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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Adobe Carmènére 2015

 




Vinho: Adobe

Casta: Carmènére (80%), Syrah (8%), Cabernet Franc (4%) e Merlot (3%)

Safra: 2015

Região: Valle de Colchagua

País: Chile

Produtor: Vinícola Emiliana

Teor Alcoólico: 13,7%

Estágio: 6 meses, sendo 80% em tanques de inox e 20% em barricas de carvalho francês

Adquirido: Supermercado Sam’s Club

Valor: R$ 56,90

 

Análise:

Visual: vermelho intenso, com halos arroxeados e lágrimas finas e em profusão.

Nariz: intenso e frutado, onde se destaca aromas de ameixa e groselha, alguns toques tostados e de cassis.

Boca: redondo e elegante, se mostra fresco e de média estrutura, com toques discretos da madeira, taninos dóceis e acidez destacada. Tem final persistente.

 

Produtor:

https://www.emiliana.cl/pt/


sábado, 18 de setembro de 2021

Novas Gran Reserva 2013

É significativo, é singular quando degustamos um vinho repleto de simbolismos e mensagens edificantes para a nossa vida, mas, sobretudo, claro, degustar um grande vinho que preencha todos os nossos anseios, que arrebate as nossas experiências sensoriais. Por isso que defenderei sempre e com urgência a necessidade quase que latente da busca incansável pela “identidade” cultural do vinho, o DNA do vinho com a sua história, a sua região, a filosofia e a marca que o produtor pretende entregar etc.

Atualmente temos testemunhado um avanço significativo de rótulos sustentáveis ou orgânicos, nomenclatura esta a mais difundida, em tempos da necessidade da discussão e da efetivação desse conceito na nossa sociedade, aonde a saúde humana vem sendo ceifada de forma latente, mas, por outro lado, silenciosamente, por uma percepção torta de qualidade de vida extremamente destrutiva.

A indústria do vinho, preocupada com o desenvolvimento sustentável, seja econômico, mercadológico e socioambiental, direciona as suas intenções, suas gestões e principalmente as suas produções para rótulos de cunho orgânico, mitigando o uso de agrotóxicos nos seus vinhedos entre outros produtos corrosivos na sua vinificação e produção.

O clima, a terra de onde nascem os vinhedos tem uma predominante participação no conceito de vinhos orgânicos. O discutido e tão falado conceito de terroir nunca teve tanta importância, o seu protagonismo é evidente, é latente. A valorização da terra, da cultura, as manifestações comportamentais nunca foram tão importantes para a consolidação dos vinhos orgânicos.

Toquei no assunto dos vinhos orgânicos porque embora a minha história com esses rótulos sejam curtas e não tenha aquela profusão de vinhos degustados, os poucos que tive experiência foram extremamente relevantes, especiais. São vinhos definitivamente com caráter, expressivos, especiais. Não sei dizer, confesso, se existe, no momento da degustação, diferença entre rótulos orgânicos e tradicionais, mas o fato é que os orgânicos traz personalidade, são marcantes.

E em 2017 participei de um evento de degustação na minha cidade, em Niterói, o Festival de Vinhos do Supermercado Real, e fui apresentado a um rótulo especial de uma das mais importantes, se não for a mais significativa vinícola da América Latina e do mundo, chamada Emiliana Organic Vineyards, que definitivamente me trouxe uma espécie de arrebatamento. Já conhecia a linha mais popular e conhecida deles chamada de “Adobe” e havia gostado muito, mas esse vinho elevou o conceito de complexidade e expressão máxima do terroir. Um vinho de muita tipicidade.

Quando o degustei e refleti de forma categoria, parecia que eu gritava para todos naquele evento: Vou comprar esse vinho. Semanas após esse evento, fui ao supermercado que organizou esse evento na esperança de encontrar esse rótulo que degustei e eis que choquei com ele e não hesitei, ainda mais com um preço muito convidativo. O levei!

Um momento especial também com relação ao tempo de safra: 8 anos de safra! Será que está bom? O que ele me reservará de bom? Dúvidas e perguntas que convenhamos anima, estimula ainda mais para a degustação! Deixei, propositalmente, evoluir na adega por longos 4 anos, até atingir seu ápice, o seu melhor momento, de um vinho austero, complexo. Será?

Saiu da adega cheio de expectativa, veio junto com ele tudo o que o enófilo espera dele: complexidade, estrutura, tipicidade. A rolha, delicadamente foi removida com aquele indescritível barulhinho que inaugura o ritual da degustação. O vinho desemboca na nossa taça, os sentidos começam a ser desafiados, ficam aguçados, a sedução inicia, o flerte entre o vinho e o enófilo fica mais evidente.

E voilá! O vinho que degustei e gostei veio da emblemática Vale do Colchágua, do Chile e se chama Novas Gran Reserva, com um corte igualmente emblemático do Chile de Carménère (85%) e Cabernet Sauvignon (15%) da safra 2013. Um vinho de 8 anos de vida, mas vivo, pleno, cheio de personalidade, intenso, mas austero e delicado, e com a estrutura que só a complexidade que a idade lhe confere. Então antes de tecer aqueles comentários maravilhosos do vinhos falemos um pouco do Colchágua Valley.

Vale do Colchágua

O Vale do Colchágua está localizado à aproximadamente 180 km de Santiago no centro do país, exatamente entre a Cordilheira dos Andes e o Pacífico. É cortado pelas águas do rio Tinguiririca, suas principais cidades são San Fernando e Santa Cruz, e possui algumas regiões de grande valor histórico e turístico como Chimbarongo, Lolol ou Pichilemu. Colchágua significa na língua indígena “lugar de pequenas lagunas”.

Vale do Colchagua

A fertilidade de suas terras, a pouca ocorrência de chuva e constante variação de temperatura possibilita o cultivo de mais de 27 vinhas, que, com o manejo certo nos grandes vinhedos da região e padrões elevados no processo de produção, faz com que os vinhos produzidos no vale sejam conhecidos internacionalmente, com alto conceito de qualidade.

Clima estável e seco (que evita as pragas), no verão, muito sol e noites frias, solo alimentado pelo degelo dos Andes e pelos rios que desaguam no Pacífico, o Vale de Colchágua é de fato um paraíso para o cultivo de uvas tintas e produção de vinhos intensos.

Em Colchágua, predomina o clima temperado mediterrâneo, com temperaturas entre 12ºC como mínima e 28ºC, máxima no verão e 12ºC e 4ºC, no inverno. Com este clima estável é quase nenhuma variação de uma safra para a outra; e a ausência de chuva possibilita um amadurecimento total dos vários tipos de uvas cultivadas na região. Entre as principais variedades de uvas presentes no Vale de Colchágua estão as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère, Syrah e Malbec, que representam grande parte da produção chilena. 

O cultivo das variedades brancas, apesar de em plena ascensão, ainda se dá de forma bastante reduzida se comparada às tintas; as principais uvas brancas produzidas no vale são a Chardonnay e a Sauvignon Blanc. Ambas as variedades resultam vinhos premiados e cultuados por especialistas e amantes do vinho.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, profundo, escuro, mas com algum brilho e uma profusão de lágrimas grossas e lentas que desenham as paredes do copo.

No nariz traz a explosão, um mix de frutas vermelhas maduras e pretas, aonde se destacam morango, ameixa, amora e cereja, com notas amadeiradas, tostadas e de baunilhas com toques de especiarias, tais como pimenta.

Na boca é estruturado, mas elegante e equilibrado, ainda pleno com as frutas vermelhas maduras e pretas em franca evidência, apesar dos 8 anos de safra, com estrutura, bom volume de boca, alcoólico, complexidade. As notas amadeiradas, de torrefação e chocolate são perceptíveis, graças aos 70% do lote que passaram por barricas de carvalho por 12 meses e os outros 30% em tanques de aço inoxidável trazendo um equilíbrio entre as características do aporte da madeira com as essências da cepa. O toque de especiarias, de pimenta, tabaco e carpete são notados dando um pouco de rusticidade ao vinho, com taninos presentes e correta acidez e um persistente final.

Todos os detalhes contam todas as nuances são significativas e explodem na sua taça e deixa os seus sentidos, as suas experiências no ápice, em um estado de glória. É isso! Glória! Um momento de vitória, maravilhoso, um momento em que você se encontra com o vinho que se identifica, com a proposta que ele entrega. É uma espécie de conexão, de uma simbiose química, sim, um casamento químico, a melhor das harmonizações. O Novas Gran Reserva entrega o que de melhor há no vinho chileno: voluptuosidade, expressividade, caráter! Foram as primeiras palavras que pensei para descrever o vinho quando o degustei, pela primeira vez, naquele evento em minha cidade. O enlace de duas castas emblemáticas que escolheu o Chile como o seu porto seguro adquirindo características especiais fazendo deste vinho orgânico especial, singular, único. Estruturado, mas elegante, austero, mas fácil de degustar, complexo, mas redondo e equilibrado. Esse é o Novas Gran Reserva. Tem 14,5% de teor alcoólico.

Ah uma curiosidade sobre o nome e rótulo do vinho: O desenho do rótulo é a constelação de Orion e o nome escolhido, “Novas”, vem de uma palavra em latim, usada pelos antigos astrônomos, para dar nome ao nascimento de novas estrelas.

Sobre a Emiliana Organic Vineyards:

No final dos anos 90, Rafael e José Guilisasti, foram visionários após perceberem que o mercado estava começando a mudar e que o consumidor global estava começando a se tornar mais consciente dos produtos que estavam consumindo, não só por uma questão de saúde, mas também por seu efeito ambiental e social.

Foi assim que eles, juntamente com a visão enológica de Álvaro Espinoza, iniciaram o processo de conversão de uma vinícola chilena convencional em uma vinícola 100% orgânica e biodinâmica, com o firme objetivo de criar vinhos da mais alta qualidade com grande respeito pela natureza e pelas pessoas.

Depois de mais de duas décadas, o que começou como um sonho, hoje está corporizado em um portfólio completo, com grande reconhecimento nacional e internacional, e que está adaptado às novas necessidades dos consumidores.

Linha do tempo da Emiliana Organic Vineyards:

Com foco na produção de vinhos orgânicos de qualidade, na última década a Emiliana tornou-se uma das mais importantes vinícolas orgânicas e biodinâmicas do mundo. Hoje, presente nos mais importantes vales vinícolas do Chile, ela reflete a harmonia entre a mais alta qualidade de seus vinhos e o respeito ao meio ambiente e às pessoas.

1998

O desenvolvimento da agricultura orgânica e biodinâmica começou nos vinhedos da Emiliana.

2001

Primeira vinícola no Chile e sétima no mundo a obter a certificação ISO 14001 (Gestão Ambiental). Obtenção da certificação de uvas e sistemas de produção orgânica pela IMO Suíça.

2003

Os primeiros vinhos orgânicos (COYAM & NOVAS) foram lançados no mercado. COYAM 2001 (1ª safra) ganhou os prêmios de “Best in Show” e “Best Blend” no Primeiro. Prêmio Anual de Vinhos do Chile.

2006

Gê 2003 é o primeiro vinho do Chile e da América Latina a obter a certificação biodinâmica da Demeter, Alemanha.

2007

A IMO certificou a responsabilidade social da Emiliana, suas boas condições de trabalho e ser uma organização justa e transparente (For Life).

2008

Emiliana comemora 10 anos de agricultura orgânica.

2009

Gê, Coyam e Fundo Los Robles são certificados como neutros em carbono pela TÜV SÜD, Alemanha. Coyam é o segundo vinho no Chile a ser certificado como Biodinâmico.

2011

A Emiliana certifica suas práticas de Comércio Justo (FLO).

2012

A Emiliana é escolhida como a “Vinícola Verde do Ano” (Green Winery of the Year) pela revista inglesa Drinks Business. A vinícola é certificada sob o Código de Sustentabilidade de Vinhos do Chile.

2014

A certificação CarbonZero é obtida.

2015

Emiliana é escolhida como “Vinícola do Ano” pela Wines of Chile.

2018

20º Aniversário da Agricultura Orgânica. Entrada na lista das 50 marcas de vinho mais admiradas de 2018, de acordo com a Drinks International.

2019

A Emiliana obtém a certificação vegana (Vegan Society) que certifica que na produção de seus vinhos orgânicos e biodinâmicos não utiliza produtos derivados de animais.

Mais informações acesse:

http://www.emiliana.cl/pt/

Referências:

“Clube dos Vinhos” em: https://www.clubedosvinhos.com.br/um-passeio-pelo-vale-do-colchagua/

 






 

terça-feira, 1 de junho de 2021

Adobe Gewürztraminer 2015

 

Nos dias atuais eu tenho garimpado novas experiências sensoriais, saindo da temível zona de conforto, com novas castas e novas regiões pelo menos para mim. Mas esse meu desejo, essa minha avidez pelo novo no universo do vinho já vem de algum tempo, já vinha atingindo contornos há pelo menos uns 3 ou 4 anos, aproximadamente. Embora algumas cepas sejam populares em seus países de origem ou na maioria dos países consumidores e produtores de vinho, no Brasil ainda são carentes de oferta de rótulos.

E o exemplo é a casta chamada “Gewürztraminer”. O nome é grande e até, as vezes, para muitos, é impronunciável, mas quando a conheci, quando a descobri sem querer (sempre é assim, já reparou?) nunca havia degustado uma casta tão delicada, tão aromática, mas de marcante personalidade em minha vida. Que primor! Que maravilha! Parece que você está cheirando um buquê de flores brancas, parece que você está em um campo com flores brancas e você, no meio, a correr, como se estivesse levitando com tamanho aroma.

A minha primeira experiência com a Gewürztraminer foi, como sempre, em um evento de degustação em minha cidade, Niterói, um evento, anualmente, produzido por uma grande rede de supermercados local. Isso foi há pouco tempo, em 2017. Quando me aproximei do estande de uma vinícola chilena importante chamada Emiliana, conhecida mundialmente por produzir vinhos orgânicos e biodinâmicos e que pertence a gigante Concha Y Toro, percebi alguns vinhos de rótulos simples, mas elegantes e a minha curiosidade foi o imã para tê-los em minhas mãos e em minha taça.

E foi aí que vi o nome da casta: enorme, difícil de falar, pedi ajuda para o demonstrador que, muito atencioso, falou pelo menos umas duas vezes ou mais, não me recordo, para eu aprender a falar: Gewürztraminer! E degustei o Adobe dessa casta e adorei! Que vinho interessante e saboroso! O paladar sucumbiu deliciosamente a cepa de nome complicado! O que importa! E decidi compra-lo, ir, onde quer que eu fosse para tê-lo em minha adega, até que, um belo dia, o encontrei.

Não demorei muito para degusta-lo e logo o tirei da adega para deleite das minhas experiências sensoriais. Então o vinho que degustei e gostei veio de uma região chilena chamada Valle del Rapel, que possui uma denominação de origem, e, claro, se chama Adobe Gewürztraminer da safra 2015.

Um pouco de curiosidade sobre o nome “Adobe”: O Adobe é um material natural milenar utilizado nas construções chilenas e que inclusive faz parte da estrutura da vinícola. Considerada uma linha Reserva, são feitos com uvas orgânicas e refletem a qualidade de seus vinhedos, tendo sempre um profundo respeito pelo meio ambiente e seus trabalhadores.

Adobe

Valle del Rapel DO

Para quem adora apreciar vinhos não apenas pela bebida em si, mas também pela História que está por trás de sua produção e, principalmente, por conta da região onde ele foi produzido, uma boa opção é começar a procurar por destinos interessantes onde é possível fazer turismo e degustar bons vinhos aqui por perto. Neste sentido, países como Uruguai, Argentina e Chile, são pródigos em oferecer boas opções para quem deseja viajar e se aprofundar mais dentro da História da produção vinícola destas regiões. Um bom exemplo disto é a região conhecida como Vale do Rapel, no Chile.

De todas as regiões vinícolas do Chile, o Vale do Rapel é sem sombra de dúvidas uma das mais interessantes para quem deseja unir turismo e vinhos de qualidade numa única viagem. A região responde por alguns dos melhores vinhos do Chile, e tem em suas origens ligadas ao início da produção vinícola no chamado Vale Central, que é uma das regiões mais importantes em matéria de vinhos do país, e que fica ao sul da capital, Santiago.

Vale del Rapel

O Vale do Rapel segue aquela velha lógica que indica que sempre que há um vale, também há um rio próximo, e neste caso, este rio atende pelo nome de Rio Rapel, que é o principal rio que corta e abastece toda a região. A agricultura de um modo geral é muito beneficiada pela presença do Rio Rapel, mas a produção vinícola é a que mais se favoreceu de sua presença, conseguindo traduzir isto em vinhos de altíssima qualidade. Boa parte da produção vinícola Vale Central do Chile tem sua origem no Vale do Rapel, que consegue entregar variedades das mais interessantes.

O Vale do Rapel se notabiliza pela produção de alguns dos vinhos mais importantes do Chile, sendo que dentre as variedades de vinhas mais cultivadas na região estão as seguintes: Cabernet Sauvignon e Carmenère. Portanto, se você procura por vinhos bons originários do Vale do Rapel, provavelmente terá de procurar entre as opções destas variedades de vinhas. Mas a região também produz vinhos Merlot, Cabernet Franc e Syrah, especialmente mais ao norte do Vale do Rapel.

Gewürztraminer, a casta aromática

A inconfundível casta Gewürztraminer é uma uva de aroma peculiar, que lembra lichia, rosas, manga e pode ser bastante apimentada. A origem do nome da casta é ainda muito discutida, para alguns estudiosos do mundo do vinho, o prefixo “gewürz” (especiaria em alemão), faz referência a grande variedade de aromas encontrados nos vinhos elaborados a partir da casta, já para alguns degustadores, o nome foi dado a cepa por conta de suas características bastante marcantes, o aroma e perfume que denota aos vinhos brancos.

A origem da uva Gewürztraminer ainda é passível de dúvidas. A teoria mais provável é que a cepa tenha se originado na Itália, no vilarejo de Traminer, entretanto, há suposições de que a casta tenha parentesco com a cepa Amineada Thessalia e tenha se originado ao norte da Grécia. Apesar de ser cultivada em países do Novo Mundo, Chile, Austrália, Estados Unidos e Nova Zelândia, a cepa obtém bastante sucesso nos vinhedos da Europa, sendo as da região da Alsácia (França) e de Pfalz (Alemanha) as melhores uvas da casta.

Com características físicas e sabores bastante marcantes, a uva Gewürztraminer é utilizada na elaboração de vinhos bastante diferentes entre si, a cepa pode originar vinhos que vão de brancos secos e bem encorpados até maravilhosos e doces vinhos de sobremesa. A uva Gewürztraminer possui difícil cultivo e por isso baixos rendimentos. Os vinhos elaborados com a casta possuem coloração intensa que varia entre um amarelo bem escuro e dourado com presença de acidez bastante delicada, característica que contribui para que a maioria dos exemplarem seja apreciada enquanto jovens. Muito dos rótulos elaborados na Alsácia Francesa possui maior taxa de acidez, podendo assim, os vinhos serem degustados com maior tempo de envelhecimento.

Possuindo aspecto aromático bastante elevado, os vinhos brancos secos elaborados com a cepa Gewürztraminer acompanham e harmonizam excelentemente bem com pratos que possuam bastante presença de condimentos, destacando-se a gastronomia tailandesa, chinesa e indiana. Já as versões mais adocicadas de vinhos brancos originários da casta, contrastam e criam um inesquecível sabor no paladar quando degustados juntamente com sobremesas que possuam frutas como base.

E agora finalmente o vinho!

Na taça possui um amarelo claro, palha com reflexos esverdeados que traz um brilho lindo e envolvente.

No nariz traz a explosão aromática, o principal destaque desta casta, o seu predicado, e entrega notas frutadas, de frutas brancas como abacaxi, pera, damasco, um toque herbáceo, de ervas que outro destaque maravilhoso da casta, sem contar com os aromas florais, de flores brancas que traz frescor e elegância ao vinho.

Na boca é saboroso, fresco, jovial e de marcante personalidade, por ser persistente, deixando uma grata sensação de doçura no paladar sem ser enjoativo, com uma acidez refrescante e equilibrada com um final prolongado e frutado. Passou 4 meses em tanques de aço inoxidável.

Um vinho orgânico como nunca havia degustado, meu primeiro branco orgânico que degustei e que estará definitivamente nos anais da minha humilde história de degustador neste vasto e inexplorado universo dos vinhos, da poesia líquida. Um vinho que consegue ser, ao mesmo tempo, delicado, elegante, mas poderoso, intenso, de personalidade. Uma drincabilidade, uma versatilidade que pode atingir em cheio vários paladares, dos mais exigentes e experientes aos mais joviais daqueles que estão começando a seguir no caminho do vinho. Versátil também na gastronomia, harmonizando com comidas leves e também sozinho, sem refeições, mas apenas com um bate papo informal com bons amigos para celebrar a vida e a este vinho que sintetiza como poucos o terroir diversificado do Chile. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Emiliana Organic & Vineyards:

No final da década de 1990, os visionários Rafael e José Guilisasti, perceberem que o mercado estava começando a mudar e que o consumidor global estava começando a se tornar mais consciente dos produtos que estava consumindo, não só por uma questão de saúde, mas também por seu efeito ambiental e social.

Foi assim que eles, juntamente com a visão enológica de Álvaro Espinoza, iniciaram o processo de conversão de uma vinícola chilena convencional em uma vinícola 100% orgânica e biodinâmica, com o firme propósito de criar vinhos da mais alta qualidade com respeito pela natureza e pelas pessoas.

Depois de mais de duas décadas o que começou como um sonho, hoje está corporizado em um portfólio completo, com grande reconhecimento nacional e internacional, e que se adequa as novas necessidades de nossos consumidores.

Mais informações acesse:

http://www.emiliana.cl/pt/


Referências:

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/gewurztraminer

“Clube dos Vinhos”: https://www.clubedosvinhos.com.br/os-encantos-do-vale-do-rapel-no-chile/#:~:text=A%20regi%C3%A3o%20responde%20por%20alguns,ao%20sul%20da%20capital%2C%20Santiago.

Degustado em: 2017