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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Valdemiz Reserva Ancellotta 2018

 



Vinho: Valdemiz Reserva

Safra: 2018

Casta: Ancellotta

Região: Flores da Cunha, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Vinícola Monte Reale

Adquirido: Site Vinhos Nacionais

Valor: R$ 76,50

Teor Alcoólico: 13%

Estágio: 18 meses em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi intenso, escuro, intransponível, quase viscoso, com halos granada, além de prolíficas, finas, lentas e coloridas lágrimas,

Nariz: aromas envolventes e de complexidade, com destaque para as frutas negras maduras, em compota, quase em calda, com destaque também para as notas amadeiradas, bem evidente, mas que não sobrepõe a nota frutada, trazendo o aporte de tosta média, chocolate meio amargo, fumo, cacau e terra molhada.

Boca: se revela macio e elegante, mas estruturado e de personalidade marcante e expressiva. É notável seu bom volume de boca, graças às notas frutadas, os taninos potentes e elegantes e a acidez média. As notas de carvalho são também evidentes ao paladar entregando baunilha, mentolado, chocolate e o final é persistente e guloso.

 

Produtor:

https://www.montereale.com.br/

 


segunda-feira, 17 de junho de 2024

L Oitenta Cabernet Sauvignon 2020

 



Vinho: L Oitenta

Safra: 2020

Casta: Cabernet Sauvignon

Região: Flores da Cunha, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Família Ulian

Teor Alcoólico: 13,4%

Adquirido: Vinhos & Vinhos

Valor: R$ 92,30

Estágio: 6 meses de passagem em barricas de carvalho francês e americano.

 

Análise:

Visual: revela um rubi intenso, brilhante, vivo, com reflexos violáceos, lágrimas finas, coloridas, lentas e em profusão.

Nariz: o aroma é dominado por frutas pretas maduras, em geleia, com toques de cereja preta, amora, ameixa. As notas especiadas são evidentes, ervas, pimenta preta são destaques. A madeira é percebida, porém discreta e integrada, com toques de tabaco.

Boca: é sedutor, saboroso, estruturado, mas sedoso. As frutas pretas são percebidas no paladar, bem como os taninos, firmes, presentes, gulosos, mas redondos, com acidez proeminente e salivante. A madeira também é percebida, com toques de chocolate, tosta. Final longo, persistente.

 

Produtor:

https://www.familiaulian.com.br/


quinta-feira, 13 de junho de 2024

Salvattore Reserva Alicante Bouschet 2019

 



Vinho: Salvattore Reserva

Safra: 2019

Casta: Alicante Bouschet

Região: Flores da Cunha, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Vinícola Salvattore

Teor Alcoólico: 13%

Adquirido: Vinhos & Vinhos

Valor: R$ 83,90

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho americano.

 

Análise:

Visual: revela um rubi intenso, escuro, fechado, com halos violáceos. Tem viscosidade, algum resíduo por ser concentrado, com lágrimas finas, lentas, coloridas e em profusão.

Nariz: aromas instigantes e vibrantes de frutas pretas maduras, que lembram “apassimento”, compota, geleia, com notas amadeiradas que traz toques de baunilha, especiarias, como ervas finas, cacau, tabaco, charcutaria e um discreto mentol.

Boca: seco, estruturado, potente, cremoso, porém elegante, macio, com as notas frutadas em evidência, bem como o carvalho, que dá o aporte da baunilha, do chocolate meio amargo, com taninos presentes que, em equilíbrio com a bela acidez, dá vivacidade ao vinho. Tem final persistente e retrogosto amadeirado e frutado.

 

Produtor:

https://www.vinicolasalvattore.com.br/inicio


sexta-feira, 15 de maio de 2020

Casa Venturini Sauvignon Blanc 2015


O Brasil, apesar dos entraves burocráticos e tributários, segue com esmeros a nos mostrar novos rótulos, nos produtores e novos terroirs para os enófilos. E, graças aos eventos de degustação, que deveriam ser mais democráticos, sobretudo no que tange aos valores dos ingressos, que conheci uma vinícola e alguns dos seus principais rótulos. Lembro-me de como cheguei a rótulo que nesta resenha apresentarei. Estava conversando com um participante do evento e revelei que gostaria de comprar alguns vinhos brancos para abastecer a adega. Ele prontamente me indicou um stand de uma vinícola brasileira dizendo que, além da diversidade das opções, os valores estavam atrativos. Segui, com curiosidade, até o local e era a Casa Venturini e de fato, as opções de brancos tranquilos e espumantes eram muito boas, de valores a propostas de rótulos. Mas um me chamou a atenção: um da casta Sauvignon Blanc, um Sauvignon Blanc brasileiro! Até o momento nunca havia degustado um brasileiro desta casta. Portanto, na hesitei, comprei.

Aos que achavam, como eu, que só existem bons vinhos dessa casta no Chile, França e África do Sul, sim, temos ótimos Sauvignon Blanc nacionais e esse Casa Venturini, da região de Campos de cima da Serra, em Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul, da safra 2015. Um vinho que verdadeiramente degustei e gostei. Antes de falar do vinho, um breve histórico da Região gaúcha de Flores da Cunha.

Flores da Cunha

Desde o ano de 1876, o território que compõe o atual município de Flores da Cunha, passou a ser colonizado por imigrantes italianos, oriundos especialmente do Norte da Itália. A maior leva de colonizadores estabeleceu-se entre os anos de 1878 e 1890, época em que foi fundado o primitivo povoado de São Pedro e, posteriormente, o de São José, que reunidos, nos idos de 1885, formaram a vila de Nova Trento. Em 1890, por ocasião da elevação da antiga Colônia Caxias a condição de município, Nova Trento tornou-se a sede do 2º Distrito. Todavia, documentos afirmam que desde os primeiros anos do século XX, uma comissão formada por lideranças comunitárias locais, descontentes com a pouca atenção dada pelo município mãe, lutava insistentemente pela emancipação do distrito, o que só foi possível ver concretizado em 17 de maio de 1924. Pouco mais de nove anos depois, em 21 de dezembro de 1935, através de um Decreto Municipal assinado pelo então Prefeito Heitor Curra, com autorização do Conselho Municipal, alterou a denominação do município de Nova Trento para o de Flores da Cunha. Foi uma homenagem ao  então governador do estado General José Antônio Flores da Cunha, que, entre outras iniciativas beneficiou o município com a instalação do telégrafo, do Laboratório Bromatológico e com estudos para a construção de um ramal férreo entre Caxias do Sul e Nova Trento. Flores da Cunha é conhecida como a "Terra do Galo". Tal alcunha advém de um episódio ocorrido por volta do ano de 1934, quando um mágico teria passado pela cidade e prometido, durante o espetáculo, que cortaria a cabeça de um galo, e que com uma mágica, o faria cantar novamente. Porém, na hora da apresentação, o mágico, tendo entre os presentes algumas autoridades, viu-se aos apuros e fugiu deixando os presentes por algum tempo a esperá-lo de volta ao palco. O mágico nunca mais foi visto e o povo foi para casa sem compreender o que havia acontecido. Isso foi motivo de muita vergonha e deboches, advindos muitas vezes de moradores do município vizinho. Somente na década de 1960 foi possível revisitar o passado e recontar a história da vergonha como uma história de graça e de alegria.

Agora o vinho!

Na taça tem um amarelo palha, com aspecto límpido e muito brilhante.

No nariz traz um ataque aromático de frutas cítricas e brancas, notas florais e herbáceas, com muito frescor e jovialidade.

Na taça se reproduz as impressões olfativas, com corpo equilibrado, com acidez proeminente, instigante que lhe confere muito refrescância e um final frutado e de média persistência.

Definitivamente os brancos nacionais são destaques e não se enganem que está restrito aos espumantes. Um Sauvignon Blanc tipicamente brasileiro, com tipicidade, com o nosso DNA, um vinho com frescor, de estilo descompromissado e fácil de degustar. Harmoniza perfeitamente com carnes brancas, frituras, queijos leves e macarrão ao alho e óleo. Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre a Casa Venturini:

Fundada em 1989, a história da vinícola é cercada por tradição e conquistas. A trajetória começou por uma estrutura familiar antiga, surgida na região nos anos 1970. No final dos anos 1980, uma joint-venture de São Paulo juntamente com um enólogo gaúcho assume a vinícola. Com o passar dos anos e a tecnologia chegando a todos os setores, a vinícola passou por uma cuidadosa reestruturação, porém mantendo suas características originais. Tudo de olho na qualidade, mas sem perder a herança cultural, fundamental para a elaboração de bons vinhos. Em 1997, com nova mudança societária, a empresa passa a chamar-se Góes & Venturini. Em 2001, começa a produção da linha de vinhos finos, colocando no mercado produtos que posteriormente passariam a ser premiados em todo o mundo. Em 2009, ao completar 20 anos, o empreendimento inicia uma nova etapa abrindo o parque vitivinícola para visitação turística, entrando para o rol do enoturismo no Brasil. Em 2019, a Casa Venturini renova seu varejo fortalecendo e qualificando ainda mais o atendimento ao turista que visita a vinícola, em Flores da Cunha. A Casa Venturini elabora com esmero vinhos e espumantes de alto padrão a partir de uvas de excepcional qualidade, cultivadas na Serra Gaúcha, Campanha Gaúcha e Campos de Cima da Serra. São uvas cultivadas em terroir específico, reunindo assim um conjunto de fatores propício para a produção de vinhos finos. Esta busca constante por uma elaboração cada vez mais requintada é traduzida em premiações nacionais e internacionais.

Mais informações acesse:


Degustado em: 2017

sábado, 9 de maio de 2020

Panizzon Ancellotta 2015


Algumas discussões vêm se tornando recorrente entre os enófilos brasileiros: a disseminação da cultura do vinho, democratizando-a, a qualidade crescente do vinho brasileiro e o seu reconhecimento pela crítica especializada internacional, o custo Brasil que encarece os vinhos para os brasileiros etc. Por que falo tudo isso? Acredito que precisamos discutir tais temas e entender como e em que circunstâncias o vinho nacional enche as nossas taças. Não quero parecer ufanista e tão pouco ser um espírito de porco chato que critica os problemas pela qual a nossa cultura (ou falta de) viticultura brasileira passa. O fato é que os nossos vinhos ganha, a cada dia, em qualidade, adquirindo tipicidade, expressando o que há de mais genuíno de nossos mais significativos terroirs, embora o consumo per capita, por ano, insiste em não passar dos dois litros. Então prefiro unir o que há de bom e ruim na nossa viticultura.

Toda essa introdução é para dizer que o vinho que degustei e gostei é brasileiro, veio da famosa região gaúcha de Flores da Cunha, em Altos Montes, e é de uma casta que se notabilizou na Itália, é oriunda de lá, a Ancellotta. Falo do Panizzon da safra 2015.

Na taça revela um vermelho intenso, profundo, escura, proporcionando uma bebida caudalosa com lágrimas finas que se dissipam rapidamente.

No nariz aromas intensos de frutas maduras, com toques de baunilha e tostado, graças a passagem por 6 meses por barricas de carvalho.

Na boca é seco, com bom volume de boca, preenche maravilhosamente a boca, com taninos presentes, mas sedosos, em virtude da breve passagem por madeira, fazendo do vinho macio, equilibrado e fácil de degustar. Tem boa acidez e um final frutado de média persistência.

Um vinho de personalidade, porém refinado, equilibrado, harmonioso e elegante e apesar da cor intensa e escura não é nem um pouco encorpado, mas, como disse, macio e fácil de beber. Harmoniza muito bem com massas em geral, como macarrão e pizza, por exemplo. Uma curiosidade: as mudas que produziram este vinho vieram da Itália e aqui encontrou as condições naturais ideais para ser vinificado, para ser feito com a tipicidade brasileira. Um vinho nacional que, como muitos rótulos, premiados em todos os cantos do mundo, que, como costumo dizer, precisam ser conhecidos e reconhecidos por todos os brasileiros sem distinção de raça, cor, credo e, sobretudo nível social. E por falar em reconhecimento, o Panizzon Ancellotta da safra 2015 foi premiado no famoso “Grande Prova Vinhos do Brasil 2019” como o melhor Ancellotta do evento tão importante. Veja: https://blogs.oglobo.globo.com/luciana-froes/post/grande-prova-vinhos-do-brasil-premia.html. Embora não “bebamos prêmios” é um reconhecimento em tanto corroborado pela sua atestada qualidade. Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre a Panizzon Vinhos:

Foi em 1960 que Ricardo Panizzon e seus filhos decidiram apostar em sua produção própria de vinhos. Com vasta experiência como fornecedores de matéria-prima para vinícolas da região, a família Panizzon teve a visão empreendedora de investir em um novo negócio. E foi a partir deste importante passo que nasce a Sociedade de Bebidas Panizzon Ltda., surgida e instalada até hoje no Travessão Martins, interior de Flores da Cunha, e atualmente capitaneada pela terceira geração da família. Até 1990, as atividades da empresa se concentravam na produção de vinhos de mesa. Em 1991, inicia-se a produção de vinagres, sob a marca Rosina, em homenagem à nona Rosina, esposa do fundador Ricardo. Ainda na primeira metade da década de 90, a Sociedade amplia seu mix de produtos com o lançamento de bebidas quentes e vinhos compostos. Com o aquecimento do mercado e a grande demanda por novos produtos, em 1999 a Panizzon lança seus primeiros vinhos finos e, em 2002, passa a fazer parte também do nicho de espumantes finos. Mas foi no ano 2003 que a empresa ampliou ainda mais sua atuação, apresentando ao mercado linhas de vinagre balsâmico e suco de uva. Um marco no setor produtivo da Panizzon foi a implementação de técnicas, equipamentos e infraestrutura de última geração aplicada na produção de suco de uva concentrado, no ano de 2006. s vinhedos Durans são o berço da produção das uvas dos Vinhos Panizzon. A produção de vinhos e espumantes realizada a partir de vinhedos próprios é garantia de excelência, devido ao controle rigoroso de qualidade que é feito desde o plantio, que é realizado em espaldeiras, até a vintage. Esses diferenciais únicos garantem reconhecimento aos Espumantes e Vinhos Finos Panizzon, premiados em concursos nacionais e internacionais. Hoje, presente há mais de 59 anos no mercado brasileiro de bebidas, a Panizzon se configura como referência por sua excelência, fruto da tradição do legado da família e do constante aprimoramento técnico e produtivo. A sua postura inovadora, responsável pela introdução de novos gêneros de produtos em território nacional evidencia a maturidade da empresa, que possui mais de 50 anos de mercado. Além da tradição e do legado da família, o que impulsiona a Panizzon é a responsabilidade de aprimorar constantemente os conhecimentos adquiridos, formar técnicos, investir em tecnologia e novos projetos como o plantio de grandes áreas de vinhedos próprios. O resultado deste incansável trabalho são os espumantes, vinhos finos, vinhos de mesa, vinagres, sucos e bebidas quentes, todos os produtos referência no mercado por sua excelência em qualidade.

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