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sábado, 11 de julho de 2020

Coppiere Montepulciano D'Abruzzo 2016


Nada melhor do que “degustar” a tradição de um país. A tipicidade de um país dentro de um pequeno recipiente, dentro de uma garrafa, mas que revela uma grandiosidade significativa da tipicidade, da cultura vitivinífera de uma emblemática região produtora. Há quem diga que para entender e definir tais quesitos é preciso ter um detalhado conhecimento do terroir de uma região ou de um país, talvez seja verdade, mas o simples fato de saber que está degustando uma casta tradicional, de uma importante região, nos transportamos para aquele país e região, em uma viagem enológica que nos propicia prazer e a sensação, mais do que evidente, de uma celebração, uma genuína ode ao vinho.

A tradição vem da região de Abruzzo, na Itália, a casta é a Montepulciano, e o vinho que degustei e gostei é o Coppiere, um DOC (Denominação de Origem Controlada), da safra 2016, do Grupo Schenk Wineries. Eu havia degustado, um tempo atrás, o Nero d’Avola da Coppiere e tive uma grata surpresa com o vinho, que fiz uma resenha e que pode ser lida aqui: Coppiere Nero D'Avola 2018. Um vinho correto, honesto, bem feito e no que se propôs a entregar foi pleno, perfeito. Então decidi comprar o Montepulciano d’Abruzzo, um tradicional vinho da Velha Bota e o custo X benefício, como o Nero d’Avola, foi surpreendente. Mas antes de falar do vinho, uma breve história da Montepulciano e o seu berço, Abruzzo.

Montepulciano e Abruzzo

Antes de qualquer coisa não confundir a casta Montepulciano com a região chamada Montepulciano que fica na Toscana. A casta Montepulciano tem sua base na região de Abruzzo, já a região Montepulciano traz vinhos com a casta predominante na Toscana, a Sangiovese. A uva tinta Montepulciano é cultivada em regiões da Itália banhadas pelo mar Adriático como Abruzzo, Molise e Marches. Além dos excelentes vinhos varietais que elabora, a Montepulciano dá origem a bons vinhos de corte, especialmente quando é combinada às uvas Sangiovese e Syrah. Os vinhos à base dessa variedade de uva apresentam sabor leve, baixa acidez, taninos suaves e coloração escura e densa. Os aromas mais frequentemente encontrados nesses rótulos são os de cereja, amora preta, notas de cacau e tabaco. Podendo ser consumidos ainda jovens, os vinhos elaborados a partir da uva Montepulciano também são excelentes exemplares de guarda, com a capacidade de envelhecer por décadas. Suas melhores harmonizações se dão com pratos mais encorpados como guisados, carnes de cordeiro ou de porco. Massas que apresentem molhos vermelhos e temperos fortes são ótimas escolhas para acompanhar os vinhos Montepulciano. Seus melhores vinhos Montepulcianos são da parte norte de Abruzzo, sendo que grande parte provém do distrito de Chieti. Assim, a região é considerada uma das maiores produtoras de vinhos italianos, tornando-se fundamental para viticultura do país. Tanto é que eles são comercializados sob a denominação de origem. Abruzzo está localizada na parte centro-oriental da Itália, ela é cercada por uma natureza exuberante e paisagens de tirar o fôlego. Além de vilarejos charmosos e uma culinária que provoca nosso paladar.

Abruzzo, Itália

É uma região montanhosa, formada por várias colinas e quilômetros de praias, incluindo a imponente cordilheira dos Appennini. Dessa forma, Abruzzo apresenta vários microclimas que favorecem as condições ideais para o cultivo de varietais importantes, como a Trebbiano e a Montepulciano. Ao norte, o cenário é composto por terrenos arenosos; já no sul, encontram-se terrenos marcados por uma vegetação mediterrânea. A temperatura média anual varia entre 8 e 12 ºC nas áreas montanhosas e de 12 a 16 ºC na parte marítima.

Agora o vinho!

Na taça um vermelho rubi com reflexos violáceos vivos e brilhantes. Com uma profusão de lágrimas finas, porém que logo se dissipam das paredes do copo, devido, é claro, do baixo teor alcoólico do vinho, característico da casta Montepulciano.

No nariz não é tão aromático, mas traz notas de frutas vermelhas e negras, tais como: cereja, morando, com toques de tabaco, denotando certa rusticidade.

Na boca é seco e, por ser um vinho jovem, é macio, fácil de degustar, leve e agradável. É frutado, tem uma acidez evidente para um tinto, porém equilibrado, não tão elevada, taninos presentes, mas delicados e com uma adstringência discreta sem agredir ao palato. Um retrogosto persistente e frutado.

Um vinho redondo, agradável e com um excelente custo X benefício, o que me parece não ser muito comum, sobretudo vinhos com essa casta ofertadas no Brasil, onde tenho a impressão de que são poucos. E esses poucos rótulos disponíveis para venda no Brasil estão em um preço elevados e que tem a mesma proposta do Coppiere Montepulciano d’Abruzzo, que custou, pasmem: R$ 25,90! Como todo bom vinho italiano é muito gastronômico e harmoniza muito bem com carnes mais gordurosas e encorpadas e massas com temperos mais proeminentes, sendo este último o que usei para a harmonização e ficou fantástico. Nada como uma boa massa com um vinho tradicional italiano. Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Schenk Wineries:

As vinícolas italianas de Schenk são de longe um dos produtores de vinho mais importantes a nível nacional. Fundada em 1952 em Reggio Emilia e transferida em 1960 para Ora, no sul do Tirol, a sede da primeira vinícola está intimamente ligada à área de produção. Este foi o primeiro passo do projeto "Vinícolas Italianas". Através deste projeto, a empresa, anteriormente dedicada ao engarrafamento de vinho a granel, torna-se produtora antes de tudo com o desenvolvimento de “Marcas da terra”, graças à colaboração com pequenos produtores de alta qualidade localizados nessas regiões, historicamente mais vocacionados para produção de vinho como Tirol do Sul, Toscana, Veneto, Sicília, Piemonte, Apúlia e Abruzzo. Em segundo lugar, através da aquisição das vinícolas “Bacio della Luna” em Vidor - Valdobbiadene (Treviso) e “Lunadoro” em Valiano di Montepulciano (Siena). Um caminho evolutivo começou há muitos anos, com o objetivo de fortalecer os laços com a terra e as tradições. Esses valores, juntamente com as fortes oportunidades oferecidas pelo progresso tecnológico, permitem que as vinícolas italianas da Schenk trabalhem de maneira sustentável.

Mais informações acesse:


Fonte sobre a Montepulciano e Abruzzo:








quarta-feira, 22 de abril de 2020

Coppiere Nero d'avola 2018


Mais um vinho da série “Vinhos baratos que degustei e gostei”! A busca, o garimpo, bem como a “coragem” de degustar vinhos baratos pode trazer o risco da decepção, daquela sensação de que você esperava um pouco mais do rótulo. Mas há quem diga que os emblemáticos e caros rótulos também trazem essa máxima. O fato é que não é só grife e fama da vinícola que confere qualidade ao vinho, esse não é tão somente o fator que pode fazer, ou não, de um vinho especial. Sempre costumo dizer que a questão orgânica influencia e muito na decisão, não é à toa que encontramos algumas análises tão distintas de um mesmo rótulo de vinho, elogiando ou não. Alguém está errado? Não! São reações e percepções diversas que temos do vinho. Por isso que, antes de comparar os rótulos que degusta se informe das propostas que estes oferecem, talvez não sejam dignos de comparação por conta da proposta. Enfim, o rótulo que apresentarei, além de ter sido de um custo x benefício extremamente atrativo (estava, pasmem, na faixa dos R$ 20), me trouxe a novidade da casta que eu nunca havia degustado: Nero d’ Avola! Então, antes de apresentar o meu rótulo, vou apresentar a história da casta tão popular na Itália, mas que, embora encontremos alguns rótulos aqui no Brasil, não é tão popular em nossas terras.

A Nero d’Avola:

A uva tinta Nero D’Avola é a “uva negra da cidade de Avola”, região italiana localizada na costa sudeste da Sicília. Essa uva, também conhecida como Calabrese, é a variedade tinta mais plantada na Sicília. E não é de hoje. Essa é uma história de séculos.


As áreas de cultivo da uva Nero D’Avola podem ser encontradas na Austrália, na Califórnia e nos Estados Unidos, importante região vitivinicola do Novo Mundo, mas a região de maior expressão dessa casta é, sem dúvidas, na região da Sicília, província responsável pela produção de premiados e elogiados vinhos. Mas há uma polêmica envolvendo a origem da uva. Há quem afirme que ela nasceu na Calábria. Há quem sustente que o nome Calabrese não tem essa ligação, tendo derivado, na verdade, da palavra Calavrisi ou Calaurisi, usada para identificar os habitantes de Avola. Há quem afirme, ainda, que ela surgiu na Mesopotâmia. O fato é que Nero d’Avola é considerada uma uva nativa da Itália. Nero d’Avola é intensamente aromática. Quando jovem, o vinho produzido com a Nero d’Avola traz aromas de ameixa, frutas vermelhas, pimenta e cravo. Com o tempo em carvalho, contudo, Nero d’Avola adquire também sabores de chocolate e acentuado aroma de framboesa. Com cor profunda, acentuada acidez, alto teor alcoólico e muitos taninos, esse é um vinho que envelhece bem. Fontes: Tintos & Tantos (http://www.tintosetantos.com/index.php/escolhendo/cepas/670-nero-d-avola) e Mistral (https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/nero-d-avola).

O Vinho que degustei e gostei foi o Coppiere da casta 100% Nero d’Avola, da safra 2018, da região da Sicília, na Itália.

Vamos ao vinho.

Na taça, conforme já esclareceu o histórico da cepa, mostra um vermelho rubi escuro, mas com discretos traços violáceos em seu entorno, com lágrimas finas de média intensidade e que demoravam um pouco a se dissipar das paredes do copo.

No nariz traz intensos aromas de frutas vermelhas, como ameixa, cereja, e toques agradáveis de especiarias, como pimenta e cravo.

Na boca é seco, equilibrado, elegante, com notas frutadas intensas, sem ser enjoativo, com boa acidez, taninos delicados e sedosos, com um final médio, um retrogosto, diria, frutado.

Para a minha primeira experiência com a Nero d’Avola foi extremamente proveitosa e pretendo sim, degustar mais vinhos com essa casta nos seus mais variados estágios de proposta, dada a sua versatilidade. E a proposta deste rótulo da Coppiere é jovem, direto, mas que mostra a personalidade desta uva autóctone da Itália. Apenas para registro, ao desarrolhá-lo, percebi o álcool, no auge dos seus 13%, um tanto quanto alto, em desequilíbrio com o conjunto do vinho, mas, respirando na taça, logo se equilibrou sendo muito fácil de degustar e extremamente versátil também nas harmonizações. É possível fazê-lo com carnes magras e macarrão, a minha opção na degustação.  

Sobre a Schenk Wineries:

As vinícolas italianas de Schenk são de longe um dos produtores de vinho mais importantes a nível nacional. Fundada em 1952 em Reggio Emilia e transferida em 1960 para Ora, no sul do Tirol, a sede da primeira vinícola está intimamente ligada à área de produção. Este foi o primeiro passo do projeto "Vinícolas Italianas". Através deste projeto, a empresa, anteriormente dedicada ao engarrafamento de vinho a granel, torna-se produtora antes de tudo com o desenvolvimento de “Marcas da terra”, graças à colaboração com pequenos produtores de alta qualidade localizados nessas regiões, historicamente mais vocacionados para produção de vinho como Tirol do Sul, Toscana, Veneto, Sicília, Piemonte, Apúlia e Abruzzo. Em segundo lugar, através da aquisição das vinícolas “Bacio della Luna” em Vidor - Valdobbiadene (Treviso) e “Lunadoro” em Valiano di Montepulciano (Siena). Um caminho evolutivo começou há muitos anos, com o objetivo de fortalecer os laços com a terra e as tradições. Esses valores, juntamente com as fortes oportunidades oferecidas pelo progresso tecnológico, permitem que as vinícolas italianas da Schenk trabalhem de maneira sustentável.

Mais informações acesse:

http://www.schenkitalia.it/

Vinho degustado em 2019.