Por outro lado, a adição de uma nova categoria para os
espumantes da região também merece destaque, já que os produtores que
atualmente fazem o método tradicional e que podem rotulá-los como “DO Cava” ou
simplesmente usar o nome “Rioja” para atender a mercados externos.
As classificações relacionadas ao local podem ser usadas em
conjunto com as regras existentes sobre envelhecimento. Seguem:
Viñedos Singulares - A mudança mais significativa na
natureza dos níveis de qualidade da Rioja vem com a adição de uma categoria
completamente nova, chamada Viñedos Singulares. Projetado para destacar o
terroir e as origens do vinho, além de refletir a diversidade da região, foi
lançado em junho de 2017.
A nova categoria pode ser utilizada em conjunto com a
classificação de qualidade existente em Rioja, que diz respeito ao tempo de
estágio de um vinho em barrica e garrafa. Aqueles que optarem por usar a nova
categoria devem estar em conformidade com os seguintes requisitos na etiqueta:
· Nos
rótulos comerciais constarão o nome do vinhedo, que deve ser registrado como
marca.
· O
termo “Viñedo Singular” deve aparecer diretamente abaixo do nome do vinhedo, e
o tamanho do texto não deve ser maior do que a palavra “Rioja” no rótulo.
· Os
selos de garantia no verso da garrafa manterão as classificações tradicionais
de envelhecimento, mas agora também incluirão “Viñedo Singular”.
· O
selo de garantia pode ser “Crianza Viñedo Singular” ou “Gran Reserva Viñedo
Singular”.
Vinos de Municipio e Vinos de Zona - O uso de Vinos de Municipio e
Vinos de Zona é uma atualização da rotulagem de Rioja que já é permitida. As
vinícolas podiam fazer referência à sua zona de produção desde 1998 e nomear a
vila ou cidade desde 1999, porém os critérios não eram claros e foram
aperfeiçoados. Em 2017, houve uma série de alterações a este regulamento com o
objetivo de obter maior visibilidade para as aldeias / vilas e zonas.
As sub-regiões Rioja Alta, Rioja Alavesa e Rioja Oriental
(anteriormente Baja) são agora conhecidas como Zonas. No bojo das alterações o
nome da zona de menor prestígio, a “Rioja Baja”, aproveitou ser rebatizada para
“Rioja Orientale”, numa tentativa de deixar usar um termo considerado
pejorativo pelos produtores, o que evidentemente gerou outra discussão.
Municipios
(municipalidades) / Pueblos (vilas e cidades) ou Zonas agora podem ter o mesmo
tamanho de texto que Rioja no rótulo (anteriormente, eles só podiam ter dois
terços do tamanho da palavra Rioja).
Embora a
rotulagem seja semelhante, haverá uma menção adicional, como “Vino de Haro” ou
“Vino de Samaniego”.
Os
requisitos para Vinos de Zona (Rioja Alta, Rioja Alavesa, Rioja Oriental) são:
· Rastreabilidade
da produção.
· Uma
mudança legal foi submetida para permitir que 15% das uvas venham de uma zona
vizinha (por exemplo, 85% de Rioja Alta e 15% de Rioja Alavesa).
· No
caso de compra de uvas (até 15% conforme indicado acima), a vinícola deve ter
parceria comercial há pelo menos 10 anos. Pode ter o mesmo tamanho de texto que
Rioja no rótulo.
Os
requisitos para Vinos de Municipio são:
· Rastreabilidade
da produção.
· A
vinícola deve estar localizada na aldeia.
· Uma
mudança legal foi submetida para permitir que 15% das uvas venham de uma aldeia
vizinha, embora uma parceria comercial de pelo menos 10 anos seja necessária.
· A
menção do município pode ter o mesmo tamanho de texto que Rioja no rótulo.
Requisitos de envelhecimento - Em julho de 2017, o Consejo Regulador DOCa Rioja introduziu
novos requisitos de envelhecimento para permitir aos produtores uma maior
flexibilidade para o envelhecimento em garrafa.
Um dos baluartes da DOCa Rioja é o uso da madeira, tanto que
os vinhos são denominados qualitativamente de acordo com o tempo que passam em
barrica, indo do genérico, passando pelo Crianza, depois Reserva e, por fim,
Gran Reserva. No entanto, desde 2017, com o surgimento das mudanças, a região
criou uma nova forma de dividir os vinhos qualitativamente ao dar mais ênfase à
sua origem, além do tempo em barrica.
Dessa forma, criou-se a seguinte divisão: vinhos de zona,
vinhos de município e vinhos de vinhedos singulares (que seriam os mais
representativos da região). E esses três tipos de vinhos então são divididos
novamente em quatro categorias: genérico, Crianza, Reserva e Gran Reserva. Uma
das características dos vinhos de Rioja é a aptidão que possuem para o
envelhecimento. De acordo com o processo um vinho é enquadrado nas seguintes
categorias:
Genérico
São geralmente vinhos em seu primeiro ou segundo ano, que
mantêm suas características primárias de frescor e fruta. Esta categoria também
pode incluir outros vinhos que não se enquadram nas categorias de Crianza,
Reserva ou Gran Reserva, embora tenham sido sujeitos a processos de
envelhecimento, uma vez que estes não são certificados pelo Conselho Regulador.
Crianza
São vinhos pelo menos em seu terceiro ano que permaneceram
pelo menos um ano em barris de carvalho. Nos vinhos brancos, o período mínimo
de envelhecimento em barril é de seis meses.
Reserva
Corresponde a vinhos selecionados com um envelhecimento
mínimo entre barricas de carvalho e garrafa de três anos, dos quais um pelo
menos nas primeiras, seguido e complementado com envelhecimento mínimo em
garrafa de seis meses. Nos vinhos brancos, o período de envelhecimento é de
dois anos, dos quais pelo menos seis meses em barris.
Gran Reserva
São vinhos de grandes safras que foram envelhecidos durante
um período total de sessenta meses, com um mínimo de dois anos em barris de
carvalho e dois anos em garrafa. Nos vinhos brancos, o período de envelhecimento
é de quatro anos, dos quais seis meses pelo menos em barrica.
Diante de tantas mudanças e algumas discordâncias entre os
produtores e os demais grupos de interesse o fato é que o mais importante é
provar que a qualidade continua tão boa quanto antes. Para muitos, as mudanças
têm mais a ver com marketing do que propriamente qualidade.
E agora finalmente o vinho!
Na taça revela um intenso e vívido vermelho, com halos
granada, pelo tempo em que estagiou em barricas de carvalho e o tempo em
garrafa, com lágrimas finas, em profusão, que escorrem lentamente no bojo.
No nariz é intenso, elegante, complexo, com frutas pretas e
vermelhas bem maduras, com destaque para cereja, framboesa, ameixa preta, com
as proeminentes notas amadeiradas, graças aos 24 meses que estagiou em barricas
de carvalho, que em plena convergência com a fruta, aporta baunilha, especiarias,
couro, tabaco, cacau, defumado e leve tosta.
Na boca é seco, macio e maduro, o tempo lhe foi gentil, porém
traz marcante personalidade, é cheio em boca, alcoólico, as frutas
protagonizam, como no aspecto olfativo, a madeira se faz presente em uma incrível
sinergia, conferindo ao vinho a complexidade entregando chocolate amargo, com
taninos domados, mas com alguma pegada, acidez correta e final de média
persistência.
Não são apenas as três etapas mais importantes da percepção
de um vinho que vai encantar a quem está degustando os vinhos da linha Faustino
Rivero, mas também a estética de seu rótulo. Já no rótulo o vinho já diz a que
veio, o quão único é este exemplar é para a vinícola. Se revela delicioso e
complexo o leque aromático exibindo frutas maduras, baunilha e tostados, já que
passou por um longo tempo em barricas de carvalho, além de trazer a tipicidade
de um terroir emblemático por intermédio de suas castas típicas. Que as portas
de Rioja se abram sempre pelos seus rótulos. Tem 13,5% de teor alcoólico.
Sobre a Vinícola Faustino Rivero:
A mesma paixão, trabalho árduo e determinação que
caracterizaram os primórdios da jornada da família Rivero na criação de grandes
vinhos cinco gerações atrás estão orgulhosamente no coração de tudo o que a
vinícola faz hoje.
Olegario Rivero, a primeira geração da família, começou a
fazer vinho em uma pequena adega no centro da cidade de Arnedo (La Rioja), em
1899. O vinho que produzia era depois vendido à população local, em odres e
botas.
Esta forma de comercializar o vinho fez com que, anos mais
tarde, a segunda geração, com Agapito Rivero, se especializasse num ofício, o
de sapateiro, necessário numa época em que o vinho era comercializado de uma
forma muito diferente da atual. Além de fabricar botas e odres, os fabricantes
de odres também atendiam os clientes e atuavam como intermediários entre os
vindimadores e os compradores.
Na década de 1940 o negócio da família passou à terceira
geração, composta por Amador e Faustino Rivero, cuja intuição lhes dizia que
poderia haver um grande futuro para o vinho e decidiram dedicar-se
exclusivamente a este negócio.
Compravam uvas em várias cidades de La Rioja Baja, como
Bergasa, Quel, Autol e Aldeanueva de Ebro, para fazer vinho que vendiam a
granel e odres de produção própria, e vendiam diretamente para mercados
próximos, como Soria e Burgos.
Mais tarde, durante a década de 1950, o mercado de Rioja se
expandiu para áreas como o País Basco, Catalunha e Galiza, vendendo o vinho em
tonéis de castanha. Durante este período, a família Rivero continuou a
aperfeiçoar suas técnicas de vinificação, inclusive vendendo para outras empresas
comerciais da Rioja que já comercializavam vinho. Isto deu-lhes a conhecer
novos segmentos de mercado e, em meados da década de 1960, decidiram comprar a
primeira máquina de engarrafamento para vender o seu próprio vinho, dando
origem à marca “Chitón”.
Não foi até o final dos anos 1960 e 1970, coincidindo com o
grande desenvolvimento vivido pelo DOCa. Rioja a partir do último terço do
século XX, para os primeiros vinhos engarrafados sob o nome de Faustino Rivero
Ulecia. No final dos anos 70, a empresa familiar assume um conceito mais
empreendedor, integrando a quarta geração, Agapito e Jesús Rivero, com formação
específica que proporcionou o know-how para o crescimento da adega. A mudança
começou com a construção em 1980 de uma nova e maior adega na periferia da
cidade, permitindo mais espaço para o envelhecimento do vinho.
A década de 1980 e 1990 foi fundamental para a expansão da
vinícola, tornando-se pioneira na exportação do vinho de Rioja para o exterior
e sendo líder de mercado em países como Dinamarca e Suécia. Em resposta às
necessidades destes mercados, a família começou a interessar-se por outras
regiões vitivinícolas, o que os levou a acabar por fazer o seu próprio vinho em
Navarra e Utiel-Requena.
Sobre a Hacienda y Viñedos Marqués del Atrio:
A família Rivero está de fato relacionada ao mundo do vinho
há mais de um século. Nos anos 40, Amador Rivero, pai dos atuais proprietários,
Agapito e Jesús Rivero, começou então a cultivar videiras e a produzir vinho
profissionalmente em sua vinícola Faustino Rivero Ulecia, em Arnedo (na região
de La Rioja).
Em 2003, a Família Rivero decidiu construir uma nova
vinícola, Hacienda y Viñedos Marqués del Atrio, S.L., pois o aumento da
vinícola em Arnedo não era possível e a oferta de uvas na área era limitada.
A família escolheu a região de Mendavia, no vale do Ebro,
porque garante uma qualidade suprema das uvas, necessária para atender às
exigências do mercado.
A Rivero Family não vende apenas vinhos com a DOCa Rioja, mas
em 1988 começou a vender vinho engarrafado com DO Navarra produzido em Corella
(em Navarra) e em 1997 vinhos com DO Utiel-Requena produzido em Requena (em
Valência).
Em 2001, pretendendo atender à demanda de vinhos varietais
únicos e de consumo diário, a vinícola começou, portanto, a vender vinhos
regionais. Em 2007, foi dado outro passo e a venda de Cava foi iniciada,
aproveitando dessa forma a oportunidade de expansão na indústria do vinho.
Mais informações acesse:
https://grupomarquesdelatrio.com/en/
https://faustinorivero.com/en/
Referências:
“Revista
Versar”: https://www.revistaversar.com.br/rioja-conheca-a-mais-famosa-regiao-vinicola-da-espanha/
“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/rioja
“Revista
Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/os-grandes-vinhos-de-rioja-na-espanha_12056.html
“Vinoticias”:
https://www.vinoticias.com.br/post/rioja-a-evolu%C3%A7%C3%A3o-do-vinho-na-espanha