Em 2020 a Campanha Gaúcha ganhou reconhecimento de Indicação
de Procedência (IP) para seus vinhos. Aprovada pelo Inpi na modalidade de I.P.,
a designação vem sendo utilizado pelas vinícolas da região a partir do ano de
2020 para os vinhos finos, tranquilos e espumantes, em garrafa.
A Indicação Geográfica (IG) foi o resultado de mais de 5 anos
de pesquisa, discussões e estudos de um grupo interdisciplinar coordenados pela
Embrapa Uva e Vinhos do Rio Grande do Sul.
Além disso, os vinhos devem ser elaborados a partir das 36
variedades de vitis viníferas permitidas pelo regulamento, plantados em sistema
de condução em espaldeira e respeitando os limites máximos de produtividade por
hectare e os padrões de qualidade das frutas que seguirão para a vinificação.
Finalmente, os vinhos precisam ser avaliados e aprovados sensorialmente às
cegas por uma comissão de especialistas.
Esta é uma delimitação localizada no bioma Pampa do estado do
Rio Grande do Sul, região vitivinícola que começou a se fortalecer na década de
1980, ganhando novo impulso nos anos 2000, com o crescimento do número de
produtores de uva e de vinho, expandindo a atividade para diversos municípios
da região.
A área geográfica delimitada totaliza 44.365 km2. A IP
abrange, em todo ou em parte, 14 municípios da região: Aceguá, Alegrete, Bagé,
Barra do Quaraí, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra, Itaqui, Lavras do Sul,
Maçambará, Quaraí, Rosário do Sul, Santana do Livramento e Uruguaiana.
A Campanha Gaúcha está situada entre os paralelos 29º e 31º
Sul e trata-se de uma zona ensolarada, com as temperaturas mais elevadas e o
menor volume de chuvas entre as regiões produtoras do Sul do Brasil.
Ao mesmo tempo, as parreiras – predominantemente plantadas em
sistema de espaldeira – foram estabelecidas em grandes extensões de planície
(altitude entre 100 e 360 m.) com encostas de baixa declividade, o que favorece
a mecanização das colheitas, reduz os custos e potencializa a escala produtiva.
Uma característica importante é o solo basáltico e arenoso, com boa drenagem,
que somada aos outros fatores propicia a ótima qualidade das uvas.
Esta foi uma conquista para a região, que pode refletir em
uma garantia da qualidade de seus produtos. Fica a torcida para que, após muito
tempo de consistência de qualidade e de uma real identificação da tipicidade, a
Campanha Gaúcha possa ter o reconhecimento de uma Denominação de Origem (DO).
Leia aqui na íntegra o regulamento de uso da IP da Campanha Gaúcha.
Na taça revela um lindo e brilhante rubi com entornos
violáceos, com uma bela profusão de lágrimas finas e lentas que desenham as
bordas do copo.
No nariz traz um aroma exuberante de frutas frescas, de
frutas vermelhas com destaque para morangos, amoras, framboesas e groselhas,
além de um floral, de violeta que corrobora a sua condição de frescor mesmo que
aos seis anos de garrafa. Tem sutis notas de baunilha, especiarias e carvalho
graças aos 21 meses em barricas de carvalho que o Tannat passou.
Na boca é extremamente elegante, seco, macio, redondo, mas
com alguma estrutura e complexidade, tudo isso envolto em notas frutadas
evidentes, quase que em compota, a fruta tem protagonismo como no olfativo. A
madeira protagoniza trazendo a baunilha, o mentolado, o couro, com taninos bem
sedosos, mas vivazes, bem como a sua acidez que, embora correta, equilibrada, é
salivante, com um final guloso e persistente.
Não é apenas uma nomenclatura, algo que designa qualidade que
fomenta interesses ou dita regras de etiqueta social, mas a tipicidade, a
qualidade de um rótulo que expressa fielmente o terroir da Campanha Gaúcha e
toda a sua ascendência, o prestígio de uma região. Definitivamente trata-se de
um belíssimo vinho! Tem 13% de teor alcoólico.
Sobre a Vinícola Salton:
Antônio Domênico Salton veio para o Brasil em 1878 e junto
com seus filhos fundou em 1910 a vinícola que é reconhecida por ser a maior
produtora brasileira de espumantes e top 3 entre as produtoras de vinho no
Brasil!
Nos anos 1980 o forte da empresa era a produção e venda de conhaque.
O vinho deixava a desejar e para mudar essa realidade foi contratado o enólogo
Lucindo Copat, um dos fundadores da Vinícola Aurora. Novos equipamentos foram
comprados e a produção foi modernizada.
Outro marco foi a criação em 1995 do projeto que resultaria
em 2002 no Salton Talento e na nova unidade no distrito de Tuiuty, que trouxe
tecnologia de ponta para a empresa. No ano de 2019 a empresa inaugurou a bela
Enoteca Salton na capital paulista. Local que mais do que pronto para a compra
de vinhos, serve como um ponto para degustar os sabores que a Salton tem.
Na extensa lista de conquistas destes mais de 100 anos de
história comemora o fato de ser familiar e 100% brasileira. Com a terceira
geração à frente da empresa, tanto na Unidade em Bento Gonçalves quanto em São
Paulo, revela em seus quadros a quarta geração Salton, que promete o mesmo
empenho e dedicação com que a empresa foi comandada até agora.