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quinta-feira, 11 de abril de 2024

Koyle Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2019

 




Vinho: Koyle Gran Reserva

Casta: Cabernet Sauvignon

Safra: 2019

Região: Vale do Colchagua

País: Chile

Produtor: Viña Koyle

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Loja Arte dos Vinhos (Niterói/RJ)

Valor: R$ 65,90

Estágio: 14 meses em barricas de carvalho francês

 

Análise:

Visual: revela um rubi intenso, escuro, mas com halos violáceos bem brilhantes, com lágrimas finas, lentas e em profusão.

Nariz: no aroma entregas notas de frutas frescas e maduras, um mix de frutas vermelhas e pretas, com destaque para ameixa, cassis, groselha e amora, além de notas de ervas e pimenta preta, com a madeira integrada.

Boca: apresenta-se agradável com as notas frutadas, em convergência com os taninos marcantes, porém dóceis, com a madeira mais perceptível e bem integrada, que aporta baunilha, chocolate meio amargo, mentolado e um sutil caramelo. Boa e fresca acidez com um final longo.

 

Produtor:

https://koyle.cl/

 

A saber: O nome Koyle vem de uma planta nativa chilena que cresce ao lado de florestas de carvalho, produzindo uma bela flor roxa e frutos apetitosos.


quarta-feira, 6 de março de 2024

Momentum Gran Reserva Chardonnay 2020

 



Vinho: Momentum Gran Reserva

Casta: Chardonnay

Safra: 2020

Região: Vale do Colchagua

País: Chile

Produtor: Sem informação

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Supermercado Princesa

Valor: R$ 32,90

Estágio: 6 meses em barricas de carvalho francês

 

Análise:

Visual: apresenta um amarelo palha brilhante com reflexos esverdeados, além de lágrimas grossas e lentas e em profusão.

Nariz: traz aromas cítricos e de frutas tropicais, com leve madeira perceptível, com um toque de mineralidade, denotando frescor e alguma complexidade.

Boca: é fresco, tem uma razoável estrutura agregada, com notas frutadas, com destaque para o pêssego, baunilha discreta, acidez média.

 

Produtor:

Sem informação


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Adobe Carmènére 2015

 




Vinho: Adobe

Casta: Carmènére (80%), Syrah (8%), Cabernet Franc (4%) e Merlot (3%)

Safra: 2015

Região: Valle de Colchagua

País: Chile

Produtor: Vinícola Emiliana

Teor Alcoólico: 13,7%

Estágio: 6 meses, sendo 80% em tanques de inox e 20% em barricas de carvalho francês

Adquirido: Supermercado Sam’s Club

Valor: R$ 56,90

 

Análise:

Visual: vermelho intenso, com halos arroxeados e lágrimas finas e em profusão.

Nariz: intenso e frutado, onde se destaca aromas de ameixa e groselha, alguns toques tostados e de cassis.

Boca: redondo e elegante, se mostra fresco e de média estrutura, com toques discretos da madeira, taninos dóceis e acidez destacada. Tem final persistente.

 

Produtor:

https://www.emiliana.cl/pt/


sábado, 22 de julho de 2023

Ravanal Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2018

 

Conhecida como a rainha das uvas tintas, a Cabernet Sauvignon hoje pode se considerar “senso comum”, algo óbvio nas degustações do inveterado enófilo, mas para mim sempre terá um contorno afetivo pela representatividade que está tem para a minha iniciação no mundo vínico.

Quando degustei meus primeiros vinhos encorpados lá estava a Cabernet Sauvignon para me mostrar o conceito dessa proposta de vinho, principalmente os rótulos chilenos, aqueles mais amadeirados, os gran reservas, principalmente.

Foi com os chilenos que eu descobri a Cabernet Sauvignon! Definitivamente são os melhores produtores da casta no Cone Sul! Poderia enumerar e me perder de vista de todos os grandes rótulos de grandes vinícolas que degustei e gostei que ajudaram a construir o meu apreciar pela Cabernet Sauvignon.

E ainda há, sem sombra de dúvida, espaço para novas experiências sensoriais, cujo produtor também é de “primeira viagem”. Então, sem mais delongas, vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio da emblemática Vale do Colchagua, no Chile, e se chama Ravanal Gran Reserva, um 100% Cabernet Sauvignon, da safra 2018.

E para não perder o costume, vamos de história! Vamos daquela que é para muitos, a mais prestigiada região produtora de vinhos da América do Sul: O Vale do Colchagua.

Vale do Colchágua

O Brasil mal acabara de ser descoberto e os chilenos já iniciavam a produção de vinho no ano de 1550, antes mesmo da Argentina, que também tem tradição no setor e começou o plantio das uvas sete anos depois.

Com quatro mil quilômetros de costa, o Chile é um país estreito e muito comprido, o que sugere uma rota turística, seguindo em frente, de norte a sul. Como não dá para percorrer tudo, a pedida é concentrar esforços no que pode dar mais prazer: o Vale do Colchágua, considerado a região vinícola de maior prestígio da América do Sul.

Encravado no coração da zona central, localizado a 150km da capital Santiago, o Colchágua é o ícone da produção da bebida no país e se caracteriza por vinícolas ambiciosas, que trabalham há décadas para criar uma bebida fina e elegante.

Está exatamente no centro do país, exatamente entre a Cordilheira dos Andes e o Pacífico. É cortado pelas águas do rio Tinguiririca, suas principais cidades são San Fernando e Santa Cruz, e possui algumas regiões de grande valor histórico e turístico como Chimbarongo, Lolol ou Pichilemu. Colchágua significa na língua indígena “lugar de pequenas lagunas”.

Valle do Colchágua

O terroir de seus vinhos é formado por alguns fatores importantes, como seu clima característico e por seu solo, banhados pela Cordilheira dos Andes. Outro fator importante é a agricultura, presente desde as civilizações mapuches.

Conta-se que no século XV, antes mesmo da chegada de colonizadores espanhóis, esse povo nativo da região já apresentava métodos de agricultura e irrigação sofisticados. No país, porém, não havia uvas ditas finas e que pudessem gerar bons vinhos.

Foi só no século XIX, com a chegada de cepas como Cabernet Sauvignon, Merlot, Carménère e Malbec que a região passou a produzir bebidas de qualidade. Seu terroir entre o oceano e as montanhas favoreceu a condição dos frutos, que se desenvolveram positivamente.

Clima

A fertilidade de suas terras, a pouca ocorrência de chuva e constante variação de temperatura possibilita o cultivo de mais de 27 vinhas, que, com o manejo certo nos grandes vinhedos da região e padrões elevados no processo de produção, faz com que os vinhos produzidos no vale sejam conhecidos internacionalmente, com alto conceito de qualidade.

Clima estável e seco (que evita as pragas), no verão, muito sol e noites frias, solo alimentado pelo degelo dos Andes e pelos rios que desaguam no Pacífico, o Vale de Colchágua é de fato um paraíso para o cultivo de uvas tintas e produção de vinhos intensos.

Em Colchágua, predomina o clima temperado mediterrâneo, com temperaturas entre 12ºC como mínima e 28ºC, máxima no verão e 12ºC e 4ºC, no inverno. Com este clima estável é quase nenhuma variação de uma safra para a outra; e a ausência de chuva possibilita um amadurecimento total dos vários tipos de uvas cultivadas na região.

A excelência dos vinhos se dá pela localização da região, que apresenta vários microclimas e terroirs (diversos tipos de terrenos), além de ser protegida das pragas por barreiras naturais (as cordilheiras, o deserto do Atacama e as geleiras). Essas condições fizeram do local um paraíso para vinhos reservas, gran reservas, premiuns e super premiuns.

Entre as principais variedades de uvas presentes no Vale de Colchágua estão as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère, Syrah e Malbec, que representam grande parte da produção chilena.

O cultivo das variedades brancas, apesar de em plena ascensão, ainda se dá de forma bastante reduzida se comparada às tintas; as principais uvas brancas produzidas no vale são a Chardonnay e a Sauvignon Blanc. Ambas as variedades resultam vinhos premiados e cultuados por especialistas e amantes do vinho.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um rubi intenso, escuro, vívido e brilhante, com halos granada, além de lágrimas grossas, lentas e de média intensidade.

No nariz explode em aromas de frutas vermelhas e pretas maduras, com destaque para amoras, ameixas e cerejas, com as notas amadeiradas bem presentes, graças aos 12 meses em barricas de carvalho, porém bem integradas, que entrega baunilha, carvalho, tosta, chocolate e torrefação. Traz ainda especiarias e um agradável herbáceo. Pimenta, pimentão, tabaco e terra molhada são perceptíveis.

Na boca é seco, macio, redondo, com alguma estrutura, personalidade, volumoso, cheio no paladar, revelando-se equilibrado. As notas frutadas ganham protagonismo, bem como a madeira, em uma perfeita sinergia que o torna equilibrado como no aspecto olfativo, trazendo igualmente a baunilha e o tostado. Tem taninos amáveis, domados, com uma acidez correta e um final de média persistência.

A cada degustação de um Cabernet Sauvignon chileno vai se tornando “o” Cabernet Sauvignon, dado o seu momento especial, aliado, claro, a fatores afetivos que foram construídas graças as essas experiências sensoriais tão especiais. Ravanal Gran Reserva traz, além das gratas experiências aqui mencionadas, um atrativo excepcional de qualidade X preço, fugindo da “normalidade” de alguns caros, mas não menos excelentes, gran reservas chilenos disponíveis no mercado consumidor de vinhos. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Viña Ravanal:

Com a palavra Mário Ravanal, fundador da Viña Ravanal:

Sou Mario Ravanal, proprietário e fundador da Viña Ravanal. Com mais de 90 anos, percorri um longo caminho para estar aqui a contar-vos a minha história, que é também a história desta vinha.

Nasci em Ligüeimo, uma pequena cidade agrícola, localizada no coração da região vinícola chilena, não sei a data exata do meu nascimento, minha mãe disse que foi em outubro de 1926, mas fui registrado no registro civil em 5 de maio de 1927.

Sou o mais velho de 8 irmãos, de pai agricultor, que desde muito novo me incutiu o amor pelo campo e pelas suas vinhas.

Estudei agronomia na Universidade do Chile e em 1960 continuei meus estudos de pós-graduação em Enologia e Viticultura na França nas Universidades de Montpellier e Bordeaux.

Em 1965, em visita aos meus pais, soube da venda de uma bela propriedade na comuna de Placilla. Motivado pelos vinhedos que já estavam em produção naqueles anos, comprei o que hoje é a Viña Ravanal, com o inestimável patrimônio de ter atualmente vinhedos com mais de cem anos.

Meus filhos, Carmen Paz, Pía e Mario Sebastián, enólogos que deram continuidade ao meu trabalho, amor e trabalho duro pelo vinho, agregaram juventude, força e inovação à Viña Ravanal. As vinhas ganharam em anos e em valor, tal como a nossa família de enologia e tradição enológica, trabalhando na produção de vinhos com os mais elevados padrões de qualidade e profissionalismo.

Os nossos vinhos têm esta história gravada no seu sabor, um terroir e microclima privilegiados geram vinhos finos, com sabores frutados e maturação muito lenta. A nossa zona é um verdadeiro paraíso, o contraste de temperaturas durante o dia e à noite permite que as uvas se desenvolvam de forma extraordinária, destacando-se os vinhos tintos robustos, de grande corpo e persistência, e os vinhos brancos de aromas intensos.

A minha história, como a da minha família, está indissociavelmente ligada a esta Vinha. Vivi meus últimos 60 anos intensamente entre esses vinhedos centenários. Nossa vinícola é uma das mais antigas do Vale de Colchagua. 

Nosso processo criteriosamente elaborado inclui colheita e seleção manual, somadas a tecnologias avançadas e estágio em barricas de carvalho francês e americano que resultam em vinhos excepcionais, sofisticados e elegantes, com grande caráter frutado, excelente corpo, complexidade e intensidade.

Convidou-os a degustar os nossos vinhos, resultado da conjugação perfeita entre a experiência enológica, a tradição familiar e o árduo trabalho diário de uma grande equipe.

Mais informações acesse:

https://www.ravanal.cl/es/

Referências:

“Correio Braziliense”: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/turismo/2016/12/28/interna_turismo,562828/valle-do-colchagua-oferece-varias-atracoes-na-companhia-de-grandes-rot.shtml

“Blog Divvino”: https://www.divvino.com.br/blog/colchagua-chile/#:~:text=Hoje%2C%20o%20Valle%20do%20Colchagua,Melhor%20Regi%C3%A3o%20Vitivin%C3%ADcola%20do%20Mundo%E2%80%9D.

“Clube dos Vinhos” em: https://www.clubedosvinhos.com.br/um-passeio-pelo-vale-do-colchagua/





sábado, 28 de janeiro de 2023

Estampa Gran Reserva 2016

 

Arte, inspiração, poesia líquida etc. Alguns adjetivos parecem personificar o vinho. Ambos se enlaçam em uma convergência, a necessidade de um complementar o outro para entender, sentir as suas nuances, evocar os seus terroirs. Assim costumo enxergar, perceber o vinho, mesmo que por um aspecto lúdico.

Algumas vinícolas costumam imprimir essa filosofia aos seus vinhos, que vai desde a vinificação até na concepção estética de seus rótulos, por exemplo. É claro que traz todo um aspecto mercadológico por detrás dessa concepção, afinal aliar um rótulo, uma linha de vinhos a esses quesitos pode ser viável comercialmente, mas não é só a estética e o conceito, mas também como método de vinificação.

Quando descobri uma vinícola de nome “Estampa” eu logo me lembrei, ou melhor, associei à tecidos. Sim! Roupas, tecido, a arte de costurar roupas, criar uma vestimenta a partir de fragmentos de tecidos.

E acredito que seja isso mesmo, pequenos fragmentos que formam um todo! E “viajando” um pouco mais em seu site, com o intuito de buscar respostas para o que percebi, no que tange às propostas dos vinhos, observei que todos os vinhos do produtor ou que pelo menos estavam expostos no site, são cortes, formados por blends.

Creio que aí está a resposta: pequenos tecidos, estampas que juntas formam um todo, tendo como alicerce o terroir, as características das regiões onde se encontram as vinhas. Embora traga algo meio “romantizado”, na prática é perfeitamente concebível levando em conta a metodologia imposta pela vinícola.

As variedades (castas) são vinificadas separadamente, são vindimadas em datas distintas, tudo conspira para esse fato, para esta observação. E cada detalhe como esses inspira, requer competência e sensibilidade do enólogo que precisa para que o vinho entrega tipicidade, entregue qualidade.

E com base nisso comprei um rótulo desse produtor que, além da inspiração, trouxe também o atrativo valor: na faixa dos R$58! E melhor: para um “Gran Reserva”! Decidi, claro, “assumir o risco” e comprar o rótulo.

Levei algum tempo para degusta-lo! Repousou calmamente na adega por pelo menos dois ou três anos! E hoje, no auge dos 7 anos, mostrou-se vivaz, pleno e altivo. O vinho que degustei e gostei veio da região chilena de Marchigue DO, no emblemático Vale do Colchágua, e se chama Estampa Gran Reserva com um corte das castas Carmènére (85%), Syrah (10%) e Cabernet Sauvignon (5%) da safra 2016.

Castas que ganharam destaque no Chile e que estão juntas oferecendo um arrebatamento sensorial, uma salutar experiência que só os chilenos podem proporcionar. Mas antes de entrar nos pormenores do vinho, nada mais relevante do que aflar um pouco do Vale do Colchágua.

Vale do Colchágua

O Vale do Colchágua está localizado à aproximadamente 180 km de Santiago no centro do país, exatamente entre a Cordilheira dos Andes e o Pacífico. É cortado pelas águas do rio Tinguiririca, suas principais cidades são San Fernando e Santa Cruz, e possui algumas regiões de grande valor histórico e turístico como Chimbarongo, Lolol ou Pichilemu. Colchágua significa na língua indígena “lugar de pequenas lagunas”.

Vale de Colchágua

A fertilidade de suas terras, a pouca ocorrência de chuva e constante variação de temperatura possibilita o cultivo de mais de 27 vinhas, que, com o manejo certo nos grandes vinhedos da região e padrões elevados no processo de produção, faz com que os vinhos produzidos no vale sejam conhecidos internacionalmente, com alto conceito de qualidade.

Clima estável e seco (que evita as pragas), no verão, muito sol e noites frias, solo alimentado pelo degelo dos Andes e pelos rios que desaguam no Pacífico, o Vale de Colchágua é de fato um paraíso para o cultivo de uvas tintas e produção de vinhos intensos.

Em Colchágua, predomina o clima temperado mediterrâneo, com temperaturas entre 12ºC como mínima e 28ºC, máxima no verão e 12ºC e 4ºC, no inverno. Com este clima estável é quase nenhuma variação de uma safra para a outra; e a ausência de chuva possibilita um amadurecimento total dos vários tipos de uvas cultivadas na região. Entre as principais variedades de uvas presentes no Vale de Colchágua estão as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère, Syrah e Malbec, que representam grande parte da produção chilena.

O cultivo das variedades brancas, apesar de em plena ascensão, ainda se dá de forma bastante reduzida se comparada às tintas; as principais uvas brancas produzidas no vale são a Chardonnay e a Sauvignon Blanc. Ambas as variedades resultam vinhos premiados e cultuados por especialistas e amantes do vinho.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um intenso, quase negro, vermelho rubi, com contornos granada e uma linda profusão de lágrimas grossas e lentas que desenham as bordas do copo.

No nariz mostrou-se tímido no início, mas logo se revelou frutado, frutas negras maduras, como ameixa preta, amora e cereja em total sinergia com as perceptíveis notas amadeiradas, graças aos seus 14 meses em barricas de carvalho, com toques levemente tostados, de baunilha, com especiarias, com destaque para pimenta preta e um agradável herbáceo.

Na boca mostrou o destaque, entregando um vinho, aos sete anos de garrafa, muito elegante, com as notas frutadas em convergência com a madeira, replicando as impressões olfativas, mas ainda assim cheio, volumoso e saboroso. O carvalho traz também um delicioso chocolate meio amargo e torrefação. Os taninos estão macios e amáveis, com acidez discreta e uma persistência longa com retrogosto tentador que investe em mais e mais taças.

O conceito, a filosofia, o método, o terroir, o vinho. Quando costumamos falar da cultura de um povo que é expressada dentro de uma garrafa de vinho, é exatamente nesse preceito que a Vinícola Estampa se baseia para apresentar seus rótulos. Criação, inovação, inspiração enológica são nomes bem pertinentes para personificar o trabalho da Estampa em seus belos vinhos. A “versão” Gran Reserva, com a predominância da casta icônica do Chile, Carmènére, é bem preponderante para a qualidade dos rótulos. Tem 14% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Estampa:

Há mais de um século, Don Manuel González Dieguez, imigrante espanhol, comprou um moinho de trigo em Santiago, Chile, e nomeou-o, Estampa. O moinho de grãos original ainda está em operação, mas a última geração de descendentes de D. Manuel, a família González-Ortiz, iniciou uma nova expansão do negócio. Construíram a primeira vinícola no Chile, dedicada aos vinhos de “Assemblage” e a nomearam Estampa, mantendo a tradição familiar para honrar o avô, fundador da empresa.

A Viña Estampa foi fundada em 2001 pelo empresário e visionário Miguel González Ortiz, que descende de uma família que há cem anos dedica-se a indústria agroalimentar. Nascido no Chile, ele escolhe Palmilla, na Rota do Vinho do Vale do Colchagua para estabelecer esse magnífico projeto vitivinícola.

A arquitetura exuberante da sede já diz muito sobre a própria essência da empresa que tem como características a inovação, ousadia e o primor no que faz e produz nesse maravilhoso segmento do mundo dos vinhos. Tem capacidade de produção de 700 mil garrafas ao ano, possui uma sala de barrica com 700m2 e foram pioneiros na América Latina a utilizarem microvinificação com Ânforas.

Possuem cerca de 400 hectares divididos em três terroirs do Vale do Colchagua, Palmilha onde está a sua sede, e em Paredones e Marchigüe onde foi uma das pioneiras em plantação de vinhas com microclimas tão peculiares. Especializaram-se na produção de vinhos blends, e o que vemos é diversidade de inúmeras castas plantadas em cada vinhedo.

Mais informações acesse:

https://estampa.com/

Referências:

“Dayane Casal”: https://dayanecasal.com/vina-estampa-uma-expressao-do-espirito-de-inovacao-no-chile/

“Vinho Virtual”: https://www.vinhovirtual.com.br/vinicolas-1644-Estampa

“Clube dos Vinhos”: “Clube dos Vinhos” em: https://www.clubedosvinhos.com.br/um-passeio-pelo-vale-do-colchagua/


domingo, 17 de abril de 2022

Alto Los Romeros Riesling 2019

 

Depois que eu degustei o meu primeiro rótulo da casta Riesling eu não a deixei de lado e, desde então, tenho tido algumas boas e satisfatórias experiências com essa peculiar cepa branca muito aromática e frutada.

E claro que esta variedade ganhou fama e credibilidade nas terras frias alemãs onde encontrou o terroir perfeito para a produção das mais variadas propostas, entregando vinhos secos, doces, leves, frescos, encorpados, longevos e curtos. Enfim, a diversidade da Riesling tem lugar: Alemanha.

Mas atualmente, além da Alemanha e a França, mais precisamente na região da Alsácia, outros lugares vem acolhendo a Riesling e trazendo uma gama de propostas de rótulos, dos mais simples e frescos, aos encorpados e complexos.

E se destacam a Austrália, o Brasil também vem se destacando na produção da Riesling, e também o Chile, sobretudo o Chile vem despontando na produção desta variedade em várias emblemáticas regiões.

Estive às voltas com um em especial que verdadeiramente me surpreendeu, do Vale Central, do Club dos Sommeliers, um Reserva Riesling extremamente saboroso, frutado, fresco, mas com uma personalidade graças ao seu curto período de 3 meses em barricas de carvalho, dando-lhe certa untuosidade.

Então me dei o direito de buscar mais rótulos dessa casta concebidos no Chile e, por uma sorte, em mais uma de minhas incursões aos supermercados, avistei um vinho de uma linha de rótulos da grande Luis Felipe Edwards que, percepções à parte de um fã, é um dos principais produtores do Chile, chamada “Alto Los Romeros” e muito me interessei. Lembrando que o que facilitou a minha escolha foi a degustação do Alto Los Romeros da queridinha Pinot Grigio da safra 2018 que também surpreendeu!

Então sem mais delongas vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio da região do Vale do Colchágua, no Chile, e se chama Alto Los Romeros da casta Riesling da safra 2019.

Embora os quesitos o torne potencialmente bom, pelo fato do produtor e também da linha de rótulos eu fiquei um tanto quanto receoso pela proposta e o valor incrível gasto à época (R$ 23,90), levando em consideração os altos valores dos Riesling alemães, mas logo o preconceito se dissipou quando observei que se tratam de propostas diferentes e confesso que, quando degustei o Alto Los Romeros Riesling, ele, dentro do que ele pode oferecer, ele o fez muito bem. Fresco, leve e frutado!

Então, como sempre, antes de falar sobre o vinho, falemos um pouco da casta e também do Vale do Colchágua. 

Vale do Colchágua

O Vale do Colchágua está localizado à aproximadamente 180 km de Santiago no centro do país, exatamente entre a Cordilheira dos Andes e o Pacífico. É cortado pelas águas do rio Tinguiririca, suas principais cidades são San Fernando e Santa Cruz, e possui algumas regiões de grande valor histórico e turístico como Chimbarongo, Lolol ou Pichilemu. Colchágua significa na língua indígena “lugar de pequenas lagunas”.

Vale do Colchágua

A fertilidade de suas terras, a pouca ocorrência de chuva e constante variação de temperatura possibilita o cultivo de mais de 27 vinhas, que, com o manejo certo nos grandes vinhedos da região e padrões elevados no processo de produção, faz com que os vinhos produzidos no vale sejam conhecidos internacionalmente, com alto conceito de qualidade.

Clima estável e seco (que evita as pragas), no verão, muito sol e noites frias, solo alimentado pelo degelo dos Andes e pelos rios que desaguam no Pacífico, o Vale de Colchágua é de fato um paraíso para o cultivo de uvas tintas e produção de vinhos intensos.

Em Colchágua, predomina o clima temperado mediterrâneo, com temperaturas entre 12ºC como mínima e 28ºC, máxima no verão e 12ºC e 4ºC, no inverno. Com este clima estável é quase nenhuma variação de uma safra para a outra; e a ausência de chuva possibilita um amadurecimento total dos vários tipos de uvas cultivadas na região. Entre as principais variedades de uvas presentes no Vale de Colchágua estão as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère, Syrah e Malbec, que representam grande parte da produção chilena.

O cultivo das variedades brancas, apesar de em plena ascensão, ainda se dá de forma bastante reduzida se comparada às tintas; as principais uvas brancas produzidas no vale são a Chardonnay e a Sauvignon Blanc. Ambas as variedades resultam vinhos premiados e cultuados por especialistas e amantes do vinho.

Riesling

A casta Riesling é uma das grandes uvas brancas da Alemanha e uma das melhores variedades do mundo todo, capaz de conferir ao vinho incrível elegância e complexidade e uma habilidade inigualável de expressar o terroir.

Seus cachos apresentam coloração verde amarelada com tamanho médio e delicado. Os vinhos elaborados com a casta costumam ter acidez bastante destacada e são extremamente aromáticos. Os melhores brancos da casta costumam ser os varietais. A uva Riesling possui duas variações, sendo a Renana a de maior qualidade e a Itálica a que possui menor grau de expressividade.

Com textura bastante envolvente, os vinhos elaborados a partir da casta Riesling podem ser secos, meio doces ou bem doces. O que é de conhecimento sobre o cultivo da uva, é que para originar os maravilhosos e extraordinários vinhos de sobremesa, ocorrem dois processos bastante distintos.

O primeiro processo é o ato de congelar a uva antes da colheita, sendo conhecido como “eiswen” – ou vinhos de gelo. Nele a casta Riesling permanece vários dias congeladas (enquanto madura), ainda no vinhedo, por conta das baixas temperaturas em que fica exposta. Logo após serem colhidas, as uvas passam pelo processo de prensagem, tornando o vinho muito mais concentrado, já que haverá menor quantidade de água. Nesse caso os melhores exemplares são encontrados no Canadá, graças ao seu clima frio e com bastante presença de geadas.

O outro processo é quando ocorre a podridão nobre, momento em que o fungo “Botrytis Cinerea” fura a casca da uva e alimenta-se da água da casta, deixando-a desidratada e exaltando os açúcares presentes na sua composição. As uvas são colhidas e levadas para vinificação, tornando o vinho muito mais especial.

Alguns produtores estampam “dry” (seco) ou “sweet” (doce), mas isso não é suficiente perto dos tantos níveis de doçura da Riesling. Ela pode ser “medium dry” (vinho meio seco), “medium sweet” (meio doce) e por aí vai.

A forma de identificar essas propostas de vinhos Riesling é verificar a graduação alcoólica – quanto menor for mais doce será. Isso acontece porque durante a fermentação, o açúcar natural da uva vira álcool (se a conversão não acontece, permanece doce e menos alcoólico). Qualquer Riesling com mais de 11% é seco, pois quase todo seu açúcar foi transformado em álcool.

Por possuir presença de açúcar residual e tempos de guarda diferentes, os vinhos elaborados com a casta Riesling possuem maior atenção na hora da harmonização, sendo na maioria das vezes melhores quando degustados e apreciados sem a companhia de pratos.

Seus vinhos podem ser sublimes e costumam durar muito tempo. Além da Alemanha, também produz vinhos excelentes na Áustria, Alsácia e também em alguns países do Novo Mundo, como Nova Zelândia, África do Sul e Austrália.

E agora o vinho!

Na taça entrega um amarelo palha, translúcido, brilhante, com reflexos esverdeados, com rápidas e discretas lágrimas finas.

No nariz não há uma complexidade aromática, dada a proposta do vinho, mas percebe-se as notas frutadas, frutas de polpa branca e cítricas, como pera, maçã-verde, abacaxi, maracujá, pêssego, limão e um delicado toque floral e mineral.

Na boca é leve, fresco e dotado de uma delicadeza que o torna elegante, com certo volume de boca, garantido, sobretudo pela sua boa acidez, além da fruta  mais predominante em boca do que no aspecto olfativo. Tem um final de média persistência.

É incrível o quanto a Luis Felipe Edwards se supera quanto à qualidade de seus vinhos, dos mais básicos aos mais complexos, todos, diante de sua proposta, entregam com maestria qualidade, tipicidade, pois expressam com beleza o seu terroir. Alto Los Romeros é um vinho que não traz as expressividades, a estrutura e a longevidade dos Rieslings alemães, mas é um vinho fresco, leve, frutado e que expressa a jovialidade de um branco ótimo para os dias quentes e outonais. Tem 12,5% de teor alcoólico.

Aqui vale uma curiosidade sobre o nome do rótulo: “Alto Los Romeros”

Alto Los Romeros era o nome dado há muitos anos aos pitorescos prados de alecrim selvagem que crescem nos picos das colinas da propriedade vinícola em Puquillay Alto, localizado no coração do Vale Colchagua, no Chile. A uma altura de 700 metros, oferecem vistas panorâmicas deslumbrantes da Cordilheira dos Andes. Foi aqui que as vinhas originais foram plantadas e nasceu a inspiração para esta linha de vinhos.

Sobre a Luis Felipe Edwards:

A Viña Luis Felipe Edwards foi fundada em 1976 pelo empresário Luis Felipe Edwards e sua esposa. Após alguns anos morando na Europa, o casal decidiu retornar ao Chile e, ao conhecer terras do Colchágua, um dos vales chilenos mais conhecidos, se encantou. Ali, aos pés das montanhas andinas, existia uma propriedade com 60 hectares de vinhedos plantados, uma pequena adega e uma fazenda histórica que, pouco tempo depois, foi o marco do início da LFE.

De nome Fundo San Jose de Puquillay até então, o produtor, que viria a se tornar uma das maiores vinícolas do Chile anos mais tarde, começou a expandir sua atuação. Após comprar mais 215 hectares de terras no Vale do Colchágua nos anos de 1980, começou a vender vinho a granel, estudar a fundo seus vinhedos e os resultados dos vinhos, e cultivar diferentes frutas para exportação.

O ponto de virada na história da Viña Luis Felipe Edwards veio na década de 1990, quando Luis Felipe Edwards viu a expectativa do mercado sobre os vinhos chilenos. Sabendo da alta qualidade dos rótulos que criava, o fundador resolveu renomear a vinícola e passou a usar o seu próprio nome como atestado de qualidade. Após um período de crescimento e modernização, especialmente com o início das vendas do primeiro vinho em 1995, a LFE se tornou um importante exportador de vinho chileno no começo do século XX. A partir de então, o já famoso produtor começou a adquirir terras em outras regiões do país.

Na busca incessante por novos terroirs de qualidade, ele encontrou no Vale do Leyda um dos seus maiores tesouros: 134 hectares de videiras plantadas em altitude extrema, a mais de 900 metros acima do nível do mar.

Mais informações acesse:

https://www.lfewines.com/

Referências:

“Clube dos Vinhos” em: https://www.clubedosvinhos.com.br/um-passeio-pelo-vale-do-colchagua/

“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/como-escolher-um-riesling/amp/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/riesling

 

 

 

 



sábado, 18 de setembro de 2021

Novas Gran Reserva 2013

É significativo, é singular quando degustamos um vinho repleto de simbolismos e mensagens edificantes para a nossa vida, mas, sobretudo, claro, degustar um grande vinho que preencha todos os nossos anseios, que arrebate as nossas experiências sensoriais. Por isso que defenderei sempre e com urgência a necessidade quase que latente da busca incansável pela “identidade” cultural do vinho, o DNA do vinho com a sua história, a sua região, a filosofia e a marca que o produtor pretende entregar etc.

Atualmente temos testemunhado um avanço significativo de rótulos sustentáveis ou orgânicos, nomenclatura esta a mais difundida, em tempos da necessidade da discussão e da efetivação desse conceito na nossa sociedade, aonde a saúde humana vem sendo ceifada de forma latente, mas, por outro lado, silenciosamente, por uma percepção torta de qualidade de vida extremamente destrutiva.

A indústria do vinho, preocupada com o desenvolvimento sustentável, seja econômico, mercadológico e socioambiental, direciona as suas intenções, suas gestões e principalmente as suas produções para rótulos de cunho orgânico, mitigando o uso de agrotóxicos nos seus vinhedos entre outros produtos corrosivos na sua vinificação e produção.

O clima, a terra de onde nascem os vinhedos tem uma predominante participação no conceito de vinhos orgânicos. O discutido e tão falado conceito de terroir nunca teve tanta importância, o seu protagonismo é evidente, é latente. A valorização da terra, da cultura, as manifestações comportamentais nunca foram tão importantes para a consolidação dos vinhos orgânicos.

Toquei no assunto dos vinhos orgânicos porque embora a minha história com esses rótulos sejam curtas e não tenha aquela profusão de vinhos degustados, os poucos que tive experiência foram extremamente relevantes, especiais. São vinhos definitivamente com caráter, expressivos, especiais. Não sei dizer, confesso, se existe, no momento da degustação, diferença entre rótulos orgânicos e tradicionais, mas o fato é que os orgânicos traz personalidade, são marcantes.

E em 2017 participei de um evento de degustação na minha cidade, em Niterói, o Festival de Vinhos do Supermercado Real, e fui apresentado a um rótulo especial de uma das mais importantes, se não for a mais significativa vinícola da América Latina e do mundo, chamada Emiliana Organic Vineyards, que definitivamente me trouxe uma espécie de arrebatamento. Já conhecia a linha mais popular e conhecida deles chamada de “Adobe” e havia gostado muito, mas esse vinho elevou o conceito de complexidade e expressão máxima do terroir. Um vinho de muita tipicidade.

Quando o degustei e refleti de forma categoria, parecia que eu gritava para todos naquele evento: Vou comprar esse vinho. Semanas após esse evento, fui ao supermercado que organizou esse evento na esperança de encontrar esse rótulo que degustei e eis que choquei com ele e não hesitei, ainda mais com um preço muito convidativo. O levei!

Um momento especial também com relação ao tempo de safra: 8 anos de safra! Será que está bom? O que ele me reservará de bom? Dúvidas e perguntas que convenhamos anima, estimula ainda mais para a degustação! Deixei, propositalmente, evoluir na adega por longos 4 anos, até atingir seu ápice, o seu melhor momento, de um vinho austero, complexo. Será?

Saiu da adega cheio de expectativa, veio junto com ele tudo o que o enófilo espera dele: complexidade, estrutura, tipicidade. A rolha, delicadamente foi removida com aquele indescritível barulhinho que inaugura o ritual da degustação. O vinho desemboca na nossa taça, os sentidos começam a ser desafiados, ficam aguçados, a sedução inicia, o flerte entre o vinho e o enófilo fica mais evidente.

E voilá! O vinho que degustei e gostei veio da emblemática Vale do Colchágua, do Chile e se chama Novas Gran Reserva, com um corte igualmente emblemático do Chile de Carménère (85%) e Cabernet Sauvignon (15%) da safra 2013. Um vinho de 8 anos de vida, mas vivo, pleno, cheio de personalidade, intenso, mas austero e delicado, e com a estrutura que só a complexidade que a idade lhe confere. Então antes de tecer aqueles comentários maravilhosos do vinhos falemos um pouco do Colchágua Valley.

Vale do Colchágua

O Vale do Colchágua está localizado à aproximadamente 180 km de Santiago no centro do país, exatamente entre a Cordilheira dos Andes e o Pacífico. É cortado pelas águas do rio Tinguiririca, suas principais cidades são San Fernando e Santa Cruz, e possui algumas regiões de grande valor histórico e turístico como Chimbarongo, Lolol ou Pichilemu. Colchágua significa na língua indígena “lugar de pequenas lagunas”.

Vale do Colchagua

A fertilidade de suas terras, a pouca ocorrência de chuva e constante variação de temperatura possibilita o cultivo de mais de 27 vinhas, que, com o manejo certo nos grandes vinhedos da região e padrões elevados no processo de produção, faz com que os vinhos produzidos no vale sejam conhecidos internacionalmente, com alto conceito de qualidade.

Clima estável e seco (que evita as pragas), no verão, muito sol e noites frias, solo alimentado pelo degelo dos Andes e pelos rios que desaguam no Pacífico, o Vale de Colchágua é de fato um paraíso para o cultivo de uvas tintas e produção de vinhos intensos.

Em Colchágua, predomina o clima temperado mediterrâneo, com temperaturas entre 12ºC como mínima e 28ºC, máxima no verão e 12ºC e 4ºC, no inverno. Com este clima estável é quase nenhuma variação de uma safra para a outra; e a ausência de chuva possibilita um amadurecimento total dos vários tipos de uvas cultivadas na região. Entre as principais variedades de uvas presentes no Vale de Colchágua estão as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère, Syrah e Malbec, que representam grande parte da produção chilena. 

O cultivo das variedades brancas, apesar de em plena ascensão, ainda se dá de forma bastante reduzida se comparada às tintas; as principais uvas brancas produzidas no vale são a Chardonnay e a Sauvignon Blanc. Ambas as variedades resultam vinhos premiados e cultuados por especialistas e amantes do vinho.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, profundo, escuro, mas com algum brilho e uma profusão de lágrimas grossas e lentas que desenham as paredes do copo.

No nariz traz a explosão, um mix de frutas vermelhas maduras e pretas, aonde se destacam morango, ameixa, amora e cereja, com notas amadeiradas, tostadas e de baunilhas com toques de especiarias, tais como pimenta.

Na boca é estruturado, mas elegante e equilibrado, ainda pleno com as frutas vermelhas maduras e pretas em franca evidência, apesar dos 8 anos de safra, com estrutura, bom volume de boca, alcoólico, complexidade. As notas amadeiradas, de torrefação e chocolate são perceptíveis, graças aos 70% do lote que passaram por barricas de carvalho por 12 meses e os outros 30% em tanques de aço inoxidável trazendo um equilíbrio entre as características do aporte da madeira com as essências da cepa. O toque de especiarias, de pimenta, tabaco e carpete são notados dando um pouco de rusticidade ao vinho, com taninos presentes e correta acidez e um persistente final.

Todos os detalhes contam todas as nuances são significativas e explodem na sua taça e deixa os seus sentidos, as suas experiências no ápice, em um estado de glória. É isso! Glória! Um momento de vitória, maravilhoso, um momento em que você se encontra com o vinho que se identifica, com a proposta que ele entrega. É uma espécie de conexão, de uma simbiose química, sim, um casamento químico, a melhor das harmonizações. O Novas Gran Reserva entrega o que de melhor há no vinho chileno: voluptuosidade, expressividade, caráter! Foram as primeiras palavras que pensei para descrever o vinho quando o degustei, pela primeira vez, naquele evento em minha cidade. O enlace de duas castas emblemáticas que escolheu o Chile como o seu porto seguro adquirindo características especiais fazendo deste vinho orgânico especial, singular, único. Estruturado, mas elegante, austero, mas fácil de degustar, complexo, mas redondo e equilibrado. Esse é o Novas Gran Reserva. Tem 14,5% de teor alcoólico.

Ah uma curiosidade sobre o nome e rótulo do vinho: O desenho do rótulo é a constelação de Orion e o nome escolhido, “Novas”, vem de uma palavra em latim, usada pelos antigos astrônomos, para dar nome ao nascimento de novas estrelas.

Sobre a Emiliana Organic Vineyards:

No final dos anos 90, Rafael e José Guilisasti, foram visionários após perceberem que o mercado estava começando a mudar e que o consumidor global estava começando a se tornar mais consciente dos produtos que estavam consumindo, não só por uma questão de saúde, mas também por seu efeito ambiental e social.

Foi assim que eles, juntamente com a visão enológica de Álvaro Espinoza, iniciaram o processo de conversão de uma vinícola chilena convencional em uma vinícola 100% orgânica e biodinâmica, com o firme objetivo de criar vinhos da mais alta qualidade com grande respeito pela natureza e pelas pessoas.

Depois de mais de duas décadas, o que começou como um sonho, hoje está corporizado em um portfólio completo, com grande reconhecimento nacional e internacional, e que está adaptado às novas necessidades dos consumidores.

Linha do tempo da Emiliana Organic Vineyards:

Com foco na produção de vinhos orgânicos de qualidade, na última década a Emiliana tornou-se uma das mais importantes vinícolas orgânicas e biodinâmicas do mundo. Hoje, presente nos mais importantes vales vinícolas do Chile, ela reflete a harmonia entre a mais alta qualidade de seus vinhos e o respeito ao meio ambiente e às pessoas.

1998

O desenvolvimento da agricultura orgânica e biodinâmica começou nos vinhedos da Emiliana.

2001

Primeira vinícola no Chile e sétima no mundo a obter a certificação ISO 14001 (Gestão Ambiental). Obtenção da certificação de uvas e sistemas de produção orgânica pela IMO Suíça.

2003

Os primeiros vinhos orgânicos (COYAM & NOVAS) foram lançados no mercado. COYAM 2001 (1ª safra) ganhou os prêmios de “Best in Show” e “Best Blend” no Primeiro. Prêmio Anual de Vinhos do Chile.

2006

Gê 2003 é o primeiro vinho do Chile e da América Latina a obter a certificação biodinâmica da Demeter, Alemanha.

2007

A IMO certificou a responsabilidade social da Emiliana, suas boas condições de trabalho e ser uma organização justa e transparente (For Life).

2008

Emiliana comemora 10 anos de agricultura orgânica.

2009

Gê, Coyam e Fundo Los Robles são certificados como neutros em carbono pela TÜV SÜD, Alemanha. Coyam é o segundo vinho no Chile a ser certificado como Biodinâmico.

2011

A Emiliana certifica suas práticas de Comércio Justo (FLO).

2012

A Emiliana é escolhida como a “Vinícola Verde do Ano” (Green Winery of the Year) pela revista inglesa Drinks Business. A vinícola é certificada sob o Código de Sustentabilidade de Vinhos do Chile.

2014

A certificação CarbonZero é obtida.

2015

Emiliana é escolhida como “Vinícola do Ano” pela Wines of Chile.

2018

20º Aniversário da Agricultura Orgânica. Entrada na lista das 50 marcas de vinho mais admiradas de 2018, de acordo com a Drinks International.

2019

A Emiliana obtém a certificação vegana (Vegan Society) que certifica que na produção de seus vinhos orgânicos e biodinâmicos não utiliza produtos derivados de animais.

Mais informações acesse:

http://www.emiliana.cl/pt/

Referências:

“Clube dos Vinhos” em: https://www.clubedosvinhos.com.br/um-passeio-pelo-vale-do-colchagua/

 






 

sábado, 10 de abril de 2021

Autoritas Reserva Cabernet Sauvignon 2017

 

Sabe aquele Cabernet Sauvignon frutado, redondo, equilibrado, mas com personalidade, alguma expressividade e ainda ter um custo extremamente atrativo, o famoso “vinho baratinho”? Pois é estimados leitores, acreditem se quiserem, existe sim e que vem do Chile, a terra do Cabernet Sauvignon potente e robusto, aqueles “carnudos” que parece que comemos com garfo e faca de tão encorpados. Que fique bem claro que não tenho nenhuma objeção com relação a essa proposta de Cabernet Sauvignon, mas é possível, muito possível, encontrarmos vinhos dessa cepa com um valor acessível e, ao mesmo tempo entregar muito além do que se esperava. Ah esses vinhos que nos surpreendem...

E o vinho mencionado já foi degustado em outras oportunidades, em outra safra e, nesta ocasião, eu buscava uma proposta atraente de custo X qualidade, eu buscava preço baixo e o risco é alto, afinal, além do preconceito de que o vinho barato não presta, podemos, por outro lado, alimentar uma grande expectativa acerca de um rótulo cuja proposta é mais básica. Mas o vinho surpreendeu, um vinho que me arrebatou por inteiro, foi uma explosão sensorial!

Mas confesso que a procedência também ajudou bastante e diria que teve a preponderância e direi que foi a grande escolha, afinal um produtor de renome mundial e sendo do Chile, um Cabernet Sauvignon do Chile! Ah evidente que não poderia ter um erro completo! O vinho em questão era o belíssimo Autoritas Reserva Cabernet Sauvignon da safra 2015

Então está revelado o vinho que degustei e gostei que veio, claro, do Chile, da região do Vale do Colchagua e é o Autoritas Reserva Cabernet Sauvignon da safra 2017. Mas uma “rodada” dessa linha muito interessante da Autoritas da emblemática vinícola Luis Felipe Edwards. Não posso negligenciar a degustação do Autoritas Chardonnay também que foi outro vinho que me impressionou pela leveza e informalidade, bem diferente dos “pesadões” Chardonnays chilenos. E ainda teve a grata surpresa do valor pago. Essa linha de rótulos já tem um valor bem acessível ao bolso, mas no dia em que estive fazendo as minhas visitas ao supermercado, tive a sorte grande de encontra-lo a um incrível valor de R$ 22,90! Pasmem! Pasmem!! Antes de falarmos do tão esperado  vinho, falemos de uma tradicional região do Chile que vale a pena produzir algumas linhas: Vale do Colchagua.

Vale do Colchagua

O Vale do Colchágua está localizado à aproximadamente 180 km de Santiago no centro do país, exatamente entre a Cordilheira dos Andes e o Pacífico. É cortado pelas águas do rio Tinguiririca, suas principais cidades são San Fernando e Santa Cruz, e possui algumas regiões de grande valor histórico e turístico como Chimbarongo, Lolol ou Pichilemu. Colchágua significa na língua indígena “lugar de pequenas lagunas”.

Vale do Colchagua

A fertilidade de suas terras, a pouca ocorrência de chuva e constante variação de temperatura possibilita o cultivo de mais de 27 vinhas, que, com o manejo certo nos grandes vinhedos da região e padrões elevados no processo de produção, faz com que os vinhos produzidos no vale sejam conhecidos internacionalmente, com alto conceito de qualidade. Clima estável e seco (que evita as pragas), no verão, muito sol e noites frias, solo alimentado pelo degelo dos Andes e pelos rios que desaguam no Pacífico, o Vale de Colchágua é de fato um paraíso para o cultivo de uvas tintas e produção de vinhos intensos. Em Colchágua, predomina o clima temperado mediterrâneo, com temperaturas entre 12ºC como mínima e 28ºC, máxima no verão e 12ºC e 4ºC, no inverno. Com este clima estável é quase nenhuma variação de uma safra para a outra; e a ausência de chuva possibilita um amadurecimento total dos vários tipos de uvas cultivadas na região. Entre as principais variedades de uvas presentes no Vale de Colchágua estão as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère, Syrah e Malbec, que representam grande parte da produção chilena. O cultivo das variedades brancas, apesar de em plena ascensão, ainda se dá de forma bastante reduzida se comparada às tintas; as principais uvas brancas produzidas no vale são a Chardonnay e a Sauvignon Blanc. Ambas as variedades resultam vinhos premiados e cultuados por especialistas e amantes do vinho.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, vivo e com reflexos violáceos, com lágrimas finas e abundantes.

No nariz explodem os aromas frutados, frutas vermelhas como cereja, framboesa, com notas agradáveis de madeira, bem integradas ao conjunto do vinho, devido a passagem de 6 meses por barricas de carvalho, baunilha e toques de especiarias e pimentão.

Na boca é seco, saboroso, macio, mas com alguma estrutura, as frutas vermelhas em destaque, como no aspecto olfativo. A madeira aparece, mas em perfeito equilíbrio com o vinho, deixando sobressair as características da cepa. Tem taninos finos, sedosos, boa acidez e um final de média persistência.

A palavra “Autoritas” vem do latim auctoritas, que significa prestígio, honra, respeito, autoridade. Esses valores foram o que inspirou a criação desta marca, desenvolvida por Luis Felipe Edwards Family Wines. A crista (brasão) da família, presente em cada garrafa, é o selo que reúne esses valores, passados ​​de geração em geração e expressos em cada copo da Autoritas. Esse prestígio é a assinatura desse produtor que, graças aos seus rótulos, independente de valores e propostas, foi conquistado ao longo desses anos. E é com autoridade que conquistou o meu coração definitivamente. A cada experiência sensorial com a linha “Autoritas” traz a certeza de que a tradição, qualidade e idoneidade personificam em tipicidade, o terroir dentro de uma garrafa que vai diretamente para a taça, para a nossa taça, a nossa degustação de cada dia. Um vinho redondo, honesto e, primordialmente, com um valor justo, que cabe no bolso em tempos bicudos! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Viña Luis Felipe Edwards:

A Viña Luis Felipe Edwards foi fundada em 1976 pelo empresário Luis Felipe Edwards e sua esposa. Após alguns anos morando na Europa, o casal decidiu retornar ao Chile e, ao conhecer terras do Colchágua, um dos vales chilenos mais conhecidos, se encantou. Ali, aos pés das montanhas andinas, existia uma propriedade com 60 hectares de vinhedos plantados, uma pequena adega e uma fazenda histórica que, pouco tempo depois, foi o marco do início da LFE. De nome Fundo San Jose de Puquillay até então, o produtor, que viria a se tornar uma das maiores vinícolas do Chile anos mais tarde, começou a expandir sua atuação. Após comprar mais 215 hectares de terras no Vale do Colchágua nos anos de 1980, começou a vender vinho a granel, estudar a fundo seus vinhedos e os resultados dos vinhos, e cultivar diferentes frutas para exportação. O ponto de virada na história da Viña Luis Felipe Edwards veio na década de 1990, quando Luis Felipe Edwards viu a expectativa do mercado sobre os vinhos chilenos. Sabendo da alta qualidade dos rótulos que criava, o fundador resolveu renomear a vinícola e passou a usar o seu próprio nome como atestado de qualidade. Após um período de crescimento e modernização, especialmente com o início das vendas do primeiro vinho em 1995, a LFE se tornou um importante exportador de vinho chileno no começo do século XX. A partir de então, o já famoso produtor começou a adquirir terras em outras regiões do país. Na busca incessante por novos terroirs de qualidade, ele encontrou no Vale do Leyda um dos seus maiores tesouros: 134 hectares de videiras plantadas em altitude extrema, a mais de 900 metros acima do nível do mar.

Mais informações acesse:

https://www.lfewines.com/

Referências:

Site Clube dos Vinhos em: https://www.clubedosvinhos.com.br/um-passeio-pelo-vale-do-colchagua/