Além dos Alpes, outra cordilheira, o Apenino Ligúrio, invade
também seu território. Os rios Pó e Tanaro cruzam suas terras, onde se
encontram as cidades de Torino (capital), Alba, Alessandria, Asti e Novara,
dentre outras. Seu solo é muito variado, com faixas de calcário e areia, outras
de giz e manchas de granito e argila. Ao longo dos rios há presença de solos
aluviais.
O clima é Continental, com estações bem marcadas, invernos
rigorosos e verões quentes. O índice de chuvas é de cerca de 1.000 mm/ano. As
uvas tintas representam dois terços da produção da zona. Além da Nebbiolo,
vamos também encontrar as Barbera (a variedade mais plantada em toda a Itália),
Brachetto, Dolcetto, Grignolino, Freisa e, em menor escala, algumas cepas
francesas, como a Cabernet Sauvignon.
As principais castas brancas são a Arneis, Cortese, Moscato
Bianco, Malvasia, Erbaluce a Chardonnay. O Piemonte produz cinco vinhos DOCG
(Vinhos de Denominazione di Origine Controllata e Garantita), a elite dos
vinhos italianos, são eles: Barolo, Barbaresco, Gattinara, Asti, Brachetto D'
Acqui. Além desses, também saem da região 42 vinhos DOC (Denominazione di
Origine Controllata) e vários Vini da Tavola de boa qualidade.
As sub-regiões do Piemonte
As sub-regiões do Piemonte diferem bastante entre si e possuem
muitas DOC. São elas:
Monferrato
É uma vasta região de colinas, que pode ser dividida em duas
partes bem diferentes:
Basso Monferrato - (Raciocinar ao inverso) é a parte mais
setentrional e de maiores altitudes, com a base pelos 350m e os picos em 700m,
um território muito apropriado para os vinhedos. Aqui predominam a Barbera e a
Grignolino, em vinhos macios e fáceis de beber se comparados aos demais tintos
piemonteses. Em Chieri se produz um Freisa DOC.
DOC: Albugnano, Cisterna d´Asti, Colline Torinesi, Dolcetto
d`Asti , Freisa di Chieri, Gabiano, Grignolino d`Asti, Grignolino del
Monferrato, Malvasia di Casorzo d`Asti, Malvasia di Castelnuovo Don Bosco,
Monferrato, Rubino di Cantavenna , Ruché di Castagnole Monferrato
DOCG: Barbera d`Asti, Barbera del Monferrato,
Alto Monferrato - Ainda raciocinando invertido, aqui estão
altitudes menores, e curiosamente o terreno é mais acidentado, com encostas
mais íngremes e vales mais profundos. Esta conformação estranha tem seu efeito
na viticultura, inicialmente pelo plantio de Barbera e Moscato, seguido das
uvas autóctones como a Cortese, que aqui tem sua melhor expressão, na DOCG
Gavi. Em seguida vem a Dolcetto, com ótimos resultados no entorno de Acqui e
Ovada ambas DOCs. A terceira menção é a Brachetto, muito difundida no passado,
mas hoje restrita a 50 hectares em Strevi. O Alto Monferrato costuma ser
dividido em Monferrato Casalese e Monferrato Astigiano, por suas diferenças de
território.
DOC: Dolcetto d`Acqui, Cortese Dell`Alto Monferrato, Dolcetto
d`Alba, Loazzolo,
DOCG: Asti, Bracchetto d`Acqui (Acqui), Moscato d’Asti, Gavi
(Cortese di Gavi).
Langhe
Tem seu principal centro vitícola em Alba, mas a fama mundial
desta província veio de dois centros menores, Barolo e Barbaresco. É neste
local que a Nebbiolo, já qualificada em outras sub-regiões, se exprime ao nível
mais alto, nestes ícones italianos. Aqui também se produzem os qualificados
Moscato d’Asti, os ótimos Nebbiolo, o Barbera d’Alba e quatro Dolcettos, sendo
o melhor o Dogliani. Para acolher os vinhos menos portentosos, mas muito bons,
existe a DOC Langhe.
DOC: Barbera d`Alba, Dolcetto delle Langhe Monregalesi,
Dolcetto di Dogliani, Dolcetto di Ovada, Dolcetto delle Langhe Monregalesi, Langhe,
Nebbiolo d`Alba, Verduno Pelaverga (Verduno),
DOCG: Barbaresco, Barolo, Dolcetto delle Langhe Superiore,
Dolcetto di Diano d`Alba (Diano d’Alba), Dolcetto di Ovada Superiore (Ovada)
Roero
É um distrito situado na margem oposta a Alba, tendo como
centros Bra e Canale. Aqui também se planta Nebbiolo, mas as brancas Arneis e
Favorita, que no passado eram usadas em cortes, hoje produzem ótimos varietais.
DOC: Roero e Roero Arneis
Colline Astigniame
Compreendem uma área de vinicultura de grande interesse, situadas
entre Canelli e Nizza, onde se produzem Moscato d`Asti e Barbera d`Asti. Aqui
se diz ter sido inventado o espumante, há mais de um século e que tem aqui seu
maior centro produtivo.
Colli Tortonesi
Estão entre o Alto Monferrato e o Pavese e possuem
características ambientais e culturais típicas do Piemonte. As variedades
principais são a Barbera eCortese, mas têm-se trabalhado outras uvas.
Recentemente foi descoberta a variedade branca Timorasso.
DOC: Colli Tortonese
Colli Saluzzesi
Engloba 9 comunidades em Cuneo nas colinas suaves vale do rio
Po. Aqui se cultivam Barbera e Nebbiolo, e também as variedades Pelaverga e
Quagliano, das quais se produzem varietais.
DOC: Colline Saluzzesi, Pinerolese
Cavanese
Está na região a nordeste de Torino, com duas regiões
vinícolas de importância:
A primeira está centrada no município de Caluso, se
estendendo até as colinas de Ivrea. Aqui predomina a variedade autóctone branca
Erbaluce, que produz um vinho passito tradicional e um branco delicado.
A segunda é a zona de Carema, com vinhedos em terraços com
muros de pedra e pérgolas, cultivando a Nebbiolo.
DOC: Erbaluce di Caluso, Caluso Passito, Cavanese, Carema
Colli Novaresi e Colli Vercellosi
Estão situadas a noroeste, perto do lago Maggiore, nas
províncias de Biella, Novara e Vercelli, abrigando diversas DOCs, algumas de
alto nível. A mais prestigiada é o Gattinara, tinto famoso desde a corte de
Carlos V, que hoje foi elevada a DOCG, e também a DOC Ghemme.
DOC: Boca, Bramaterra , Colline Novaresi, Coste della Sesia,
Fara, Lessona, Sizzano,
DOCG: Gattinara, Ghemme
DOs Piemonte
Barbera, o “vinho do povo”.
Uma das maiores uvas italianas, ficando atrás apenas da
Sangiovese, a uva Barbera, conhecida anteriormente por produzir vinhos de menor
qualidade, hoje é responsável por vinhos nobres e notáveis. Esta casta passou,
pelos últimos anos, uma verdadeira história de superação. Trata-se da uva que é
responsável pelo vinho que os piemonteses consomem no dia a dia, daí o nome que
foi concedido pelas pessoas da região: “o vinho do povo”.
Acredita-se que a uva Barbera tem origem nas montanhas de
Monferrato, na região central de Piemonte, na Itália. Alguns documentos,
datados entre 1246 e 1277, encontrados na Catedral da Casale Monferrato,
detalham acordos relacionados a vinhedos plantados com “de bonis vitibus
barbexinis”, a uva Barbera.
Contudo, um ampelógrafo chamado Pierre Viala especula que ela
se originou em Oltrepò Pavese, na região da Lombardia. Nos séculos 19 e 20,
ondas de imigrantes italianos trouxeram esta cepa para a Califórnia, Argentina
e outros lugares nas Américas. Em 1985, um evento trágico relacionado à uva
Barbera envolveu produtores adicionando ilegalmente metanol aos vinhos.
Esta ação causou declínio no plantio e vendas da uva. Isto
levou a Montepulciano tomar o posto da uva Barbera no meio da década de 90.
Anteriormente considerada uva de vinhos inferiores, até o escândalo de Relações
Públicas nas décadas de 80 e 90, a uva Barbera tomou um rumo de superação muito
interessante.
Frutado, ele tem gosto de cerejas, morangos e framboesas.
Quando jovem, o vinho Barbera pode ter aroma de mirtilos também. Com pouco
tanino e alta acidez natural, a uva Barbera é uma boa pedida para harmonizar
vinhos com alimentos ricos e reconfortantes, como queijos, carnes e cogumelos.
Além de Piemonte, a uva Barbera é cultivada em outras regiões
da Itália, como Campania, Emilia-Romagna, Puglia, Sardenha e Sicília, somando
52.600 acres de plantação. O vinho Pomorosso 2008, do produtor Coppo, é famoso
por transformar a Barbera em uma casta nobre - elegante, também é reconhecido
como um dos melhores tintos italianos.
Fora do país, a Argentina, a Austrália, os Estados Unidos e
até mesmo o Brasil são outros produtores conhecidos de vinhos de qualidade com
a Barbera. Em regiões quentes, como a Califórnia, nos EUA, destacam-se toques
de ameixa, além do sabor frutado de cereja.
E agora finalmente o vinho!
Na taça apresenta um rubi intenso, com brilho, reluzente, com
halos violáceos e lágrimas finas, em profusão, mais rápidas.
No nariz traz aromas agradáveis de frutas vermelhas frescas,
com destaque para framboesa, groselha e morangos, com nuances florais e um
toque especiado, algo como ervas, um toque herbáceo.
Na boca é leve, fresco, saboroso, jovem, com as notas
frutadas replicadas como no aspecto olfativo, com taninos amáveis, dóceis e
domados, com uma acidez média que corrobora o seu frescor e leveza. Tem um
final de média persistência e de retrogosto frutado.
E agora finalmente o vinho!
Na taça apresenta um rubi intenso, com brilho, reluzente, com
halos violáceos e lágrimas finas, em profusão, mais rápidas.
No nariz traz aromas agradáveis de frutas vermelhas frescas,
com destaque para framboesa, groselha e morangos, com nuances florais e um
toque especiado, algo como ervas, um toque herbáceo.
Na boca é leve, fresco, saboroso, jovem, com as notas
frutadas replicadas como no aspecto olfativo, com taninos amáveis, dóceis e
domados, com uma acidez média que corrobora o seu frescor e leveza. Tem um
final de média persistência e de retrogosto frutado.
Um Barbera super gastronômico, com notas de frutas vermelhas
frescas, nuances florais e algum toque especiado, além da acidez vivaz que dá
vida a vinhos frescos e saborosos. O estágio em tanques de aço inox contribui
para preservar as características primárias de aromas e sabores, que encantam
no primeiro gole! E viva a leveza! Tem 13% de teor alcoólico.
Sobre a Mondo del Vino:
A Mondo del Vino possui vinícolas de última geração mostrando
seu compromisso dinâmico com a inovação e a sustentabilidade. Seu objetivo é
oferecer aos enófilos um ótimo produto, mas também seguro e justo. Uma forma de
fazer isso é medir o impacto ambiental de seus processos e produtos, bem como a
conscientização sobre o impacto de sua produção.
Desde 2016, a MDV começou a pesar e medir seu impacto
ambiental com a Avaliação do Ciclo de Vida (ISO 14040-44:2006) adotando o que a
Comissão da UE promove: a Pegada Ambiental da Organização (OEF) e a Pegada
Ambiental do Produto (PEF). Ao fazer isso, estão na vanguarda da análise de
desempenho ambiental, com base em uma ferramenta científica, sendo a primeira
vinícola da Europa a adotar a política ecológica da UE.
Combina solidez produtiva, paixão pelas pessoas e
responsabilidade pelos ecossistemas, buscando ser, no mundo, um ponto de
referência da cultura e excelência do vinho italiano, dando sua contribuição
tangível à sua história milenar, para que a Itália se torne o primeiro produtor
no mundo por volumes e, sobretudo por valores.
Mais informações acesse:
https://www.mondodelvino.com/en/
Referências:
“Academia do
Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=PIEMONTE
“Revista
Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/piemonte-grandiosa-regiao-italiana_8360.html
“Vem da
Uva”: https://www.vemdauva.com.br/vinho-barbera-conheca-suas-caracteristicas/
“Enologuia”:
https://enologuia.com.br/uvas/256-uva-barbera-conheca-o-vinho-do-povo
“Blog Art des Caves”: https://blog.artdescaves.com.br/uva-barbera-mais-plantadas-na-italia