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sábado, 9 de novembro de 2024

Enterizo Reserva 2020

 



Vinho: Enterizo Reserva

Safra: 2020

Casta: Bobal, Tempranillo, Cabernet Sauvignon e Garnacha

Região: Utiel-Requena

País: Espanha

Produtor: Bodegas Coviñas

Adquirido: Evino

Valor: R$ 89,90

Teor Alcoólico: 13%

Estágio: 24 meses em barris de carvalho americano

 

Análise:

Visual: revela um rubi escuro, fechado, com reflexos violáceos, além de lágrimas finas, lentas e em profusão, tendo, inclusive, viscosidade.

Nariz: traz aromas frutados, de frutas frescas, denotando a sua jovialidade, com as notas amadeiradas igualmente evidentes, devido a sua longa passagem por barricas, entregando um discreto tostado, baunilha, carvalho, além de especiarias, com destaque para pimenta.

Boca: no início, sem decantar, mostrou-se estruturado, álcool evidente, intenso, com taninos marcados e presentes, mas que logo se equilibrou, porém, mantendo a sua potência e personalidade. As notas frutadas frescas replicam, como no aspecto olfativo, as amadeiradas idem, com destaque para chocolate, mentolado e tostado. A acidez é média e corrobora o seu frescor. O final é persistente.

 

Produtor:

https://covinas.com


segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Insensato Garnacha 2021

 



Vinho: Insensato

Safra: 2021

Casta: Garnacha

Região: Rioja

País: Espanha

Produtor: Bodegas D. Mateos

Adquirido: Wine

Valor: R$ 83,90

Teor Alcoólico: 14,5%

Estágio: 5 meses em barricas de carvalho francês.

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi intenso, fechado, escuro com halos violáceos, além de lágrimas finas, coloridas, lentas e em profusão.

Nariz: mostra-se exuberante em aromas de frutas vermelhas maduras com destaque para o morango, framboesa e groselha, além de toques de especiarias, como pimenta preta, leve amadeirado.

Boca: o vinho se revela jovem, fresco, vibrante, com as notas frutadas em sua plenitude, como no aspecto olfativo, traz taninos macios, dóceis e elegantes, com acidez média, diria tendendo para alta, com um final guloso, longo e persistente.

 

Produtor:


quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Dinastia Manzanos Gran Reserva 2012

 



Vinho: Dinastia Manzanos Gran Reserva

Safra: 2012

Casta: Tempranillo, Garnacha e Graciano

Região: Navarra

País: Espanha

Produtor: Bodegas Manzanos

Adquirido: Evino

Valor: 64,90

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 36 meses em barricas de carvalho francês e americano, além de 3 anos em garrafa antes de sair da vinícola.

 

Análise:

Visual: revela um rubi, ainda intenso, apesar dos seus doze anos de vida, mas já com evidentes atijolados, com profusão de lágrimas finas e lentas.

Nariz: é complexo e traz aromas de frutas vermelhas e pretas maduras, quase em compota, arrisco também frutas secas. As notas amadeiradas são evidentes, mas muito bem integrado ao conjunto do vinho. E a madeira traz o aporte de chocolate, coco queimado, cacau, carvalho. As especiarias entregam algo picante, talvez pimenta preta. As notas terrosas, de terra molhada são perceptíveis, o couro, caixa de charuto e tabaco.

Boca: traz boa estrutura e complexidade, porém o tempo lhe conferiu maciez e elegância. A madeira, igualmente percebida, como no aspecto olfativo, entrega o carvalho, chocolate, baunilha. Tem bom volume de boca, mostrando personalidade, taninos ainda presentes, mas polidos pelo tempo de garrafa, acidez com alguma proeminência e um final longo, cheio e persistente.

 

Produtor:

https://bodegasmanzanos.com/


segunda-feira, 3 de junho de 2024

Marqués de Mejía Reserva Tempranillo e Garnacha 2017

 



Vinho: Marqués de Mejía Reserva

Casta: Tempranillo e Garnacha

Safra: 2017

Região: Rioja

País: Espanha

Produtor: Bodegas del Medievo

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Evino

Valor: R$ 79,90

Estágio: 30 meses em barricas de carvalho.


Análise:

Visual: apresenta um rubi intenso, fechado, escuro, com halos granada e lágrimas finas, lentas e em profusão.

Nariz: aroma intenso e complexo de frutas pretas maduras, com notas amadeiradas que entrega toques defumados, de coco queimado, de baunilha, de cacau, caramelo, mentolado, especiarias, como pimenta preta.

Boca: é igualmente complexo e com média estrutura, mostrando sinergia entre as notas frutadas e a barrica de carvalho que traz o aporte de chocolate meio amargo, da baunilha, de leve tosta, com taninos presentes, mas amáveis, com acidez média e um final cheio, gordo e persistente.

 

Produtor:

https://bodegasdelmedievo.com/en/


quarta-feira, 17 de abril de 2024

La Transición Garnacha 2018

 




Vinho: La Transición

Casta: Garnacha

Safra: 2018

Região: Cebreros

País: Espanha

Produtor: Bodega Soto Manrique

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Wine

Valor: R$ 44,90

Estágio: 10 meses em barricas de carvalho francês.

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi translúcido, claro, com destaque para o granada, denotando seus seis anos de garrafa, além de lágrimas finas, lentas e em profusão.

Nariz: revela um intenso aroma de frutas vermelhas, com destaque para o morango, framboesa, notas herbáceas, especiado, madeira discreta, bem integrada ao conjunto do vinho, baunilha, algo como couro.

Boca: é fresco, macio, elegante, mas com personalidade, cheio, quente, graças aos seus 14% de álcool, porém integrado ao vinho, reproduz-se o frutado, com taninos gentis e uma boa acidez, apesar dos seis anos de garrafa, que corrobora ainda o seu frescor. Final persistente.

 

Produtor:

https://sotomanrique.com/


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Las Campañas Crianza 2018

 



Vinho: Las Campañas Crianza

Casta: Garnacha (50%), Cabernet Sauvignon (30%), Tempranillo (10%) e Merlot (10%)

Safra: 2018

Região: Navarra

País: Espanha

Produtor: Bodegas Manzanos

Teor Alcoólico: 13,5%

Adquirido: Sonoma Vinhos

Valor: R$ 77,20

Estágio: 18 meses em barricas de carvalho francês e americano.

 

Análise:

Visual: reluz um rubi intenso, escuro, com halos granada, além de lágrimas finas e lentas em profusão.

Nariz: oferece aromas notórios de frutas maduras, como ameixa, além da madeira bem destacada, que aporta baunilha, chocolate e um toque de torrefação.

Boca: tem estrutura média, com um bom volume de boca, álcool um pouco proeminente, mas que não incomoda, frutas maduras ganham destaque, tem as notas amadeiradas evidentes, taninos medianos e acidez média, com final longo.

 

Produtor:

https://bodegasmanzanos.com/en/

https://campanasvino.com/


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

El Galayo Garnacha 2018

 




Vinho: El Galayo

Casta: Garnacha

Safra: 2018

Região: Cebreros

País: Espanha

Produtor: Bodega Soto Manrique

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 8 meses em barricas de carvalho

Adquirido: Wine

Valor: R$ 45,90


Análise:

Visual: um rubi de média intensidade, halos granada e lágrimas finas, lentas e abundantes.

Nariz: traz aromas proeminentes de frutas vermelhas maduras, um toque balsâmico, um amadeirado bem integrado ao conjunto do vinho, com notas de tabaco, couro e terra molhada.

Boca: é estruturado, alcoólico, frutado, bom volume de boca, com taninos presentes e marcados e uma ótima acidez, com um final longo e persistente.

 

Produtor:


sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Chateau Saint Pons de Mauchiens Neratius Syrah e Grenache 2018

 

Sempre ouvi, por parte dos “influenciadores” do universo do vinho, que os rótulos franceses, sobretudo de sua mais emblemática e famosa região, Bordeaux, para serem bons, de qualidade, precisam ser caros.

Como sou um homem de extrema humildade e, diante da enorme sapiência desses especialistas, prefiro não entrar nos pormenores, embora acredite piamente que é possível sim, degustar bons rótulos desse país, com preços mais convidativos para a maioria da população brasileira.

Mas convivi com essa “máxima” durante muitos anos, degustando pouquíssimos rótulos franceses, principalmente no período em que estava começando a adentrar no vasto universo do vinho em que não tinha, digamos, maturado, a percepção de que qualidade não precisa andar de mãos dadas com dinheiro, muito dinheiro.

Afinal essa é uma visão míope e arrogante de que vinho bom é vinho caro, porque para alguns aristocratas do vinho, tal bebida serve para ditar regras de etiqueta social. E poucos rótulos deixei de degustar, por um longo tempo, principalmente de Bordeaux, por conta dessa situação.

Então com o passar dos tempos e com o desbravar de informações que desmistificasse tal “máxima” busquei rótulos de Bordeaux com ótimos preços e que pudesse me trazer um retorno satisfatório no que tange à degustação.

Mas com isso descobri outra região da França muito importante para a viticultura local e que atualmente é uma das maiores produtoras de vinho por volume deste país e que, ao longo dos anos, vem se notabilizando, crescendo em qualidade. Falo do Languedoc-Roussillon.

Percebi valores extremamente atraentes e rótulos surpreendentemente bons! Fui degustando rótulo por rótulo e gostando de cada um, independente da proposta e da casta. O último inclusive, foi maravilhosa a degustação, o Antodie, um varietal da Viognier, da safra 2020.

E como o interesse foi crescendo cada vez mais, nada mais natural do que garimpar novos rótulos, ter novas experiências e, mais uma vez, me vi enamorado por outro rótulo que descobri e que, para variar, me surpreendeu positivamente. O vinho que degustei e gostei veio, claro, do Languedoc-Roussillon, e se chama Neratius, composto por um blend tradicional da região, Grenache e Syrah, da safra 2018.

Château Saint Pons de Mauchiens

O Château Saint Pons de Mauchiens não é apenas uma vinícola, é uma ode à majestosidade do vinho francês, situada na venerada região vinícola de Languedoc-Roussillon.

Esta região é um verdadeiro tesouro para os apreciadores de vinho, uma tapeçaria de vinhedos que criam as mais divinas bebidas, como o excepcionalmente rico e complexo Neratius.

Languedoc-Roussillon

Languedoc-Roussillon é uma região francesa localizada na costa do país. Ela faz fronteira com a Espanha e é também chamada apenas de Languedoc. Na Idade Média, os povos que ocupavam o território da França atual tinham duas maneiras de dizer "sim": os do Norte diziam "oïl" e os do Sul diziam "oc".

Dessa forma, o Norte era conhecido como a terra da Língua do Oïl e, o Sul, a terra da Língua do Oc ("Langue d'Oc"). Esse segundo nome persistiu e o território mediterrâneo entre Perpignan e Montpellier, no sul da França, incluindo Narbonne e Carcassone, é até hoje denominado Languedoc.

Languedoc-Roussillon

Durante séculos essa região ensolarada, voltada em forma de anfiteatro para o Mar Mediterrâneo, dedicou-se à produção de volumes enormes de vinhos de mesa populares e baratos, os quais eram servidos em copos, nos bares, ou em jarras de vidro ("pichés"), nos restaurantes franceses, a preço de banana.

Até recentemente, nos anos 1970 e início dos 1980, o Languedoc ainda produzia, na maior parte, vinhos propostos para o consumo massivo. Do ponto de vista vitivinícola, isso era impulsionado pela facilidade com que a uva Carignan, que não se inclui entre as melhores, é cultivada e amadurece nas planícies quentes do anfiteatro mediterrâneo. Ela ocupava grande área de cultivo e sua utilização não conhecia limites.

O prestígio veio depois, por volta dos anos 1980, quando os produtores elevaram a qualidade, chegando a exemplares de tipos variados, com destaque para tintos frutados e robustos, com excelente relação custo e benefício, o melhor da França.

No entanto, passados mais de trinta anos, poucas regiões vinícolas do mundo são tão excitantes para vinhos tintos robustos e frutados a preços convidativos como o Languedoc. Nesse período, vinicultores pioneiros ajudaram a elevar a qualidade para novos níveis. As uvas Syrah, Grenache e Mourvèdre ocuparam o lugar da Carignan e a procura pela qualidade reduziu a primazia dos vinhos populares.

Um cauteloso processo de subdivisão de Languedoc-Roussillon em terroirs reconhecidamente distintos está em andamento há alguns anos, originando as apelações Clairette du Languedoc, La Clape, Picpoul de Pinet, entre outras. Algumas encontram-se bem estabelecidas, com anos de certificação, outras estão conquistando aos poucos seus espaços perante o mundo do vinho.

As cidades de maior destaque do Languedoc são Nîmes, Montpellier, Sète e Bézier e as do Roussillon são Narbonne, Carcassone, Minervois, Saint-Hilaire e Limoux. Essas duas regiões produzem principalmente vinhos tintos, seguidos dos brancos espumantes, brancos doces, brancos tranquilos secos e rosés.

Tradicionalmente, a Carignan é a uva de destaque, mas atualmente muitas outras têm brilhado. Grenache, Mourvèdre, Syrah, Merlot, Cinsault e Cabernet Sauvignon, entres as tintas. Picpoul, Muscat, Maccabéo, Clairette, Rollet, Bouboulenc, Sauvignon Blanc, Viognier, Marsanne e Chardonnay, entre as brancas.

Por causa da boa adaptação de uma grande diversidade de uvas, há uma produção muito variada por lá. Os tintos Vin de Pays d’Oc são deliciosos e cheios de tipicidade. Os brancos são impressionantes, dos secos aos doces. Sem falar do precioso espumante Crémant de Limoux, de estilo similar ao champanhe.

Com exceção do seu extremo oeste, que tem alguma influência atlântica, o clima da região é essencialmente mediterrâneo, com chuvas escassas (geralmente caem em temporais localizados) e verões muito quentes. O maior problema para a viticultura é a seca. O Roussillon é a região mais ensolarada da França, com 325 dias de sol no ano e com os ventos quentes que no verão aceleram a maturação das uvas.

O solo da maior parte da região é do tipo aluvial, exceção feita das partes mais ao norte, afastadas do litoral, e mais a oeste, próxima aos Pirineus, onde os vinhedos estão a altitudes maiores e repousam em solos variados como cascalhoso com seixos, xistoso, arenoso e de pedra calcária.

A virada

No período de 1982 a 1993, sub-regiões como Faugères, Minervois e Limoux enquadram-se como Denominação de Origem Controlada. Corbières, o vinhedo mais amplo da França Meridional, corre atrás com tintos apimentados da Grenache.

Como a quantidade - mais que a qualidade - era a premissa para a maioria dos produtores, isso se constituiu em uma virada no mundo dos vinhos franceses. A melhoria começa timidamente com a vinícola Fortant de France, do empreendedor Robert Skalli. Ele desvia-se da tradição local voltando-se para varietais de Cabernet Sauvignon, Viognier e Chardonnay, mas limita-se a enquadrar seus produtos sob a denominação Vin de Pays d'Oc (vinho regional).

Para encontrar os melhores tintos temos que nos voltar para os terrenos mais elevados. Isso significa, principalmente, os Côteaux du Languedoc, que contam, por sua vez, com diversas subregiões na zona de colinas entre a planície costeira e o Maciço Central. Os melhores tintos do Coteaux são cortes com base na Syrah e na Mourvedre. Propriedades emergentes, como os Châteaux la Roque, de Flaugergues e Puydeval despontam internacionalmente e são recomendados nos EUA, em 2003, pela Wine Spectator.

Outras, com nomes pouco divulgados até então como, por exemplo, os Domaines d'Aupilhac, Magellan e St. Martin de la Garrigue recebem tratamento semelhante. Os vinhos de Gerard Bertrand recebem da revista americana pontuações acima de noventa na sua escala de zero a cem.

A descoberta do Languedoc na Califórnia chega a ponto de Robert Mondavi tentar instalar-se com uma vinícola na região na cidade de Aniane. A prefeitura local socialista, entretanto, rechaça essa possibilidade e não autoriza o empreendimento. No local, instala-se a Maison Nicolas.

Futuras gerações

De modo geral, pode-se confiar de forma consistente em que os tintos contemporâneos do Languedoc, Corbières, Coteaux du Languedoc, Fitou etc, são vinhos equilibrados, potentes e que seu frutado não se deixa suplantar por aromas amadeirados.

Tendo rompido com o passado, a possibilidade do Languedoc de elaborar vinhos de qualidade ainda mais elevada, reconhecidos internacionalmente, dependerá da dedicação da nova geração de vinhateiros ao se expandir pela diversidade de terroirs da região.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um rubi escuro, pouco translúcido, diria, com entornos granada, com lágrimas finas, espaçadas e lentas.

No nariz traz um aroma expressivo de frutas vermelhas e pretas maduras, algo de floral, de violeta, com notas picantes, as especiarias que a Syrah traz, como pimenta, por exemplo, com evidentes aromas terrosos, de terra molhada mesmo, além de couro e talvez tabaco.

Na boca é redondo, aveludado, mas traz alguma intensidade, arriscaria complexidade no paladar, um tanto quanto rústico, com as notas frutadas em profusão, com a terra molhada protagonizando, as especiarias, a pimenta, pimenta preta, com taninos presentes, mas domados pelos seus cinco anos de garrafa, com acidez correta e um final de média persistência.

Cada gole é uma experiência que envolve todos os seus sentidos, uma dança elegante de sabores que definitivamente clama por mais e mais. E o que torna este vinho ainda mais atraente e instigante é que ele vem de uma edição limitada, tornando cada garrafa especial nas degustações. Mais uma vez o Languedoc se revela um primor para os sentidos! Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a vinícola Les Vignerons de la Vicomté

O ambicioso projeto ecoagronômico, “Les Vignerons de la Vicomté”, surgiu em 2014 como parte de uma iniciativa maior denominada “Viticultura, Biodiversidade e Qualidade da Água na região de Hérault”. Inicialmente, a liderança do projeto foi conduzida pela Federação IGP Hérault, passando em 2016 para as mãos da Câmara de Agricultura.

Com foco em dois principais pilares, a “Les Vignerons de la Vicomté” se dedica a:

1-      Promover o uso de técnicas que diminuam a dependência de insumos, principalmente herbicidas, entre os cooperados.

2-      Encorajar as adegas, membros da Les Vignerons de la Vicomté, a produzirem cuvées oriundas de uma viticultura sustentável, que abrange desde práticas convencionais até biológicas.

Abrangendo 45 vilas rurais entre Gignac, ao norte, e Saint Pons de Mauchiens, ao sul, a iniciativa une 1.800 cooperados em 8.000 hectares de vinhedos, resultando na produção de 500.000 hectolitros de vinho por ano.

Os cooperados contam com uma série de ferramentas para auxiliar na transição para práticas mais sustentáveis. Ações como dias de treinamento, fornecimento de informações, conselhos personalizados e demonstrações, ajudam nesse processo. 

Um exemplo foi um evento organizado pela Câmara Hérault de Agricultura e a federação CUMA, com o propósito de apresentar uma série de soluções mecânicas para reduzir a necessidade de herbicidas. Este evento, realizado em Le Pouget, Plaine de l’Estang, atraiu mais de 200 viticultores, refletindo o crescente interesse pelo compromisso ecológico no setor.

Os Vignerons de la Vicomté também estão investindo na criação de um cuvée “ambiental”. Este projeto, parte das Medidas Agroambientais e Climáticas no Vicomté, tem como objetivo desenvolver linhas de vinhos que adotem práticas de baixo consumo.

Os primeiros exemplares, oriundos da safra 2018, estão disponíveis para venda, incluindo uma seleção de Merlot, um IGP Vicomté d’Aumelas Cuvée tinto e uma seleção de Syrah.

Avançando em sua jornada de sustentabilidade, Les Vignerons de la Vicomté está em processo de obter a certificação HVE, reafirmando seu compromisso com a conservação ambiental e atendendo às demandas crescentes de consumidores preocupados com o meio ambiente.

Mais informações acesse:

https://www.cavescooperatives.com/les-vignerons-de-la-vicomte-le-pouget/

Referências:

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/languedoc-roussillon

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=FR14

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/o-vinho-de-languedoc_8053.html

“Revista Sociedade da Mesa”: https://revista.sociedadedamesa.com.br/2021/10/languedoc-roussillon/

“Center Gourmet”: https://centergourmet.com.br/chateau-saint-pons-de-mauchiens-neratius-languedoc-aop-2018/





terça-feira, 13 de junho de 2023

Faustino Rivero Ulecia Reserva Tempranillo e Garnacha 2015

 

Rioja parece ser intransponível para mim. Algo inalcançável, sobretudo pelo valor de seus rótulos em nosso mercado consumidor. Eram escassas as possibilidades de degustação. Não me recordo os primeiros rótulos que degustei de Rioja e tão pouco as circunstâncias que levaram a escolher esses rótulos.

Certamente eram aqueles raríssimos rótulos de entrada, mais simples, que eram de fácil acesso. Na realidade são vários vinhos ofertados da região, sempre foi mais fácil encontra-los, mais o preço para mim era o entrave para degustação, mas até do que a minha dificuldade para encontrar rótulos espanhóis há anos atrás.

Os anos foram passando e Rioja parecia cada vez mais distante, não apenas pelo aspecto logístico, geográfico, mas também em minha adega. Os vinhos espanhóis, como um todo, pareciam ser algo irreal, pouco palpável em minha realidade.

Quando o número de e-commerces foram aumentando e uma competitividade por fatias de mercado foi se configurando, novas perspectivas, novas possibilidade de rótulos espanhóis se descortinavam diante dos meus olhos e, claro, os vinhos de Rioja vieram na mesma toada.

E com esse leque de ofertas ampliando a cada dia, os valores desses vinhos foram ficando mais atrativos para o meu limitado bolso que ansiava para algo mais barato, embora a minha percepção ainda estivesse engessada para riojanos caros e badalados entre a aristocracia do vinho.

Mas com essas possibilidades de um mercado competitivo e “inchado”, fui percebendo que os valores estavam mais justos, condizentes com a minha realidade financeira. Foi o começo de caminhos melhores para Rioja.

Eu queria ousar um pouco e “velejar” pelos rótulos mais complexos, com vocação para guarda e amadeirados, tão famosos em terras riojanas, e passei a aguardar, pacientemente por eventuais promoções ou algo que o valha.

Até que em um famoso e-commerce, famoso por atender a vários públicos em sua faixa de valores, difundiu a promoção de um Rioja Reserva a um preço que considerei espetacular, na faixa de R$ 89,00, principalmente levando em consideração que é um “reserva”. E para “traduzir” essa relação de característica e valor vale a leitura das classificações dos vinhos crianzas, reservas e gran reservas aqui.

Não hesitei e comprei imediatamente! Não sei se teria uma nova chance como essa, então não demorei para fazer a aquisição. O meu único arrependimento não foi ter comprado duas garrafas, até para degustar um e guardar, por mais anos outra e fazer aquela comparação de vinhos com características frutadas e outro mais evoluído.

Ficou por alguns anos na adega, mas hoje decidi desarrolhá-lo e “antecipar” a experiência o quanto antes. Digo antecipar porque era de intenção inicial degusta-lo com pelo menos 10 anos de garrafa, mas não consegui esperar por mais três anos e decidi degustar com seus 7 anos de vida. Não preciso dizer da minha animação e expectativa em degustar um Rioja Reserva de um produtor deveras conhecido por mim, a Marqués del Atrío.

Então sem mais delongas vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio da região de Rioja, na Espanha, e se chama Faustino Rivero Ulecia Reserva, com um corte das principais castas tintas espanholas, Tempranillo e Garnacha, da safra 2015. E para celebrar a experiência significativa sensorial com este rótulo, nada melhor que exaltar a história de Rioja que eleva ao nível máximo a Espanha vitícola.

Rioja: icônica e emblemática

A Espanha é um retalho de diferentes denominações de origem ligadas ao vinho. É o terceiro país que mais produz vinho no mundo, atrás somente de Itália e França. No entanto, é o país com maior área de vinhedos plantada no planeta, com cerca de 1 milhão de hectares.

E diante dessa área enorme e de tantos vinhos serem produzidos em tantos locais diferentes geralmente quando alguém fala sobre vinhos espanhóis, vem à mente da maioria dos enófilos referências como La Rioja, Ribera del Duero, Tempranillo e não muito mais do que isso, o que é uma pena, pois há muito a se descobrir na Espanha.

Mas não se pode negligenciar que Rioja é uma das mais importantes e tradicionais regiões espanholas na produção de vinhos

Está localizada no nordeste do país, às margens do rio Ebro, com 63.593 hectares de vinhedos distribuídos no território das três províncias que margeiam o rio: La Rioja, Álava e Navarra. 100Km de distância separam Haro, a cidade mais ocidental, de Alfaro, a mais oriental. O vale ocupado por vinhedos tem cerca de 40Km de largura máxima.

Três zonas

A DOCa Rioja possui três zonas distintas de produção: Rioja Alta, Rioja Alavesa e Rioja Oriental (até 2018 denominada Rioja Baja). Rioja Alavesa fica a oeste da cidade de Logroño, na margem norte do rio Ebro. Os vinhedos estão em solos predominantemente calcário-arenosos e os vinhos lá produzidos são provavelmente os mais sutis e elegantes da região.

Os climas em Rioja Alta e Rioja Alavesa são bastante similares e, devido à influência do Atlântico, não ocorrem temperaturas extremas. Em Rioja Oriental, a leste de Logroño e na margem sul do Ebro, o clima é mais continental, com verões quentes e invernos rigorosos. Os solos são bastante argilosos e chove pouco. Os vinhos da região costumam ter menor potencial de guarda do que os das outras regiões.

Rioja

Primórdios

As primeiras vinhas desse vale remontam ao período romano e a cultura do vinho foi mantida durante a Idade Média pelos monges. Aliás, Gonzalo de Berceo, monge em San Millan de la Cogolla, considerado o primeiro poeta do idioma castelhano, chegou a exaltar em versos o vinho local. No entanto, durante séculos, a principal cultura local foi a de cereais. O vinho só tomaria lugar de destaque na Idade Moderna, com o aparecimento das cidades e o florescimento do comércio.

O auge, porém, foi com a fundação de vinícolas históricas em meados do século XIX, a chegada da estrada de ferro e dos compradores franceses, devido à crise da filoxera. Enólogos ilustres como Luciano Murrieta (Marqués de Murrieta), Camilo Hurtado de Amezaga (Marqués de Riscal) e Rafael López Heredia (Viña Tondonia) introduziram o conceito de qualidade nos vinhos de Rioja.

Desde então, as vinícolas de Rioja têm estado à frente de muitas revoluções na indústria do vinho espanhol, especialmente durante a revolução tecnológica da década de 1970. A Denominação de Origem Qualificada foi dada em abril de 1991, fazendo com que Rioja se tornasse a primeira região a receber o status de DOCa. A região é tida por muitos especialistas como uma das cinco regiões vinícolas mais importantes do mundo, sendo chamada inclusive de “Bordeaux da Espanha”.

Alguns dos produtores mais progressistas da Espanha estão olhando para o modelo da Borgonha, por exemplo, para aumentar o valor de suas garrafas, concentrando-se na qualidade específica. Esses viticultores estão tentando fazer a rotulagem em torno de certas aldeias e vinhedos aceitos na Espanha como vinhedos ou parcelas diferenciadas por sua qualidade.

Assim sendo, não é difícil entender por que Rioja lançou uma nova campanha de marketing global para destacar uma série de mudanças nos níveis de qualidade e regulamentações da região - mas o que é diferente e por quê?

O conselho regulador de Rioja criou um slogan em espanhol que significa "saber quem você é", como parte de uma reformulação da marca para a região, que segue uma série de regras regulatórias destinados a estender a oferta de Rioja.

Entre estas estão uma série de novas indicações, incluindo Vinos de Zona, Vinos de Municipio (Pueblo), Viñedos Singulares, Espumosos de Calidad de Rioja, bem como novos requisitos de envelhecimento para vinhos Reserva e Gran Reserva, e a produção permitida de vinhos brancos monovarietais.

Os critérios de classificação dos vinhos da Rioja, até 2017 era, basicamente o processo de envelhecimento. Eram 4 categorias: Joven, Crianza, Reserva e Gran Reserva. Mudanças drásticas ocorreriam para determinar uma nova estrutura para a região, com destaque às diferentes amplitudes das classificações relacionadas ao terroir. E essas novas indicações precisariam ser utilizadas em conjunto com as regras existentes, que dizem respeito ao tempo, ao estágio desse vinho, seja em garrafa ou em barricas ou ambos.

Vale registrar que a classificação pelo método de envelhecimento não mudou. Continuam valendo as quatro categorias anteriormente citada. Apenas o nome da categoria de entrada, que era chamada de Joven, foi alterada para “Genérico”, o que tem trazido muita discussão sobre o termo.

A mudança se deu com a introdução de uma nova dimensão: a localização do vinhedo, que vai desde toda a região da Rioja, passando pela zona de produção, município e um vinhedo único. As novas zonas: Rioja “genérico”; Vinos de Zona; Vinos de Municipio e, no centro, Viñedos Singulares

Basicamente o que se busca é explicar melhor as diferenças de terroir. A pirâmide acima, teoricamente, reflete a qualidade do vinho. Quanto mais específico for a localização, mais nobre tenderá a ser o vinho. Esse é exatamente o conceito criado pelos monges religiosos que ao longo de séculos, desde a idade média, esquadrinharam e classificaram cada pedaço de terra na Borgonha. Nesse sentido, pode-se dizer que o “Viñedo Singular” da Rioja tem como objetivo ser equivalente a um “Grand Cru” ou “Premier Cru” da Borgonha.

Por outro lado, a adição de uma nova categoria para os espumantes da região também merece destaque, já que os produtores que atualmente fazem o método tradicional e que podem rotulá-los como “DO Cava” ou simplesmente usar o nome “Rioja” para atender a mercados externos.

As classificações relacionadas ao local podem ser usadas em conjunto com as regras existentes sobre envelhecimento. Seguem:

Viñedos Singulares - A mudança mais significativa na natureza dos níveis de qualidade da Rioja vem com a adição de uma categoria completamente nova, chamada Viñedos Singulares. Projetado para destacar o terroir e as origens do vinho, além de refletir a diversidade da região, foi lançado em junho de 2017.

A nova categoria pode ser utilizada em conjunto com a classificação de qualidade existente em Rioja, que diz respeito ao tempo de estágio de um vinho em barrica e garrafa. Aqueles que optarem por usar a nova categoria devem estar em conformidade com os seguintes requisitos na etiqueta:

·              Nos rótulos comerciais constarão o nome do vinhedo, que deve ser registrado como marca.

·         O termo “Viñedo Singular” deve aparecer diretamente abaixo do nome do vinhedo, e o tamanho do texto não deve ser maior do que a palavra “Rioja” no rótulo.

·        Os selos de garantia no verso da garrafa manterão as classificações tradicionais de envelhecimento, mas agora também incluirão “Viñedo Singular”.

·             O selo de garantia pode ser “Crianza Viñedo Singular” ou “Gran Reserva Viñedo Singular”.

Vinos de Municipio e Vinos de Zona - O uso de Vinos de Municipio e Vinos de Zona é uma atualização da rotulagem de Rioja que já é permitida. As vinícolas podiam fazer referência à sua zona de produção desde 1998 e nomear a vila ou cidade desde 1999, porém os critérios não eram claros e foram aperfeiçoados. Em 2017, houve uma série de alterações a este regulamento com o objetivo de obter maior visibilidade para as aldeias / vilas e zonas.

As sub-regiões Rioja Alta, Rioja Alavesa e Rioja Oriental (anteriormente Baja) são agora conhecidas como Zonas. No bojo das alterações o nome da zona de menor prestígio, a “Rioja Baja”, aproveitou ser rebatizada para “Rioja Orientale”, numa tentativa de deixar usar um termo considerado pejorativo pelos produtores, o que evidentemente gerou outra discussão.

Municipios (municipalidades) / Pueblos (vilas e cidades) ou Zonas agora podem ter o mesmo tamanho de texto que Rioja no rótulo (anteriormente, eles só podiam ter dois terços do tamanho da palavra Rioja).

Embora a rotulagem seja semelhante, haverá uma menção adicional, como “Vino de Haro” ou “Vino de Samaniego”.

Os requisitos para Vinos de Zona (Rioja Alta, Rioja Alavesa, Rioja Oriental) são:

·            Rastreabilidade da produção.

·          Uma mudança legal foi submetida para permitir que 15% das uvas venham de uma zona vizinha (por exemplo, 85% de Rioja Alta e 15% de Rioja Alavesa).

·           No caso de compra de uvas (até 15% conforme indicado acima), a vinícola deve ter parceria comercial há pelo menos 10 anos. Pode ter o mesmo tamanho de texto que Rioja no rótulo.

Os requisitos para Vinos de Municipio são:

·            Rastreabilidade da produção.

·            A vinícola deve estar localizada na aldeia.

·       Uma mudança legal foi submetida para permitir que 15% das uvas venham de uma aldeia vizinha, embora uma parceria comercial de pelo menos 10 anos seja necessária.

·            A menção do município pode ter o mesmo tamanho de texto que Rioja no rótulo.

Requisitos de envelhecimento - Em julho de 2017, o Consejo Regulador DOCa Rioja introduziu novos requisitos de envelhecimento para permitir aos produtores uma maior flexibilidade para o envelhecimento em garrafa.

Um dos baluartes da DOCa Rioja é o uso da madeira, tanto que os vinhos são denominados qualitativamente de acordo com o tempo que passam em barrica, indo do genérico, passando pelo Crianza, depois Reserva e, por fim, Gran Reserva. No entanto, desde 2017, com o surgimento das mudanças, a região criou uma nova forma de dividir os vinhos qualitativamente ao dar mais ênfase à sua origem, além do tempo em barrica.

Dessa forma, criou-se a seguinte divisão: vinhos de zona, vinhos de município e vinhos de vinhedos singulares (que seriam os mais representativos da região). E esses três tipos de vinhos então são divididos novamente em quatro categorias: genérico, Crianza, Reserva e Gran Reserva. Uma das características dos vinhos de Rioja é a aptidão que possuem para o envelhecimento. De acordo com o processo um vinho é enquadrado nas seguintes categorias:

Genérico

São geralmente vinhos em seu primeiro ou segundo ano, que mantêm suas características primárias de frescor e fruta. Esta categoria também pode incluir outros vinhos que não se enquadram nas categorias de Crianza, Reserva ou Gran Reserva, embora tenham sido sujeitos a processos de envelhecimento, uma vez que estes não são certificados pelo Conselho Regulador.

Crianza

São vinhos pelo menos em seu terceiro ano que permaneceram pelo menos um ano em barris de carvalho. Nos vinhos brancos, o período mínimo de envelhecimento em barril é de seis meses.

Reserva

Corresponde a vinhos selecionados com um envelhecimento mínimo entre barricas de carvalho e garrafa de três anos, dos quais um pelo menos nas primeiras, seguido e complementado com envelhecimento mínimo em garrafa de seis meses. Nos vinhos brancos, o período de envelhecimento é de dois anos, dos quais pelo menos seis meses em barris.

Gran Reserva

São vinhos de grandes safras que foram envelhecidos durante um período total de sessenta meses, com um mínimo de dois anos em barris de carvalho e dois anos em garrafa. Nos vinhos brancos, o período de envelhecimento é de quatro anos, dos quais seis meses pelo menos em barrica.

Diante de tantas mudanças e algumas discordâncias entre os produtores e os demais grupos de interesse o fato é que o mais importante é provar que a qualidade continua tão boa quanto antes. Para muitos, as mudanças têm mais a ver com marketing do que propriamente qualidade.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um intenso e vívido vermelho, com halos granada, pelo tempo em que estagiou em barricas de carvalho e o tempo em garrafa, com lágrimas finas, em profusão, que escorrem lentamente no bojo.

No nariz é intenso, elegante, complexo, com frutas pretas e vermelhas bem maduras, com destaque para cereja, framboesa, ameixa preta, com as proeminentes notas amadeiradas, graças aos 24 meses que estagiou em barricas de carvalho, que em plena convergência com a fruta, aporta baunilha, especiarias, couro, tabaco, cacau, defumado e leve tosta.

Na boca é seco, macio e maduro, o tempo lhe foi gentil, porém traz marcante personalidade, é cheio em boca, alcoólico, as frutas protagonizam, como no aspecto olfativo, a madeira se faz presente em uma incrível sinergia, conferindo ao vinho a complexidade entregando chocolate amargo, com taninos domados, mas com alguma pegada, acidez correta e final de média persistência.

Não são apenas as três etapas mais importantes da percepção de um vinho que vai encantar a quem está degustando os vinhos da linha Faustino Rivero, mas também a estética de seu rótulo. Já no rótulo o vinho já diz a que veio, o quão único é este exemplar é para a vinícola. Se revela delicioso e complexo o leque aromático exibindo frutas maduras, baunilha e tostados, já que passou por um longo tempo em barricas de carvalho, além de trazer a tipicidade de um terroir emblemático por intermédio de suas castas típicas. Que as portas de Rioja se abram sempre pelos seus rótulos. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Faustino Rivero:

A mesma paixão, trabalho árduo e determinação que caracterizaram os primórdios da jornada da família Rivero na criação de grandes vinhos cinco gerações atrás estão orgulhosamente no coração de tudo o que a vinícola faz hoje.

Olegario Rivero, a primeira geração da família, começou a fazer vinho em uma pequena adega no centro da cidade de Arnedo (La Rioja), em 1899. O vinho que produzia era depois vendido à população local, em odres e botas.

Esta forma de comercializar o vinho fez com que, anos mais tarde, a segunda geração, com Agapito Rivero, se especializasse num ofício, o de sapateiro, necessário numa época em que o vinho era comercializado de uma forma muito diferente da atual. Além de fabricar botas e odres, os fabricantes de odres também atendiam os clientes e atuavam como intermediários entre os vindimadores e os compradores.

Na década de 1940 o negócio da família passou à terceira geração, composta por Amador e Faustino Rivero, cuja intuição lhes dizia que poderia haver um grande futuro para o vinho e decidiram dedicar-se exclusivamente a este negócio.

Compravam uvas em várias cidades de La Rioja Baja, como Bergasa, Quel, Autol e Aldeanueva de Ebro, para fazer vinho que vendiam a granel e odres de produção própria, e vendiam diretamente para mercados próximos, como Soria e Burgos.

Mais tarde, durante a década de 1950, o mercado de Rioja se expandiu para áreas como o País Basco, Catalunha e Galiza, vendendo o vinho em tonéis de castanha. Durante este período, a família Rivero continuou a aperfeiçoar suas técnicas de vinificação, inclusive vendendo para outras empresas comerciais da Rioja que já comercializavam vinho. Isto deu-lhes a conhecer novos segmentos de mercado e, em meados da década de 1960, decidiram comprar a primeira máquina de engarrafamento para vender o seu próprio vinho, dando origem à marca “Chitón”.

Não foi até o final dos anos 1960 e 1970, coincidindo com o grande desenvolvimento vivido pelo DOCa. Rioja a partir do último terço do século XX, para os primeiros vinhos engarrafados sob o nome de Faustino Rivero Ulecia. No final dos anos 70, a empresa familiar assume um conceito mais empreendedor, integrando a quarta geração, Agapito e Jesús Rivero, com formação específica que proporcionou o know-how para o crescimento da adega. A mudança começou com a construção em 1980 de uma nova e maior adega na periferia da cidade, permitindo mais espaço para o envelhecimento do vinho.

A década de 1980 e 1990 foi fundamental para a expansão da vinícola, tornando-se pioneira na exportação do vinho de Rioja para o exterior e sendo líder de mercado em países como Dinamarca e Suécia. Em resposta às necessidades destes mercados, a família começou a interessar-se por outras regiões vitivinícolas, o que os levou a acabar por fazer o seu próprio vinho em Navarra e Utiel-Requena.

Sobre a Hacienda y Viñedos Marqués del Atrio:

A família Rivero está de fato relacionada ao mundo do vinho há mais de um século. Nos anos 40, Amador Rivero, pai dos atuais proprietários, Agapito e Jesús Rivero, começou então a cultivar videiras e a produzir vinho profissionalmente em sua vinícola Faustino Rivero Ulecia, em Arnedo (na região de La Rioja).

Em 2003, a Família Rivero decidiu construir uma nova vinícola, Hacienda y Viñedos Marqués del Atrio, S.L., pois o aumento da vinícola em Arnedo não era possível e a oferta de uvas na área era limitada.

A família escolheu a região de Mendavia, no vale do Ebro, porque garante uma qualidade suprema das uvas, necessária para atender às exigências do mercado.

A Rivero Family não vende apenas vinhos com a DOCa Rioja, mas em 1988 começou a vender vinho engarrafado com DO Navarra produzido em Corella (em Navarra) e em 1997 vinhos com DO Utiel-Requena produzido em Requena (em Valência).

Em 2001, pretendendo atender à demanda de vinhos varietais únicos e de consumo diário, a vinícola começou, portanto, a vender vinhos regionais. Em 2007, foi dado outro passo e a venda de Cava foi iniciada, aproveitando dessa forma a oportunidade de expansão na indústria do vinho.

Mais informações acesse:

https://grupomarquesdelatrio.com/en/

https://faustinorivero.com/en/

Referências:

“Revista Versar”: https://www.revistaversar.com.br/rioja-conheca-a-mais-famosa-regiao-vinicola-da-espanha/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/rioja

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/os-grandes-vinhos-de-rioja-na-espanha_12056.html

“Vinoticias”: https://www.vinoticias.com.br/post/rioja-a-evolu%C3%A7%C3%A3o-do-vinho-na-espanha