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segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Perez Cruz C&M 2019

 




Vinho: Perez Cruz C&M

Safra: 2019

Casta: Carménère (50%) e Malbec (50%)

Região: Valle del Maipo

País: Chile

Produtor: Perez Cruz

Teor Alcoólico: 14%

 

Análise:

Visual: cor rubi intensa, escuro, com lágrimas finas, lentas e com abundância.

Nariz: aromas intensos de frutas pretas maduras, com destaque para ameixa e notas de carvalho bem integradas ao conjunto do vinho, além de baunilha e chocolate meio amargo.

Boca: tem boa estrutura, cheio, mas macio, com taninos elegantes, porém presentes, notas de carpete, couro, terra e boa acidez, com final persistente.

 

Produtor:

https://www.perezcruz.com/


sábado, 13 de agosto de 2022

Casillero del Diablo Reserva Privada Cabernet Sauvignon 2016

 

Existem alguns tabus no universo do vinho! Tabu, confesso, é uma palavra branda diante de um cenário caótico de intolerância e consequentemente de ódio instaurado em nossa combalida sociedade, doente e que respira sob aparelhos.

Temos que aceitar que o prazeroso e aprazível universo do vinho tem as suas questões a serem exorcizadas, tratadas, afinal, somos, enquanto enófilos e pertencentes a esse grupo social, um recorte dessa sociedade que carece de um pouco mais de amor e compreensão.

E essas questões são diversas ou pelo menos todas perpassam pela questão social, comportamental. O vinho como status social, que personifica a condição financeira de alguns, um grupo privilegiado que está em uma constante luta para que a sua “classe” continue purificada, sempre subjugando aqueles que, arduamente, tentam adentrar no mundo do vinho, sendo esses da base da pirâmide social.

E um dos diversos discursos de defesa incansável da raça ariana do vinho é de que vinhos produzidos em larga escala são incipientes em sua qualidade, os famosos vinhos ruins. Para eles vinho bom é aquele de autor, produzido em número limitado.

Claro e evidente que tais vinhos são dignos de reverência, mas por que os de produção de volume não podem ser? Quais os argumentos? Não sou um exímio na parte técnica, mas posso apresentar argumentos práticos, da degustação nossa de cada dia. Falo da Concha Y Toro, a maior vinícola das Américas e talvez uma das maiores do planeta.

A Concha Y Toro não atua em lojas boutiques, em alguns sites especializados, mas o seu ponto de venda mais importante é o simples supermercado! Aos olhos da “plebe”, de pessoas de todas as classes sociais. E não se enganem que a vinícola chilena não tenha os seus, como dizem, vinhos premium. Só para exemplos temos a linha “Marquês de Casa Concha” e a “Don Melchior”.

O que dizer de tais vinhos? Vinhos ruins? Acho que não! Claro que o paladar é particular, mas quem degustou, como eu alguns rótulos do Marquês de Casa Concha, sabe o quão especial tal vinho pode ser.

Como exemplo degustei o Merlot, Cabernet Sauvignon e o Carmènére e vos digo que são fantásticos! Basta ler as resenhas! E dessa vez vou “desencavar” das profundezas da minha simplória adega um vinho especial, que considero especial, pois já degustei em um passado razoavelmente distante, da linha “Reserva Privada”.

Dessa vez é a linha varietal do “Reserva Privada” que antes era um blend, e cuja variedade é especial quando cultivada nos terroirs chilenos, que é a Cabernet Sauvignon. E, mesmo com as “rugas” e dobradiças do rótulo, as expectativas estão altíssimas como sempre.

O vinho que degustei e gostei veio da emblemática região do Maipo Valley, no Chile e se chama Casillero del Diablo Reserva Privada, um 100% Cabernet Sauvignon, da safra 2015. E para não perder o costume, vamos as histórias do Maipo. Mas antes de falar do Maipo vale dizer também que tive o privilégio de degustar um vinho dessa linha, da safra 2008, um Reserva Privada, mas na “versão” blend, com Cabernet Sauvignon (65%) e Syrah (35%) e a sua resenha pode ser lida aqui.

Vale do Maipo

O Vale de Maipo é a única região vinícola do mundo com vinhedos nos limites urbanos de uma capital, Santiago, de 5,5 milhões de habitantes. O vale abriga o maior número de vinícolas do Chile, muitas delas com uma longa tradição vinícola que remonta ao início da produção chilena, e caves do século 19. Os vinhedos se estendem pelo Andes, onde são produzidos os melhores Cabernets, até o planalto central.

O Maipo está localizado no extremo norte do Valle Central, onde a faixa costeira separa a costa do Oceano Pacífico e, no lado oriental a Cordilheira dos Andes se divide, separando a região de Mendoza do Vale do Maipo. As primeiras vinhas cultivadas na região chilena datam de 1540, contudo, foi apenas em 1800 que a cultura vinícola começou a se expandir notoriamente, tornando-se uma referência entre os vinhos sul-americanos.

Maipo Valley

A região pode ser dividida em três sub-regiões, Maipo Bajo, Central Maipo e Alto Maipo. Os vinhedos cultivados em Alto Maipo, ou Maipo Superior, percorrem a borda oriental da Cordilheira dos Andes, se beneficiando de altitudes entre 400 e 760 metros. Nesta altura, os dias são quentes e as noites frias, proporcionando uma lenta maturação das uvas, isto é, uvas com maiores índices de acidez.

Central Maipo, conhecida também como Maipo Médio, é uma sub-região de clima mais quente do que no Alto Maipo, bem como solos com maiores composições de argila, dando origem a vinhos mais refinados e elegantes.

A uva Cabernet Sauvignon continua sendo a variedade mais cultivada na região, apesar de existirem pequenos cultivos da Carmenère, casta beneficiada graças as temperaturas mais quentes, bem como Merlot, Syrah, Cabernet Franc, Malbec, Chardonnay, Sauvignon Blanc e Semillón.

Por fim, a sub-região do Bajo Maipo está situada em torno das cidades de Talagante e Isla de Maipo, onde apesar de existir o cultivo das vinhas, encontra-se com maior facilidade diversas vinícolas.

Alguns produtores estão localizados perto do rio, onde a brisa fresca proporciona microclimas adequados para o cultivo, principalmente, de uvas brancas, além da Cabernet Sauvignon. Valle del Maipo ganhou sua denominação de origem controlada em 1994, decretada pelo governo chileno.

A região vinícola do Valle del Maipo possui 13 denominações: Alhue (DO), Buin (DO), Calera de Tango (DO), Colina (DO), Isla de Maipo (DO), Lampa (DO), Maria Pinto (DO), Melipilla (DO), Pirque (DO), Puente Alto (DO), Santiago (DO), Talagante (DO) e Til Til (DO).

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, com muita profundidade, mas brilhante, vivo, além de lágrimas finas, em profusão e muito lentas que desenham as bordas do copo.

No nariz entregam delicados, mas evidentes notas de frutas pretas bem maduras, tais como ameixa e groselha negra em total sinergia com as notas amadeiradas, que também estão bem presentes, trazendo complexidade, destacando-se baunilha, cedro, especiarias e terra molhada.

Na boca é extremamente elegante, redondo e fácil de degustar, mas que, ao mesmo tempo, mostra marcante personalidade, pela estrutura, conferida pela casta, a fruta madura protagonizando, como no aspecto olfativo, bem como a madeira, graças aos doze meses em barricas de carvalho, mas em pleno equilíbrio, toques de chocolate meio amargo, caramelo e defumado, com taninos e acidez harmônicos. Final longo e persistente.

Nem tudo que reluz é ouro, não julgar o livro pela capa.... Esses ditos populares, embora caia no senso comum tem um pouco da realidade e podemos sim trazê-las para o universo do vinho! Vinhos de produção de larga escala nem sempre é ruim, bem como os vinhos da “moda” ou aqueles de autor, de pequena produção é o suprassumo do momento. Vinho é vinho e há sim os ruins e bons, dada a percepção de cada um, afinal as descrições sensoriais é particular. Não se deixe levar pelas opiniões de formadores de opinião que, geralmente, estão ali, blindados pela obscuridade da rede social para falar de um produtor “X” ou “Y” para difundir os seus rótulos, divulgar os seus rótulos. Não que isso significa que o referido vinho seja ruim, mas, sim, constata-se um processo perverso de alienação. O Casillero del Diablo Reserva Privada Cabernet Sauvignon é sim especial e expressa o caráter do terroir chileno e a sua imensa capacidade de entregar todos os predicados de uma cepa que definitivamente ganhou a sua importância naquelas terras. Taninos firmes, elegantes, acidez instigante, frutas em sinergia com a madeira. Um vinho maiúsculo. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Concha Y Toro:

A Viña Concha Y Toro foi fundada no ano de 1833, pelo empresário e político Don Melchor Concha y Toro. Quatro décadas mais tarde, em 1922, a companhia é constituída como uma corporação, ampliando seu estatuto para a produção de vinhos em geral.

Don Melchior

A primeira exportação da vinícola foi realizada em 1933, com as ações da empresa sendo negociadas na Bolsa de Comércio de Santiago. Don Eduardo Guilisasti Tagle assumiu a presidência do Conselho Administrativo da Viña Concha Y Toro em 1957, estabelecendo a base para o projeto de expansão da companhia. 

Em 1966, é lançada a linha Casillero Del Diablo, que se tornaria a gama de mais sucesso da Viña Concha y Toro. O ano de 1987 marca o lançamento da primeira safra do Don Melchor, o primeiro vinho ultra-premium do Chile.

O dia 14 de outubro de 1994 representa um marco para a Viña Concha y Toro, sendo a primeira vinícola do mundo a ter suas ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Em 2001 é criada a primeira subsidiária de distribuição da companhia fora do Chile, a Concha Y Toro UK. 

O ano de 2011 traz mais um grande reconhecimento para a vinícola, sendo eleita como a Marca Mais Admirada do Mundo pela Drinks International. Em 2013 a Concha y Toro obtém o Certificado de Sustentabilidade pela organização Wines of Chile. Inaugurando, no ano seguinte, seu Centro de Pesquisa e Inovação.

Outro grande marco para a Viña Concha y Toro é alcançado em 2015, com a companhia sendo reconhecida como a Marca de Vinhos Mais Importante do Mundo, pelos especialistas da Intangible Business.

Mais recentemente, em 2017, Almaviva 2015, um projeto conjunto da Viña Concha y Toro com Baron Philippe de Rothschild S.A., é eleito como Vinho do Ano pelo crítico James Suckling, obtendo a pontuação perfeita, incríveis 100 pontos!

Mais informações acesse:

https://conchaytoro.com/

Referências:

“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-del-maipo         

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=MAIPO#:~:text=O%20vale%20abriga%20o%20maior,produzidos%2C%20at%C3%A9%20o%20planalto%20central.

“Turistando Chile”: https://www.turistandochile.com.br/tours_ver/valle-del-maipo

“Viagem e Turismo Chile”: https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/valle-del-maipo/

“Divinho”: https://www.divinho.com.br/blog/maior-vinicola-chile/#:~:text=Hist%C3%B3ria%20da%20Vi%C3%B1a%20Concha%20y,produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20vinhos%20em%20geral.


 






sábado, 25 de junho de 2022

Santa Ema Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2017

 

Têm castas que já estão inseridas em nossas vidas de enófilo desde sempre. Está tão inserida que nos traz a sensação de que a conhecemos profundamente, todas as suas nuances e características, cada detalhe. Nem tanto, nem tanto...

Claro que, dependendo da uva, da variedade, se adapta em vários solos, em vários terroirs, ganhando uma personalidade única, com nuances e peculiaridades inerentes a cada região.

A Cabernet Sauvignon, por exemplo, é tida, por muitos, como a rainha das uvas tintas. Não é para menos, claro, se adapta em vários climas e solos, é uma das cepas mais cultivadas do planeta, é a mais consumida também. Tem a sua nobreza pela sua história e representatividade. É digna de sua fidalguia.

Mas ainda há possibilidades de se surpreender com a Cabernet Sauvignon, sobretudo quando se conhece algumas regiões onde ela reina, em termos de qualidade. Falo da emblemática região chilena chamada Vale do Maipo.

E por que estou associando o Maipo com a Cabernet Sauvignon? Exatamente pela qualidade, pela referência dessa região para o cultivo da variedade, conhecida por ser a melhor região para a produção da cepa e de rótulos de plena representatividade em todo o Cone Sul.

A degustação de Cabernets do Maipo felizmente para mim não é novidade. Já havia tido uma experiência e tanto com um rótulo tradicional do Chile, além da região em si, que é o Marquês de Casa Concha Cabernet Sauvignon da safra 2014 e que experiência maiúscula, intensa, plena. De fato, não há o que contestar em degustar um Cabernet Sauvignon do Maipo.

E a segunda oportunidade me veio com outro rótulo de um produtor promissor, expoente em qualidade e tipicidade, que vem ganhando a predileção do enófilo brasileiro, falo da Santa Ema. Eu já tive o prazer de degustar o Merlot, de proposta intermediária da vinícola, o Santa Ema Select Terroir Merlot da safra 2018, e me surpreendeu pela personalidade e a representação do terroir que se confirma, inclusive, no nome.

E este rótulo de hoje se apresenta como um Gran Reserva, um Cabernet Sauvignon, do Vale do Maipo! Algumas combinações no mínimo instigante. Eu o mantive na adega por um tempo desde a compra. A intenção inicial foi deixa-lo por algum tempo na adega e degusta-lo com alguns anos de vida, mas a ansiedade venceu a paciência e a decisão de desarrolhá-lo foi dada.

Mas acredito que esteja no seu auge, no ápice de sua condição. E voilá! Um vinho estupendo, intenso, complexo, mas elegante, redondo, envolvente. Não preciso dizer, mas direi, para não perder o costume. O vinho que degustei e gostei veio do Vale do Maipo, Chile, e se chama Santa Ema Gran Reserva Cabernet Sauvignon da safra 2017. Então antes da descrição organoléptica do rótulo vamos às apresentações da tradicional Vale do Maipo.

Vale do Maipo

O Vale de Maipo é a única região vinícola do mundo com vinhedos nos limites urbanos de uma capital, Santiago, de 5,5 milhões de habitantes. O vale abriga o maior número de vinícolas do Chile, muitas delas com uma longa tradição vinícola que remonta ao início da produção chilena, e caves do século 19. Os vinhedos se estendem pelo Andes, onde são produzidos os melhores Cabernets, até o planalto central.

Maipo está localizado no extremo norte do Valle Central, onde a faixa costeira separa a costa do Oceano Pacífico e, no lado oriental a Cordilheira dos Andes se divide, separando a região de Mendoza do Vale do Maipo. As primeiras vinhas cultivadas na região chilena datam de 1540, contudo, foi apenas em 1800 que a cultura vinícola começou a se expandir notoriamente, tornando-se uma referência entre os vinhos sul-americanos.

Maipo Valley

A região pode ser dividida em três sub-regiões, Maipo Bajo, Central Maipo e Alto Maipo. Os vinhedos cultivados em Alto Maipo, ou Maipo Superior, percorrem a borda oriental da Cordilheira dos Andes, se beneficiando de altitudes entre 400 e 760 metros. Nesta altura, os dias são quentes e as noites frias, proporcionando uma lenta maturação das uvas, isto é, uvas com maiores índices de acidez.

Central Maipo, conhecida também como Maipo Médio, é uma sub-região de clima mais quente do que no Alto Maipo, bem como solos com maiores composições de argila, dando origem a vinhos mais refinados e elegantes.

A uva Cabernet Sauvignon continua sendo a variedade mais cultivada na região, apesar de existirem pequenos cultivos da Carmenère, casta beneficiada graças as temperaturas mais quentes, bem como Merlot, Syrah, Cabernet Franc, Malbec, Chardonnay, Sauvignon Blanc e Semillón.

Por fim, a sub-região do Bajo Maipo está situada em torno das cidades de Talagante e Isla de Maipo, onde apesar de existir o cultivo das vinhas, encontra-se com maior facilidade diversas vinícolas.

Alguns produtores estão localizados perto do rio, onde a brisa fresca proporciona microclimas adequados para o cultivo, principalmente, de uvas brancas, além da Cabernet Sauvignon. Valle del Maipo ganhou sua denominação de origem controlada em 1994, decretada pelo governo chileno.

A região vinícola do Valle del Maipo possui 13 denominações: Alhue (DO), Buin (DO), Calera de Tango (DO), Colina (DO), Isla de Maipo (DO), Lampa (DO), Maria Pinto (DO), Melipilla (DO), Pirque (DO), Puente Alto (DO), Santiago (DO), Talagante (DO) e Til Til (DO).

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um intenso e profundo vermelho rubi, mas com reflexos violáceos que estimula um lindo brilho, com lágrimas finas lentas e em profusão que desenham as bordas do copo.

No nariz explodem em aromas frutados, de frutas pretas bem maduras, onde se destacam amora, ameixa e groselha. As notas amadeiradas estão também em evidência e estabelecem uma bela sinergia com a fruta, com a presença de baunilha, especiarias, como pimenta, pimentão, além do tabaco. Os dez meses em barricas de carvalho aportam tais características.

Na boca é seco, de paladar arredondado, elegante, sofisticado, sendo muito equilibrado. Tem média estrutura, bom volume de boca, carnudo, cheio, alcoólico, mas bem integrado ao conjunto do vinho, com taninos pronunciados, presentes, porém redondos com uma excelente acidez que corrobora ou enfatiza o seu bom volume. A madeira traz também o aporte de tosta média, chocolate meio amargo e torrefação. Final agradável e prolongado.

As descrições do produtor referente a safra de 2017 no Chile e a Cabernet Sauvignon que abrilhantou esse rótulo especial pareceu ter ecoado as minhas percepções sensoriais de uma forma avassaladora e brilhante. Diz:

“A safra de 2017 foi uma das primeiras safras da última década, com pelo menos três semanas de antecedência devido a uma primavera seca e um verão quente, com temperaturas muito quentes. Os rendimentos foram abaixo do esperado, mas de excelente qualidade, com uvas muito saudáveis, aromáticas e altamente concentradas. Vinhos desta safra serão lembrados por sua grande complexidade, redondeza, volume e textura. ”

É o que se resume o Santa Ema Gran Reserva Cabernet Sauvignon: elegância, sofisticação envoltos em uma textura de complexidade e alguma estrutura, com as notas típica da passagem por carvalho.

É a personificação do Maipo, sintetiza a região, com o seu apelo regionalista, explodindo na taça em tipicidade e qualidade. Mais uma vez a Cabernet Sauvignon chilena muito bem representada! Teor alcoólico de 13,5%.

Sobre a Vinícola Santa Ema:

O começo da Santa Ema remonta ao início do século XX, mais precisamente em 1917, quando Pedro Pavone Voglino, imigrante italiano, do Piemonte atleta e empresário, descobriu na Ilha de Maipo um Terroir, onde até hoje, é a sede da vinícola, adquirindo a Fazenda Santa Ema, de 35 ha.

O fundador, juntamente com seu filho Félix Pavone Arbea, um grande empreendedor e visionário, fundou a empresa vinícola, Vinhos Santa Ema, em 1956, proporcionando uma avançada infraestrutura industrial para o desenvolvimento e gerenciamento de vinhos embalados de alta qualidade.

A partir de então, a Santa Ema se abriu para o Chile e para o mundo, iniciando suas exportações, em 1986, com um processo de crescimento sólido e ininterrupto, que hoje atinge a mais de 30 países de destino nas mãos da terceira e quarta geração da família.

Se existe algo que caracteriza o espírito, a missão e a visão dos Vinhos de Santa Ema, que continua pertencendo à Família Pavone, hoje em sua quarta geração, é uma adesão plena e sustentada aos seguintes valores fundamentais: compromisso, qualidade, respeito, honestidade e responsabilidade.

Mais informações acesse:

https://www.santaema.cl/pt-br/?active=S

Referências:

“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-del-maipo

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=MAIPO#:~:text=O%20vale%20abriga%20o%20maior,produzidos%2C%20at%C3%A9%20o%20planalto%20central.

“Blog Divvino”: https://www.divvino.com.br/blog/colchagua-chile/

“Turistando Chile”: https://www.turistandochile.com.br/tours_ver/valle-del-maipo

“Viagem e Turismo Chile”: https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/valle-del-maipo/

 

 

 

 

 




terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Marquês de Casa Concha Cabernet Sauvignon 2014

 

Falar e degustar um vinho da Concha y Toro, a gigante vinícola das américas e do mundo, pode parecer simples, fácil e até, para alguns críticos ferrenhos deste produtor, banal, mas não sabem o quanto é maravilhoso, o quanto é prazeroso. Lembro-me, com grande nostalgia, dos tempos de outrora quando comecei a degustar os vinhos produzidos com castas, com uvas vitis vinífera, e a importância dos vinhos da Concha y Toro, mesmos que tenham sido os seus rótulos básicos, para a minha história de enófilo, para essa tão importante transição das uvas de mesa para os vinhos finos. Talvez seja fácil por ele ter tido essa representatividade em minha vida, simples porque é nobre, mas, vos digo, que não é nada banal, muito pelo contrário, meus bons amigos, é único, é especial. Essa visão preconceituosa, sobretudo dos tais “formadores de opinião”, de que, pelo simples fato é uma indústria, são vinhos produzidos em larga escala e que, por conta disso, são considerados vinhos pouco expressivos e que não fidelizam as características de seus terroirs e de suas cepas. Não se enganem, vinho é vinho! Existem vinhos bons, ruins, com inúmeras propostas em todas as circunstâncias, sejam vinhos de garagem, vinhos de autor, orgânicos, de produção de larga escala.

E o meu ápice com a seminal Concha y Toro foi com um dos seus mais emblemáticos e importantes vinhos que, desde 1976, é sinônimo de qualidade e consistência no que tange a sua tipicidade: Marquês de Casa Concha! Um nome vultoso, como a sua bebida, um vinho complexo, estruturado, poderoso e que tem no seu enólogo, Marcelo Papa, um alquimista, um idealizador que opera milagres com as suas mãos e alma, inteiramente entregue à concepção e produção desses vinhos que representam as regiões mais importantes do Chile.

E o vinho que degustei e gostei veio do Chile, é claro, da região do Vale del Maipo, o Marquês de Casa Concha, da casta Cabernet Sauvignon da safra 2014. Um vinho complexo, estruturado, potente e com um potencial de guarda que não pude esperar. O vinho me chamava da adega e hipnotizado cedi aos seus encantos. Com três anos de vida a degustação se fez necessária e urgente às minhas experiências sensoriais. E, antes de falar nele com requintes de detalhes, falemos um pouco do Vale del Maipo, da sua história.

Vale del Maipo

O Vale de Maipo é a única região vinícola do mundo com vinhedos nos limites urbanos de uma capital, Santiago, de 5,5 milhões de habitantes. O vale abriga o maior número de vinícolas do Chile, muitas delas com uma longa tradição vinícola que remonta ao início da produção chilena, e caves do século 19. Trata-se de uma área chamada, muitas vezes, de “Bordeaux da América do Sul”, onde o Cabernet Sauvignon é, sem dúvidas, o exemplar mais conhecido. Maipo está localizado no extremo norte do Valle Central, onde a faixa costeira separa a costa do Oceano Pacífico e, no lado oriental a Cordilheira dos Andes se divide, separando a região de Mendoza do Vale do Maipo. As primeiras vinhas cultivadas na região chilena datam de 1540, contudo, foi apenas em 1800 que a cultura vinícola começou a se expandir notoriamente, tornando-se uma referência entre os vinhos sul-americanos.

Vale do Maipo

A região pode ser dividida em três sub-regiões, Maipo Bajo, Central Maipo e Alto Maipo. Os vinhedos cultivados em Alto Maipo, ou Maipo Superior, percorrem a borda oriental da Cordilheira dos Andes, se beneficiando de altitudes entre 400 e 760 metros. Nesta altura, os dias são quentes e as noites frias, proporcionando uma lenta maturação das uvas, isto é, uvas com maiores índices de acidez. Central Maipo, conhecida também como Maipo Médio, é uma sub-região de clima mais quente do que no Alto Maipo, bem como solos com maiores composições de argila, dando origem a vinhos mais refinados e elegantes. A uva Cabernet Sauvignon continua sendo a variedade mais cultivada na região, apesar de existirem pequenos cultivos da Carmenère, casta beneficiada graças as temperaturas mais quentes. Por fim, a sub-região do Bajo Maipo está situada em torno das cidades de Talagante e Isla de Maipo, onde apesar de existir o cultivo das vinhas, encontra-se com maior facilidade diversas vinícolas. Alguns produtores estão localizados perto do rio, onde a brisa fresca proporciona microclimas adequados para o cultivo, principalmente, de uvas brancas, além da Cabernet Sauvignon. Valle del Maipo ganhou sua denominação de origem controlada em 1994, decretada pelo governo chileno.

A região vinícola do Valle del Maipo possui 13 denominações: Alhue (DO), Buin (DO), Calera de Tango (DO), Colina (DO), Isla de Maipo (DO), Lampa (DO), Maria Pinto (DO), Melipilla (DO), Pirque (DO), Puente Alto (DO), Santiago (DO), Talagante (DO) e Til Til (DO).

E agora o vinho!

Na taça apresenta um belíssimo vermelho rubi intenso, escuro e muito brilhante, sem nenhuma transparência, caudaloso e com uma abundante concentração de lágrimas, finas e que teimam a se dissipar das paredes do copo.

No nariz sobressaem as notas as notas de frutas negras maduras se destacando a ameixa e amora, mas, por outro lado, o frescor se fazia presente, até pela sua jovialidade evcom toques de baunilha e de especiarias, sobretudo as picantes.

Na boca o vinho confirma o olfato, revelando-se frutado, sendo potente e estruturado, as especiarias também aparece no palato, com taninos gulosos e pronunciados e, como todo jovem robusto, ainda um pouco arredio, mas decidi desafiá-lo e acompanhei as suas modificações em taça. A acidez é agradável, um toque amadeirado bem integrado, mostrando seu estágio de 16 meses em barricas de carvalho, além do tabaco e um persistente final longo e cheio.

Como tratar com desdém e rejeição um vinho com essa estirpe? Um vinho voluptuoso, de marcante personalidade que fideliza, que retrata os mais reveladores e tradicionais, mas com uma assinatura arrojada e contemporânea, terroirs do Chile. É fácil, é comum, é simples falar dos vinhos da Concha y Toro? Pode não ser novidade, o Marquês de Casa Concha pode ser um vinho conhecida deveras nas terras brasileiras, mas nunca podemos negligenciar a sua importância, a sua qualidade e o impacto avassalador aos nossos paladares e olfatos. Um vinho nobre, simples, a simplicidade da nobreza nos seus mais potentes goles que saboreia a alma. Tem 14% de teor alcoólico muito bem integrado ao conjunto do vinho.

Sobre o Marques de Casa Concha:

Em 1718 o Rei Filipe V de Espanha concedeu o nobre título “Marques de Casa Concha” a José de Santiago Concha y Salvatierra pelo seu meritório trabalho como Governador do Chile e Cavaleiro de Calatrava. Nasce o fundador da vinícola, Don Melchor de Santiago Concha y Toro, o sétimo Marques de Casa Concha.

Don Melchior de Santiago Concha y Toro

Em homenagem ao título hereditário e refletindo tais valores nobres e tradicionais, um Cabernet Sauvignon de 1972 de Puente Alto foi lançado em 1976. Carregava o distinto rótulo Marques de Casa Concha e era o principal vinho da Viña Concha y Toro na época. Em 1990 os avanços no vinhedo, nas práticas de produção de vinho e nos melhores equipamentos levaram a uma melhora na qualidade do vinho e tornaram o rótulo Marques de Casa Concha procurado em todo o mundo. Marques de Casa Concha é a linha de vinhos chilena que abrange a completa diversidade do Chile, com vinhedos onde a complexa relação entre as condições naturais, a planificação do vinhedo, e os anos que as parreiras demoraram a crescer, proporcionam um caráter único para a linha inteira.

Sobre a Concha Y Toro:

Em 1883 Don Melchior Concha y Toro, importante político e empresário chileno, funda a Viña Concha y Toro. A empresa se torna uma empresa pública limitada e expande se nome comercial para a produção geral de vinho, isso em 1922. Em 1933 começam a ser negociadas na Bolsa de Valores e a primeira exportação é feita. No ano de 1957 se estabelece as bases produtivas para a expansão da vinícola, com a produção do vinho Casillero del Diablo, em 1966, onde começaram a investir em vinhos mais complexos, lançando em 1987, o seu principal rótulo, “Don Melchior”, homenageando o seu fundador. A década de 1990 veio com as criações de várias vinícolas nos principais países produtores de vinhos da América Latina, tais como Cono Sur, no Chile, Trivento, na Argentina entre outras.

Mais informações acesse:

http://www.marquesdecasaconcha.com/?lang=pt-pt

https://conchaytoro.com/holding/

Fontes de pesquisa:

“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-del-maipo

“Blog Divvino”: https://www.divvino.com.br/blog/colchagua-chile/

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=MAIPO#:~:text=O%20vale%20abriga%20o%20maior,produzidos%2C%20at%C3%A9%20o%20planalto%20central.

Degustado em: 2017





segunda-feira, 6 de julho de 2020

Armador Cabernet Sauvignon 2015


Tradição é estabelecimento de qualidade! E no mundo do vinho não é muito diferente essa máxima. Algumas “marcas registradas” trazem a confiabilidade, a tão importante credibilidade de que esperamos no difícil momento da escolha de um vinho. Uma região importante, um produtor de renome e idôneo, uma casta de predominância internacional entre vários outros fatores, podem ser preponderantes para uma boa degustação, não duvido disso. Mas também pode te escravizar, te engessar, as vezes é preciso “ousar” e correr riscos para que você se permita buscar novas experiências, novas e possíveis gratas sensações. Mas nessa degustação a tradição e a idoneidade pesaram firmes e de forma avassaladora. Foi uma das minhas grandes e inesquecíveis experiências de degustação. É consenso que no Chile se produz um dos melhores Cabernet Sauvignon do mundo, como também é unânime que podemos encontrar os melhores vinhos orgânicos. Eu consegui aliar esses dois quesitos em um vinho e o resultado foi...

O vinho que degustei e gostei veio da emblemática região do Vale do Maipo, Chile, da famosa vinícola Odfjell, é o Armador da casta Cabernet Sauvignon (100%) da safra 2015. Um maiúsculo vinho chileno, arrebatador, excelente!

Na taça apresenta um vermelho rubi intenso e profundo, mas com bordas violáceas muito brilhantes e reluzentes. Tinha lágrimas finas e em profusão, que demoravam a se dissipar desenhando as bordas do copo.

No nariz traz uma explosão aromática de frutas vermelhas e negras, maduras, como cerejas e amoras, com toques generosos de especiarias, como pimenta preta, o toque de baunilha também é evidente, mas bem equilibrado.

Na boca é estruturado, robusto, mas equilibrado, elegante e harmonioso, o tornando, apesar de encorpado, muito fácil de degustar, com taninos maduros, gordos, mas sedosos e calmos, com acidez correta. Um toque discreto da madeira, com um agradável toque de madeira, tostado e chocolate meio amargo, graças aos 20% do vinho passar por 6 meses por barricas de carvalho e os outros 80% permaneceu em tanques de aço inoxidável. Tem um final persistente e frutado.

Sem sombra de dúvida que o Armador foi um dos melhores vinhos orgânicos de que degustei, trazendo toda a tipicidade de um Cabernet Sauvignon tipicamente chileno, o terroir se fez presente, a tradição se fez presente neste vinho. A cultura de um povo produtor de vinho embalado em uma garrafa. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Odjfell Vineyards:

Há mais de 25 anos, o construtor pioneiro norueguês Dan Odfjell descobriu e se apaixonou por um pequeno canto do famoso Vale de Maipo, no Chile. Nascido na cidade chuvosa de Bergen, Noruega, ele não conseguiu resistir à atração do sol do sul de um lugar tão poético. Hoje, a vinha é dirigida por seus filhos Laurence e Dan Jr., que participam ativamente da promoção de vinhos nos mercados internacionais e que também fazem parte do diretório de Odfjell Vineyards S.A. Fundada no espírito explorador da família Odfjell como armadores noruegueses (Daí o nome do vinho “Armador”, em homenagem ao espírito aventureiro da família) e na sua paixão pelo vinho, Odfjell Vineyards procura produzir vinhos de qualidade únicos de forma sustentável. A visão Odfjell Vineyards transforma seu espírito pioneiro em capturar o melhor do Chile em uma garrafa. Acreditamos firmemente na sustentabilidade como um dos nossos princípios e procuramos constantemente entregar vinhos memoráveis ​​de forma a gerar valor para os nossos acionistas, funcionários e parceiros estratégicos.

Projeto biodinâmico e orgânico da Odfjell Vineyards:

Desde o início da Odfjell Vineyards, a visão dos proprietários é trabalhar em harmonia com o meio ambiente. O primeiro passo foi eliminar o uso de produtos químicos. Depois de alguns anos, essa decisão permitiu que eles seguissem em direção ao manejo orgânico e certificassem todas as nossas vinhas pela IMO na Suíça. Mais tarde, em 2009, começaram a explorar as culturas biodinâmicas nas vinhas do sul, para finalmente concluir essa transição com as vinhas de Padre Hurtado. Em 2012, a certificação DEMETER reconheceu 100% de nossas vinhas como biodinâmica.

Práticas ambientais:

Seguindo a missão e os valores, para melhorar a gestão ambiental, eles trabalham constantemente na avaliação e estabelecimento de práticas e procedimentos que melhoram sua gestão, como:

1 - A produção do composto orgânico e biodinâmico em si é feita de vassouras e bagaço misturado com estrume de nossos cavalos fiordes, reduzindo assim o impacto dos resíduos.

2 - Plantação de pasto entre vinhedos para melhorar os níveis de nitrogênio no vinhedo.

3 - Plantio de flores e desenvolvimento de "ilhas ecológicas" para atrair insetos benéficos (predadores naturais) e aumentar a biodiversidade do ecossistema da vinha.

4 - Apicultura com abelhas próprias para contribuir para o equilíbrio natural.

5 - Uso dos Cavalos do Fiorde para trabalhar as vinhas, evitando assim a compactação do solo causada pelas máquinas.

6 - Medição das emissões de CO2 e implementação de um plano proativo para reduzi-las a cada ano.

7 - Incentive o uso de vidro ecológico apenas com a seleção de garrafas leves e, assim, minimize as emissões de CO2 do transporte.

8 - Incentive o uso de papel reciclado em nossas caixas, reduzindo o desmatamento.

9 - Implemente um programa ativo de reciclagem para todos os tipos de resíduos: plásticos, papéis, papelão, vidro e material orgânico.

Mais informações acesse:


Degustado em: 2019


terça-feira, 23 de junho de 2020

Antiguas Reservas Cabernet Sauvignon 2013


Sabe quando um vinho te ensina a gostar e amar um terroir, um país, uma casta? Mas não se equivoquem, não é nada didático, ligado a regras de degustação ou qualquer coisa engessada que o valha, é algo ligado ao coração, é algo orgânico, que às vezes em palavras não sabemos explicar. O corpo te responde, as suas percepções sobressaem, falam por si só. Tem vinhos que personifica uma terra, as características mais peculiares de um país, de uma região e mesmo que não tenhamos aquele conhecimento enciclopédico, quando degustamos um vinho, diante de uma catarse dizemos: Esse vinho representa com fidelidade o Chile! E é do Chile que veio o meu arrebatamento que jamais esquecerei! Claro que foram vários, afinal, não querendo soar como um “traidor da pátria” foi com o Chile que eu aprendi e aprendo a degustar belos vinhos. Falo da tradicional e emblemática Cousiño Macul que tem mais de século de produção de vinhos de excelência, que entrega ao enófilo os valores e a cultura de sua terra e do seu povo.

O vinho que degustei e gostei vem da região do Maipo Valley e é o Cousiño Macul Antiguas Reservas da casta Cabernet Sauvignon da safra 2013. Essa uma linha de excelente qualidade da vinícola e posso dizer eloquentemente, pois já degustei outras castas, inclusive há uma resenha, uma análise que fiz do Cousiño Macul da casta Merlot 2011 que recomendo grandemente e que pode ser conferida aqui: Antiguas Reservas Merlot 2011.

Na taça tem um vermelho rubi intenso, escuro, com reflexos violáceos. Uma cor brilhante e reluzente, límpido. Lágrimas finas e em profusão, mostrando, já ao olhar, a robustez e personalidade do vinho. Lágrimas essas que se dissipam vagarosamente.

No nariz apresenta aromas intensos, uma explosão aromática de frutas que se destacam a cereja e morango, com toques evidentes de especiarias, com destaque para pimenta preta e notas de menta que trouxe a impressão de algum frescor.

Na boca é elegante, redondo, que preenche bem a boca, estruturado, com taninos carnudos, firmes e maduros, mas equilibrado, com uma acidez equilibrada, correta, com toques, diria, generosos de baunilha, com a madeira perceptível, mas muito bem integrada ao conjunto do vinho, características essas graças a passagem por barricas de carvalho por 12 meses. Final saboroso e persistente.

Um vinhaço! Um arrebatamento líquido que entrega, com grande fidelidade, o Chile e as características mais verdadeiras de um Cabernet Sauvignon “made in Chile”. Esse vinho é bem gastronômico, harmonizando com massas condimentadas, um bom churrasco ou carnes gordas. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Cousiño Macul:

Parte de nossa produção tem suas raízes em um território que, há mais de 500 anos, foi utilizado para a produção de vinho. Juan Jufré é um dos primeiros nomes que aparecem na história do vinho chileno e, uma vez, o proprietário da terra onde atualmente está localizada a propriedade Macul. Ele foi contratado, na época da colônia e por ordem do rei da Espanha, para produzir a cepa e o moscatel do país para fornecer vinho para a Eucaristia e parte da sociedade chilena. O primeiro Cousiño apareceu 300 anos depois, quando em 1856 Matías Cousiño adquiriu os 1.000 hectares da Hacienda Macul. Então, localizado principalmente no sopé da cordilheira dos Andes. Esse território fértil e gentil é alimentado, até hoje, naturalmente pelas encostas de Las Perdices e pelo canal de San Carlos. Após a morte de Don Matías, seu filho Luis Cousiño herdou a terra e o sonho de iniciar uma produção familiar de vinho. Para isso, ele decide renovar as vinhas que foram cultivadas lá e, juntamente com sua esposa Isidora Goyenechea , traz da Europa as primeiras vinhas destacadas do vinhedo. O Cabernet Sauvignon e Merlot foram trazidos da região de Pauillac, o Green e Gray Sauvignon de Martillac e o Riesling da Alsácia, este último pessoalmente selecionado por Doña Isidora. O casal administra a vinha até a morte de Luis Cousiño. A partir desse momento, Isidora Goyenechea assume a liderança e se torna uma das primeiras mulheres de negócios da América do Sul. Até o dia de sua morte, ele continua a tradição da família Cousiño, projetando-a no tempo com inovação e novas tecnologias. Com uma acuidade particular em engenharia, ele melhorou as condições dos trabalhadores e padronizou a produção e a excelente qualidade dos vinhos. Além disso, supervisionou a construção da vinícola icônica, encomendada por Luis Cousiño e formulada por engenheiros franceses, até sua conclusão em 1878, e redesenhou o logotipo da empresa, imortalizando seu próprio legado. Em 1898, Isidora morreu e a vinha foi herdada por seu filho Luis Arturo, bisavô da 6ª geração, que hoje dirige a empresa. Mais do que quantidade, nossa produção sempre focou na qualidade. O trabalho de pesquisa e desenvolvimento do primeiro produto de exportação levou 60 anos. Do melhor Cabernet Sauvignon da safra de 1927, nasceram as primeiras reservas de antiguidades, que até hoje são produzidas de maneira fiel ao seu estilo original.

Mais informações acesse:


Degustado em: 2017


segunda-feira, 30 de março de 2020

Antiguas Reservas Merlot 2011



Recordo, com nostalgia, dos meus primeiros vinhos produzidos com uvas vitivinífera. Aquela transição necessária dos vinhos de mesa para os vinhos finos, as primeiras experiências e contatos com as castas, os novos rótulos. E eu não posso deixar de falar da Merlot. Por anos, sobretudo nos primeiros anos de degustação, a Merlot foi a minha cepa favorita, afinal, é envolvente a versatilidade e a infinidade de propostas que a mesma casta podem nos proporcionar, além de terriors, a identidade, o DNA daquela terra, era uma viagem e tanto (e ainda é) degustar alguns Merlots. É claro que atualmente e com passar do tempo, novas castas trouxeram grandes momentos e descobertas, tornando-se impossível pontuar uma casta como favorita. Mas o assunto é o Merlot e eu tenho um carinho especial pelos chilenos produzidos com essa especial cepa: Tem vinhos leves, simples, frutados, expressivos... São tantas as opções, com as mais destacadas tipicidades que não tem como se deixar seduzir pelos Merlots chilenos e tem um tão especial em minha vida de apreciador de vinhos que não poderia faltar um depoimento, esse merece todas as reverências possíveis.

E esse Merlot que degustei e gostei é da tradicional vinícola chilena, Cousiño Macul, da linha “Antiguas Reservas”, da safra 2011, da emblemática região Valle del Maipo. Um vinho arrebatador e que certamente está no rol dos meus melhores que degustei. É aquele vinho que sempre será referência de qualidade, além de nutrir momentos de alegria e prazer em minha lembrança.

Na taça tem um vermelho rubi intenso, profundo, com alguma viscosidade, lágrimas em abundância, finas, que tingem e desenham as paredes do copo, um ensaio a personalidade marcante do vinho.

No nariz se destaca frutas negras como cereja, especiarias, como pimenta, couro, tabaco e um amadeirado evidente, graças aos 12 meses de passagem por barricas de carvalho.

Na boca repetem-se as impressões olfativas, com certa complexidade, robustez, mas que, ao mesmo tempo, se mostra macio, fácil de degustar, com taninos presentes, acidez instigante, um toque de baunilha e da madeira muito bem integrada ao conjunto do vinho, com um final frutado e persistente.

Um vinho maiúsculo que mostra que o terroir chileno, além de nos entregar versatilidade, opções e propostas de bons Merlots, se destacam, em minha opinião, por vinhos desta cepa com personalidade, de expressividade, de vinhos mais intensos e diria até carnudos. Seus impressionantes 14% de teor alcoólico chega a ficar em evidência quando desarrolha o vinho, mas que, na segunda taça já se percebe o equilíbrio deste quesito aos demais do vinho. Para quem aprecia acompanhar a evolução do vinho na taça e/ou degustando é bem interessante e se torna um agradável exercício para analisar as características organolépticas dos vinhos que irá degustar ao longo de sua vida.

Sobre a Cousiño Macul:

Parte de nossa produção tem suas raízes em um território que, há mais de 500 anos, foi utilizado para a produção de vinho. Juan Jufré é um dos primeiros nomes que aparecem na história do vinho chileno e, uma vez, o proprietário da terra onde atualmente está localizada a propriedade Macul. Ele foi contratado, na época da colônia e por ordem do rei da Espanha, para produzir a cepa e o moscatel do país para fornecer vinho para a Eucaristia e parte da sociedade chilena. O primeiro Cousiño apareceu 300 anos depois, quando em 1856 Matías Cousiño adquiriu os 1.000 hectares da Hacienda Macul. Então, localizado principalmente no sopé da cordilheira dos Andes. Esse território fértil e gentil é alimentado, até hoje, naturalmente pelas encostas de Las Perdices e pelo canal de San Carlos. Após a morte de Don Matías, seu filho Luis Cousiño herdou a terra e o sonho de iniciar uma produção familiar de vinho. Para isso, ele decide renovar as vinhas que foram cultivadas lá e, juntamente com sua esposa Isidora Goyenechea , traz da Europa as primeiras vinhas destacadas do vinhedo. O Cabernet Sauvignon e Merlot foram trazidos da região de Pauillac, o Green e Gray Sauvignon de Martillac e o Riesling da Alsácia, este último pessoalmente selecionado por Doña Isidora. O casal administra a vinha até a morte de Luis Cousiño. A partir desse momento, Isidora Goyenechea assume a liderança e se torna uma das primeiras mulheres de negócios da América do Sul. Até o dia de sua morte, ele continua a tradição da família Cousiño, projetando-a no tempo com inovação e novas tecnologias. Com uma acuidade particular em engenharia, ele melhorou as condições dos trabalhadores e padronizou a produção e a excelente qualidade dos vinhos. Além disso, supervisionou a construção da vinícola icônica, encomendada por Luis Cousiño e formulada por engenheiros franceses, até sua conclusão em 1878, e redesenhou o logotipo da empresa, imortalizando seu próprio legado. Em 1898, Isidora morreu e a vinha foi herdada por seu filho Luis Arturo, bisavô da 6ª geração, que hoje dirige a empresa. Mais do que quantidade, nossa produção sempre focou na qualidade. O trabalho de pesquisa e desenvolvimento do primeiro produto de exportação levou 60 anos. Do melhor Cabernet Sauvignon da safra de 1927, nasceram as primeiras reservas de antiguidades, que até hoje são produzidas de maneira fiel ao seu estilo original.

Mais informações acesse:

https://www.cousinomacul.com/

Degustado em: 2016





quinta-feira, 19 de março de 2020

Casillero del Diablo Reserva Privada tinto 2008


A vinícola é famosa, tem uma Market share invejável. Tem um império que personifica a sua força mercadológica, um “case” de sucesso, de grandiosidade e ainda assim tem seus vinhos questionados por muitos? Por quê? Como que uma vinícola com essas credenciais ainda cria um ambiente de rejeição, questionamentos por parte, sobretudo, de alguns críticos e especialistas de vinho? Muito li e ouvi, por parte desses profissionais, a quem respeito e muitos deles eu sigo nas suas redes sociais, dizendo que, por se tratar de uma vinícola que produz, em larga escala, tem vinhos muito “comerciais”, sem a tipicidade que se espera de vinhos que vem de uma emblemática e importante região vitivinícola como o Chile. Certamente não tenho a técnica necessária para diagnosticar essas questões, sou apenas um enófilo que me informo, tento agregar conhecimento e degustar vinhos que me arrebatam de certa maneira. Essa é o meu termômetro de qualidade. E foi qualidade que percebi em um vinho da gigante Concha y Toro.

O vinho que degustei e gostei é o chileno Casillero del Diablo Reserva Privada das castas Cabernet Sauvignon (65%) e Syrah (35%) do Valle del Maipo, da safra 2008. A gigante Concha Y Toro se fez gigante neste rótulo. Esse corte é elaborado a partir de uvas selecionadas de vinhedos nas áreas de Pirque e Peumo. A Cabernet Sauvignon vem de Pirque, lugar de origem da Casillero del Diablo, no Vale do Maipo e o Syraz provém dos cerros de Peumo, no Vale de Rapel.

No aspecto visual se mostra um vinho com vermelho rubi intenso com matizes violáceas, brilhantes, vívido e límpido, com lágrimas abundantes, finas e de lenta dissipação.

No olfato traz frutos negros, com notas de chocolate amargo e café, tostado bem evidente, graças aos 14 meses de passagem por barricas de carvalho.

Na boca repetem-se as notas olfativas, sendo um vinho fresco, fácil de degustar, mas com personalidade, estrutura e corpo, muito versátil, com taninos presentes mas redondos com uma boa acidez que confirma a sua frescura, com aportes de madeira e baunilha, tudo muito bem integrado ao conjunto do vinho.

Um vinho generoso, que entrega uma grande tipicidade e que, apesar do seu título de famoso, de produção de larga escala e de uma vinícola de renome global, não impede que o vinho seja bom e que certamente a tecnologia de que o referido produtor dispõe seja uma ferramenta imprescindível para um rótulo excelente. Com 14,5% de teor alcoólico.

Sobre a Concha y Toro:

Em 1883 Don Melchior Concha y Toro, importante político e empresário chileno, funda a Viña Concha y Toro. A empresa se torna uma empresa pública limitada e expande se nome comercial para a produção geral de vinho, isso em 1922. Em 1933 começam a ser negociadas na Bolsa de Valores e a primeira exportação é feita. No ano de 1957 se estabelece as bases produtivas para a expansão da vinícola, com a produção do vinho Casillero del Diablo, em 1966, onde começaram a investir em vinhos mais complexos, lançando em 1987, o seu principal rótulo, “Don Melchior”, homenageando o seu fundador. A década de 1990 veio com as criações de várias vinícolas nos principais países produtores de vinhos da América Latina, tais como Cono Sur, no Chile, Trivento, na Argentina entre outras.


Curiosidade sobre a linha “Casillero del Diablo” e a lenda que gerou o nome:


Uma história que aterrorizou muitas pessoas daquela região nos séculos XIX e XX e que até os dias de hoje intriga pessoas em todo o mundo. Diz à lenda que em 1883, D. Melchor Concha y Toro deu início a maior Vinícola hoje encontrada no Chile. Naquela época seus vinhos já eram considerados de alta qualidade e muito, muito cobiçados. E o que isso significava? Exatamente, muitos interesseiros e ladrões, claro. As melhores bebidas fabricadas em sua vinícola ficavam guardadas em sua adega particular. Isso para que ninguém pudesse se apropriar delas de forma indevida. Infelizmente para o Sr. Concha y Toro, nem mesmo essa adega particular era capaz de impedir que ele fosse saqueado. Ao perceber que algumas das garrafas de seus melhores vinhos estavam desaparecendo, ele teve uma grande ideia. Melchor Concha y Toro difundiu entre os trabalhadores de sua propriedade que o próprio “diabo” habitava em sua adega particular. Como naquela época era comum ouvir histórias tenebrosas sobre criaturas diabólicas que matavam e esquartejavam as pessoas, essa história ganhou um grande peso sobre os moradores daquela região. Com isso os problemas com furtos acabaram.

Mais informações acesse:



Degustado em: 2014