Decidi surpreender um amigo que estava enveredando para o
mundo do vinho. O convidei para vir à minha casa e queria ajuda-lo a adentrar,
com algum estilo, ao universo do vinho. A ideia era fazer com um rótulo pouco
usual, fugir um pouco do óbvio de determinados países ou regiões produtoras.
Lembro-me que na época, há cerca de 3 anos atrás, aproximadamente, quando fiz
esse convite ao meu estimado amigo, a Austrália ainda era uma novidade para
mim, embora, nessa época, eu já tinha alguma “rodagem” como enófilo. A
Austrália sempre foi difícil encontrar em terras brasileiras. Não havia tantas
opções de rótulos e propostas e as poucas que tinham os valores eram
demasiadamente altos. Bem, ainda o é nos dias atuais, mas a gente consegue,
garimpando com um pouco mais de dedicação, encontrar alguns rótulos legais a
preços mais acessíveis para bolsos desprovidos de capital. E, quando estava
escolhendo o vinho, lembrei-me de um vinho que tinha visto em um supermercado
grande e conhecido na minha cidade, de um australiano que me recomendaram,
principalmente pela ótima relação custo X benefício e corri para o local para compra-lo e o
encontrei!
O vinho que degustei e gostei, como disse, vem da Austrália,
cuja região é Barossa Valley, no sul da Austrália e é o Jacob’s Creek, um 100%
Syrah, da safra 2015. Antes de falar do vinho, convém lembrar que, logo após a
degustação deste vinho, eu repeti a dose, degustando a mesma linha de rótulos,
mas foi o corte das castas Cabernet Sauvignon e Syrah, típico blend
australiano, da safra 2014 e pode ser lido aqui: Jacob's Creek Classic Cabernet/Syrah 2014. Falemos também da região de Barossa Valley.
Barossa Valley.
O Barossa Valley é a região produtora de vinhos mais antiga do
sul da Austrália. Ao contrário de outras regiões vinícolas, influenciadas pelos
ingleses, a produção de vinhos no Barossa Valley foi iniciada por imigrantes
alemães, fugidos da região prussiana da Silésia (hoje, Polônia). Embora a
Austrália seja famosa por seu Cabernet Sauvignon, em Barossa Valley o destaque
fica para a produção de intensos e longevos exemplares de Shiraz.
Barossa Valley
Em sua história, o Barossa Valley começou sua produção de
vinhos com o Riesling, devido à influência alemã, chegando a produzir o estilo
porto por um certo tempo, até que começou a ganhar fama com a elaboração de um
Shiraz encorpado, com notas intensas de chocolate e especiarias. A acidez das
uvas produzidas no Barossa Valley precisa ser equilibrada através de diversos
processos, como a inversão osmótica ou a adição de água ao mosto. Por outro
lado, a separação da casca em fases iniciais da fermentação ajuda a dar ao
vinho de Barossa Valley um paladar suave.
E agora o vinho!
Na taça tem um vermelho rubi intenso, escuro, mas, por outro
lado com um reluzente brilhante, com lágrimas em boa quantidade tingindo as
paredes do copo, da taça.
No nariz traz aromas agradáveis de frutas vermelhas maduras,
como amora, com notas de chocolate amargo e um discreto tostado. No site do
produtor não tem informação sobre passagem por barricas de carvalho e tão pouco
nos rótulos, mas tais características apresentadas no aroma, tudo indica que
tenha tido uma breve passagem por madeira.
Na boca é seco, típico da Syrah, bem como aquele atraente
picante, com corpo médio, mas muito elegante e macio, com taninos presentes,
porém sedosos, com uma boa acidez que entrega um vinho fresco, jovem e
saboroso. Tem um final longo, agradável e com muita fruta.
Pois é, meu amigo gostou muito do vinho, eu me apaixonei,
ainda mais, pelos vinhos australianos e pelo Syrah que lá é produzido. E esse
Jacob’s Creek Classic é redondo, equilibrado, de personalidade marcante, mas
fresco, fácil de degustar. Harmoniza muito bem com carnes, massas, pizza e
arriscaria em dizer que, caso queira ser um pouco mais ousado, um bom
hambúrguer de carne bem passada. Um vinho super versátil. Tem 13,9% de teor
alcóolico muito bem integrados.
Sobre a Orlando Wines:
A história remonta à chegada de um imigrante visionário da
Baviera, o alemão Johann Gramp. Gramp, impulsionado pela saudade dos vinhos de
sua terra natal, a Baviera (hoje parte da Alemanha), que o levou a plantar, em
1847, algumas vinhas em seu novo lar, às margens de um riacho em Rowland Flat,
na região de Barossa Valley, sul da Austrália. Sua intenção inicial era a de produzir vinhos
que revelassem a identidade da área, agregando em seus sabores e aromas, o
melhor do clima e das condições físicas da região. Da pequena vinícola saíram
as primeiras garrafas, que ganharam fama e logo alavancaram um negócio, levado
adiante por seus filhos e expandido pelas gerações seguintes.
O rótulo Jacob’s Creek:
O famoso riacho que encabeçou a marca fica a uma distância de
80 quilômetros ao Norte da cidade de Adelaide. Após a fundação da vinícola, com
o nome de Orlando Wines, Gramp resolveu adotar o nome do riacho para seus
rótulos, ficando por isso conhecida como Vinícola Jacob’s Creek, isso em 1976. “Creek”
em inglês significa “riacho”. Reconhecida como um verdadeiro ícone da indústria
australiana, os vinhos de Jacob’s Creek são intensos e de uma elegância
implacável.
Atualmente parte do grupo Pernod Ricard, é uma das principais
vinícolas não apenas em seu país, mas também no mundo. Com tintos e brancos com
expressões distintas, a vinícola vem produzindo, de maneira muito consistente,
ótimos exemplares ao longo dos anos. Seus vinhos são fruto de verdadeira
excelência na produção, o que já lhes rendeu premiações importantes como em
2008, quando ganhou o título de vinícola mais premiada do mundo. Ao todo, já
são mais de 7 mil prêmios conquistados (vale repetir: são sete mil prêmios),
pela alta qualidade dos vinhos produzidos pela vinícola. Esse panorama de
sucesso foi o responsável por elevar a Austrália a um ótimo nível de reputação
internacional, no tocante a excelência de seus vinhos.
Mais informações acesse:
Fonte para a pesquisa sobre Barossa Valley:
Degustado em: 2017