vinhedos da família, localizados perto de Treviso.

Nos anos 80, graças a várias colaborações estreitas com produtores locais, Botter começou a fornecer novos vinhos de Abruzzo, Campânia, Puglia e Sicília, oferecendo uma ampla gama de produtos feitos com uvas de vinhas nativas; este foi apenas o ponto de partida da abordagem multiterritorial de Botter que mais tarde se desenvolveria e se espalharia por todo o país, do norte ao sul da Itália.

No final dos anos 90, a terceira geração - Annalisa, Alessandro e Luca - entrou na Companhia e Botter passou a testemunhar uma nova evolução. Foi adotado um modelo de negócio totalmente novo, mais adequado às necessidades de um mercado dinâmico e global.

Hoje, Botter é um dos maiores produtores e exportadores de vinhos italianos:1 em cada 35 garrafas de vinho italiano exportadas para o mundo é produzida por Botter.

Mais informações acesse:

https://www.botter.it/

Referências:

“Blog Famiglia Valduga”: https://blog.famigliavalduga.com.br/conheca-a-uva-montepulciano-e-saiba-tudo-sobre-a-tradicional-variedade-italiana/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/abruzzo

“Vinho Italiano.com”: https://vinhoitaliano.com/os-vinhos-da-regiao-abruzzo/

“RBG Vinhos”: https://www.rbgvinhos.com.br/blog/abruzzo-a-terra-da-uva-montepulciano-uma-das-mais-famosas-da-italia

“Parada 21”: https://parada21.com.br/vinhos-italianos-abruzzo-a-regiao-de-excelentes-vinhos-frutados/

 

 

 

 


sábado, 11 de julho de 2020

Coppiere Montepulciano D'Abruzzo 2016


Nada melhor do que “degustar” a tradição de um país. A tipicidade de um país dentro de um pequeno recipiente, dentro de uma garrafa, mas que revela uma grandiosidade significativa da tipicidade, da cultura vitivinífera de uma emblemática região produtora. Há quem diga que para entender e definir tais quesitos é preciso ter um detalhado conhecimento do terroir de uma região ou de um país, talvez seja verdade, mas o simples fato de saber que está degustando uma casta tradicional, de uma importante região, nos transportamos para aquele país e região, em uma viagem enológica que nos propicia prazer e a sensação, mais do que evidente, de uma celebração, uma genuína ode ao vinho.

A tradição vem da região de Abruzzo, na Itália, a casta é a Montepulciano, e o vinho que degustei e gostei é o Coppiere, um DOC (Denominação de Origem Controlada), da safra 2016, do Grupo Schenk Wineries. Eu havia degustado, um tempo atrás, o Nero d’Avola da Coppiere e tive uma grata surpresa com o vinho, que fiz uma resenha e que pode ser lida aqui: Coppiere Nero D'Avola 2018. Um vinho correto, honesto, bem feito e no que se propôs a entregar foi pleno, perfeito. Então decidi comprar o Montepulciano d’Abruzzo, um tradicional vinho da Velha Bota e o custo X benefício, como o Nero d’Avola, foi surpreendente. Mas antes de falar do vinho, uma breve história da Montepulciano e o seu berço, Abruzzo.

Montepulciano e Abruzzo

Antes de qualquer coisa não confundir a casta Montepulciano com a região chamada Montepulciano que fica na Toscana. A casta Montepulciano tem sua base na região de Abruzzo, já a região Montepulciano traz vinhos com a casta predominante na Toscana, a Sangiovese. A uva tinta Montepulciano é cultivada em regiões da Itália banhadas pelo mar Adriático como Abruzzo, Molise e Marches. Além dos excelentes vinhos varietais que elabora, a Montepulciano dá origem a bons vinhos de corte, especialmente quando é combinada às uvas Sangiovese e Syrah. Os vinhos à base dessa variedade de uva apresentam sabor leve, baixa acidez, taninos suaves e coloração escura e densa. Os aromas mais frequentemente encontrados nesses rótulos são os de cereja, amora preta, notas de cacau e tabaco. Podendo ser consumidos ainda jovens, os vinhos elaborados a partir da uva Montepulciano também são excelentes exemplares de guarda, com a capacidade de envelhecer por décadas. Suas melhores harmonizações se dão com pratos mais encorpados como guisados, carnes de cordeiro ou de porco. Massas que apresentem molhos vermelhos e temperos fortes são ótimas escolhas para acompanhar os vinhos Montepulciano. Seus melhores vinhos Montepulcianos são da parte norte de Abruzzo, sendo que grande parte provém do distrito de Chieti. Assim, a região é considerada uma das maiores produtoras de vinhos italianos, tornando-se fundamental para viticultura do país. Tanto é que eles são comercializados sob a denominação de origem. Abruzzo está localizada na parte centro-oriental da Itália, ela é cercada por uma natureza exuberante e paisagens de tirar o fôlego. Além de vilarejos charmosos e uma culinária que provoca nosso paladar.

Abruzzo, Itália

É uma região montanhosa, formada por várias colinas e quilômetros de praias, incluindo a imponente cordilheira dos Appennini. Dessa forma, Abruzzo apresenta vários microclimas que favorecem as condições ideais para o cultivo de varietais importantes, como a Trebbiano e a Montepulciano. Ao norte, o cenário é composto por terrenos arenosos; já no sul, encontram-se terrenos marcados por uma vegetação mediterrânea. A temperatura média anual varia entre 8 e 12 ºC nas áreas montanhosas e de 12 a 16 ºC na parte marítima.

Agora o vinho!

Na taça um vermelho rubi com reflexos violáceos vivos e brilhantes. Com uma profusão de lágrimas finas, porém que logo se dissipam das paredes do copo, devido, é claro, do baixo teor alcoólico do vinho, característico da casta Montepulciano.

No nariz não é tão aromático, mas traz notas de frutas vermelhas e negras, tais como: cereja, morando, com toques de tabaco, denotando certa rusticidade.

Na boca é seco e, por ser um vinho jovem, é macio, fácil de degustar, leve e agradável. É frutado, tem uma acidez evidente para um tinto, porém equilibrado, não tão elevada, taninos presentes, mas delicados e com uma adstringência discreta sem agredir ao palato. Um retrogosto persistente e frutado.

Um vinho redondo, agradável e com um excelente custo X benefício, o que me parece não ser muito comum, sobretudo vinhos com essa casta ofertadas no Brasil, onde tenho a impressão de que são poucos. E esses poucos rótulos disponíveis para venda no Brasil estão em um preço elevados e que tem a mesma proposta do Coppiere Montepulciano d’Abruzzo, que custou, pasmem: R$ 25,90! Como todo bom vinho italiano é muito gastronômico e harmoniza muito bem com carnes mais gordurosas e encorpadas e massas com temperos mais proeminentes, sendo este último o que usei para a harmonização e ficou fantástico. Nada como uma boa massa com um vinho tradicional italiano. Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Schenk Wineries:

As vinícolas italianas de Schenk são de longe um dos produtores de vinho mais importantes a nível nacional. Fundada em 1952 em Reggio Emilia e transferida em 1960 para Ora, no sul do Tirol, a sede da primeira vinícola está intimamente ligada à área de produção. Este foi o primeiro passo do projeto "Vinícolas Italianas". Através deste projeto, a empresa, anteriormente dedicada ao engarrafamento de vinho a granel, torna-se produtora antes de tudo com o desenvolvimento de “Marcas da terra”, graças à colaboração com pequenos produtores de alta qualidade localizados nessas regiões, historicamente mais vocacionados para produção de vinho como Tirol do Sul, Toscana, Veneto, Sicília, Piemonte, Apúlia e Abruzzo. Em segundo lugar, através da aquisição das vinícolas “Bacio della Luna” em Vidor - Valdobbiadene (Treviso) e “Lunadoro” em Valiano di Montepulciano (Siena). Um caminho evolutivo começou há muitos anos, com o objetivo de fortalecer os laços com a terra e as tradições. Esses valores, juntamente com as fortes oportunidades oferecidas pelo progresso tecnológico, permitem que as vinícolas italianas da Schenk trabalhem de maneira sustentável.

Mais informações acesse:


Fonte sobre a Montepulciano e Abruzzo: