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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Casillero del Diablo Pedro Jimenez 2021

 




Vinho: Casillero del Diablo Reserva

Safra: 2021

Casta: Pedro Jimenez

Região: Coquimbo, Vale de Limarí

País: Chile

Produtor: Concha Y Toro

Adquirido: Supermercado Assaí (Niterói)

Valor: R$ 38,90

Teor Alcoólico: 12%

 

Análise:

Visual: apresenta um amarelo palha, brilhante, com reflexos esverdeados, com rápidas lágrimas finas.

Nariz: trazem aromas exuberantes de frutas cítricas e tropicais, com destaque para pera, limão, tangerina, maçã-verde, com notas florais discretas, mas que traz a sensação de flores brancas e um toque de mineralidade que corrobora ainda mais seu frescor.

Boca: é jovem, fresco, mas traz estrutura e persistência na boca, algo como untuosidade, amanteigado. As notas frutadas são evidentes, como no aspecto olfativo. A acidez é vibrante, mas que não incomoda ou agride e se equilibra e se integra perfeitamente ao conjunto do vinho. A mineralidade se repete também e o final é longo, cheio e persistente.

 

Produtor:

https://conchaytoro.com/pt-pt/


sábado, 13 de agosto de 2022

Casillero del Diablo Reserva Privada Cabernet Sauvignon 2016

 

Existem alguns tabus no universo do vinho! Tabu, confesso, é uma palavra branda diante de um cenário caótico de intolerância e consequentemente de ódio instaurado em nossa combalida sociedade, doente e que respira sob aparelhos.

Temos que aceitar que o prazeroso e aprazível universo do vinho tem as suas questões a serem exorcizadas, tratadas, afinal, somos, enquanto enófilos e pertencentes a esse grupo social, um recorte dessa sociedade que carece de um pouco mais de amor e compreensão.

E essas questões são diversas ou pelo menos todas perpassam pela questão social, comportamental. O vinho como status social, que personifica a condição financeira de alguns, um grupo privilegiado que está em uma constante luta para que a sua “classe” continue purificada, sempre subjugando aqueles que, arduamente, tentam adentrar no mundo do vinho, sendo esses da base da pirâmide social.

E um dos diversos discursos de defesa incansável da raça ariana do vinho é de que vinhos produzidos em larga escala são incipientes em sua qualidade, os famosos vinhos ruins. Para eles vinho bom é aquele de autor, produzido em número limitado.

Claro e evidente que tais vinhos são dignos de reverência, mas por que os de produção de volume não podem ser? Quais os argumentos? Não sou um exímio na parte técnica, mas posso apresentar argumentos práticos, da degustação nossa de cada dia. Falo da Concha Y Toro, a maior vinícola das Américas e talvez uma das maiores do planeta.

A Concha Y Toro não atua em lojas boutiques, em alguns sites especializados, mas o seu ponto de venda mais importante é o simples supermercado! Aos olhos da “plebe”, de pessoas de todas as classes sociais. E não se enganem que a vinícola chilena não tenha os seus, como dizem, vinhos premium. Só para exemplos temos a linha “Marquês de Casa Concha” e a “Don Melchior”.

O que dizer de tais vinhos? Vinhos ruins? Acho que não! Claro que o paladar é particular, mas quem degustou, como eu alguns rótulos do Marquês de Casa Concha, sabe o quão especial tal vinho pode ser.

Como exemplo degustei o Merlot, Cabernet Sauvignon e o Carmènére e vos digo que são fantásticos! Basta ler as resenhas! E dessa vez vou “desencavar” das profundezas da minha simplória adega um vinho especial, que considero especial, pois já degustei em um passado razoavelmente distante, da linha “Reserva Privada”.

Dessa vez é a linha varietal do “Reserva Privada” que antes era um blend, e cuja variedade é especial quando cultivada nos terroirs chilenos, que é a Cabernet Sauvignon. E, mesmo com as “rugas” e dobradiças do rótulo, as expectativas estão altíssimas como sempre.

O vinho que degustei e gostei veio da emblemática região do Maipo Valley, no Chile e se chama Casillero del Diablo Reserva Privada, um 100% Cabernet Sauvignon, da safra 2015. E para não perder o costume, vamos as histórias do Maipo. Mas antes de falar do Maipo vale dizer também que tive o privilégio de degustar um vinho dessa linha, da safra 2008, um Reserva Privada, mas na “versão” blend, com Cabernet Sauvignon (65%) e Syrah (35%) e a sua resenha pode ser lida aqui.

Vale do Maipo

O Vale de Maipo é a única região vinícola do mundo com vinhedos nos limites urbanos de uma capital, Santiago, de 5,5 milhões de habitantes. O vale abriga o maior número de vinícolas do Chile, muitas delas com uma longa tradição vinícola que remonta ao início da produção chilena, e caves do século 19. Os vinhedos se estendem pelo Andes, onde são produzidos os melhores Cabernets, até o planalto central.

O Maipo está localizado no extremo norte do Valle Central, onde a faixa costeira separa a costa do Oceano Pacífico e, no lado oriental a Cordilheira dos Andes se divide, separando a região de Mendoza do Vale do Maipo. As primeiras vinhas cultivadas na região chilena datam de 1540, contudo, foi apenas em 1800 que a cultura vinícola começou a se expandir notoriamente, tornando-se uma referência entre os vinhos sul-americanos.

Maipo Valley

A região pode ser dividida em três sub-regiões, Maipo Bajo, Central Maipo e Alto Maipo. Os vinhedos cultivados em Alto Maipo, ou Maipo Superior, percorrem a borda oriental da Cordilheira dos Andes, se beneficiando de altitudes entre 400 e 760 metros. Nesta altura, os dias são quentes e as noites frias, proporcionando uma lenta maturação das uvas, isto é, uvas com maiores índices de acidez.

Central Maipo, conhecida também como Maipo Médio, é uma sub-região de clima mais quente do que no Alto Maipo, bem como solos com maiores composições de argila, dando origem a vinhos mais refinados e elegantes.

A uva Cabernet Sauvignon continua sendo a variedade mais cultivada na região, apesar de existirem pequenos cultivos da Carmenère, casta beneficiada graças as temperaturas mais quentes, bem como Merlot, Syrah, Cabernet Franc, Malbec, Chardonnay, Sauvignon Blanc e Semillón.

Por fim, a sub-região do Bajo Maipo está situada em torno das cidades de Talagante e Isla de Maipo, onde apesar de existir o cultivo das vinhas, encontra-se com maior facilidade diversas vinícolas.

Alguns produtores estão localizados perto do rio, onde a brisa fresca proporciona microclimas adequados para o cultivo, principalmente, de uvas brancas, além da Cabernet Sauvignon. Valle del Maipo ganhou sua denominação de origem controlada em 1994, decretada pelo governo chileno.

A região vinícola do Valle del Maipo possui 13 denominações: Alhue (DO), Buin (DO), Calera de Tango (DO), Colina (DO), Isla de Maipo (DO), Lampa (DO), Maria Pinto (DO), Melipilla (DO), Pirque (DO), Puente Alto (DO), Santiago (DO), Talagante (DO) e Til Til (DO).

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, com muita profundidade, mas brilhante, vivo, além de lágrimas finas, em profusão e muito lentas que desenham as bordas do copo.

No nariz entregam delicados, mas evidentes notas de frutas pretas bem maduras, tais como ameixa e groselha negra em total sinergia com as notas amadeiradas, que também estão bem presentes, trazendo complexidade, destacando-se baunilha, cedro, especiarias e terra molhada.

Na boca é extremamente elegante, redondo e fácil de degustar, mas que, ao mesmo tempo, mostra marcante personalidade, pela estrutura, conferida pela casta, a fruta madura protagonizando, como no aspecto olfativo, bem como a madeira, graças aos doze meses em barricas de carvalho, mas em pleno equilíbrio, toques de chocolate meio amargo, caramelo e defumado, com taninos e acidez harmônicos. Final longo e persistente.

Nem tudo que reluz é ouro, não julgar o livro pela capa.... Esses ditos populares, embora caia no senso comum tem um pouco da realidade e podemos sim trazê-las para o universo do vinho! Vinhos de produção de larga escala nem sempre é ruim, bem como os vinhos da “moda” ou aqueles de autor, de pequena produção é o suprassumo do momento. Vinho é vinho e há sim os ruins e bons, dada a percepção de cada um, afinal as descrições sensoriais é particular. Não se deixe levar pelas opiniões de formadores de opinião que, geralmente, estão ali, blindados pela obscuridade da rede social para falar de um produtor “X” ou “Y” para difundir os seus rótulos, divulgar os seus rótulos. Não que isso significa que o referido vinho seja ruim, mas, sim, constata-se um processo perverso de alienação. O Casillero del Diablo Reserva Privada Cabernet Sauvignon é sim especial e expressa o caráter do terroir chileno e a sua imensa capacidade de entregar todos os predicados de uma cepa que definitivamente ganhou a sua importância naquelas terras. Taninos firmes, elegantes, acidez instigante, frutas em sinergia com a madeira. Um vinho maiúsculo. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Concha Y Toro:

A Viña Concha Y Toro foi fundada no ano de 1833, pelo empresário e político Don Melchor Concha y Toro. Quatro décadas mais tarde, em 1922, a companhia é constituída como uma corporação, ampliando seu estatuto para a produção de vinhos em geral.

Don Melchior

A primeira exportação da vinícola foi realizada em 1933, com as ações da empresa sendo negociadas na Bolsa de Comércio de Santiago. Don Eduardo Guilisasti Tagle assumiu a presidência do Conselho Administrativo da Viña Concha Y Toro em 1957, estabelecendo a base para o projeto de expansão da companhia. 

Em 1966, é lançada a linha Casillero Del Diablo, que se tornaria a gama de mais sucesso da Viña Concha y Toro. O ano de 1987 marca o lançamento da primeira safra do Don Melchor, o primeiro vinho ultra-premium do Chile.

O dia 14 de outubro de 1994 representa um marco para a Viña Concha y Toro, sendo a primeira vinícola do mundo a ter suas ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Em 2001 é criada a primeira subsidiária de distribuição da companhia fora do Chile, a Concha Y Toro UK. 

O ano de 2011 traz mais um grande reconhecimento para a vinícola, sendo eleita como a Marca Mais Admirada do Mundo pela Drinks International. Em 2013 a Concha y Toro obtém o Certificado de Sustentabilidade pela organização Wines of Chile. Inaugurando, no ano seguinte, seu Centro de Pesquisa e Inovação.

Outro grande marco para a Viña Concha y Toro é alcançado em 2015, com a companhia sendo reconhecida como a Marca de Vinhos Mais Importante do Mundo, pelos especialistas da Intangible Business.

Mais recentemente, em 2017, Almaviva 2015, um projeto conjunto da Viña Concha y Toro com Baron Philippe de Rothschild S.A., é eleito como Vinho do Ano pelo crítico James Suckling, obtendo a pontuação perfeita, incríveis 100 pontos!

Mais informações acesse:

https://conchaytoro.com/

Referências:

“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-del-maipo         

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=MAIPO#:~:text=O%20vale%20abriga%20o%20maior,produzidos%2C%20at%C3%A9%20o%20planalto%20central.

“Turistando Chile”: https://www.turistandochile.com.br/tours_ver/valle-del-maipo

“Viagem e Turismo Chile”: https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/valle-del-maipo/

“Divinho”: https://www.divinho.com.br/blog/maior-vinicola-chile/#:~:text=Hist%C3%B3ria%20da%20Vi%C3%B1a%20Concha%20y,produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20vinhos%20em%20geral.


 






terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Marquês de Casa Concha Cabernet Sauvignon 2014

 

Falar e degustar um vinho da Concha y Toro, a gigante vinícola das américas e do mundo, pode parecer simples, fácil e até, para alguns críticos ferrenhos deste produtor, banal, mas não sabem o quanto é maravilhoso, o quanto é prazeroso. Lembro-me, com grande nostalgia, dos tempos de outrora quando comecei a degustar os vinhos produzidos com castas, com uvas vitis vinífera, e a importância dos vinhos da Concha y Toro, mesmos que tenham sido os seus rótulos básicos, para a minha história de enófilo, para essa tão importante transição das uvas de mesa para os vinhos finos. Talvez seja fácil por ele ter tido essa representatividade em minha vida, simples porque é nobre, mas, vos digo, que não é nada banal, muito pelo contrário, meus bons amigos, é único, é especial. Essa visão preconceituosa, sobretudo dos tais “formadores de opinião”, de que, pelo simples fato é uma indústria, são vinhos produzidos em larga escala e que, por conta disso, são considerados vinhos pouco expressivos e que não fidelizam as características de seus terroirs e de suas cepas. Não se enganem, vinho é vinho! Existem vinhos bons, ruins, com inúmeras propostas em todas as circunstâncias, sejam vinhos de garagem, vinhos de autor, orgânicos, de produção de larga escala.

E o meu ápice com a seminal Concha y Toro foi com um dos seus mais emblemáticos e importantes vinhos que, desde 1976, é sinônimo de qualidade e consistência no que tange a sua tipicidade: Marquês de Casa Concha! Um nome vultoso, como a sua bebida, um vinho complexo, estruturado, poderoso e que tem no seu enólogo, Marcelo Papa, um alquimista, um idealizador que opera milagres com as suas mãos e alma, inteiramente entregue à concepção e produção desses vinhos que representam as regiões mais importantes do Chile.

E o vinho que degustei e gostei veio do Chile, é claro, da região do Vale del Maipo, o Marquês de Casa Concha, da casta Cabernet Sauvignon da safra 2014. Um vinho complexo, estruturado, potente e com um potencial de guarda que não pude esperar. O vinho me chamava da adega e hipnotizado cedi aos seus encantos. Com três anos de vida a degustação se fez necessária e urgente às minhas experiências sensoriais. E, antes de falar nele com requintes de detalhes, falemos um pouco do Vale del Maipo, da sua história.

Vale del Maipo

O Vale de Maipo é a única região vinícola do mundo com vinhedos nos limites urbanos de uma capital, Santiago, de 5,5 milhões de habitantes. O vale abriga o maior número de vinícolas do Chile, muitas delas com uma longa tradição vinícola que remonta ao início da produção chilena, e caves do século 19. Trata-se de uma área chamada, muitas vezes, de “Bordeaux da América do Sul”, onde o Cabernet Sauvignon é, sem dúvidas, o exemplar mais conhecido. Maipo está localizado no extremo norte do Valle Central, onde a faixa costeira separa a costa do Oceano Pacífico e, no lado oriental a Cordilheira dos Andes se divide, separando a região de Mendoza do Vale do Maipo. As primeiras vinhas cultivadas na região chilena datam de 1540, contudo, foi apenas em 1800 que a cultura vinícola começou a se expandir notoriamente, tornando-se uma referência entre os vinhos sul-americanos.

Vale do Maipo

A região pode ser dividida em três sub-regiões, Maipo Bajo, Central Maipo e Alto Maipo. Os vinhedos cultivados em Alto Maipo, ou Maipo Superior, percorrem a borda oriental da Cordilheira dos Andes, se beneficiando de altitudes entre 400 e 760 metros. Nesta altura, os dias são quentes e as noites frias, proporcionando uma lenta maturação das uvas, isto é, uvas com maiores índices de acidez. Central Maipo, conhecida também como Maipo Médio, é uma sub-região de clima mais quente do que no Alto Maipo, bem como solos com maiores composições de argila, dando origem a vinhos mais refinados e elegantes. A uva Cabernet Sauvignon continua sendo a variedade mais cultivada na região, apesar de existirem pequenos cultivos da Carmenère, casta beneficiada graças as temperaturas mais quentes. Por fim, a sub-região do Bajo Maipo está situada em torno das cidades de Talagante e Isla de Maipo, onde apesar de existir o cultivo das vinhas, encontra-se com maior facilidade diversas vinícolas. Alguns produtores estão localizados perto do rio, onde a brisa fresca proporciona microclimas adequados para o cultivo, principalmente, de uvas brancas, além da Cabernet Sauvignon. Valle del Maipo ganhou sua denominação de origem controlada em 1994, decretada pelo governo chileno.

A região vinícola do Valle del Maipo possui 13 denominações: Alhue (DO), Buin (DO), Calera de Tango (DO), Colina (DO), Isla de Maipo (DO), Lampa (DO), Maria Pinto (DO), Melipilla (DO), Pirque (DO), Puente Alto (DO), Santiago (DO), Talagante (DO) e Til Til (DO).

E agora o vinho!

Na taça apresenta um belíssimo vermelho rubi intenso, escuro e muito brilhante, sem nenhuma transparência, caudaloso e com uma abundante concentração de lágrimas, finas e que teimam a se dissipar das paredes do copo.

No nariz sobressaem as notas as notas de frutas negras maduras se destacando a ameixa e amora, mas, por outro lado, o frescor se fazia presente, até pela sua jovialidade evcom toques de baunilha e de especiarias, sobretudo as picantes.

Na boca o vinho confirma o olfato, revelando-se frutado, sendo potente e estruturado, as especiarias também aparece no palato, com taninos gulosos e pronunciados e, como todo jovem robusto, ainda um pouco arredio, mas decidi desafiá-lo e acompanhei as suas modificações em taça. A acidez é agradável, um toque amadeirado bem integrado, mostrando seu estágio de 16 meses em barricas de carvalho, além do tabaco e um persistente final longo e cheio.

Como tratar com desdém e rejeição um vinho com essa estirpe? Um vinho voluptuoso, de marcante personalidade que fideliza, que retrata os mais reveladores e tradicionais, mas com uma assinatura arrojada e contemporânea, terroirs do Chile. É fácil, é comum, é simples falar dos vinhos da Concha y Toro? Pode não ser novidade, o Marquês de Casa Concha pode ser um vinho conhecida deveras nas terras brasileiras, mas nunca podemos negligenciar a sua importância, a sua qualidade e o impacto avassalador aos nossos paladares e olfatos. Um vinho nobre, simples, a simplicidade da nobreza nos seus mais potentes goles que saboreia a alma. Tem 14% de teor alcoólico muito bem integrado ao conjunto do vinho.

Sobre o Marques de Casa Concha:

Em 1718 o Rei Filipe V de Espanha concedeu o nobre título “Marques de Casa Concha” a José de Santiago Concha y Salvatierra pelo seu meritório trabalho como Governador do Chile e Cavaleiro de Calatrava. Nasce o fundador da vinícola, Don Melchor de Santiago Concha y Toro, o sétimo Marques de Casa Concha.

Don Melchior de Santiago Concha y Toro

Em homenagem ao título hereditário e refletindo tais valores nobres e tradicionais, um Cabernet Sauvignon de 1972 de Puente Alto foi lançado em 1976. Carregava o distinto rótulo Marques de Casa Concha e era o principal vinho da Viña Concha y Toro na época. Em 1990 os avanços no vinhedo, nas práticas de produção de vinho e nos melhores equipamentos levaram a uma melhora na qualidade do vinho e tornaram o rótulo Marques de Casa Concha procurado em todo o mundo. Marques de Casa Concha é a linha de vinhos chilena que abrange a completa diversidade do Chile, com vinhedos onde a complexa relação entre as condições naturais, a planificação do vinhedo, e os anos que as parreiras demoraram a crescer, proporcionam um caráter único para a linha inteira.

Sobre a Concha Y Toro:

Em 1883 Don Melchior Concha y Toro, importante político e empresário chileno, funda a Viña Concha y Toro. A empresa se torna uma empresa pública limitada e expande se nome comercial para a produção geral de vinho, isso em 1922. Em 1933 começam a ser negociadas na Bolsa de Valores e a primeira exportação é feita. No ano de 1957 se estabelece as bases produtivas para a expansão da vinícola, com a produção do vinho Casillero del Diablo, em 1966, onde começaram a investir em vinhos mais complexos, lançando em 1987, o seu principal rótulo, “Don Melchior”, homenageando o seu fundador. A década de 1990 veio com as criações de várias vinícolas nos principais países produtores de vinhos da América Latina, tais como Cono Sur, no Chile, Trivento, na Argentina entre outras.

Mais informações acesse:

http://www.marquesdecasaconcha.com/?lang=pt-pt

https://conchaytoro.com/holding/

Fontes de pesquisa:

“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-del-maipo

“Blog Divvino”: https://www.divvino.com.br/blog/colchagua-chile/

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=MAIPO#:~:text=O%20vale%20abriga%20o%20maior,produzidos%2C%20at%C3%A9%20o%20planalto%20central.

Degustado em: 2017





sábado, 10 de outubro de 2020

Marquês de Casa Concha Merlot 2012


Ah o vinho! Há que diga que vinho é poesia líquida, que é a celebração, que congrega, que traz momentos de alegria. E quando o vinho é emblemático e icônico, são atrativos que agregam aos momentos e estado de espírito que o mesmo proporciona. Bem, essa é a semana no meu aniversário! Até que me provem o contrário ou que a auto estima não te engane com elementos de autoajuda ou fugazes, é um momento de alegria, de celebração, de pleno júbilo. Então o vinho adentra e protagoniza os bons momentos, trazendo o “tempero” para as nossas vidas também nos capítulos duros e difíceis pelas quais passamos. 

E hoje eu olhei com mais carinho para os cantos mais longínquos e esquecidos da minha adega e pensei com uma determinação que há tempos não tinha e disse: Preciso escolher um vinho que me proporcione uma noite aprazível no dia de hoje! E com esse ímpeto, mesclado à sede incontida escolhi um rótulo, e aí faço questão de evocar novamente as palavras aqui citadas, icônico e emblemático. 

Um vinho, cujo rótulo, me norteou a compreensão do que são bons vinhos em muitos sentidos e percepções, tais como: terroir e tipicidade, essas são as primeiras palavras que me vem à cabeça. Acredito que, embora extremamente complexas e, em determinados momentos, até incompreensíveis, são elas que nos faz entender que estamos degustando qualidade, que nos suscita, nos proporciona, aos que tem o desejo, de conhecer e imergir na cultura de um país, da filosofia de uma vinícola ou ainda no que aquele enólogo quis traduzir em cada gota que compõe aquela simples garrafa. Um vinho de uma casta que praticamente me introduziu ao universo vasto e incrível do vinho: a Merlot! E um Merlot atípico, especial, não que os anteriores não tenham sido, mas esse é deveras arrebatador.

Então, sem delongas e muito papo, o vinho que degustei e gostei vem da tradicionalíssima região do Vale do Cachapoal, de uma comuna chamada Peumo e é nada mais, nada menos que o Marquês de Casa Concha Merlot, da safra 2012. E não se enganem, caros e estimados leitores, já tive experiências singulares com essa linha de rótulos e uma pode ser conferida, com requintes de detalhes, em uma resenha que fiz sobre o Marquês de Casa Concha Carmènere 2011. Então, para variar, vamos às histórias de Cachapoal e Peumo, no Chile.

Vale do Cachapoal e Peumo

O Valle del Cachapoal – Valle del Rapel, é uma sub-região da região de Valle Central. Ocupa a parte sententrional do vale de Rapel, enquanto o vizinho meridional é Colchágua. Embora por muito tempo se tenha falado só de Rapel, pouco a pouco ambos foram se desligando dessa vizinhança a ponto de já muitos poucos rótulos falarem em um Rapel genérico.

Existe lógica por trás dessa divisão, porque as diferenças são importantes, tanto em clima quanto em topografia. Boa parte dos produtores mais importantes de Cachapoal tem seus vinhedos aos pés dos Andes, local chamado de Alto Cachapoal.

Nessa região a Cabernet Sauvignon brilha com seu frescor e elegância, mas, também, aproveitando a influência fria da cordilheira e dos pedregosos solos aluviais de média fertilidade, conseguiram-se interessantes resultados com a Viognier em brancos e  Cabernet Franc em tintos.

O poente, nos arredores de Peumo, as temperaturas aumentam, especialmente nos setores protegidos da influência marítima, como em Las Cabras. Nesse setor, o estilo delicado e elegante transforma-se em maior potência de álcool, maturidade e doçura. Isso explica por que, na região ocidental do vale, a Carménère alcance sua completa maturação sem dificuldades. Em Peumo, na margem setentrional do rio Cachapoal, são produzidos alguns dos mais interessantes Carménère do Chile, é tida como a terra da Carménère.

As brisas frescas da costa que deslizam pela bacia do rio banham os vinhedos de frescor e, ao mesmo tempo, moderam as altas temperaturas do setor. Isso explica, por exemplo, que os tintos tenham essas notas de ervas e frutas vermelhas maduras proporcionadas pelas brisas frescas.

A comuna de Peumo, localizada por volta de 100 quilômetros ao sul de Santiago, está inserida na parte norte do Vale del Cachapoal, mais precisamente às margens do rio que leva o mesmo nome. Foi nesse lugar de paisagens bucólicas e de próspera produção agrícola que a Carménère encontrou as condições climáticas e de solo desejadas para se desenvolver plenamente e se tornar uma das uvas emblemáticas do Chile.

Peumo e as demais comunas de Cachapoal

Pode-se concluir que as condições da zona de Peumo são desejadas e necessárias para se cultivar quaisquer uvas, porém os resultados obtidos com a Carménère mostram que essa zona é das melhores, senão a melhor para o seu plantio em todo Chile.

E agora o tão esperado vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi intenso e escuro, mas brilhante, com lágrimas em profusão, grossas e que teimam em se dissipar das paredes do copo e nota-se também, graças a sua intensa coloração vermelha, um líquido caudaloso, que já denuncia um vinho intenso e estruturado.

No nariz entrega uma explosão aromática de frutas negras maduras como ameixa, notas de especiarias, pimentão, talvez, com um toque de baunilha e a madeira que lhe confere alguma complexidade, graças aos 18 meses de passagem por barrica de carvalho.

Na boca se confirma as notas frutadas, de tosta, torrefação mesmo, chocolate, com taninos de ótima textura, presentes, mas domados, com boa acidez que lhe confere um frescor e até jovialidade, apesar dos oito anos de safra. Um vinho redondo, estruturado, mas fácil de degustar, sendo equilibrado e bem versátil.

Um vinho saboroso! Embora seja uma palavra um tanto quanto genérica e usual, ela define bem, muito bem, o meu sentimento para com o excelente Merlot da linha Marquês de Casa Concha. Um vinho que no auge dos seus oito anos de safra, de vida,  está vivo, pleno e jovial. Suculento, predomina as notas da madeira, mas integrado ao conjunto do vinho, privilegiando as características da cepa, sem negligenciar as suas mais marcantes essências. O dia pediu esse momento que, como o vinho, tem e deve ser emblemático que, independente de questões existenciais e pontos de vista, a vida se faz presente e o tempo se torna mero detalhe quando é vivida em todas as suas nuances e em todos os seus dramas. Façamos isso tudo com vinho como o nosso mais fiel companheiro de todas as horas. Vida longa e próspera para mim, a todos que leem essa resenha e que o vinho seja um presente, uma dádiva para a história de todos nós. Tem 14,5% de teor alcoólico muito bem integrado ao conjunto do vinho.

Harmonizando com um queijo gruyère

Sobre o Marques de Casa Concha

Em 1718 o Rei Filipe V de Espanha concedeu o nobre título “Marques de Casa Concha” a José de Santiago Concha y Salvatierra pelo seu meritório trabalho como Governador do Chile e Cavaleiro de Calatrava. Nasce o fundador da vinícola, Don Melchor de Santiago Concha y Toro, o sétimo Marques de Casa Concha.

Don Melchior de Santiago Concha y Toro

Em homenagem ao título hereditário e refletindo tais valores nobres e tradicionais, um Cabernet Sauvignon de 1972 de Puente Alto foi lançado em 1976. Carregava o distinto rótulo Marques de Casa Concha e era o principal vinho da Viña Concha y Toro na época. Em 1990 os avanços no vinhedo, nas práticas de produção de vinho e nos melhores equipamentos levaram a uma melhora na qualidade do vinho e tornaram o rótulo Marques de Casa Concha procurado em todo o mundo. Marques de Casa Concha é a linha de vinhos chilena que abrange a completa diversidade do Chile, com vinhedos onde a complexa relação entre as condições naturais, a planificação do vinhedo, e os anos que as parreiras demoraram a crescer, proporcionam um caráter único para a linha inteira.

Sobre a Concha Y Toro

Em 1883 Don Melchior Concha y Toro, importante político e empresário chileno, funda a Viña Concha y Toro. A empresa se torna uma empresa pública limitada e expande se nome comercial para a produção geral de vinho, isso em 1922. Em 1933 começam a ser negociadas na Bolsa de Valores e a primeira exportação é feita. No ano de 1957 se estabelece as bases produtivas para a expansão da vinícola, com a produção do vinho Casillero del Diablo, em 1966, onde começaram a investir em vinhos mais complexos, lançando em 1987, o seu principal rótulo, “Don Melchior”, homenageando o seu fundador. A década de 1990 veio com as criações de várias vinícolas nos principais países produtores de vinhos da América Latina, tais como Cono Sur, no Chile, Trivento, na Argentina entre outras.

Mais informações acesse:

http://www.marquesdecasaconcha.com/?lang=pt-pt

https://conchaytoro.com/holding/

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=RAPELCACHAPOAL

“Clube dos Vinhos”: https://www.clubedosvinhos.com.br/uva-merlot-quando-a-popularidade-encontrou-a-elegancia/

“Blog do Jeriel”: https://blogdojeriel.com.br/2011/11/09/o-vale-de-cachapoal/

 

 




quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Marquês de Casa Concha Carmènére 2011


Já ouviu alguém dizer que o vinho é emblemático, icônico? Emblemático pelo seu terroir e proposta e icônico pela sua história e simbiose com a cultura de onde foi produzido. Esse sim é o vinho arrebatador! Aquele que te deixa nas nuvens! Quem é enófilo entenderá perfeitamente o que estou textualizando aqui e agora. E quando você degusta um vinho com essas características aliado à castas importantes de uma região, de um país. Sempre quis unir essas possibilidades e convenhamos que não é uma tarefa fácil escolher um rótulo assim, escolher um vinho nunca é uma tarefa fácil, sobretudo quando se faz no escuro, sem minimamente saber o que quer para o momento ou criar um vínculo com um estilo, uma proposta de vinho, levando em conta fatores como região, safras, castas, é claro, corpo, entre outros fatores. Eu queria, alguns anos atrás e lembro-me bem disso, mesmo tendo passado alguns anos, degustar um Carménère chileno com potência, robustez, estrutura e complexidade. Antes desse rótulo que logo direi qual é, já havia degustado alguns vinhos dessa casta, com outras propostas, dos mais básicos aos intermediários e as experiências foram gratificantes e até surpreendentes para alguns rótulos, mas eu precisava de um vinho icônico e emblemático e eis que surgiu um, embora o mesmo leve 5% de Cabernet Sauvignon, mas ainda assim tinha a magnânima presença dela, da Carménère.

Então o vinho que degustei e gostei é da gigante Concha Y Toro, do Chile, do Vale do Cachapoal, em uma região, com DO (Denominação de Origem) chamada Peumo, tida como a casa do Carménère, e se chama nada mais nada menos que Marques de Casa Concha, com 95% Carménère e 5% Cabernet Sauvignon, da safra 2011. Antes de falar sobre o vinho, como de costume, falemos sobre a região de Peumo.

Peumo, Vale do Cachapoal

É no Vale del Cachapoal, especialmente na região de Peumo, que a Carménère encontra condições ideais para prosperar e mostrar todo seu potencial. Essa condição ideal para o cultivo da Carménère está relacionada diretamente ao solo de argila profundo – por volta de 1,5 metros – e fértil encontrado na zona de Peumo, bem como à ausência de chuvas até o período da colheita, aos dias ensolarados e à grande amplitude térmica – diferença entre as temperaturas mínimas e máximas de um mesmo dia – que chega a atingir picos de 18oC. A comuna de Peumo, localizada por volta de 100 quilômetros ao sul de Santiago, está inserida na parte norte do Vale del Cachapoal, mais precisamente às margens do rio que leva o mesmo nome. Foi nesse lugar de paisagens bucólicas e de próspera produção agrícola que a Carménère encontrou as condições climáticas e de solo desejadas para se desenvolver plenamente e se tornar uma das uvas emblemáticas do Chile.

Vale do Cachapoal

Tais fatores são primordiais para que a Carménère atinja sua plena maturação, tanto fenológica quanto da própria fruta. De fato, por ser uma uva de maturação muito tardia – mais longa, por exemplo, que a Cabernet Sauvignon – ela necessita de solos que retenham a umidade de forma constante durante todo período de amadurecimento, bem como de dias secos, ensolarados, naturalmente frescos e mais úmidos, oriundos da considerável amplitude térmica, e ao relevo de baixa altitude (170 m) da zona de Peumo. Ou seja, essa uva, devido à maturação longa e tardia, tem nos solos férteis da região a possibilidade de manter as condições ideais para desenvolver seu pleno potencial. Além disso, o relevo do Vale del Cachapoal, principalmente na zona Peumo – onde as cadeias de montanhas se estendem de leste a oeste e o rio Cachapoal corre para o mesmo lado –, possibilita uma orientação de plantio dos vinhedos de norte para sul, propiciando uma insolação constante durante todo o dia, o que contribui, também, de forma decisiva para a maturação gradual e constante da uva. De modo geral, pode-se concluir que as condições da zona de Peumo são desejadas e necessárias para se cultivar quaisquer uvas, porém os resultados obtidos com a Carménère mostram que essa zona é das melhores, senão a melhor para o seu plantio em todo Chile.

E agora o vinho!

Na taça tem um vermelho rubi muito escuro e profundo, mas brilhante e muito bonito. As lágrimas, finas e abundantes, já anunciam a potência e complexidade do vinho que teimavam em sumir, desenhando as paredes do copo.

No nariz traz notas intensas e agradáveis de frutas vermelhas maduras, como ameixa, especiarias, aquele típico toque de “carpete” da Carménère, com toquees generosos de tabaco e baunilha.

Na boca é estruturado, intenso, com um bom volume de boca, mas redondo, harmonioso e diria até fácil de degustar, com taninos de textura firme e presente, mas amaciados e uma boa acidez, com um toque amadeirado, mas bem integrado ao conjunto do vinho e um chocolate amargo delicioso, graças aos 12 meses de passagem por barricas de carvalho. Final frutado e persistente.

O Marques de Casa concha, icônico e emblemático vinho da tradicional Concha Y Toro, realizou meu sonho de degustar um legítimo Carménère, da região onde a cepa se dá bem, tem tipicidade, o terroir se deleitando em minha boca de uma forma intensa e visceral. Um vinho que, como se costuma dizer por aí, é digno de se degustar de joelhos, reverenciando e celebrando o que há de melhor na cultura vitícola chilena. Harmoniza muito bem com carnes corpulentas, massas e pizzas. Tem 14,7% de teor alcoólico muito bem integrado.

Sobre o Marques de Casa Concha

Em 1718 o Rei Filipe V de Espanha concedeu o nobre título “Marques de Casa Concha” a José de Santiago Concha y Salvatierra pelo seu meritório trabalho como Governador do Chile e Cavaleiro de Calatrava. Nasce o fundador da vinícola, Don Melchor de Santiago Concha y Toro, o sétimo Marques de Casa Concha.

Don Melchior de Santiago Concha y Toro

Em homenagem ao título hereditário e refletindo tais valores nobres e tradicionais, um Cabernet Sauvignon de 1972 de Puente Alto foi lançado em 1976. Carregava o distinto rótulo Marques de Casa Concha e era o principal vinho da Viña Concha y Toro na época. Em 1990 os avanços no vinhedo, nas práticas de produção de vinho e nos melhores equipamentos levaram a uma melhora na qualidade do vinho e tornaram o rótulo Marques de Casa Concha procurado em todo o mundo. Marques de Casa Concha é a linha de vinhos chilena que abrange a completa diversidade do Chile, com vinhedos onde a complexa relação entre as condições naturais, a planificação do vinhedo, e os anos que as parreiras demoraram a crescer, proporcionam um caráter único para a linha inteira.

Sobre a Concha Y Toro

Em 1883 Don Melchior Concha y Toro, importante político e empresário chileno, funda a Viña Concha y Toro. A empresa se torna uma empresa pública limitada e expande se nome comercial para a produção geral de vinho, isso em 1922. Em 1933 começam a ser negociadas na Bolsa de Valores e a primeira exportação é feita. No ano de 1957 se estabelece as bases produtivas para a expansão da vinícola, com a produção do vinho Casillero del Diablo, em 1966, onde começaram a investir em vinhos mais complexos, lançando em 1987, o seu principal rótulo, “Don Melchior”, homenageando o seu fundador. A década de 1990 veio com as criações de várias vinícolas nos principais países produtores de vinhos da América Latina, tais como Cono Sur, no Chile, Trivento, na Argentina entre outras.

Mais informações acesse:



Fonte de pesquisa para a Região de Peumo:


Degustado em: 2016



sábado, 21 de março de 2020

Casillero del Diablo Reserva Cabernet Sauvignon 2016


Sabe aquele vinho que não tem erro? Aquele que vai te entregar o que você espera? E não se engane que isso pode ser uma armadilha contra a zona de conforto, ou seja, que se limita ou se condiciona em poucos rótulos. Faz sentido, admito, é um risco, diria temerário, para enófilos, se restringir a determinados rótulos e não se permitir ter acesso a novas experiências, mas tem vinhos que fazem parte da sua vida, há um valor sentimental, um juízo de valor, uma simbiose orgânica, edifica-se uma história. E não me canso de degustá-lo, é um vinho famoso, de uma vinícola global, poderosa que, geralmente conta com uma rejeição por parte dos especialistas e críticos de vinhos e os degustadores mais experientes, pelo fato do vinho ser “comercial” ou produzido em larga escala, mas se trata de um vinho que, safra após safra melhora não se tornando apenas uma marca valiosa de um produtor grande, mas a marca contundente de um vinho do Chile. Falo da linha Casillero del Diablo, a linha “reserva” da gigante Concha y Toro.

O vinho é nada menos que o Casillero del Diablo Reserva da casta Cabernet Sauvignon safra 2016, do Valle Central. Gosto muito dessa linha “reserva” da Concha y Toro, pois são vinhos muito bem feitos, corretos, de muita tipicidade e que, ainda tem um bom custo X benefício, apesar do valor está muito alto atualmente no Brasil em relação as minhas primeiras degustações desses rótulos, mas diante da proposta e qualidade atestada ainda é válido o investimento.

Na taça apresenta um vívido e intenso vermelho rubi com entornos violáceos, muito brilhante. Lágrimas finas que se dissipam vagarosamente.

No nariz graças ao aporte da passagem por barricas de carvalho, sentem-se as notas tostadas, de torrefação, baunilha, um agradável amadeirado, além de frutas negras como cereja e ameixa.

Na boca confirma as impressões olfativas, com certa estrutura, volume de boca, mas muito macio, equilibrado, elegante, com taninos sedosos e uma acidez moderada que garante ao vinho todo o frescor e vivacidade, com um final frutado e persistente.

Um vinho com personalidade e que faz frente a qualquer vinho badalado, emblemático e caro do Chile e do mundo. Apesar da evidente passagem por carvalho o produtor não informa o período em que o mesmo passou por madeira. Em alguns sites de compra, que carece de confirmação, diz que 70% do vinho passou por 8 meses em carvalho. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Concha y Toro:

Em 1883 Don Melchior Concha y Toro, importante político e empresário chileno, funda a Viña Concha y Toro. A empresa se torna uma empresa pública limitada e expande se nome comercial para a produção geral de vinho, isso em 1922. Em 1933 começam a ser negociadas na Bolsa de Valores e a primeira exportação é feita. No ano de 1957 se estabelece as bases produtivas para a expansão da vinícola, com a produção do vinho Casillero del Diablo, em 1966, onde começaram a investir em vinhos mais complexos, lançando em 1987, o seu principal rótulo, “Don Melchior”, homenageando o seu fundador. A década de 1990 veio com as criações de várias vinícolas nos principais países produtores de vinhos da América Latina, tais como Cono Sur, no Chile, Trivento, na Argentina entre outras. A Concha y Toro é uma das vinícolas mais conhecidas do mundo, tendo a segunda maior produção mundial de vinho, atrás apenas da americana Barefoot, do grupo E&J Gallo Winery.

Curiosidade sobre a linha “Casillero del Diablo” e a lenda que gerou o nome:

Uma história que aterrorizou muitas pessoas daquela região nos séculos XIX e XX e que até os dias de hoje intriga pessoas em todo o mundo. Diz à lenda que em 1883, D. Melchor Concha y Toro deu início a maior Vinícola hoje encontrada no Chile. Naquela época seus vinhos já eram considerados de alta qualidade e muito, muito cobiçados. E o que isso significava? Exatamente, muitos interesseiros e ladrões, claro. As melhores bebidas fabricadas em sua vinícola ficavam guardadas em sua adega particular. Isso para que ninguém pudesse se apropriar delas de forma indevida. Infelizmente para o Sr. Concha y Toro, nem mesmo essa adega particular era capaz de impedir que ele fosse saqueado. Ao perceber que algumas das garrafas de seus melhores vinhos estavam desaparecendo, ele teve uma grande ideia. Melchor Concha y Toro difundiu entre os trabalhadores de sua propriedade que o próprio “diabo” habitava em sua adega particular. Como naquela época era comum ouvir histórias tenebrosas sobre criaturas diabólicas que matavam e esquartejavam as pessoas, essa história ganhou um grande peso sobre os moradores daquela região. Com isso os problemas com furtos acabaram.

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quinta-feira, 19 de março de 2020

Casillero del Diablo Reserva Privada tinto 2008


A vinícola é famosa, tem uma Market share invejável. Tem um império que personifica a sua força mercadológica, um “case” de sucesso, de grandiosidade e ainda assim tem seus vinhos questionados por muitos? Por quê? Como que uma vinícola com essas credenciais ainda cria um ambiente de rejeição, questionamentos por parte, sobretudo, de alguns críticos e especialistas de vinho? Muito li e ouvi, por parte desses profissionais, a quem respeito e muitos deles eu sigo nas suas redes sociais, dizendo que, por se tratar de uma vinícola que produz, em larga escala, tem vinhos muito “comerciais”, sem a tipicidade que se espera de vinhos que vem de uma emblemática e importante região vitivinícola como o Chile. Certamente não tenho a técnica necessária para diagnosticar essas questões, sou apenas um enófilo que me informo, tento agregar conhecimento e degustar vinhos que me arrebatam de certa maneira. Essa é o meu termômetro de qualidade. E foi qualidade que percebi em um vinho da gigante Concha y Toro.

O vinho que degustei e gostei é o chileno Casillero del Diablo Reserva Privada das castas Cabernet Sauvignon (65%) e Syrah (35%) do Valle del Maipo, da safra 2008. A gigante Concha Y Toro se fez gigante neste rótulo. Esse corte é elaborado a partir de uvas selecionadas de vinhedos nas áreas de Pirque e Peumo. A Cabernet Sauvignon vem de Pirque, lugar de origem da Casillero del Diablo, no Vale do Maipo e o Syraz provém dos cerros de Peumo, no Vale de Rapel.

No aspecto visual se mostra um vinho com vermelho rubi intenso com matizes violáceas, brilhantes, vívido e límpido, com lágrimas abundantes, finas e de lenta dissipação.

No olfato traz frutos negros, com notas de chocolate amargo e café, tostado bem evidente, graças aos 14 meses de passagem por barricas de carvalho.

Na boca repetem-se as notas olfativas, sendo um vinho fresco, fácil de degustar, mas com personalidade, estrutura e corpo, muito versátil, com taninos presentes mas redondos com uma boa acidez que confirma a sua frescura, com aportes de madeira e baunilha, tudo muito bem integrado ao conjunto do vinho.

Um vinho generoso, que entrega uma grande tipicidade e que, apesar do seu título de famoso, de produção de larga escala e de uma vinícola de renome global, não impede que o vinho seja bom e que certamente a tecnologia de que o referido produtor dispõe seja uma ferramenta imprescindível para um rótulo excelente. Com 14,5% de teor alcoólico.

Sobre a Concha y Toro:

Em 1883 Don Melchior Concha y Toro, importante político e empresário chileno, funda a Viña Concha y Toro. A empresa se torna uma empresa pública limitada e expande se nome comercial para a produção geral de vinho, isso em 1922. Em 1933 começam a ser negociadas na Bolsa de Valores e a primeira exportação é feita. No ano de 1957 se estabelece as bases produtivas para a expansão da vinícola, com a produção do vinho Casillero del Diablo, em 1966, onde começaram a investir em vinhos mais complexos, lançando em 1987, o seu principal rótulo, “Don Melchior”, homenageando o seu fundador. A década de 1990 veio com as criações de várias vinícolas nos principais países produtores de vinhos da América Latina, tais como Cono Sur, no Chile, Trivento, na Argentina entre outras.


Curiosidade sobre a linha “Casillero del Diablo” e a lenda que gerou o nome:


Uma história que aterrorizou muitas pessoas daquela região nos séculos XIX e XX e que até os dias de hoje intriga pessoas em todo o mundo. Diz à lenda que em 1883, D. Melchor Concha y Toro deu início a maior Vinícola hoje encontrada no Chile. Naquela época seus vinhos já eram considerados de alta qualidade e muito, muito cobiçados. E o que isso significava? Exatamente, muitos interesseiros e ladrões, claro. As melhores bebidas fabricadas em sua vinícola ficavam guardadas em sua adega particular. Isso para que ninguém pudesse se apropriar delas de forma indevida. Infelizmente para o Sr. Concha y Toro, nem mesmo essa adega particular era capaz de impedir que ele fosse saqueado. Ao perceber que algumas das garrafas de seus melhores vinhos estavam desaparecendo, ele teve uma grande ideia. Melchor Concha y Toro difundiu entre os trabalhadores de sua propriedade que o próprio “diabo” habitava em sua adega particular. Como naquela época era comum ouvir histórias tenebrosas sobre criaturas diabólicas que matavam e esquartejavam as pessoas, essa história ganhou um grande peso sobre os moradores daquela região. Com isso os problemas com furtos acabaram.

Mais informações acesse:



Degustado em: 2014