Mostrando postagens com marcador Alvarinho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Alvarinho. Mostrar todas as postagens

sábado, 16 de novembro de 2024

Casa de Vila Verde Alvarinho 2022

 



Vinho: Casa de Vila Verde

Safra: 2022

Casta: Alvarinho

Região: Minho, Vinhos Verdes

País: Portugal

Produtor: Casa de Vila Verde (Casa Santos Lima)

Adquirido: Wine

Valor: R$ 84,90

Teor Alcoólico: 12,5%

 

Análise:

Visual: entrega um amarelo palha, brilhantes, com reflexos esverdeados e discretas lágrimas finas e breves.

Nariz: aromas de frutas tropicais, com destaque para abacaxi, toranja, maçã e até flor de laranjeira, algo floral é percebido e traz a sensação de frescor e leveza.

Boca é seco, fresco, jovem, leve, com as notas frutadas bem evidentes que corroboram o seu frescor, mas com alguma personalidade. Tem acidez correta e um final frutado e de persistência.

 

 

Produtor:

https://casadevilaverde.pt/pt/


segunda-feira, 1 de abril de 2024

Varanda dos Reis Alvarinho 2021

 



Vinho: Varanda dos Reis

Casta: Alvarinho

Safra: 2021

Região: Vinhos Verdes

País: Portugal

Produtor: Vercoope

Teor Alcoólico: 12%

Adquirido: Supermercado Mundial (Niterói/RJ)

Valor: R$ 64,90

 

Análise:

Visual: amarelo palha com lindos reflexos esverdeados, bem brilhantes, com algumas finas e curtas lágrimas.

Nariz: aromas de frutas brancas e cítricas, com destaque para o abacaxi, tangerina, maçã verde e discreto pêssego, algo herbal, mineralidade e um floral agradável que corrobora em um frescor.

Boca: é leve, fresco, mas com alguma untuosidade que lhe confere personalidade, com as notas frutadas em evidência, além de uma acidez salivante e um final de média a longa persistência.

 

Produtor:

https://vercoope.pt/


segunda-feira, 18 de março de 2024

Adega de Monção Alvarinho e Trajadura 2021

 


Vinho: Adega de Monção

Casta: Alvarinho (50%) e Trajadura (50%)

Safra: 2021

Região: Monção e Melgaço (Vinhos Verdes)

País: Portugal

Produtor: Adega de Monção

Teor Alcoólico: 12%

Adquirido: Supermercado Mundial (Niterói/RJ)

Valor: R$ 52,50

 

Análise:

Visual: apresenta um amarelo palha, pálido, com nuances esverdeadas e brilhantes.

Nariz: fresco, jovem e notas de frutas cítricas e tropicais, com destaque para lichia, pera, e pêssego, com algo mineral e floral.

Boca: repete-se o frescor e a leveza, bem como as notas frutadas e um discreto residual de açúcar, além de uma acidez média e salivante com um final persistente.

 

Produtor:

https://adegademoncao.pt/



sábado, 11 de fevereiro de 2023

Matiz Alvarinho 2018

Quando falamos na clássica casta branca Alvarinho, o que nos faz lembrar? Da emblemática região do Minho, dos Vinhos Verdes, onde ela reina de forma soberana em termos de representatividade, qualidade e popularidade.

Há alguns lugares na Espanha que produzem a casta com o nome de Albariño, mas o Minho, em Portugal, traz a cepa como vitrine e exportação por todos os cantos do mundo e todas as mesas também.

Mas hoje temos algumas abnegadas vinícolas brasileiras que está produzindo o Alvarinho e trazendo alguns suspiros carregados de elogios. Recentemente, mais precisamente em 2022, participei de um evento de degustação de vinhos da região, que também está crescendo para o Brasil, Serra do Sudeste, da Vinícola Hermann, que apresentou o seu Alvarinho da safra 2018.

O início do evento começou de forma muito agradável com a degustação de alguns borbulhantes, como Prosecco, brancos tranquilos e rosés, quando serviram o Alvarinho da safra 2018 e que confesso fiquei maravilhado!

O vinho mesmo no auge dos seus quatro anos de garrafa à época, gozava de muita jovialidade, frescor e fruta, com destaque para o pêssego maduro. Claro que a Alvarinho tem potencial de guarda e esse goza dessa condição também, mas está no ápice da degustação.

Então não hesitei e comprei afinal, além da grande experiência sensorial agradável, tem o privilégio de degustar um Alvarinho brasileiro pela primeira vez, um orgulho, ufanismos à parte.

E hoje com cinco anos na garrafa chegou a hora de tê-lo por inteiro em minha humilde taça, por inteiro, porque terei toda a garrafa e não apenas uma taça como no evento a qual participei. O momento também é propício afinal estamos em dias quentes do verão, então nada mais apropriado degusta-lo.

Então sem mais delongas vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio da Serra do Sudeste, no sul do Brasil, e se chama Matiz Alvarinho da safra 2018. Para não perder o costume vamos de história da região que cresce em visibilidade de forma vertiginosa e da casta emblemática do Minho, a Alvarinho.

Serra do Sudeste

Nossa mais famosa região vinícola é, sem dúvida alguma, a Serra Gaúcha, da qual faz parte a primeira área de Indicação de Procedência brasileira, o Vale dos Vinhedos. De dentro para fora, sabemos que o Vale está chegando ao seu limite de plantio.

Como área de procedência certificada, as regras que controlam sua existência são rígidas e hoje sobram poucas terras de qualidade às vinícolas para que plantem suas uvas. Ele não deixa de ser, no entanto, o polo para onde convergem as atrações turísticas e as grandes instalações produtoras das vinícolas, incluindo suas adegas.

Os outros municípios que compõem a região da Serra Gaúcha vêm se desenvolvendo com constância como Garibaldi, Flores da Cunha e Farroupilha. Mas algumas novidades interessantes estão aparecendo em cidades a noroeste de Bento Gonçalves, como Guaporé, na linha Pinheiro Machado e Casca, na direção de Passo Fundo.

Mas tem uma região que, apesar de ter sido descoberta na década de 1970, pode-se considerar que se trata de uma região nova, pois somente a partir dos anos 2000, com investimentos feitos pelas vinícolas da Serra Gaúcha, que o potencial dela foi, de fato, explorado. Essa região é a Serra do Sudeste.

Ela forma uma espécie de ferradura virada para o mar, ligando os municípios de Encruzilhada do Sul e Pinheiro Machado, separados ao meio pelo rio Camaquã, que deságua na Lagoa dos Patos. Essa região faz divisa com outra importante área vinícola brasileira, a Campanha Gaúcha, dividida entre Campanha Meridional (que começa na cidade de Candiota) e Campanha Oriental, que segue a linha da fronteira com o Uruguai.



Serra do Sudeste

A Serra do Sudeste tem colinas suaves, que facilitam o plantio e a mecanização, tornando-a um terroir mais simples de trabalhar. Aliadas a isso, estão as condições climáticas mais favoráveis do que no Vale dos Vinhedos.

Essa região tem o menor índice de chuvas do Estado do Rio Grande do Sul, além de noites frias mesmo no verão, justamente a época da maturação das uvas. Essas condições naturais, além de um solo mais pobre e de origem granítica, ajudam a ter maior concentração de cor, estrutura e potencial de envelhecimento dos vinhos.

O Instituto de Pesquisa Agrícola do Rio Grande do Sul mapeou pela primeira vez esta área nos anos 1970, mas é no começo da década de 2000 que as primeiras vinícolas de certa importância começam a plantar vinhedos por aqui, entre os municípios de Encruzilhada do Sul, o principal, Pinheiro Machado e Candiota (mesmo próxima de Bagé Candiota é considerada pelo IBGE como pertencente à Serra do Sudeste e não à Campanha, embora haja controvérsias).

Em grande parte, se trata de uma região vitícola, geralmente as uvas aqui colhidas são conduzidas nas instalações das vinícolas na Serra Gaúcha e lá transformadas em vinho, esta região ainda não possui, e nem pleiteia em curto prazo, o reconhecimento a Denominação de Origem Controlada, quando, e se, isso ocorrer o vinho deverá ser produzido por aqui, já que este é um fator crucial na lei das denominações de origem.

As castas internacionais dominam a viticultura na Serra do Sudeste, tintas e brancas que na Serra Gaúcha podem representar um desafio pelo clima úmido, aqui prosperam com mais facilidade, o índice pluviométrico é alinhado com o estado do Rio Grande do Sul, chove um pouco menos que no Vale dos Vinhedos, mas o que mais importa é que as chuvas são mais bem distribuídas ao longo do ano, raramente coincidindo com o período da colheita das variedades tardias.

A característica dos vinhos daqui é o bom nível de aromas, a acidez pronunciada por conta da presença do calcário e o perfil gastronômico, boa acidez, taninos enxutos nos tintos e presença mineral nos brancos. Uvas mais cultivadas na região são: Malbec, Cabernet Franc, Merlot, Gewurztraminer, Sauvignon Blanc e Malvasia.

Se é verdade que a Serra do Sudeste não possui o panorama encantador da Serra Gaúcha, é também verdade que seus vinhos representam um patrimônio da vitivinicultura brasileira que merece ser descoberto, e sem demora.


Alvarinho

A Alvarinho ou Albariño, é a variedade branca que dá vida a alguns dos mais celebrados vinhos de dois lados da fronteira de Portugal com a Espanha. Minho, do lado português, e seus Alvarinhos; Galícia, na parte espanhola, e seus Albariños.

E apesar da primeira menção sobre a casta ser somente em 1843, especialistas acreditam que ela é uma variedade muito mais antiga. Isso se deve à sua enorme diversidade morfológica, indicando muitas que gerações da uva já passaram pelos terrois mundo afora.

Tanto que vinhedos com idade entre 200 e 300 anos na região da Galícia possuem indícios de que ela já era plantada na região bem antes de ser descrita. Outra sugestão dessa verdadeira arqueologia vínica é que possivelmente a casta originalmente seja a Albariño, nascida no lado espanhol da fronteira.

A história mais curiosa envolvendo a Alvarinho é uma grande confusão que ocorreu com ela e a casta francesa, muito cultivada na região de Jura, Sauvignon Blanc. Esta última foi confundida com a Albariño na Espanha por muitos anos e o pior, o erro foi exportado! Mudas da “Albariño” foram enviadas para a Austrália e por isso, muito do que hoje é tido como Albariño na Austrália, na verdade é Sauvignon Blanc.

A Alvarinho tem baixa produção, pois seus cachos são pequenos e com muita semente. Apesar dos bagos serem pequenos, a uva tem a pele grossa o que permite suportar o frio. Possui teor de açúcar elevado, o que resulta em vinhos mais alcoólicos, e acidez alta.

São vinhos delicados e perfumados, mas bem estruturados. Mesmo sendo um vinho branco, o Alvarinho apresenta uma quantidade relativamente alta de taninos. É uma casta muito aromática, com notas que mesclam flores e frutas, com nuances de banana, limão, maçã, maracujá, erva cidreira e flor de laranjeira. O paladar é fresco, com notas cítricas e minerais, e acidez equilibrada.

Possui graduação alcoólica, acima dos 11%, quando comparadas as demais castas dos Vinhos Verdes que rondam os 9%. Tem grande potencial de envelhecimento, durando até os dez anos de idade com toda a plenitude.

Alvarinho

Mesmo tendo capacidade para fermentação em madeira, dificilmente o ganho será superior à perda da fruta. Mas alguns produtores têm apostado nisso, justamente para dar uma nova cara para a região.

Os vinhos brancos originários da casta podem ser degustados sem acompanhamento de refeições, entretanto, é perfeito para ser degustado e apreciado na companhia de pratos que levem peixes e frutos do mar, exaltando e evidenciando as características marcantes e únicas que a uva Alvarinho propicia aos brancos elaborados a partir da sua casta.

Alvarinho nos Vinhos Verdes

O Alvarinho diferencia-se dos demais vinhos verdes pelo seu corpo robusto, grau alcoólico alto e boa capacidade de envelhecimento. Tem cor cítrica brilhante e aromas de florais e de frutas. O paladar é cheio com equilíbrio entre açúcar, álcool e acidez. É fresco, leve e com certa mineralidade com final longo e persistente. São vinhos de alta qualidade e rústicos. Leia mais sobre o Vinho Verde.

Albariño na Espanha

Assim como em Portugal, os vinhos de Albariño são famosos por serem frescos e aromáticos. Combinam aromas florais e frutados e preenchem a boca com bom corpo e ótima acidez. É uma das castas brancas de maior reputação da Península Ibérica. Muito encontrada nas Rias Baixa, em Galiza, região com clima bastante úmido e frio, a casta é muito utilizada em cortes, mas principalmente em varietais. Esses considerados alguns dos melhores vinhos brancos da Espanha.

Para conhecer a casta em sua tipicidade máxima o ideal é buscar exemplares das duas denominações de maior prestígio, Rías Baixas, na Espanha, e Vinhos Verdes, onde ela pode dar origens a varietais nas sub-regiões de Monção e Melgaço, em Portugal.

E agora finalmente o vinho!

Na taça manifesta um lindo amarelo palha brilhante, reluzente, tendendo para o dourado com algumas finas e rápidas lágrimas.

No nariz o destaque é para as frutas brancas, amarelas e cítricas, sobressaindo o pêssego maduro, além do abacaxi, maracujá, lima e limão siciliano, com uma textura plena, marcante, untuoso, cremoso, graças aos 4 meses sobre as lias nas barricas de carvalho, conferindo-lhe complexidade, tudo isso envolto em um delicado floral.

Na boca é fresco, atraente, mas com personalidade, mostrando uma incrível sinergia entre as frutas, que ganham protagonismo, como no aspecto olfativo, dando-lhe refrescância e a cremosidade, a untuosidade que lhe confere intensidade e volume. A acidez média e instigante corrobora as impressões anteriores com um final envolvente, longo e persistente, com retrogosto frutado e cremoso.

Melhor do que degustar um excelente e especial Alvarinho brasileiro é degustar um Alvarinho de uma região que, a cada dia, está ganhando uma grande e bela exposição entre os terroirs nacionais, a Serra do Sudeste. E melhor: o Matiz Alvarinho, bem como todos os rótulos da Vinícola Hermann, contou com a consultoria do grande lusitano Anselmo Mendes, conhecido exatamente por ser o “Rei da Alvarinho”. É muito legar ter a expertise de um homem como Anselmo Mendes que valoriza o terroir da região e não promove uma espécie de sucursal do Minho em nossas terras. Que possamos desbravar e valorizar os nossos terroirs com vinhos estupendos como Matiz Alvarinho. Tem 13,4% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Hermann:

A família Hermann trouxe todo o seu know-how de profundos conhecedores de diversas regiões vinícolas do mundo para a esfera da produção de vinhos, apostando no potencial dos melhores terroirs da região sul do Brasil.

Proprietários de uma das maiores importadoras de vinhos de alta qualidade do país, a Decanter, compraram em 2009 um vinhedo de grande vocação em Pinheiro Machado, na Serra do Sudeste no Rio Grande do Sul, plantado com mudas de alta qualidade por um dos viveiros líderes de Portugal.

A assessoria enológica de um dos mais brilhantes enólogos de Portugal, o renomado “rei do Alvarinho” Anselmo Mendes - “Enólogo do Ano” pela Revista de Vinhos de Portugal em 1997 - ao lado do talentoso enólogo Átila Zavarizze, garante a excelência na transformação das uvas promissoras em grandes vinhos brasileiros, com caráter e tipicidade.

Mais informações acesse:

http://www.vinicolahermann.com.br/

Referências:

“Marco Ferrari Sommelier”: https://www.marcoferrarisommelier.com.br/blog.php?BlogId=33

“Cave BR”: https://www.cavebr.com.br/serra-do-sudeste-1

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/a-nova-fronteira-sul_8619.html

“Intelivino”: https://intelivino.com.br/serra-do-sudeste

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/alvarinho-ou-albarino-o-que-voce-precisa-saber-sobre-uva-branca-mais-famosa-da-peninsula-iberica_13185.html

“Reserva 85”: https://reserva85.com.br/vinho/castas-uva-vitis-vinifera/alvarinho/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/alvarinho

 


 




domingo, 28 de novembro de 2021

Adega de Monção Alvarinho e Trajadura 2019

 

Com a tradicional Adega de Monção as portas do vinho verde foram abertas para mim. Os grandes vinhos da região, de mesmo nome, tem a cara do Brasil, são frescos, leves, vivazes, plenos, há também os complexos, longevos, inclusive, para, talvez, momentos mais solenes e propícios para análises mais pormenorizadas. Não é somente a cara do Brasil, são especiais pelas suas castas, pelo seu terroir, pelo seu apelo regionalista.

Não me canso de degusta-los! Já disse de forma demasiada, inclusive, que o vinho verde faz parte da minha vida, das minhas degustações, das minhas preferências e os d Adega de Monção nem se fala! Foi o Muralha de Monção branco, foi o Adega de Monção tinto. Para mim os vinhos da Adega de Monção são inspiração, é a personificação do conceito de vinho verde e da região de Vinhos Verdes, do velho Minho.

O vinho que degustei e gostei de hoje eu não havia degustado, mas sempre vi exposto nas gôndolas dos supermercados, mas a um valor injustamente alto, o que inviabilizava a aquisição. Porém quando estive no festival Vinho Verde Wine Experience da edição de 2020, em pleno auge da pandemia, eu estive no estante do produtor, Adega de Monção, e parei claro, para conferir, degustar alguns rótulos.

E lá encontrei o rótulo que hoje estou a degustar. O degustei, pela primeira vez, e foi um arrebatamento, um momento único simbolizado em apenas uma taça. As castas emblemáticas da região traziam o sabor e o aroma daquelas terras, o tal apelo regionalista de que tanto falamos. Quando saí daquele evento, fui taxativo: Preciso comprar, independente do valor, esse vinho!

Voltei ao supermercado onde o valor estava na estratosfera, mas fui agraciado por um desconto em um formato específico de compra e o mesmo saiu por menos de R$ 30! Para a nossa triste realidade brasileira, um preço convidativo. Não hesitei em leva-lo.

Então sem mais delongas apresento o vinho quer degustei e gostei que veio da região lusitana de Vinhos Verdes, das sub-regiões de Monção e Melgaço, tradicionalíssimas, e se chama Adega de Monção das excepcionais castas Alvarinho (50%) e Trajadura (50%) e a safra é 2019. Então como eu nunca me canso de falar da região de Vinhos Verdes, falemos desta região linda, bem como dos seus distritos de Monção e Melgaço.

Vinhos Verdes: Entre-Douro-e-Minho

Desde o tempo da ocupação romana, antes da era cristã, a vinha era cultivada na margem sul do Rio Minho da forma característica e invulgar que se mantém até hoje. Não se trata de suposição. As referências à viticultura na região encontram-se nos escritos do naturalista Plínio, o Velho, em sua História Natural, e do filósofo Sêneca, em seu compêndio Questões Naturais. Está também documentada na legislação do Imperador Domiciano, entre 96 e 51 a.C.

Na Idade Média multiplicam-se as referências escritas ao cultivo das uvas e a elaboração de vinhos no noroeste lusitano, a partir das atividades nos mosteiros e do decisivo suporte da coroa portuguesa. O vinho entra definitivamente, entre os séculos XIII e XIV, nos hábitos das populações entre o Minho e o Douro ao mesmo tempo em que se dá a expansão econômica da região e a crescente circulação da moeda. Ainda que a exportação fosse pequena, os vinhos verdes foram, entre os vinhos portugueses, os primeiros conhecidos fora das fronteiras, particularmente na Inglaterra.

No início do século XX, ultrapassados os problemas das quebras de produção devido às pragas, foram tomadas medidas especiais para a colocação dos vinhos locais e escoamento dos excedentes. Tornava-se obrigatório, para isso, conservar a genuinidade e a qualidade dos produtos, assegurando-se seu valor do ponto de vista cultural e econômico.

O ano de 1908 é crítico na história portuguesa: o rei Carlos I e seu filho são assassinados, abrindo caminho para a República. Nesse mesmo ano, a região dos vinhos verdes é demarcada oficialmente e dividida em seis sub-regiões: Monção, Lima, Basto, Braga, Amarante e Penafiel. O limite a oeste é o Atlântico e, ao norte, a Espanha.

Região de Vinhos Verdes

A Região Demarcada dos Vinhos Verdes está dividia em nove sub-regiões, cada uma com sua característica específica e suas castas de uva recomendadas:

Sub-região de Monção e Melgaço: utilizam-se apenas as castas Pedral (tinta) e Alvarinho (branca). É de lá o mais icônico Alvarinho, com notas cítricas misturadas com nuances de aromas florais e de frutos tropicais e paladar mineral.

Sub-região de Amarante: as castas brancas são Azal e Avesso e originam vinhos com aromas frutados e com o maior teor alcoólico da Região. Mas é dos tintos que vem a fama da sub-região. Elaborados com Amaral, Vinhão e Espadeiro, são vinhos com cor carregada e muito viva.

Sub-região de Baião: também tem muita notoriedade na produção dos brancos, a partir da casta Avesso.

Sub-região de Basto: a casta Azal atinge o seu máximo potencial e resulta vinhos com aroma de limão e maçã verde muito frescos, de alta acidez.

Sub-região do Cávado: têm vinhos brancos das castas Arinto, Loureiro e Trajadura com acidez moderada e notas de frutos cítricos e de pomar. Os vinhos tintos são na maioria cortes de Vinhão e Borraçal, cor intensa vermelho granada e aromas de frutos frescos.

Sub-região do Lima: Os vinhos brancos mais famosos são produzidos a partir da casta Loureiro. Os aromas são finos e elegantes e vão desde limão até rosas.

Sub-região de Paiva: produz alguns dos tintos mais prestigiados de toda a Regiãoa a partir de Amaral e Vinhão.

Sub-região do Sousa: utiliza a casta Espadeiro, principalmente para a produção de rosés, sendo alguns dos mais destacados da Região.

Sub-região do Ave: Arinto e Loureiro Trajadura juntas compõem um blend perfeito com frescura viva e notas florais e de frutas cítricas.

O uso indiscriminado dos termos “Vinhos Verdes” ou “Vinho Verde” gera muita confusão. Pode parecer uma questão simplesmente ligada ao plural, mas não é. Os termos se referem à Região dos Vinhos Verdes (plural), uma das 14 regiões demarcadas de Portugal e à Denominação de Origem Controlada (DOC) Vinho Verde (singular). Para receber o selo de Denominação de Origem Vinho Verde, os vinhos devem respeitar as normas estabelecidas pela lei. Não há restrição de área de cultivo, toda a produção realizada dentro da Região dos Vinhos Verdes pode receber o selo se respeitarem as diretrizes da DOC.

A legislação permite a elaboração de vinhos brancos, rosés e tintos dos tipos tranquilo e espumante. Os tranquilos devem ter um volume alcoólico entre 8,5% e 14% e os espumantes entre 10% a 15% de álcool. Todos são elaborados exclusivamente com castas autóctones da região, são elas: as brancas Alvarinho, Arinto, Avesso, Loureiro, Azal, Batoca, Trajadura, e as tintas Vinhão, Alvarelhão, Amaral, Borraçal, Espadeiro, Padeiro, Pedral e Rabo de Anho. É permitida a criação de varietais e blends. Contanto, varietais de Alvarinho só recebem a certificação DOC Vinhos Verdes quando elaborados na sub-região de Monção e Melgaço. Exemplares de qualquer outra sub-região recebe a certificação de Vinho Regional do Minho.

Em 1926 foi criada a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), responsável por controlar e certificar os produtos elaborados na região. Quando a amostra apresentada à CVRVV não cumpre com os requisitos legais para ser certificada como DOC, o exemplar recebe o selo IG Minho. Isso não quer dizer que o vinho é de pior qualidade, apenas que não se enquadra legalmente aos parâmetros pré-definidos. A IG Minho permite a utilização de maior variedade de castas, incluindo uvas internacionais, e regras distintas de vinificação.

Na maioria dos casos, os produtores não estão buscando necessariamente a tipicidade do vinho, mas a produção de vinhos inovadores. É comum encontrar vinhos IG Minho mais caros que os DOC Vinhos Verdes. Alguns produtores optam de forma intencional por rotular seus vinhos como Regional do Minho, até mesmo por questões de marketing e posicionamento de mercado.

A região dos Vinhos Verdes tem influência atlântica, reforçada pela orientação dos vales dos principais rios, que correndo de nascente para poente facilitam a penetração dos ventos marítimos. É observada elevada pluviosidade, temperatura amena, pequena amplitude térmica e solo majoritariamente granítico e localmente xistoso. Mas algumas regiões, por conta do microclima, apresentam características de terroir distintas. O que influencia diretamente no vinho.

Por que vinho verde?

Evidentemente, a cor do Vinho Verde não é verde. Então, por que esse nome? Duas são as versões mais conhecidas. O Vinho Verde leva esse nome porque as uvas da região, mesmo quando maduras, têm elevado teor de acidez, produzindo líquido cujas características lhes dão a aparência de vir de uvas colhidas antes da correta maturação. A outra explicação diz que "Vinho Verde" significa "vinho de uma região verde", ou seja, a denominação deriva da belíssima paisagem local, onde o verde das terras cultivadas se perde no horizonte.

Monção e Melgaço

Localizada no Noroeste da Península Ibérica, no ponto mais a norte de Portugal, a região de Monção e Melgaço é uma das nove sub-regiões que fazem parte da denominação de Vinhos Verdes, uma das mais conhecidas de Portugal.

Monção e Melgaço

Possui um microclima muito particular, no qual a viticultura se desenvolveu desde o vale do Rio Minho e dos seus afluentes, subindo na meia encosta da montanha, ultrapassando os obstáculos do terreno e da altitude.

Especificamente lá, no ponto mais ao norte do país, os vinhos mais cultuados são os Alvarinhos. Diz-se, aliás, que a origem da casta seria nesse local às margens do Minho, fronteira natural entre Portugal e Espanha.  A cepa é a estrela de uma região marcada por vinhos que, em sua maioria, são produzidos para serem consumidos muito jovens.

A presença do Alvarinho de Monção e Melgaço estende-se desde o vale do Rio Minho e dos seus afluentes, subindo na meia encosta da montanha, adaptando-se a diferentes tipos de terreno e alcançando razoáveis níveis de altitude. O Alvarinho desta sub-região está pouco exposto à influência do mar e tem como uma das condições favoráveis ao seu desenvolvimento, à amplitude térmica na maturação, caracterizada por dias quentes e noites frias. Este fator contribui para a proteção dos aromas e para a persistência do sabor, retendo a sua frescura.

Mas a Alvarinho, apesar de também gerar bebidas para consumo imediato, é capaz de dar mais corpo e estrutura e gerar brancos respeitados e com poder de guarda, destoando um pouco do conceito de vinhos ligeiros.

A fama da região de Monção e Melgaço com seus Alvarinhos é relativamente nova, pois somente a partir dos anos 1930 é que surgiram alguns dos principais produtores locais, como Palácio da Brejoeira, Aveleda e Soalheiro, por exemplo, e mais recentemente nomes como Anselmo Mendes se destacaram produzindo brancos excepcionais com a casta.

A estrela das castas locais é claramente o Alvarinho, que aqui teve a sua origem. No microclima desta sub-região, a casta Alvarinho produz um vinho encorpado, complexo, com um carácter mineral e grande potencial de guarda.

Mas este território produz muito mais:

  1- Vinhos Verdes Brancos

  2- Vinhos Verdes Tintos

  3- Vinhos Verdes Rosados

  4- Espumantes de Vinho Verde

  5- Aguardentes de Vinho Verde

Esta elevada qualidade é o produto de castas indígenas da Região, cultivadas em variações de solos maioritariamente graníticos, e de um microclima atlântico temperado com influência continental, combinados com experiência enológica de topo.

Os vinhos verdes de Monção & Melgaço têm aromas e sabores intensos e concentrados, mineralidade pronunciada, notas distintas, grande potencial de guarda e de evolução em garrafa.

E agora finalmente o vinho!

Na taça tem um lindo amarelo palha com reflexos esverdeados e um reluzente brilho. No início apresentou pequenas bolhas denunciando o que viria pela frente: frescor e boa acidez.

No nariz uma exuberância de frutas de polpa branca e cítricas como maçã-verde, pera, abacaxi e limão, além do pêssego também.

Na boca é seco, frutado, expressivo, com bom volume de boca, mostrando-se com marcante personalidade, uma “agulha” típica dos verdes que espeta a ponta da língua, tem uma ótima acidez que traz frescor e um alto grau gastronômico, com um final persistente.

Mais uma grata experiência! Um grato momento degustar um vinho verde com castas com apelo tão regionalista. Um vinho vívido, pleno, fresco, jovem, saboroso, com a sua acidez que nos estimula a degustar, a degustar e a degustar de forma ávida e descontrolada. Aqui não há espaço para o famoso “beba com moderação”. A parcimônia passa longe. Mesmo que diante de seu frescor, leveza de delicadeza, é um vinho de personalidade, pois entrega muito além do que esperei. Excelente! Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre o Adega de Monção:

Situada em plena Região Demarcada dos Vinhos Verdes, na sub-região de Monção e Melgaço, onde a casta Alvarinho é mais bem representada.

A matéria-prima, aliada à cuidada seleção das uvas à entrega da Adega, conjugada com a tecnologia moderna de vinificação e um contato de proximidade com os clientes, são o garante da qualidade dos seus produtos, produtos estes reconhecidos em Portugal, mas também em grande parte dos países da Europa, África, América do Norte e do Sul.

Entre 1986 e 2004 a Adega de Monção melhorou as condições tecnológicas de resseção de uvas e o processo de vinificação, a capacidade de armazenamento, estabilização e engarrafamento dos vinhos.

Em 1999 aumentou as suas instalações com a criação de um novo centro de receção de uvas e vinificação – o polo de Melgaço, cobrindo assim de melhor forma toda a área geográfica da sub-região em que se encontra.

Entre 2004 e 2006, teve início às obras de criação de modernas estruturas físicas que permitiram alargar a comercialização a nível nacional e internacional, perfazendo um investimento total de 6,5 milhões de euros, infraestrutura que acolheu os novos serviços administrativos, zona de receção de uvas e nova linha de engarrafamento, obra inaugurada em 2008 aquando da comemoração dos 50 anos.

Na antiga casa do Adegueiro e silos do bagaço, em 2005, foi criado o Espaço Histórico e Cultural da Adega de Monção e levou à sua integração na Rota dos Vinhos Verdes, Itinerário do Minho.

Tanto em 1997, como em 2007, a Revista “Vinhos” galardoou-a como a “Cooperativa do Ano”, e, em 2008, o Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e Pescas distinguiu-a com o Prémio Empreendedorismo e Inovação. Em 2009 foi galardoada, pelo IAPMEI, com o estatuto de PME Excelência, estatuto que desde então tem sido renovado todos os anos.

Atualmente a Adega de Monção apresenta uma faturação anual superior a 15 milhões de euros, sendo reconhecida de forma unânime como uma das melhores Adegas Cooperativas do País, assumindo assim um papel de grande importância na economia local. Possui 1720 produtores associados, que somam uma área de vinha de 1237 Ha e produções na ordem dos 8.000.000 Kg anuais, dos quais 60% dizem respeito à casta Alvarinho.

Para ser possível o desenvolvimento desta atividade a Adega de Monção, como previamente mencionado, possui dois polos de produção, que no conjunto tem uma capacidade de receção de uvas de 700.000 kg por dia. Possui ainda uma capacidade de armazenamento de vinhos de 10.328.648 litros. A Adega de Monção possui capacidade de vinificação e engarrafamento da totalidade dos vinhos produzidos, tendo sido para o efeito adquirida em 2005 uma nova linha de engarrafamento com uma capacidade de produção de 6000 garrafas/hora.

Mais informações acesse:

http://adegademoncao.pt/

Referências:

“Centro de Promoção e Interpretação do Vinho Verde”: https://www.cipvv.pt/pt/castas/alvarelhao-brancelho/

“Blog Tribuna do Norte”: http://blog.tribunadonorte.com.br/vinodivinovino/77338

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/conheca-moncao-e-melgaco-e-seus-vinhos-brancos_12910.html

“Vinho Verde”: https://www.vinhoverde.pt/pt/moncao-melgaco

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/vinho-verde-bebida-portuguesa-do-verao_8317.html

https://revistaadega.uol.com.br/artigo/a-paisagem-que-deu-nome-ao-vinho_2744.html

“Reserva 85”: https://reserva85.com.br/vinho/indicacao-geografica-ig-denominacao-de-origem-do/regioes-demarcadas-de-portugal/regiao-dos-vinhos-verdes/

 




quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Muralhas de Monção 2015

 

Sabe aquele vinho que “harmoniza” com o clima do Brasil? Um clima quente, tropical, aquele vinho que se assemelha a descontração do povo brasileiro, a sua receptividade? Pois é, com essas linhas iniciais muitos pensariam que estou a falar do nosso espumante que, de fato, se adequa a esses quesitos, sendo ainda uma referência de qualidade e tipicidade para a nossa vitivinicultura. Mas dessa vez eu não falo dos espumantes, mas sim dos vinhos verdes! Os vinhos verdes, oriundo da região de mesmo nome, lá do Minho em Portugal, predominantemente com os seus rótulos, traz todo o frescor, a jovialidade e a leveza de que nós, brasileiros, apreciamos e que tem tudo a ver com o nosso clima e estado de espírito. Claro que, a região dos Vinhos Verdes, representados pelos seus dignos e perseverantes produtores está investindo em rótulos mais complexos, encorpados e com passagens por barricas de carvalho, mas que se configura em uma espécie de confronto, de substituição aos clássicos vinhos verdes mais leves e frescos que, muitas vezes são erroneamente confundidos com vinhos de má qualidade, mas apenas como uma proposta a mais, cabendo ao enófilo escolher o que lhe convém.

Lembro-me que, o meu primeiro contato com o vinho verde, foi, admito, tardiamente, por volta do ano de 2015, quando degustei, segundo meus registros fotográficos, o meu primeiro rótulo, muito por conta da informação que recebi sobre as suas características e que se confundia com os espumantes que eu já degustava há mais tempo. Sempre me falavam: “Você, que gosta de espumante, compre vinho verde!” Mas ainda demorei um tempo para comprar um rótulo. Quando, em uma das minhas incursões ao supermercado, perguntei a um responsável pelo setor do vinho que trafegava pelos corredores se tinha vinho verde, pois me lembrei das dicas e recomendações de tempos atrás, o funcionário do supermercado me indicou um da vinícola Adega de Monção, um rótulo simples que poucos dariam o devido crédito, mas o valor era muito atrativo e eu estava, naquele momento, muito interessado em degustar um vinho verde. O comprei!

Meu primeiro vinho verde da Adega de Monção

O retorno foi maravilhoso! De fato era o que as pessoas diziam. Então, entusiasmado com o resultado, retornei ao supermercado com a intenção de adquirir outro rótulo. Estava determinado! E quando o escolhi, inclusive do mesmo produtor, porém um pouco mais caro, não tinha noção do quão esse vinho iria impactar, de forma tão positiva e avassaladora, a minha vida como enófilo. Então o vinho que degustei e gostei veio da região portuguesa dos Vinhos Verdes, e se chama Muralhas de Monção, um corte das típicas e emblemáticas castas Alvarinho (85%) e Trajadura (15%), da safra 2015. Esse vinho abriu a minha mente, definitivamente, para o mundo dos vinhos verdes, transbordando de conhecimento no que tange a sua região, castas e tipicidade. Então, na mais prudente falar um pouco da região e da sua brilhante participação na edificação da história vitivinícola de Portugal.

Vinhos Verdes, a região.

Desde o tempo da ocupação romana, antes da era cristã, a vinha era cultivada na margem sul do Rio Minho da forma característica e invulgar que se mantém até hoje. Não se trata de suposição. As referências à viticultura na região encontram-se nos escritos do naturalista Plínio, o Velho, em sua História Natural, e do filósofo Sêneca, em seu compêndio Questões Naturais. Está também documentada na legislação do Imperador Domiciano, entre 96 e 51 a.C. Na Idade Média multiplicam-se as referências escritas ao cultivo das uvas e a elaboração de vinhos no noroeste lusitano, a partir das atividades nos mosteiros e do decisivo suporte da coroa portuguesa. O vinho entra definitivamente, entre os séculos XIII e XIV, nos hábitos das populações entre o Minho e o Douro ao mesmo tempo em que se dá a expansão econômica da região e a crescente circulação da moeda. Ainda que a exportação fosse pequena, os vinhos verdes foram, entre os vinhos portugueses, os primeiros conhecidos fora das fronteiras, particularmente na Inglaterra. No início do século XX, ultrapassados os problemas das quebras de produção devido às pragas, foram tomadas medidas especiais para a colocação dos vinhos locais e escoamento dos excedentes. Tornava-se obrigatório, para isso, conservar a genuinidade e a qualidade dos produtos, assegurando-se seu valor do ponto de vista cultural e econômico. O ano de 1908 é crítico na história portuguesa: o rei Carlos I e seu filho são assassinados, abrindo caminho para a República. Nesse mesmo ano, a região dos vinhos verdes é demarcada oficialmente e dividida em seis sub-regiões: Monção, Lima, Basto, Braga, Amarante e Penafiel. O limite a oeste é o Atlântico e, ao norte, a Espanha.

Região dos Vinhos Verdes

A Região Demarcada dos Vinhos Verdes está dividia em nove sub-regiões, cada uma com sua característica específica e suas castas de uva recomendadas:

Sub-região de Monção e Melgaço: utiliza-se apenas as castas Pedral (tinta) e Alvarinho (branca). É de lá o mais icônico Alvarinho, com notas cítricas misturadas com nuances de aromas florais e de frutos tropicais e paladar mineral.

Sub-região de Amarante: as castas brancas são Azal e Avesso e originam vinhos com aromas frutados e com o maior teor alcoólico da Região. Mas é dos tintos que vem a fama da sub-região. Elaborados com Amaral, Vinhão e Espadeiro, são vinhos com cor carregada e muito viva.

Sub-região de Baião: também tem muita notoriedade na produção dos brancos, a partir da casta Avesso.

Sub-região de Basto: a casta Azal atinge o seu máximo potencial e resulta vinhos com aroma de limão e maçã verde muito frescos, de alta acidez.

Sub-região do Cávado: tem vinhos brancos das castas Arinto, Loureiro e Trajadura com acidez moderada e notas de frutos cítricos e de pomar. Os vinhos tintos são na maioria cortes de Vinhão e Borraçal, cor intensa vermelho granada e aromas de frutos frescos.

Sub-região do Lima: Os vinhos brancos mais famosos são produzidos a partir da casta Loureiro. Os aromas são finos e elegantes e vão desde de limão até rosas.

Sub-região de Paiva: produz alguns dos tintos mais prestigiados de toda a Regiãoa a partir de Amaral e Vinhão.

Sub-região do Sousa: utiliza a casta Espadeiro, principalmente para a produção de rosés, sendo alguns dos mais destacados da Região.

Sub-região do Ave: Arinto e Loureiro Trajadura juntas compõem um blend perfeito com frescura viva e notas florais e de frutas cítricas.

O uso indiscriminado dos termos “Vinhos Verdes” ou “Vinho Verde” gera muita confusão. Pode parecer uma questão simplesmente ligada ao plural, mas não é. Os termos se referem à Região dos Vinhos Verdes (plural), uma das 14 regiões demarcadas de Portugal e à Denominação de Origem Controlada (DOC) Vinho Verde (singular). Para receber o selo de Denominação de Origem Vinho Verde, os vinhos devem respeitar as normas estabelecidas pela lei. Não há restrição de área de cultivo, toda a produção realizada dentro da Região dos Vinhos Verdes pode receber o selo se respeitarem as diretrizes da DOC. A legislação permite a elaboração de vinhos brancos, rosés e tintos dos tipos tranquilo e espumante. Os tranquilos devem ter um volume alcoólico entre 8,5% e 14% e os espumantes entre 10% a 15% de álcool. Todos são elaborados exclusivamente com castas autóctones da região, são elas: as brancas Alvarinho, Arinto, Avesso, Loureiro, Azal, Batoca, Trajadura, e as tintas Vinhão, Alvarelhão, Amaral, Borraçal, Espadeiro, Padeiro, Pedral e Rabo de Anho. É permitida a criação de varietais e blends. Contanto, varietais de Alvarinho só recebem a certificação DOC Vinhos Verdes quando elaborados na sub-região de Monção e Melgaço. Exemplares de qualquer outra sub-região recebe a certificação de Vinho Regional do Minho.

Em 1926 foi criada a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), responsável por controlar e certificar os produtos elaborados na região. Quando a amostra apresentada à CVRVV não cumpre com os requisitos legais para ser certificada como DOC, o exemplar recebe o selo IG Minho. Isso não quer dizer que o vinho é de pior qualidade, apenas que não se enquadra legalmente aos parâmetros pré-definidos. A IG Minho permite a utilização de maior variedade de castas, incluindo uvas internacionais, e regras distintas de vinificação. Na maioria dos casos, os produtores não estão buscando necessariamente a tipicidade do vinho, mas a produção de vinhos inovadores. É comum encontrar vinhos IG Minho mais caros que os DOC Vinhos Verdes. Alguns produtores optam de forma intencional por rotular seus vinhos como Regional do Minho, até mesmo por questões de marketing e posicionamento de mercado.

A região dos Vinhos Verdes tem influência atlântica, reforçada pela orientação dos vales dos principais rios, que correndo de nascente para poente facilitam a penetração dos ventos marítimos. É observada elevada pluviosidade, temperatura amena, pequena amplitude térmica e solo majoritariamente granítico e localmente xistoso. Mas algumas regiões, por conta do microclima, apresentam características de terroir distintas. O que influencia diretamente no vinho.

Por que vinho verde?

Evidentemente, a cor do Vinho Verde não é verde. Então, por que esse nome? Duas são as versões mais conhecidas. O Vinho Verde leva esse nome porque as uvas da região, mesmo quando maduras, têm elevado teor de acidez, produzindo líquido cujas características lhes dão a aparência de vir de uvas colhidas antes da correta maturação. A outra explicação diz que "Vinho Verde" significa "vinho de uma região verde", ou seja, a denominação deriva da belíssima paisagem local, onde o verde das terras cultivadas se perde no horizonte.

E agora o vinho!

Na taça apresenta um amarelo palha com tons brilhantes muito intensos, além de um gaseificado que indica frescor.

No nariz traz um toque exuberante de frutas brancas, frutas frescas e cítricas, como pêssego, graças a Alvarinho e sua predominância, pera, maracujá, abacaxi e um intenso floral, flores brancas, além daquelas inconfundíveis notas minerais que diria ser por conta da influência atlânticas das terras do Minho.

Na boca é leve, fresco, uma belíssima jovialidade, mas com uma personalidade forte e marcante, sendo expressivo que preenche a boca, graças também a sua boa acidez, o toque cítrico, frutado, mineral, com um final persistente e fresco.

Um vinho espetacular que adentrou a minha vida de enófilo de uma forma avassaladora, como um furacão vinífero e deixou, até hoje deixas consistentes em minha vida de enófila, quase 5 anos depois de degustado. Um vinho versátil e que entrega, além do tradicional frescor e leveza de um típico vinho verde, uma personalidade marcante e poderosa aos sentidos. Sempre me lembrarei desse vinho como o de fato inaugural nas minhas degustações de vinho verde. De todos os vinhos verdes que entraram e saíram da minha adega, de todos aqueles que degustei e degustarei, ele sempre será a minha referência, o meu fator de gratas e inesquecíveis lembranças. Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Adega de Monção:

A Adega Cooperativa Regional de Monção, CRL, foi fundada a 11 de Outubro de 1958, por iniciativa de 25 viticultores. Situada em plena Região Demarcada dos Vinhos Verdes, na sub-região de Monção e Melgaço, onde a casta Alvarinho é melhor representada. A matéria-prima, aliada à cuidada seleção das uvas à entrega da Adega, conjugada com a tecnologia moderna de vinificação e um contacto de proximidade com os clientes, são o garante da qualidade dos seus produtos, produtos estes reconhecidos em Portugal, mas também em grande parte dos países da Europa, África, América do Norte e do Sul.

Entre 1986 e 2004 a Adega de Monção melhorou as condições tecnológicas de receção de uvas e o processo de vinificação, a capacidade de armazenamento, estabilização e engarrafamento dos vinhos. Em 1999 aumentou as suas instalações com a criação de um novo centro de receção de uvas e vinificação – o pólo de Melgaço, cobrindo assim de melhor forma toda a área geográfica da sub-região em que se encontra. Entre 2004 e 2006, tiveram início às obras de criação de modernas estruturas físicas que permitiram alargar a comercialização a nível nacional e internacional, perfazendo um investimento total de 6,5 milhões de euros, infraestrutura que acolheu os novos serviços administrativos, zona de receção de uvas e nova linha de engarrafamento, obra inaugurada em 2008 aquando da comemoração dos 50 anos.

Atualmente a Adega de Monção apresenta uma faturação anual superior a 15 milhões de euros, sendo reconhecida de forma unânime como uma das melhores Adegas Cooperativas do País, assumindo assim um papel de grande importância na economia local. Possui 1720 produtores associados, que somam uma área de vinha de 1237 Ha e produções na ordem dos 8.000.000 Kg anuais, dos quais 60% dizem respeito à casta Alvarinho.

Para ser possível o desenvolvimento desta atividade a Adega de Monção, possui dois polos de produção, que no conjunto tem uma capacidade de receção de uvas de 700.000 kg por dia. Possui ainda uma capacidade de armazenamento de vinhos de 10.328.648 litros. A Adega de Monção possui capacidade de vinificação e engarrafamento da totalidade dos vinhos produzidos, tendo sido para o efeito adquirida em 2005 uma nova linha de engarrafamento com uma capacidade de produção de 6000 garrafas/hora.

Mais informações acesse:

http://adegademoncao.pt/

Referências de pesquisa:

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/vinho-verde-bebida-portuguesa-do-verao_8317.html

https://revistaadega.uol.com.br/artigo/a-paisagem-que-deu-nome-ao-vinho_2744.html

“Reserva 85”: https://reserva85.com.br/vinho/indicacao-geografica-ig-denominacao-de-origem-do/regioes-demarcadas-de-portugal/regiao-dos-vinhos-verdes/


Degustado em: 2016

 

 




 


sábado, 26 de dezembro de 2020

Terras de Felgueiras Alvarinho 2017

 

Meu reino por um vinho verde! Há de se exaltar, há de se reverenciar a nobre simplicidade de um vinho verde. Um vinho que, apesar de ter as suas origens em terras portuguesas tem a cara, o DNA do Brasil e a descontração dos brasileiros. São vinhos frescos, jovens, leves, descontraídos, informais, fáceis de degustar. Hoje alguns produtores da região dos Vinhos Verdes investem em propostas de vinhos verdes mais estruturados, encorpados e até com passagens por barricas de carvalho! Não há consenso entre os especialistas e críticos do vinho quanto a essa proposta. Uns defendem que a característica marcante do vinho verde é de um produto jovem e fresco, um vinho direto, outros já são simpáticos a essas propostas mais estruturadas de vinhos. Há gosto para todas as propostas e penso que uma não pode inviabilizar a outra e quem dirá que uma é melhor que a outra é o enófilo. Somos nós que, cada um com a sua percepção, vai escolher, para si, o melhor e o pior e não será uma camada pequena de formadores de opinião que dirão o que é bom ou ruim. Mas, polêmicas à parte, a grande vitrine do vinho verde e de sua emblemática região é a casta Alvarinho! Popular e muito versátil, a Alvarinho pode inclusive proporcionar vinhos mais estruturados, com passagem por madeira e até longevidade! Infelizmente os vinhos ofertados no Brasil com essa cepa são muito caros e vão contra as propostas de vinhos verdes, sobretudo aqueles com as propostas mais diretas e informais. Porém, independente do vinho, a bebida no Brasil é demasiadamente cara. Mas em minhas incursões aos supermercados, avistei, meio que escondido nas gôndolas, sem nenhum destaque, um rótulo da casta Alvarinho com um ótimo e surpreendente valor, em torno de R$ 38,90, pasmem, amigos leitores! Não hesitei e comprei, sim, fui influenciado pelo preço, afinal, nunca havia degustado um Alvarinho!

O vinho que degustei e gostei, como já bem publicitado, vem da Região dos Vinhos Vinhos e é um regional do Minho, da casta Alvarinho, é o Terra de Felgueiras da safra 2017. Um vinho que posso chamar, sem sombra de dúvidas, de simples e bom, muito bom. Então, falemos da menina dos olhos da Região de Vinhos Verdes: Alvarinho.

Alvarinho

A Alvarinho é uma uva típica portuguesa, originária de Melgaço, Região dos Vinhos Verdes. Mas os espanhóis tentam reivindicar sua origem, alegando ser da Galiza. Lá leva o nome de Albariño. É uma das castas brancas mais notáveis e considerada, por muitos, a melhor de Portugal. Tem baixa produção, pois seus cachos são pequenos e com muita semente. Apesar dos bagos serem pequenos, a uva tem a pele grossa o que permite suportar o frio. Possui teor de açúcar elevado, o que resulta em vinhos mais alcoólicos, e acidez alta. Dá corpo a vinhos únicos e facilmente identificáveis, de personalidade e temperamento forte. É uma casta vigorosa, que obriga a alguma prudência no controle do ímpeto vegetal, sendo, porém, uma casta pouco produtiva, com cachos pequenos e elevada proporção de grainhas. Historicamente, foi uma das primeiras variedades portuguesas a ser engarrafada em estreme, responsável pelo sucesso dos vinhos da sub-região de Monção e Melgaço. O Alvarinho proporciona vinhos com elevado potencial alcoólico, perfumados e delicados, com notas aromáticas díspares de pêssego, limão, maracujá, lichia, casca de laranja, jasmim, flor de laranjeira e erva-cidreira. Tem um enorme potencial de envelhecimento, conseguindo viver em perfeita saúde até completar, pelo menos, dez anos de idade. Mineral, floral ou frutada, a casta Alvarinho é seguramente um dos maiores tesouros de Portugal. Por ora, as suas fronteiras ainda estão demarcadas no Minho, na sub-região de Monção, mas a sua expansão para as demais regiões portuguesas é inevitável. Por todo o país, com o Alentejo destacado à cabeça, experimenta-se a casta Alvarinho, por vezes em locais improváveis e, aparentemente, pouco recomendáveis.

Monção e Melgaço

Entre Monção e Melgaço, cada vez mais a vinha se torna uma evidência e produto de uma região. Tudo junto apetece partir para Norte. Deixando marcadas algumas notas prévias: há uns 50, 60 anos, menos mesmo, o Minho era mais de 90% tinto contra uns 9% de vinhedos brancos.

Felgueiras

Felgueiras é uma cidade portuguesa no Distrito do Porto, região Norte e sub-região Tâmega, com cerca de 15.525 habitantes, inserida na freguesia de Margaride. É sede de um município com 115,62 km² de área e 58.922 habitantes (2006), subdividido em 32 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Fafe, a nordeste por Celorico de Basto, a sueste por Amarante, a sudoeste por Lousada e a noroeste por Vizela e Guimarães. O município é constituído por quatro centros urbanos: a Cidade de Felgueiras, a Cidade da Lixa, a Vila de Barrosas e a Vila da Longra. Verdadeiro coração da NUT Tâmega, constitui hoje uma centralidade importante no mapa de auto-estradas e itinerários principais, uma garantia sólida de afirmação das inúmeras potencialidades reais concelhias. Os bordados são uma das mais ricas tradições do concelho, que emprega cerca de dois terços das bordadeiras nacionais. O filé ou ponto de nó, o ponto de cruz, o bordado a cheio, o richelieu e o crivo são exemplos genuínos do produto artesanal de verdadeiras mãos de fada. Os sabores autênticos da gastronomia, a frescura e intensidade dos aromas dos vinhos e o ambiente de grande animação proporcionam momentos inesquecíveis. Dando corpo a essa riqueza, foi já constituída a “Confraria do Vinho de Felgueiras”, destinada a divulgar e defender o vinho e a gastronomia felgueirenses. Felgueiras, com 58 000 habitantes é um dos concelhos com a população mais jovem do país e da Europa. Uma terra de exceção que aposta na valorização dos seus recursos humanos, na consolidação do campus politécnico, no desenvolvimento econômico (pleno emprego e centro de negócios) e na consolidação das suas infraestruturas. Marcada pela invulgar capacidade empreendedora do seu povo é responsável por 50% da exportação nacional de calçado, por um terço do melhor Vinho Verde da Região e por um valioso patrimônio cultural. Felgueiras é um dos municípios com maior desenvolvimento do Norte do País.

Felgueiras

A primeira referência histórica a Felgueiras data de 959, no testamento de Mumadona Dias, quando é citada para identificar a vila de Moure: "In Felgaria Rubeans villa de Mauri". Felgueiras deriva do termo felgaria, que significa terreno coberto de fetos que, quando secos, são avermelhados (rubeans). Havendo quem afirme que o determinativo Rubeans se deve a que o local foi calcinado pelo fogo. Existem historiadores que afirmam que Felgueiras recebeu foral do conde D. Henrique. No entanto, apenas se conhece o foral de D. Manuel a 15 de Outubro de 1514. No entanto, já em 1220, a terra de Felgueiras contava com 20 paróquias (conhecidas hoje em dia como freguesias) e vários mosteiros e igrejas. Em 1855, ao ser transformado em comarca, Felgueiras ganhou mais doze freguesias. Em 13 de Julho de 1990 Felgueiras foi elevada à categoria de cidade.

E agora o vinho:

Na taça tem um amarelo brilhante, reluzente, diria um dourado com poucos reflexos esverdeados, com um gás já denunciando um frescor e leveza.

No nariz uma explosão aromática de frutas brancas, tropicais, tais como pera, maçã verde, abacaxi, maracujá, um toque floral envolvente, mas discreto e delicado.

Na boca se reproduz as notas frutadas, pleno e vivo, fresco e jovial, mas que preenche, enche a boca, graças a sua boa acidez e criticidade, além de um curioso e discreto adocicado que logo se sente quando leva o vinho à boca. Além de uma mineralidade que faz do vinho especial, simples, delicado, macio e equilibrado. Tem um final persistente com um retrogosto frutado.

A Alvarinho é a personificação dos Vinhos Verdes, é a cara de Portugal! Eu não podia passar na vida, como um fã incondicional dos Vinhos Verdes, sem degustar um Alvarinho. E que surpreendente Alvarinho, um ótimo custo X benefício. A casta está evidente, simples, mas equilibrado e delicado neste Terras de Felgueiras. Que venham muitos outros! Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre a Vercoope:

A Vercoope é uma união de sete Cooperativas Vitivinícolas da Região dos Vinhos Verdes: Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra. Foi criada em 1964 com o objetivo de engarrafar, comercializar e distribuir o vinho produzido pelos viticultores destas cooperativas. A união permitiu juntar a produção de 4 000 viticultores e lança-la no mercado, nacional e internacional, conseguindo mais qualidade, dimensão e competitividade. A qualidade dos vinhos é reconhecida e comprovada pelos consumidores, pelas vendas e pelas centenas de prémios conquistados em competições de vinhos e imprensa especializada. A Vercoope produz anualmente 8 milhões de garrafas de Vinho Verde, sendo 30% para exportação. A Vercoope – União das Adegas Cooperativas da Região dos Vinhos Verdes, U.C.R.L, está inserida na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, considerada a maior região demarcada de Portugal e uma das maiores do mundo, essencialmente devido à sua extensão e da área dos solos dedicados à cultura da vinha, a que acresce uma significativa percentagem de população diretamente dependente do sector vitivinícola e nomeadamente do Vinho Verde. A Vercoope é uma entidade vocacionada para o engarrafamento, comercialização e distribuição de Vinho Verde e integra na sua estrutura as adegas cooperativas de Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra que representam no seu conjunto explorações vitícolas de cerca de 5000 viticultores. Situada em Agrela, Santo-Tirso, numa estrutura moderna e tecnologicamente avançada, quer com meios técnicos quer com meios humanos, tem potenciado, desde a sua fundação, em 1964, o desenvolvimento da cultura do Vinho Verde, promovendo a sua divulgação, o seu consumo e a valorização do produtor. Com mais de meio século de atividade a defender uma política de qualidade e prestígio para os seus vinhos, espumantes e aguardentes, ocupa por direito próprio, um lugar de destaque no sector, sendo muito naturalmente considerada uma instituição de referência no panorama regional e nacional.

Mais informações acesse:

https://vercoope.pt/

Fontes pesquisadas:

“Terras de Portugal” em: http://www.terrasdeportugal.pt/felgueiras

Portal “Reserva 85”: https://reserva85.com.br/vinho/castas-uva-vitis-vinifera/alvarinho/

Portal “Clube dos Vinhos Portugueses”: https://www.clubevinhosportugueses.pt/vinhos/casta-alvarinho-2-3/

Portal “Vinha”: https://www.vinha.pt/wikivinha/section/casta-vinho/alvarinho/

Portal “Revista dos Vinhos”: https://www.revistadevinhos.pt/beber/alvarinho