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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Dinastia Manzanos Gran Reserva 2012

 



Vinho: Dinastia Manzanos Gran Reserva

Safra: 2012

Casta: Tempranillo, Garnacha e Graciano

Região: Navarra

País: Espanha

Produtor: Bodegas Manzanos

Adquirido: Evino

Valor: 64,90

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 36 meses em barricas de carvalho francês e americano, além de 3 anos em garrafa antes de sair da vinícola.

 

Análise:

Visual: revela um rubi, ainda intenso, apesar dos seus doze anos de vida, mas já com evidentes atijolados, com profusão de lágrimas finas e lentas.

Nariz: é complexo e traz aromas de frutas vermelhas e pretas maduras, quase em compota, arrisco também frutas secas. As notas amadeiradas são evidentes, mas muito bem integrado ao conjunto do vinho. E a madeira traz o aporte de chocolate, coco queimado, cacau, carvalho. As especiarias entregam algo picante, talvez pimenta preta. As notas terrosas, de terra molhada são perceptíveis, o couro, caixa de charuto e tabaco.

Boca: traz boa estrutura e complexidade, porém o tempo lhe conferiu maciez e elegância. A madeira, igualmente percebida, como no aspecto olfativo, entrega o carvalho, chocolate, baunilha. Tem bom volume de boca, mostrando personalidade, taninos ainda presentes, mas polidos pelo tempo de garrafa, acidez com alguma proeminência e um final longo, cheio e persistente.

 

Produtor:

https://bodegasmanzanos.com/


segunda-feira, 25 de março de 2024

La Vanidosa Graciano 2021

 



Vinho: La Vanidosa

Casta: Graciano

Safra: 2021

Região: Rioja

País: Brasil

Produtor: Bodegas D. Mateos

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Wine

Valor: R$ 74,90

Estágio: 8 meses em barricas de carvalho francês

 

Análise:

Visual: traz um vermelho intenso, vivo, brilhante, com halos violáceos e lágrimas finas e lentas.

Nariz: aromas intensos de frutas vermelhas maduras, como amora e cereja, algo especiado, couro, talvez, com um leve tostado e amadeirado.

Boca: é macio, redondo, mostrando equilíbrio, com notas frutadas, madeira discreta e um picante que lembra pimenta, taninos presentes, mas amáveis, com ótima e salivante acidez, com final de média persistência.

 

Produtor:

https://www.bodegasmateos.com/


sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

San Antolin Reserva 2012

 

Já li e ouvi muitas discussões, questionamentos e problemáticas com relação a qualidade dos vinhos que ostentam, em seus rótulos, as nomenclaturas “Reserva” e “Gran Reserva”.

E os questionamentos e discussões pairam em torno de uma questão de suma importância para nós enófilos, mas que, para os “aristocratas do vinho” pode se tornar um fato de segregação, que são os valores dos vinhos, sobretudo aqueles valores baixos.

Gera-se uma discussão acerca dos valores baixos dos vinhos reservas e gran reservas, principalmente os espanhóis, e sumariamente os rejeita com um argumento que, penso, ser pouco contundente, de que não se pode degustar tais vinhos com valores abaixo de R$50.

Eu confesso que fomentar essa “polêmica” é totalmente desnecessário, haja vista que qualidade não se mensura, penso eu, pelo preço do vinho, até porque o que precisamos levar em consideração é a proposta do vinho, o que ele pode te entregar e principalmente o que você espera de um vinho para o momento em que você deseja degustar um rótulo.

Me parece se tratar de um argumento totalmente segregador, de que vinho bom é vinho caro, buscando nesse conceito ou pré-conceito, no vinho como artigo de etiqueta social, excluindo aqueles da base da pirâmide social desse nicho seletíssimo do vinho.

Mas não, não podemos pensar dessa maneira! Vinho é para todos e para todos também tem de ser as diversas propostas, é o que o vinho nos proporciona: propostas para as mais diversas situações e momentos. Não há um vinho pior que outro.

Então pensando nisso decidi desbravar algumas regiões da já mencionada por aqui, a Espanha. Sair um pouco ou simplesmente mudar o foco de regiões tradicionais, emblemáticas e famosas como Rioja e Ribera del Duero, por exemplo.

E há cerca de um ano atrás, aproximadamente, descobri um rótulo em um famoso e-commerce de vinhos aqui no Brasil por um valor espetacularmente baixo (R$39,90) de uma região chamada Navarra, um Gran Reserva. Sim! Um Gran Reserva! Como degustar e comprar um Gran Reserva a esse valor? Mesmo baixo decidi ousar e comprar.

Eu o comprei dois anos antes, 2019 e decidi degusta-lo em 2021, pois a safra era de 2011. Optei por desarrolhá-lo aos 10 anos de vida. Era o Gran Villa Gran Reserva 2011. E a experiência foi arrebatadora, especial! Decidi investir em novos rótulos dessa região. 

Mas revisitando os meus “arquivos de degustação” encontrei um que havia esquecido e que achei da forma mais despretensiosa do mundo em um supermercado, praticamente jogado, esquecido e empoeirado no rodapé das gôndolas: um branco da famosa casta Viúra ou Macabeo chamado El Lagar de la Aldea 2017, há um valor, pasmem, de R$19,90! E que vinho delicioso!

E em minhas incursões pela grande rede, pela internet, encontrei outro de Navarra que, por uma grata coincidência, é do mesmo produtor do Gran Villa Gran Reserva, desta vez um Reserva, da Bodegas Bornos.

Então sem mais delongas vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio de Navarra, um espanhol chamado San Antolin Reserva composto pelas castas Cabernet Sauvignon (60%), Graciano (35%) e Garnacha (5%) da safra 2012.

Ah e mais um com mais de dez anos de garrafa, 11 anos para ser mais preciso! Essa aventura dos vinhos velhos, sobretudo os espanhóis, tem me levado a experiências sensoriais incríveis e esse, para não perder o costume, surpreendeu positivamente! E para não perder o costume também falemos dessa bela região que, a cada dia, venho me aventurando: Navarra!

DO (Denominação de Origem) Navarra

A região de Navarra (DO Navarra) fica ao norte da região de Rioja, entre a parte baixa dos Pirenéus, até o rio Ebro, apresentando cerca de 11.500 hectares ocupados por vinhedos, graças ao seu solo extremamente fértil e propício para o cultivo de inúmeras castas.

A viticultura começou já no século II a. C quando os romanos criaram as primeiras adegas. Por muitos anos, o vinho foi produzido pelos monges dos inúmeros monastérios desta antiga área vitivinícola.

Na idade Média, Navarra era um reino poderoso, aliado à França, o que ajudou o desenvolvimento da viticultura. O fato que fica no Caminho de Santiago aumentou a demanda, os vinhos de Navarra sendo recomendados aos romeiros.

Navarra

As videiras foram devastadas pela praga filoxera em 1892, eliminando quase 98% das vinhas na época. No início do século XX, foram replantadas vinhas com raízes do Novo Mundo. Produtores formaram cooperativas e produziram vinho em grande quantidade, exportado a granel. Somente nos anos 1980, vinícolas privadas começaram a fazer vinhos de qualidade. A Denominación de Origen, originalmente aprovada em 1933, foi modificada para refletir a transição de vinhos de massa para vinhos de qualidade.

A região produz cerca de 89 milhões de litros de vinho por ano, dos quais 30% são exportados. Apesar dos vinhos brancos da região fazerem bastante sucesso e agradarem aos exigentes paladares da crítica especializada, é a produção de vinhos tintos que se destaca em Navarra. Em decorrência disso, 70% da produção da área espanhola é constituída de vinhos tintos, sendo os outros 25%, destinados a produção de vinhos brancos e rosés.

Diversas variedades de uva são cultivadas na região, como as da casta Moscatel, Chardonnay, Mazuelo, Graciano, Merlot, Cabernet Sauvignon e Viura. Entretanto, as uvas de maior sucesso da região de Navarra são a Garnacha e a Tempranillo. Por muitos anos, a Garnacha foi de longe a variedade de uva mais plantada nas vinhas, intercaladas com as fazendas de frutas e vegetais pelas quais Navarra é tão famosa. Até pouco tempo atrás, as vinhas velhas de Garnacha, dominavam o território.

Tempranillo ultrapassou Garnacha como a variedade mais plantada, com Cabernet Sauvignon chegando em terceiro lugar. Os resultados são muito respeitáveis, se muito raramente são excepcionais. As bodegas de Navarra foram capazes de investir em carvalho francês para suas uvas francesas.

Consideravelmente auxiliados por um programa de pesquisa do governo local, eles fizeram uma avaliação cuidadosa de variedades de uvas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e, especialmente, Tempranillo - que agora produz alguns vinhos finos e concentrados, tipicamente envelhecidos em carvalho americano.

Navarra tem clima continental, com verão seco e quente, e invernos bem frios. Tem uma influência marítima vendo do mar Atlântico, moderando as temperaturas durante a maduração das uvas, e a noite, as temperaturas caiem no fim de agosto. A grande diversidade dos vinhos de Navarra reflita a influência da confluência dos climas das 2 principais zonas de produção da região, situação excepcional na península ibérica: atlântico na Tierra Estella e na Baja Montaña; mediterrâneo na Ribera Alta e na Ribeja Baja.

Na década de 1980 a região começou a passar por grandes mudanças, com a renovação de mentalidade trazida por produtores jovens e inquietos, que culminou com a redescoberta e valorização das castas mais tradicionais e de seus vinhedos de vinhas velhas. Como os preços médios ainda permanecem mais baixos que os da Rioja, os vinhos de Navarra tornaram-se opções muito interessantes.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um lindo e instigante vermelho rubi intenso, escuro com halos evoluídos, de cor atijolada denotando seus 11 anos. Tem lágrimas em profusão, grossas, lentas e que mancham o bojo.

No nariz traz um bouquet exalando frutas pretas maduras, onde se destacam amoras e cereja preta, com notas amadeiradas, graças aos seus 24 meses em barricas de carvalho francês, bem integradas ao conjunto do vinho, além de baunilha, couro, tabaco, estrebaria, chocolate e baunilha, conferindo-lhe complexidade.

Na boca é seco, de estrutura mediana, cheio, untuoso e alcoólico, mas com muita elegância graças aos seus 11 anos de garrafa. Replicam-se as percepções amadeiradas, trazendo a torrefação, tosta e algo de caramelo e mentolado e frutadas como no aspecto olfativo, com taninos persistentes, porém redondos e marcantes, com baixa acidez e um final de média persistência e retrogosto frutado.

Um misto de sentimentos me tomou de assalto quando degustei o San Antolin Reserva: o prazer de degustar um vinho com 11 anos de vida, o que, convenhamos não é cotidiano, e pelo fato de carregar, de ostentar o título de “Reserva”, um reserva espanhol que traz todo o rigor da famosa “Lei 24/2003, de 10 de julho, sobre vinha e vinho”. 

Sobre a Bodega Señorio de Sarría:

Embora a adega tenha sido fundada em 1953, muitos séculos de história contemplam estas terras como zona de cultivo de vinha. Diz a história que o Senhor de Sarría desde a Idade Média, por intermédio de crônicas da época, acompanhou o rei Sancho El Fuerte na batalha de Las Navas de Tolosa em 1212.

Séculos depois, no século XVI, a história do Señorío e Navarra se confunde ainda mais, já que o então senhor de Sarría (Juan de Azpilicueta), irmão de San Francisco Javier (atual patrono de Navarra), pagou seus estudos em Paris, com os rendimentos obtidos na pecuária e exploração agrícola desta fazenda. O manuscrito no qual San Francisco Javier agradece a seu irmão por esta ajuda ainda é preservado hoje.

E foi muitos anos depois, em 1953, quando o renomado empresário navarro Don Félix Huarte comprou o Señorío, realizou as novas plantações de vinhedos e construiu a vinícola, passando a produzir e comercializar vinhos com a marca Señorío de Sarría.

Posteriormente, em 1981, a adega separou-se da família Huarte e iniciou uma nova etapa, que teve um importante renascimento em 2001, dando início a um novo e ambicioso projeto de renovação de instalações e vinhas, de forma a estar na vanguarda do panorama nacional e internacional mercado.

Situado em Puente La Reina, no coração do Caminho de Santiago, o Señorío de Sarría está localizado em uma área que oferece condições de clima e solo imbatíveis, o que permite a produção de uma gama de vinhos da mais alta qualidade.

100 hectares de vinhas de múltiplas variedades estão espalhados pelas encostas e espreguiçadeiras de Puente La Reina, Olite e Corella. Cada planta, cada vinha, cada parcela, recebe um cuidado primoroso e um acompanhamento particular para produzir vinhos magníficos desde a sua origem. Cada casta foi cuidadosamente selecionada e cultivada no local mais adequado, tendo em conta as condições de luz, humidade e temperatura exigidas em cada caso.

Mais informações acesse:

https://www.bodegadesarria.com/

http://www.bornosbodegas.com/

Referências:

“Premium Wines”: https://www.premiumwines.com.br/_regiao_olha.php?reg=72

“Vindame”: https://www.vindame.com.br/navarra

“Bella Cave”: https://www.bellecave.com.br/vinhos-de-navarra-na-espanha

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/navarra




sábado, 3 de dezembro de 2022

Finca Constancia Parcela 12 Single Vineyard Graciano 2017

 

Retomando agora, e com muito entusiasmo, é claro, com as grandes novidades que só o universo do vinho é capaz de nos proporcionar. E já estava com saudades de degustar novas, pelo menos para mim, castas, de novas regiões e tudo o mais.

E hoje a degustação será de uma casta que já conhecia e que sempre figurou em blends, com pequenas percentagens, principalmente em vinhos espanhóis, sobretudo em cortes de vinhos reservas e gran reservas daquele país.

Em uma pesquisa preliminar a respeito dela pude apurar que é uma cepa que não tem a grande popularidade de uma Tempranillo ou Garnacha, inclusive são poucos os hectares dessa uva por lá e não preciso dizer que, diante disso, a ansiedade em degusta-la é grande.

A oferta de rótulos dessa casta, no mercado brasileiro, reflete basicamente esse panorama sendo, consequentemente, bem baixa, então a oportunidade é rara, pouco constante de degustar vinhos com essa casta. Falo da Graciano.

Pouco se conhece, pouco se fala! Isso já é muito bom para quem está garimpando novas experiências, novos rótulos, novos terroirs, novas expressões sensoriais. E por falar em terroirs o rótulo de hoje, além de trazer a novidade, traz também uma região que tenho apreciado a cada degustação: Castilla La Mancha.

Sempre ouvi, e isso é fato, de que a região de Castilla La Mancha, a terra do errante Dom Quixote, é de grande produção, produção de volume, logo surge aquela discussão de que são vinhos de baixa qualidade, ruins.

Não quero entrar no mérito dessa discussão, apesar desta impactar na qualidade do vinho, mas um vinho que carrega, em seu nome, “Parcela 12”, ou seja, de um vinhedo especial, de uma terra especial, além do nome de “Single Vineyard” que corrobora essa definição, não pode ser de uma região que predominante produza vinhos ruins.

Enfim, sem mais delongas, vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio de Castilla La Mancha, como já apresentado, e se chama Finca Constancia Parcela 12 Single Vineyard da casta Graciano, da safra 2017. E para não perder o costume vamos também de histórias. Falemos de Castilla La Mancha e da casta Graciano!

Castilla La Mancha, a terra de Dom Quitoxe e os seus Moinhos de Vento

Bem ao centro da Espanha, país com a maior área de vinhas plantadas em todo o mundo e o terceiro maior mercado produtor de vinhos, está localizada a região vitivinícola de Castilla La Mancha. Um território com grande extensão de terra quase que completamente plana, sem grandes elevações.  É nessa macrorregião que se origina quase 50% do total de litros de vinho produzidos anualmente na Espanha.

“Em um lugar em La Mancha, cujo nome eu não quero lembrar, existiu há não muito tempo um cavaleiro, do tipo que mantinha uma lança nunca usada, um escudo velho, um galgo para corridas e um cavalo velho e magro”.

“Dom Quixote de La Mancha ou o Cavaleiro da triste figura” de Miguel de Cervantes.

O nome “La Mancha” tem origem na expressão “Mantxa” que em árabe significa “terra seca”, o que de fato caracteriza a região. Neste território, o clima continental ao extremo provoca grandes diferenças de temperaturas entre verão e inverno. Nos dias quentes de verão os termômetros podem alcançar os 45°C, enquanto nas noites rigorosas de frio intenso do inverno, as temperaturas negativas podem chegar a até -15°C.

A irrigação torna-se muitas vezes essencial: além do baixo índice pluviométrico devido ao caráter continental e mediterrâneo do clima, o local se torna ainda mais seco graças ao seu microclima, que impede a entrada de correntes marítimas úmidas. A ocorrência de sol por ano é de aproximadamente 3.000 horas. Esta macrorregião é composta por várias regiões menores, incluindo sete “Denominações de Origem”, das quais se pode destacar La Mancha e Valdepeñenas.

Castilla La Mancha

La Mancha: é a principal região dentre elas, sendo considerada a maior DO da Espanha e a mais extensa zona vinícola do mundo.  O território abrange 182 municípios, distribuídos em quatro províncias: Albacete, Ciudad Real, Cuenca e Toledo. As principais uvas produzidas naquele solo são a uva branca Airen e a popular tinta espanhola Tempranillo, também conhecida localmente como Cencibel.

Valdepeñenas: localizada mais ao sul, mas com as mesmas condições climáticas, tem construído sua boa reputação graças à produção de vinhos de grande qualidade, normalmente varietais da uva Tempranillo ou blends desta com castas internacionais.

A DO La Mancha conta mais de 164.000 hectares de vinhedos plantados. Com isso, é a maior Denominação de Origem do país e a maior área vitivinícola contínua do mundo, abrangendo 182 municípios, divididos em quatro províncias: Albacete, Ciudad Real, Cuenca e Toledo.

As castas mais cultivadas em Castilla de La Mancha são: Airén, Viúra, Sauvignon Blanc e Chardonnay entre as brancas e as tintas são: Tempranillo, Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot e Grenache.

Classificação dos rótulos da DO de Castilla La Mancha:

Jóven: Categoria mais básica, sem passagem por madeira, para ser consumido preferencialmente no mesmo ano da colheita.

Tradicional: Sem passagem por madeira, porém com mais estrutura do que o Jóven.

Envelhecimento em barris de carvalho: Envelhecimento mínimo de 90 dias em barris de carvalho.

Crianza: Envelhecimento natural de dois anos, sendo, pelo menos, seis meses em barris de carvalho.

Reserva: Envelhecimento de, no mínimo, 12 meses em barris de carvalho e 24 meses em garrafa.

Gran Reserva: Envelhecimento de, no mínimo, 18 meses em barris de carvalho e 42 meses em garrafa.

Espumante: Produzidos a partir do método tradicional (segunda fermentação em garrafa), com no mínimo nove meses de autólise.

Graciano

A uva Graciano é típica de Rioja, considerada por muitos a melhor uva da região, acima até mesmo da Tempranillo, variedade mais cultivada em toda a Espanha. A casta Graciano é conhecida também por outros nomes, como Tinta Miúda e Morrastel e Xeres. Outros nomes para esta uva são Bastardo Nero, Bordelais, Cagnolale, Cagnovali Negro, Cagnulari, Cagnulari Bastardo, Cagnulari Sardo, Caldaredou Caldarello, Cargo Muol, Couthurier, Graciano Tinto, Gros Negrette, Minustello, Tinta do Padre Antonio, Tintilla, Zinzillosa.

Cultivada principalmente em Rioja e Navarra, representa apenas 0,02% da área plantada da Espanha, concentrada sobretudo na Navarra (31,4% do total) e na Rioja (23,4%). A Graciano é encontrada também em regiões da França, em Languedoc-Roussillon, na Argentina, nos Estados Unidos e na Austrália. Em Languedoc-Roussillon a variedade recebeu notório destaque durante o século XIX, contribuindo para aumentar o prestígio da região perante o mundo do vinho.

Segundo dados da OIV, em 2015 eram apenas 2.137 hectares de Graciano plantados ao redor do mundo, a totalidade deles na Espanha. No entanto, existem pequenas parcelas de vinhedos também em países como Portugal, França e Estados Unidos.

Considerada uma uva de difícil plantio e propensa a doenças, os rendimentos da Graciano apresentam números pequenos. O período de amadurecimento dessa variedade é alto, fazendo com que a uva não se adapte em regiões com climas frios. No entanto, tal demora é responsável também por adicionar maior complexidade de sabores e aromas e somente uvas completamente maduras garantem sua plena expressão.

Os vinhos produzidos a partir da uva Graciano costumam ser ricos em acidez e, às vezes, bastante tânicos, tornando-se aptos a envelhecer com excelente qualidade. O clássico vinho Graciano é moderadamente tânico, com coloração profunda e rico em aromas. Em Rioja, onde a maior parte dos vinhos tintos são envelhecidos em barris de carvalho, estas notas tornam-se ainda mais aromáticas, complementadas por baunilha e especiarias doces – as marcas dos vinhos tintos envelhecidos em madeira.

Durante o século XX, muito produtores da região de Rioja substituíram as vinhas da uva Graciano por uvas internacionais, consideradas como “uvas mais elegantes”, entre elas encontram-se as castas Tempranillo e Cabernet Sauvignon.

O crescente interesse por uvas autóctones tem feito a Graciano ser reconhecida e conquistar cada vez mais atenção e espaço. Fazendo parte, tradicionalmente, de vinhos de corte produzidos em Rioja, adicionando-os cor e aromas, a uva Graciano tem sido utilizada cada vez mais na produção de vinhos varietais. Felizmente, a Graciano vem recebendo notória importância nos dias de hoje e elabora alguns dos melhores vinhos espanhóis, capazes de agradar a paladares de inúmeros críticos, especialistas e amantes do mundo do vinho.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um deslumbrante e intenso vermelho rubi vivo fechado, intransponível, com halos granada, com lágrimas grossas e em profusão que mancham o bojo.

No nariz traz aromas altivos e pronunciados de frutas pretas maduras, como ameixa, amora e cereja, além de um delicado e agradável floral, algo de violetas, notas de especiarias, talvez pimentas e cravo, com toques discretos da madeira e o seu aporte como cacau, baunilha, terra molhada. O vinho passou 8 meses em barricas de carvalho.

Na boca revela de imediato a sua complexidade e estrutura, um vinho volumoso, cheio, o álcool corrobora tal personalidade, mas sem agredir, se mostrando, ao mesmo tempo, elegante e redondo. Os taninos, presentes, são domados e equilibra com a acidez média, bem como a fruta, que também protagoniza, que em sinergia com a madeira, faz do vinho marcante. Trazem também notas de chocolate meio amargo, baunilha, couro, tabaco, baunilha, uma rusticidade elegante. Tem final longo, prolongado.

Curiosidade sobre o nome do vinho:

O vinho recebe o nome “Parcela 12” porque fica no extremo oeste da propriedade Finca Constancia, onde são plantadas as castas Graciano, sendo de altíssima qualidade e vindimadas à mão.

É com essa designação de terroir, de especificidades de terra, de pequenos lotes que faz de um vinho especial, importante e único. Assim é o Finca Constancia Parcela 12 Single Vineyard. E mais especial ainda é a Graciano. Viva, plena, intensa, de marcante personalidade, em todos os seus aspectos. É definitivamente uma experiência sensorial gigante. Um vinho que marcou e que sempre virá à tona em minhas lembranças! Tem 14% de teor alcoólico.

Sobre a Finca Constancia:

Finca Constancia faz parte da González Byass ‘Familia de Vino’, e seu espírito se reflete em uma citação do fundador de González Byass em 1836: “Não consigo pensar em negócio melhor do que fazer vinho e a ele, portanto, dedico minha vida. ”

O nome da vinícola é em sua homenagem, pois para ele a constância era a principal virtude da vida e ele chamou sua primeira adega de “La Constancia”.

A Finca Constancia foi fundada em Castilla la Mancha, perto de Toledo, em 2001, e 200 hectares foram selecionados por causa de sua enorme diversidade de solos e o clima continental seco. As vinhas são plantadas em 79 parcelas distintas, ou parcelas, classificadas de acordo com o tipo de solo e microclima.

Os vinhedos abrigam uma série de variedades de uvas nativas e internacionais, incluindo então Tempranillo, Cabernet Sauvignon, Syrah, Cabernet Franc, Petit Verdot, Graciano, Garnacha, Verdejo e Sauvignon Blanc.

Cada parcela é plantada com o propósito de melhor adequar a variedade de uva com as condições e tipo de solo. Ademais são vinificados separadamente, o que permite a rastreabilidade total e a produção de vinhos de parcela única. Estes vinhos e a Finca Constancia Seleccion são as referências da propriedade.

Finca Constancia se dedica ao meio ambiente e por conseguinte está se convertendo às práticas biodinâmicas. Sendo assim, o trabalho na vinha é realizado a um ritmo ditado pelos ciclos da lua e pela posição dos planetas.

Apenas material vegetal compostado é usado para nutrir o solo, culturas de cobertura são plantadas para incorporar mais nitrogênio ao solo assim como a terra é povoada com fauna local para promover um ecossistema natural.

Dentro da gama, a marca Altozano é uma homenagem a Toledo, uma das cidades mais emblemáticas de Espanha, refletindo o imaginário e símbolos clássicos desta famosa capital. Os vinhos são frescos e baseados em frutas – uma ótima introdução aos vinhos espanhóis modernos.

Mais informações acesse:

https://fincaconstancia.es/en/

https://www.gonzalezbyass.com/validate

Referências:

“Vinho Blog”: http://blog.vinhosite.com.br/la-mancha-maior-regiao-produtora-vinhos-espanha/

“Enologuia”: https://enologuia.com.br/regioes/245-a-regiao-de-castilla-la-mancha-a-terra-de-dom-quixote

Blog “Enologuia”: https://enologuia.com.br/regioes/245-a-regiao-de-castilla-la-mancha-a-terra-de-dom-quixote#:~:text=Este%20livro%2C%20universalmente%20famoso%2C%20trata,no%20centro%2Fsudeste%20da%20Espanha.&text=Os%20primeiros%20escritos%20da%20cultura,vinhas%20foram%20introduzidas%20pelos%20romanos.

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/vinhos-dos-moinhos_4580.html

“Blog VinhoSite”: http://blog.vinhosite.com.br/la-mancha-maior-regiao-produtora-vinhos-espanha/

“Wine Fun”: https://winefun.com.br/graciano-mais-que-uma-uva-de-corte/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/graciano








sábado, 7 de agosto de 2021

Gran Villa Gran Reserva 2011

 

Já vi e ouvi algumas discussões ditas polêmicas com relação ao questionamento de qualidade de alguns vinhos “Gran Reserva”. O questionamento a qual me refiro paira sobre os valores de alguns rótulos. Eu confesso que fomentar essa “polêmica” é totalmente desnecessário, haja vista que qualidade não se mensura, penso eu, pelo preço do vinho, até porque o que precisamos levar em consideração é a proposta do vinho, o que ele pode te entregar e principalmente o que você espera de um vinho para o momento em que você deseja degustar um rótulo.

Para muitos, os famosos “aristocratas do mundo do vinho”, um grande rótulo é aquele de grife, de vinícola famosa, caro, por isso que aquele que ostenta um “Gran Reserva” tem de ser caro, três dígitos, no mínimo. E quando se depara com um de dois dígitos e abaixo de R$ 40,00 dinheiros, surge àquela interrogação na cabeça: Será que ele é bom? Sei não...

Mas quando degustamos um Gran Reserva espanhol precisamos fazer algumas considerações: os Reservas, os Crianzas, os Gran Reservas na Espanha seguem uma rígida legislação que busca valorizar, enaltecer os terroirs de cada região, bem como algumas regras e determinações com relação às passagens pelas barricas de carvalho, bem como os seus “descansos” na garrafa, nas caves das vinícolas antes de chegar às mesas dos enófilos. Para saber mais do assunto leia: “Classificação dos vinhos espanhóis” “Lei 24/2003, de 10 de julho, sobre Vinha e Vinho”.

Eu acessei um famoso aplicativo de vendas de vinhos e, de forma despretensiosa, confesso, comecei a navegar, olhar os rótulos sem intenção de buscar nada em especial e vislumbrei um rótulo espanhol, um Gran Reserva, de uma região não muito conhecida, como Rioja, por exemplo, de um produtor não muito badalado, mas que chamou a minha atenção confesso, pelo preço. Mas me senti na obrigação de buscar referências para não fazer uma compra no escuro. Porém, pelo simples fato de ser de uma região e vinícola pouco badaladas, pouco achei sobre o vinho, inclusive no próprio site do produtor nada havia sobre o vinho.

Comprei no escuro, contudo me identifiquei com alguns pontos e que o vinho entregava: um vinho com uma safra razoavelmente antiga, com potencial de guarda, com grande complexidade, pelo menos eu esperava ter isso em minha taça e um Gran Reserva na faixa dos R$ 39,90 acredite se quiser!

Como sempre costumo fazer quando pouco se tem de informação sobre o vinho, antes de degusta-lo, contatei o produtor para confirmar as castas que compunha o blend, o percentual de cada uma, entre outros detalhes de sua descrição técnica. E de posse da informação (ótimo feedback do produtor) eu decidi esperar, não sei dizer o motivo, o vinho completar 10 anos de safra para degusta-lo. E como segurar a ansiedade? O vinho na adega, por dois anos, o comprei em 2019, aguardando o meu momento, o ápice da celebração da degustação.

E eis que o momento chegou, 5 de agosto de 2021, 10 anos de safra, um vinho evoluído, uma noite de inverno, um vinho para acalentar, esquentar a alma sedenta por degustar um vinho que eu nutri tanta expectativa. A rolha anuncia o início do ritual da degustação se desprendendo da garrafa, a liberdade da poesia líquida pronto para ser recitada. A taça é inundada de um momento que esperava ser sublime, a análise visual, o aroma, a degustação! Incrível! Tanta complexidade, elegância, maciez e personalidade em um só rótulo, essas improbabilidades se fez verdadeira. O vinho que degustei e gostei veio da região espanhola de Navarra e se chama Gran Villa, um Gran Reserva cujo blend é composto pelas castas Cabernet Sauvignon (60%), Graciano (20%), Tempranillo (10%) e Garnacha (10%) da safra 2011. Essa combinação, que me parece ser comum da região de Navarra, de castas francesas e das uvas populares da Espanha, traz a tônica ao vinho também e antes de falar do vinho, falemos um pouco da região de Navarra.

DO Navarra

A região de Navarra (DO Navarra) fica ao norte da região de Rioja, entre a parte baixa dos Pirenéus, até o rio Ebro, apresentando cerca de 11.500 hectares ocupados por vinhedos, graças ao seu solo extremamente fértil e propício para o cultivo de inúmeras castas. A viticultura começou já no século 2 antes de Cristo quando os Romanos criaram as primeiras adegas. Por muitos anos, o vinho foi produzido pelos monges dos inúmeros monastérios desta antiga área vitivinícola. Na idade Media, Navarra era um reino poderoso, aliado à França, o que ajudou o desenvolvimento da viticultura. O fato que fica no Caminho de Santiago aumentou a demanda, os vinhos de Navarra sendo recomendados aos romeiros.

DO Navarra

As videiras foram devastadas pela praga filoxera em 1892, eliminando quase 98% das vinhas na época. No início do século XX, foram replantadas vinhas com raízes do Novo Mundo. Produtores formaram cooperativas e produziram vinho em grande quantidade, exportado a granel. Somente nos anos 1980, vinícolas privadas começaram a fazer vinhos de qualidade. A Denominación de Origen, originalmente aprovada em 1933, foi modificada para refletir a transição de vinhos de massa para vinhos de qualidade.

A região produz cerca de 89 milhões de litros de vinho por ano, dos quais 30% são exportados. Apesar dos vinhos brancos da região fazerem bastante sucesso e agradarem aos exigentes paladares da crítica especializada, é a produção de vinhos tintos que se destaca em Navarra. Em decorrência disso, 70% da produção da área espanhola é constituída de vinhos tintos, sendo os outros 25%, destinados a produção de vinhos brancos e rosés.

Diversas variedades de uva são cultivadas na região, como as da casta Moscatel, Chardonnay, Mazuelo, Graciano, Merlot, Cabernet Sauvignon e Viura. Entretanto, as uvas de maior sucesso da região de Navarra são a Garnacha e a Tempranillo. Por muitos anos, a Garnacha foi de longe a variedade de uva mais plantada nas vinhas, intercaladas com as fazendas de frutas e vegetais pelas quais Navarra é tão famosa. Até pouco tempo atrás, as vinhas velhas de Garnacha, dominavam o território.

Tempranillo ultrapassou Garnacha como a variedade mais plantada, com Cabernet Sauvignon chegando em terceiro lugar. Os resultados são muito respeitáveis, se muito raramente são excepcionais. As bodegas de Navarra foram capazes de investir em carvalho francês para suas uvas francesas.

Consideravelmente auxiliados por um programa de pesquisa do governo local, eles fizeram uma avaliação cuidadosa de variedades de uvas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e, especialmente, Tempranillo - que agora produz alguns vinhos finos e concentrados, tipicamente envelhecidos em carvalho americano.

Navarra tem clima continental, com verão seco e quente, e invernos bem frios. Tem uma influencia marítima vendo do mar Atlântico, moderando as temperaturas durante a maduração das uvas, e a noite, as temperaturas caiem no fim de agosto. A grande diversidade dos vinhos de Navarra reflita a influência da confluência dos climas das 2 principais zonas de produção da região, situação excepcional na península ibérica: atlântico na Tierra Estella e na Baja Montaña; mediterrâneo na Ribera Alta e na Ribeja Baja.

Na década de 1980 a região começou a passar por grandes mudanças, com a renovação de mentalidade trazida por produtores jovens e inquietos, que culminou com a redescoberta e valorização das castas mais tradicionais e de seus vinhedos de vinhas velhas. Como os preços médios ainda permanecem mais baixos que os da Rioja, os vinhos de Navarra tornaram-se opções muito interessantes.

E agora finalmente o vinho!

Na taça tem um lindo vermelho rubi intenso, mas com traços violáceos que lhe confere algum brilho, com lágrimas finas e em profusão, lentas e que mancham de vermelho as bordas do copo.

No nariz o buquê aromático é o destaque, com notas de frutas negras, como a ameixa e a amora, em especial, com a madeira também protagonizando, bem como a baunilha, o couro, tabaco e toques de especiarias como a baunilha, por exemplo.

Na boca é estruturado, quente, corpulento, porém macio e aveludado graças aos 36 meses de passagem por barricas de carvalho e 5 anos evoluindo na garrafa antes de sair da vinícola, que lhe confere também complexidade. Os taninos são firmes e presentes, mas domados, com uma acidez presente e na medida, apesar dos seus 10 anos de safra. A madeira também presente entrega toques generosos de torrefação e chocolate. Um vinho que envelheceu muito bem e tem um final longo e prolongado.

Um misto de sentimentos me tomou de assalto quando degustei o Gran Villa Gran Reserva: o prazer de degustar um vinho com 10 anos de vida, o que, convenhamos não é cotidiano, e pelo fato de carregar, de ostentar o título de “Gran Reserva”. Quando ostenta um vinho espanhol o “Gran Reserva” em seu rótulo, merece todas as referências possíveis. E independente dos valores, baixos ou não para esta proposta, temos de olhar com carinho, mas que não significa que o vinho não traga frustrações, mas nesse quesito temos de ressaltar a particularidade das experiências sensoriais de cada um. Um vinho de uma complexidade aromática única, com estrutura e personalidade marcante, mas equilibrado e elegante conferidos pelo tempo, um vinho que se deve degustar vagarosamente, apreciando, respeitando cada nuance, cada detalhe que faz dele único, vívido, pleno e intenso. Um vinho que envelheceu bem, com grande capacidade de evolução, pleno e vivo e que teria, sem dúvidas anos e anos pela frente! Tem evidentes 14% de teor alcoólico, mas muito bem integrados ao conjunto do vinho.

Sobre a Bodega Señorio de Sarría:

Embora a adega tenha sido fundada em 1953, muitos séculos de história contemplam estas terras como zona de cultivo de vinha.

Diz a história que o Senhor de Sarría desde a Idade Média, por intermédio de crônicas da época, acompanhou o rei Sancho El Fuerte na batalha de Las Navas de Tolosa em 1212. Séculos depois, no século XVI, a história do Señorío e Navarra se confunde ainda mais, já que o então senhor de Sarría (Juan de Azpilicueta), irmão de San Francisco Javier (atual patrono de Navarra), pagou seus estudos em Paris, com os rendimentos obtidos na pecuária e exploração agrícola desta fazenda. O manuscrito no qual San Francisco Javier agradece a seu irmão por esta ajuda ainda é preservado hoje.

E foi muitos anos depois, em 1953, quando o renomado empresário navarro Don Félix Huarte comprou o Señorío, realizou as novas plantações de vinhedos e construiu a vinícola, passando a produzir e comercializar vinhos com a marca Señorío de Sarría.

Posteriormente, em 1981, a adega separou-se da família Huarte e iniciou uma nova etapa, que teve um importante renascimento em 2001, dando início a um novo e ambicioso projeto de renovação de instalações e vinhas, de forma a estar na vanguarda do panorama nacional e internacional mercado.

Situado em Puente La Reina, no coração do Caminho de Santiago, o Señorío de Sarría está localizado em uma área que oferece condições de clima e solo imbatíveis, o que permite a produção de uma gama de vinhos da mais alta qualidade.

100 hectares de vinhas de múltiplas variedades estão espalhados pelas encostas e espreguiçadeiras de Puente la Reina, Olite e Corella. Cada planta, cada vinha, cada parcela, recebe um cuidado primoroso e um acompanhamento particular para produzir vinhos magníficos desde a sua origem. Cada casta foi cuidadosamente selecionada e cultivada no local mais adequado, tendo em conta as condições de luz, humidade e temperatura exigidas em cada caso.

Mais informações acesse:

https://www.bodegadesarria.com/

http://www.bornosbodegas.com/

Referências:

“Premium Wines”: https://www.premiumwines.com.br/_regiao_olha.php?reg=72

“Vindame”: https://www.vindame.com.br/navarra

“Bella Cave”: https://www.bellecave.com.br/vinhos-de-navarra-na-espanha

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/navarra