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quarta-feira, 3 de abril de 2024

Macerao Moscatel de Alexandria 2021

 



Vinho: Macerao Laranja

Casta: Moscatel de Alexandria

Safra: 2021

Região: Vale do Itata

País: Chile

Produtor: Viña Luis Felipe Edwards

Teor Alcoólico: 12,5%

Adquirido: Supermercado Hortifruti 

Valor: 58,40

 

Análise:

Visual: um lindo amarelo em tons dourados muito brilhantes, com alguma proliferação de lágrimas finas e rápidas.

Nariz: é plenamente aromático, que denota evidente frutas cítricas e de polpa branca, com destaque para lichia, tangerina, laranja, abacaxi, pêssego maduro, com uma leve oxidação que é de sua característica, além de notas florais, mel e salinidade.

Boca: é marcante, de grande tipicidade, com alguma estrutura, graças a sua untuosidade, uma cremosidade na medida que propicia as notas frutadas se destacaram, seu frescor e uma acidez excelente, salivante. Um toque herbáceo, de grama cortada e um final persistente e guloso.

 

Produtor:

https://www.lfewines.com/


terça-feira, 22 de novembro de 2022

Autoritas Pinot Grigio 2020

 

Falei, por muitas vezes, até de forma, confesso, demasiada que sou um incondicional fã da casta Pinot Grigio. Além de ter predicados que muito me atrai ela, por esses mesmos predicados, ou diria, características, tem tudo a ver com o clima tropical brasileiro.

É aquela famosa frase que costumamos dizer: “É um vinho para piscina”! Mas não precisa ser necessariamente para piscina, mas para uma praia. Uma praia? Sim para a praia! Se podem levar, no isopor, cerveja, por que não levar a sua garrafa de Pinot Grigio?

E eu lembro como se fora ontem, o meu primeiro contato com a cepa. Em um dia de calor, um verão daqueles! Tinha uma confraternização com amigos do trabalho em um restaurante famoso em minha cidade, queria pedir algo que não fosse cerveja, mas o meu bom e velho vinho.

Tomei em minhas mãos o cardápio e de imediato eu não consegui achar nenhum rótulo interessante. Decidi olhar novamente, agora com a atenção redobrada, quem sabe apareça algum que chame a atenção.

E vi um branco, brasileiro, de uma casta estranha para mim, trazia o “Pinot” no nome e lembrei da tinta Pinot Noir, que já conhecia e muito gostava, mas trazia outro nome: “Grigio” e era uma casta branca.

Pensei: Calor intenso, o desejo único de degustar um vinho, então vamos de branco dessa, até então nova casta Pinot Grigio. A única coisa que eu conhecia era o produtor que sempre esteve comigo em minhas degustações: Miolo. Então deve ser bom.

Degustei e gostei verdadeiramente e o dia quente ajudou, complementou o meu momento tão particularmente singular naquele dia. Estava delicioso. Era frutado, leve, fresco, acidez gostosa.

Saí daquele restaurante com o desejo quase que incontrolável de degustar novamente um vinho da casta Pinot Grigio e ao longo do tempo fui tendo algumas experiências, diria únicas, com rótulos dessa casta.

Degustei rótulos do Vêneto, da Sicília, ambas regiões emblemáticas italianas, da África do Sul também, alguns poucos do Brasil e também do Chile e a valores bem competitivos! Claro que os vinhos estão inflacionando e está cada vez mais difícil encontrar vinhos com valores justos, além dos tributos também, mas, tentando consegue encontrar alguns vinhos dessa casta a preços atraentes.

E hoje eu retornarei ao Chile, mais precisamente ao Vale Central, para degustar mais um Pinot Grigio. Tenho degustado alguns deste país e tem me surpreendido por demais da conta e vale lembrar um, da gigante Luis Felipe Edwards, que degustei e gostei que se chama Alto Los Romeros 2018 que, pasmem, custou, à época, R$18,90!

E o de hoje também é da Luis Felipe Edwards, de uma linha que eu verdadeiramente adoro: Autoritas! Então sem mais delongas vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio do Vale Central, Chile, e se chama Autoritas da casta Pinot Grigio da safra 2020. Antes de falar do vinho, falemos um pouco da região chilena e da cepa tão querida.

Valle Central: o centro vitivinícola do Chile        

Valle Central, ou Central Valley como é conhecida, é uma região vinícola do Chile, estando entre uma das mais importantes áreas produtoras de vinho de toda a América do Sul, em termos de volume.

Além disso, o Central Valley é uma das regiões que mais se destaca com relação a extensão, indo desde o Vale do Maipo até o final do Vale do Maule. Uma ampla variedade de vinhos é produzida na região, elaborados a partir de uvas cultivadas em diferentes terrenos. Tal exemplar vão desde vinhos finos e elegantes, como os produzidos em Bordeaux, até os vinhedos mais velhos e estabelecidos em Maule. A região do Valle Central é também lar de diversas variedades de uvas, porém, as plantações são ocupadas pelas castas Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc, Merlot, Chardonnay e Syrah.

A uva ícone do Chile, a Carmenère, também é importante na região, assim como a Malbec é referência em Mendoza, do outro lado dos Andes. As áreas mais frias do Central Valley estão ganhando cada vez mais destaque perante o mundo dos vinhos, onde são cultivadas as uvas Riesling, Viognier e até mesmo a casta Gewürztraminer. O Central Valley é dividido em quatro sub-regiões vinícolas, de norte a sul, cada qual com características e diferenças marcantes.

O Maipo é a sub-região mais histórica do país, onde as vinhas são cultivadas desde o século XVI, abrigando as videiras mais antigas existentes na região. O Rapel Valley é lar das tradicionais sub-regiões Cachapoal e Colchagua, enquanto Maule Valley é uma das sub-regiões vinícolas mais prolíferas de toda a América do Sul. Por fim, a última sub-região Curico Valley foi a pioneira no cultivo vinícola na década de 1970, onde Miguel Torres deu início a vinicultura moderna.

Vale Central

A Cabernet Sauvignon pode ser cultivada com sucesso tanto no Vale do Maipo quanto no Vale de Rapel, cada um por um motivo diferente. No Vale de Rapel, a presença de um solo rochoso e com baixa atividade freática (pouca disponibilidade hídrica) aliado à alta taxa de amplitude térmica (diferença entre a maior e a menor temperatura nessa área em um dia) vai favorecer o grau de maturação da Cabernet Sauvignon, aprofundando seu sabor.

Essa parte do vale, portanto, produz uvas com um sabor mais profundo e maduro. Já a Cabernet Sauvignon que é cultivada no vale do Maipo (de onde provém mais da metade da produção dessa cepa) conta com a influência direta do Rio Maipo. Onde as águas do rio servem para regular a temperatura e fornecer a irrigação dos vinhedos. E para não deixar de destacar a área a sotavento da Cordilheira da Costa, o Vale do Curicó possui um clima quente e úmido, já que todo o ar frio é impedido de passar pela barreira natural da montanha.

Quem se beneficia com isso é a produção de Carménère, que por tamanha perfeição em seu desabrochamento são conhecidos por todo o mundo, não sendo surpresa o fato de que somente desse Vale derivem vinhos para mais de 70 países ao redor do mundo. Em outras palavras, o Vale Central se constitui como uma mina de ouro de cepas premiadas e irrigadas com tradição centenária.

O Vale Central é uma área plana, localizada na Cordilheira Litoral e Los Andes, caracterizada por seus interessantes solos de argila, marga, silte e areia, que oferece ao produtor uma extraordinária variedade de terroirs. Excepcionalmente adequada para a viticultura, o clima da região é mediterrâneo e se traduz em dias de sol, sem nuvens, em um ambiente seco.

A coluna de 1400 km de vinhas é resfriada devido à influência gelada da corrente de Humboldt, que se origina na Antártida e penetra no interior de muito mais frio do que em águas da Califórnia. Outra importante influência refrescante é a descida noturna do ar frio dos Andes.

Pinot Grigio

Se você nunca ouviu falar na uva Pinot Grigio, talvez já tenha degustado um vinho produzido com a Pinot Gris. É possível encontrar a casta sendo chamada pelos dois nomes diferentes, a depender da origem do vinho, podendo ser italiano ou francês, respectivamente. A diferença na forma como chamamos a uva passa pelo próprio significado das duas palavras: o nome Grigio significa cinza em italiano e Gris, cinza em francês – sendo referência à cor da casca da fruta. A coloração da uva é um resultado natural do cruzamento entre a Pinot Noir e a Pinot Blanc.

A Pinot Grigio surgiu na região da Borgonha, contudo foi em outra região francesa que ela ganhou um lar e ganhou notoriedade também, a Alsácia. Onde era conhecida por outro nome famoso, Tokay, mas que causava muita confusão. Tokay é um termo utilizado para os vinhos mais famosos (e caros) da Hungria, os longevos Tokaji, que nada tem a ver com a Pinot Grigio.

A origem da Pinot Grigio foi descoberta a poucas décadas, onde constatou-se ser um cruzamento genético natural entre a Pinot Noir e a Pinot Blanc. Embora seja de origem francesa, foram os italianos que tornaram esse varietal mundialmente conhecido e passaram a dominar a sua produção global. Isso faz com que muitos acreditem que a uva seja originária do fantástico "país da bota".

Os vinhos produzidos com a Pinot Grigio são muito influenciados pelos fatores ambientais e humanos envolvidos no processo, o que chamamos de terroir. Nas regiões frias são encontrados vinhos com maior intensidade aromática e acidez vibrante, além de serem tipicamente mais leves e delicados, normalmente denotando aromas frutados, florais e com a sutil presença de especiarias.

Bons exemplos disso são os aromas de pêssego, limão, tangerina, pera, maçã verde, complementados por flores silvestres, mel, tomilho, orégano e erva-cidreira. Já as regiões mais quentes produzem exemplares mais viscosos, aumentando a percepção de corpo da bebida, que, dependendo do solo, pode apresentar um caráter mineral, lembrando pedras e a areia molhada.

Agora, se compararmos o perfil dos vinhos franceses e italianos, as características sensoriais serão gritantes. Na França, esses vinhos costumam ser mais encorpados, amarelados e com uma presença picante. Já na Itália, os exemplares são mais refrescantes, versáteis e fáceis de beber. Dependendo do estilo do produto, vinícola e vindima, são vinhos brancos com aptidão ao envelhecimento.

E agora finalmente o vinho!

Na taça tem um lindo e brilhante amarelo palha com reflexos esverdeados com algumas lágrimas finas e rápidas.

No nariz as notas de frutas brancas, cítricas e tropicais, tais como lima, pera, abacaxi, maçã-verde, protagonizam nos aromas, de forma intensa e agradável, com toques florais e um quê de mineralidade e muito, muito frescor.

Na boca traz um paladar leve, com muita frescura e leveza, mas com muito sabor, trazendo um ótimo volume de boca, capitaneados pela fruta branca, cítrica, conferindo-lhe alguma personalidade. Traz um pouco de álcool, atípico para um Pinot Grigio, mas que entrega a tal da personalidade identificada. Tem uma ótima acidez e um final longo e persistente.

Um vinho surpreendente! Um vinho especial! Mais uma vez a Pinot Grigio me deixa de joelhos e gosto dessa doce “subserviência”. Um vinho surpreendente pelo que valeu, em torno de R$ 29,90, entregando muito além do que foi pago, fazendo dele uma relação excepcional de custo X benefício. Quando degusto um Pinot Grigio sempre me faço uma pergunta: Será que estou sugestionado? Será que o que sobressai é a definição de um fã da cepa? Confesso que sinto essa existencial dúvida, mas o fato é de que temos de deixar o coração falar por nós. A Pinot Grigio é definitivamente uma das castas brancas mais queridas para mim e se bobear atingirá o posto de mais querida de todas as brancas. Até a próxima experiência! Tem 13% de teor alcoólico.

Curiosidade:                              

A palavra “Autoritas” vem do latim auctoritas, que significa prestígio, honra, respeito, autoridade. Esses valores foram o que inspirou a criação desta marca, desenvolvida por Luis Felipe Edwards Family Wines. A crista (brasão) da família, presente em cada garrafa, é o selo que reúne esses valores, passados ​​de geração em geração e expressos em cada copo da Autoritas. Esse prestígio é a assinatura desse produtor que, graças aos seus rótulos, independente de valores e propostas, foi conquistado ao longo desses anos.

Sobre a Viña Luis Felipe Edwards:

A Viña Luis Felipe Edwards foi fundada em 1976 pelo empresário Luis Felipe Edwards e sua esposa. Após alguns anos morando na Europa, o casal decidiu retornar ao Chile e, ao conhecer terras do Colchágua, um dos vales chilenos mais conhecidos, se encantou. Ali, aos pés das montanhas andinas, existia uma propriedade com 60 hectares de vinhedos plantados, uma pequena adega e uma fazenda histórica que, pouco tempo depois, foi o marco do início da LFE.

De nome Fundo San Jose de Puquillay até então, o produtor, que viria a se tornar uma das maiores vinícolas do Chile anos mais tarde, começou a expandir sua atuação. Após comprar mais 215 hectares de terras no Vale do Colchágua nos anos de 1980, começou a vender vinho a granel, estudar a fundo seus vinhedos e os resultados dos vinhos, e cultivar diferentes frutas para exportação.

O ponto de virada na história da Viña Luis Felipe Edwards veio na década de 1990, quando Luis Felipe Edwards viu a expectativa do mercado sobre os vinhos chilenos. Sabendo da alta qualidade dos rótulos que criava, o fundador resolveu renomear a vinícola e passou a usar o seu próprio nome como atestado de qualidade. Após um período de crescimento e modernização, especialmente com o início das vendas do primeiro vinho em 1995, a LFE se tornou um importante exportador de vinho chileno no começo do século XX. A partir de então, o já famoso produtor começou a adquirir terras em outras regiões do país.

Na busca incessante por novos terroirs de qualidade, ele encontrou no Vale do Leyda um dos seus maiores tesouros: 134 hectares de videiras plantadas em altitude extrema, a mais de 900 metros acima do nível do mar.

Mais informações acesse:

https://www.lfewines.com/

Referências:

“Wine”: https://www.wine.com.br/winepedia/sommelier-wine/serie-uvas-pinot-grigio/

“Blog Famiglia Valduga”: https://blog.famigliavalduga.com.br/pinot-grigio-conheca-suas-principais-caracteristicas/

“Portal Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-central

“Portal Winepedia”: https://www.wine.com.br/winepedia/enoturismo/valle-central-chile/

“Portal Enologuia”: https://enologuia.com.br/regioes/186-o-vale-central-no-chile-ponto-de-encontro-de-vinhos-reconhecidos-mundialmente

 

 

 




domingo, 17 de abril de 2022

Alto Los Romeros Riesling 2019

 

Depois que eu degustei o meu primeiro rótulo da casta Riesling eu não a deixei de lado e, desde então, tenho tido algumas boas e satisfatórias experiências com essa peculiar cepa branca muito aromática e frutada.

E claro que esta variedade ganhou fama e credibilidade nas terras frias alemãs onde encontrou o terroir perfeito para a produção das mais variadas propostas, entregando vinhos secos, doces, leves, frescos, encorpados, longevos e curtos. Enfim, a diversidade da Riesling tem lugar: Alemanha.

Mas atualmente, além da Alemanha e a França, mais precisamente na região da Alsácia, outros lugares vem acolhendo a Riesling e trazendo uma gama de propostas de rótulos, dos mais simples e frescos, aos encorpados e complexos.

E se destacam a Austrália, o Brasil também vem se destacando na produção da Riesling, e também o Chile, sobretudo o Chile vem despontando na produção desta variedade em várias emblemáticas regiões.

Estive às voltas com um em especial que verdadeiramente me surpreendeu, do Vale Central, do Club dos Sommeliers, um Reserva Riesling extremamente saboroso, frutado, fresco, mas com uma personalidade graças ao seu curto período de 3 meses em barricas de carvalho, dando-lhe certa untuosidade.

Então me dei o direito de buscar mais rótulos dessa casta concebidos no Chile e, por uma sorte, em mais uma de minhas incursões aos supermercados, avistei um vinho de uma linha de rótulos da grande Luis Felipe Edwards que, percepções à parte de um fã, é um dos principais produtores do Chile, chamada “Alto Los Romeros” e muito me interessei. Lembrando que o que facilitou a minha escolha foi a degustação do Alto Los Romeros da queridinha Pinot Grigio da safra 2018 que também surpreendeu!

Então sem mais delongas vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio da região do Vale do Colchágua, no Chile, e se chama Alto Los Romeros da casta Riesling da safra 2019.

Embora os quesitos o torne potencialmente bom, pelo fato do produtor e também da linha de rótulos eu fiquei um tanto quanto receoso pela proposta e o valor incrível gasto à época (R$ 23,90), levando em consideração os altos valores dos Riesling alemães, mas logo o preconceito se dissipou quando observei que se tratam de propostas diferentes e confesso que, quando degustei o Alto Los Romeros Riesling, ele, dentro do que ele pode oferecer, ele o fez muito bem. Fresco, leve e frutado!

Então, como sempre, antes de falar sobre o vinho, falemos um pouco da casta e também do Vale do Colchágua. 

Vale do Colchágua

O Vale do Colchágua está localizado à aproximadamente 180 km de Santiago no centro do país, exatamente entre a Cordilheira dos Andes e o Pacífico. É cortado pelas águas do rio Tinguiririca, suas principais cidades são San Fernando e Santa Cruz, e possui algumas regiões de grande valor histórico e turístico como Chimbarongo, Lolol ou Pichilemu. Colchágua significa na língua indígena “lugar de pequenas lagunas”.

Vale do Colchágua

A fertilidade de suas terras, a pouca ocorrência de chuva e constante variação de temperatura possibilita o cultivo de mais de 27 vinhas, que, com o manejo certo nos grandes vinhedos da região e padrões elevados no processo de produção, faz com que os vinhos produzidos no vale sejam conhecidos internacionalmente, com alto conceito de qualidade.

Clima estável e seco (que evita as pragas), no verão, muito sol e noites frias, solo alimentado pelo degelo dos Andes e pelos rios que desaguam no Pacífico, o Vale de Colchágua é de fato um paraíso para o cultivo de uvas tintas e produção de vinhos intensos.

Em Colchágua, predomina o clima temperado mediterrâneo, com temperaturas entre 12ºC como mínima e 28ºC, máxima no verão e 12ºC e 4ºC, no inverno. Com este clima estável é quase nenhuma variação de uma safra para a outra; e a ausência de chuva possibilita um amadurecimento total dos vários tipos de uvas cultivadas na região. Entre as principais variedades de uvas presentes no Vale de Colchágua estão as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère, Syrah e Malbec, que representam grande parte da produção chilena.

O cultivo das variedades brancas, apesar de em plena ascensão, ainda se dá de forma bastante reduzida se comparada às tintas; as principais uvas brancas produzidas no vale são a Chardonnay e a Sauvignon Blanc. Ambas as variedades resultam vinhos premiados e cultuados por especialistas e amantes do vinho.

Riesling

A casta Riesling é uma das grandes uvas brancas da Alemanha e uma das melhores variedades do mundo todo, capaz de conferir ao vinho incrível elegância e complexidade e uma habilidade inigualável de expressar o terroir.

Seus cachos apresentam coloração verde amarelada com tamanho médio e delicado. Os vinhos elaborados com a casta costumam ter acidez bastante destacada e são extremamente aromáticos. Os melhores brancos da casta costumam ser os varietais. A uva Riesling possui duas variações, sendo a Renana a de maior qualidade e a Itálica a que possui menor grau de expressividade.

Com textura bastante envolvente, os vinhos elaborados a partir da casta Riesling podem ser secos, meio doces ou bem doces. O que é de conhecimento sobre o cultivo da uva, é que para originar os maravilhosos e extraordinários vinhos de sobremesa, ocorrem dois processos bastante distintos.

O primeiro processo é o ato de congelar a uva antes da colheita, sendo conhecido como “eiswen” – ou vinhos de gelo. Nele a casta Riesling permanece vários dias congeladas (enquanto madura), ainda no vinhedo, por conta das baixas temperaturas em que fica exposta. Logo após serem colhidas, as uvas passam pelo processo de prensagem, tornando o vinho muito mais concentrado, já que haverá menor quantidade de água. Nesse caso os melhores exemplares são encontrados no Canadá, graças ao seu clima frio e com bastante presença de geadas.

O outro processo é quando ocorre a podridão nobre, momento em que o fungo “Botrytis Cinerea” fura a casca da uva e alimenta-se da água da casta, deixando-a desidratada e exaltando os açúcares presentes na sua composição. As uvas são colhidas e levadas para vinificação, tornando o vinho muito mais especial.

Alguns produtores estampam “dry” (seco) ou “sweet” (doce), mas isso não é suficiente perto dos tantos níveis de doçura da Riesling. Ela pode ser “medium dry” (vinho meio seco), “medium sweet” (meio doce) e por aí vai.

A forma de identificar essas propostas de vinhos Riesling é verificar a graduação alcoólica – quanto menor for mais doce será. Isso acontece porque durante a fermentação, o açúcar natural da uva vira álcool (se a conversão não acontece, permanece doce e menos alcoólico). Qualquer Riesling com mais de 11% é seco, pois quase todo seu açúcar foi transformado em álcool.

Por possuir presença de açúcar residual e tempos de guarda diferentes, os vinhos elaborados com a casta Riesling possuem maior atenção na hora da harmonização, sendo na maioria das vezes melhores quando degustados e apreciados sem a companhia de pratos.

Seus vinhos podem ser sublimes e costumam durar muito tempo. Além da Alemanha, também produz vinhos excelentes na Áustria, Alsácia e também em alguns países do Novo Mundo, como Nova Zelândia, África do Sul e Austrália.

E agora o vinho!

Na taça entrega um amarelo palha, translúcido, brilhante, com reflexos esverdeados, com rápidas e discretas lágrimas finas.

No nariz não há uma complexidade aromática, dada a proposta do vinho, mas percebe-se as notas frutadas, frutas de polpa branca e cítricas, como pera, maçã-verde, abacaxi, maracujá, pêssego, limão e um delicado toque floral e mineral.

Na boca é leve, fresco e dotado de uma delicadeza que o torna elegante, com certo volume de boca, garantido, sobretudo pela sua boa acidez, além da fruta  mais predominante em boca do que no aspecto olfativo. Tem um final de média persistência.

É incrível o quanto a Luis Felipe Edwards se supera quanto à qualidade de seus vinhos, dos mais básicos aos mais complexos, todos, diante de sua proposta, entregam com maestria qualidade, tipicidade, pois expressam com beleza o seu terroir. Alto Los Romeros é um vinho que não traz as expressividades, a estrutura e a longevidade dos Rieslings alemães, mas é um vinho fresco, leve, frutado e que expressa a jovialidade de um branco ótimo para os dias quentes e outonais. Tem 12,5% de teor alcoólico.

Aqui vale uma curiosidade sobre o nome do rótulo: “Alto Los Romeros”

Alto Los Romeros era o nome dado há muitos anos aos pitorescos prados de alecrim selvagem que crescem nos picos das colinas da propriedade vinícola em Puquillay Alto, localizado no coração do Vale Colchagua, no Chile. A uma altura de 700 metros, oferecem vistas panorâmicas deslumbrantes da Cordilheira dos Andes. Foi aqui que as vinhas originais foram plantadas e nasceu a inspiração para esta linha de vinhos.

Sobre a Luis Felipe Edwards:

A Viña Luis Felipe Edwards foi fundada em 1976 pelo empresário Luis Felipe Edwards e sua esposa. Após alguns anos morando na Europa, o casal decidiu retornar ao Chile e, ao conhecer terras do Colchágua, um dos vales chilenos mais conhecidos, se encantou. Ali, aos pés das montanhas andinas, existia uma propriedade com 60 hectares de vinhedos plantados, uma pequena adega e uma fazenda histórica que, pouco tempo depois, foi o marco do início da LFE.

De nome Fundo San Jose de Puquillay até então, o produtor, que viria a se tornar uma das maiores vinícolas do Chile anos mais tarde, começou a expandir sua atuação. Após comprar mais 215 hectares de terras no Vale do Colchágua nos anos de 1980, começou a vender vinho a granel, estudar a fundo seus vinhedos e os resultados dos vinhos, e cultivar diferentes frutas para exportação.

O ponto de virada na história da Viña Luis Felipe Edwards veio na década de 1990, quando Luis Felipe Edwards viu a expectativa do mercado sobre os vinhos chilenos. Sabendo da alta qualidade dos rótulos que criava, o fundador resolveu renomear a vinícola e passou a usar o seu próprio nome como atestado de qualidade. Após um período de crescimento e modernização, especialmente com o início das vendas do primeiro vinho em 1995, a LFE se tornou um importante exportador de vinho chileno no começo do século XX. A partir de então, o já famoso produtor começou a adquirir terras em outras regiões do país.

Na busca incessante por novos terroirs de qualidade, ele encontrou no Vale do Leyda um dos seus maiores tesouros: 134 hectares de videiras plantadas em altitude extrema, a mais de 900 metros acima do nível do mar.

Mais informações acesse:

https://www.lfewines.com/

Referências:

“Clube dos Vinhos” em: https://www.clubedosvinhos.com.br/um-passeio-pelo-vale-do-colchagua/

“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/como-escolher-um-riesling/amp/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/riesling

 

 

 

 



terça-feira, 10 de agosto de 2021

Marea Valle de Leyda Sauvignon Blanc 2012

 

O enófilo às vezes sofre por algumas “provações”, alguns dilemas. Agora vem a pergunta: Mas como sofrer por degustar a poesia líquida, por degustar grandes e especiais rótulos? A escolha, a tomada de decisão para nós que apreciamos um bom vinho pode parecer muito difícil. Pelo preço: o seu orçamento está curto e gostaria de comprar a loja inteira, mas você tem de sair dela com uma no máximo duas garrafas! E aí, como fazer para escolhê-las com tantos rótulos que julgou serem especiais? Essa é uma das mais sofridas, sem dúvida!

E quando o vinho não tem nenhuma informação no rótulo, mas algo te cativou nele, sabe-se, como a região, a casta que você nunca degustou? Eu que preciso dos requintes de detalhe do vinho, fico tenso em saber um pouco mais do rótulo e se de fato ele contempla os meus anseios de momento. São várias as situações que eu poderia elencar aqui, mas uma enredou o vinho que será o protagonista dessa resenha de hoje e ele veio do Chile, que já é uma porta de entrada no que tange a qualidade.

Eu estava como sempre, em uma de minhas incursões ao supermercado e logo me dirigi à adega para ver se tinha algumas gratas novidades. Logo vi que tinha muitas promoções, os cartazes com os preços baixos gritavam em números garrafais, hipnotizava o humilde enófilo que tentava, com seus parcos salários, comprar algum vinho e este clamava: “Me leve!”.

Contudo, diante de irresistíveis dicas, um me chamou demasiadamente a minha atenção. Já que falei em hipnotismo esse sim fez com que merecesse a minha atenção. Tomei o rótulo em minhas mãos e era um Sauvignon Blanc de uma região que estampava no rótulo e que não conhecia: Leyda, Valle de Leyda. Continuei a examiná-lo e vi que era da Viña Luis Felipe Edwards, adoro esse produtor! Já estava ficando animado. Quando vi o preço: R$ 22,90! Uau! Não é possível! Mas uma informação me deixou receoso... A safra!

2012 era a safra e estávamos em 2018! E agora? Para um branco, um Sauvignon Blanc me parecia ser bem “velhinho” e era a única garrafa! Nossa que sofrimento, que dilema! Uma garrafa de um branco da casta Sauvignon Blanc, mas a um atraente preço. Levo ou não? Decidi leva-lo, afinal, se estivesse avinagrado ou coisa do tipo, eu perderia apenas 20 e poucos reais.

Optei por abri-lo de uma vez, naquela semana! Quando a rolha, naquele característico barulhinho que se desprende da garrafa, apresentou o vinho que foi derramado na taça, em seu “primeiro round” um arrebatamento tomou de assalto em minha vida naquele momento: Que vinho! Que grande vinho! Ele estava vivo, pleno e descortinava todas as características de um grande Sauvignon Blanc! A compra fora muito bem sucedida! Então o vinho que degustei e gostei veio do Valle de Leyda, no Chile e se chama Marea, da casta Sauvignon Blanc (100%) da safra 2012. Então falemos de Valle de Leyda, antes deste vinho surpreendente.

Valle de Leyda, Valle de San Antonio

Valle de Leyda é uma região vinícola do Chile, situada a menos de 100 quilômetros da capital Santiago e é uma sub-região que fica no Valle de San Antonio. Esta região é privilegiada pela corrente fria de Humboldt proveniente do Oceano Pacífico e, por consequência, dá origem a vinhos excelentes a partir das uvas Chardonnay e Pinot Noir.

Valle de San Antonio e Valle de Leyda

Associada à produção de cevada e trigo, a região chilena rapidamente está conquistando seu espaço perante o mundo dos vinhos de alta qualidade. Os primeiros produtores apareceram na região em 1990, atraídos por um terroir ideal para a elaboração de uvas premiadas. Com o investimento de uma família produtora de vinhos, obteve-se a construção de um gasoduto de 8 quilômetros para canalizar a água do rio Maipo – potencializando o cultivo das vinhas.

A região de Valle de Leyda está localizada em um conjunto de colinas ao lado da faixa costeira que protege a faixa central do país de influências oceânicas. Trata-se de uma região vinícola localizada ao sul da fria região de Valle de Casablanca.

As brisas frias do oceano e a névoa da manhã moderam as temperaturas da área, mais baixas do que sua altitude indica. Estas temperaturas frescas são complementadas pela elevada incidência solar durante o período de crescimento das vinhas, proporcionando que as uvas amadureçam completamente e desenvolvam excelente complexidade, mantendo seus níveis de acidez equilibrados.

Leyda Valley é uma das zonas vinícolas em maior ascensão do Chile, atraindo a atenção de muitos críticos e especialistas do mundo do vinho com o decorrer dos últimos anos. Além de produzir alguns dos melhores vinhos chilenos Pinot Noir e Chardonnay, a região é responsável também pela elaboração de excelentes vinhos Syrah e Sauvignon Blanc.

E agora finalmente o vinho!

Na taça o vinho apresenta uma viva, intensa e brilhante cor amarela, com alguns traços esverdeados com poucas e finas lágrimas que logo se dissipavam.

No nariz uma exuberância explosão de aromas de frutas brancas e tropicais frescas, como groselha verde, maracujá, abacaxi, pera, maçã-verde, além de notas cítricas vívidas.

Na boca se revelou com alguma estrutura, com um incrível volume de boca, mas equilibrado, redondo e extremamente elegante. A acidez muito alta, mas que não agride, pelo contrário, entregava um frescor maravilhoso apesar dos 6 anos de safra, com toques minerais e de especiarias, talvez pimenta. Tem um final frutado e prolongado.

Um grande vinho! Um vinhaço! Exuberância é um bom adjetivo para este rótulo que estava lá esquecido, a um preço que certamente estava bem abaixo por ter uma safra “antiga” para a sua proposta. Desconheciam os gerentes do supermercado de onde comprei este vinho que ele estava vivo, intenso, pleno, com todas as suas características presentes na taça, no olfato e no paladar. Um vinho saboroso e que ousaria em dizer que teria mais alguns anos pela frente. Um achado, um valioso e especial rótulo que, diante da situação que se apresentava naquela gôndola, certamente, em um momento “racional” ninguém levaria por receoso. Mas diante desta experiência aprendi que a emoção do sentimento, o “feeling”, o coração precisa ser ouvido. Tem teor alcoólico de 13,5%.

Sobre a Viña Luis Felipe Edwards:

A Viña Luis Felipe Edwards foi fundada em 1976 pelo empresário Luis Felipe Edwards e sua esposa. Após alguns anos morando na Europa, o casal decidiu retornar ao Chile e, ao conhecer terras do Colchágua, um dos vales chilenos mais conhecidos, se encantou. Ali, aos pés das montanhas andinas, existia uma propriedade com 60 hectares de vinhedos plantados, uma pequena adega e uma fazenda histórica que, pouco tempo depois, foi o marco do início da LFE.

De nome Fundo San Jose de Puquillay até então, o produtor, que viria a se tornar uma das maiores vinícolas do Chile anos mais tarde, começou a expandir sua atuação. Após comprar mais 215 hectares de terras no Vale do Colchágua nos anos de 1980, começou a vender vinho a granel, estudar a fundo seus vinhedos e os resultados dos vinhos, e cultivar diferentes frutas para exportação.

O ponto de virada na história da Viña Luis Felipe Edwards veio na década de 1990, quando Luis Felipe Edwards viu a expectativa do mercado sobre os vinhos chilenos. Sabendo da alta qualidade dos rótulos que criava, o fundador resolveu renomear a vinícola e passou a usar o seu próprio nome como atestado de qualidade. Após um período de crescimento e modernização, especialmente com o início das vendas do primeiro vinho em 1995, a LFE se tornou um importante exportador de vinho chileno no começo do século XX. A partir de então, o já famoso produtor começou a adquirir terras em outras regiões do país.

Na busca incessante por novos terroirs de qualidade, ele encontrou no Vale do Leyda um dos seus maiores tesouros: 134 hectares de videiras plantadas em altitude extrema, a mais de 900 metros acima do nível do mar.

Mais informações acesse:

https://www.lfewines.com/

Referências:

“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-de-leyda

Degustado em: 2018

 

 

 

 

 




sábado, 5 de junho de 2021

La Moneda Reserva Malbec 2018

 

Com a degustação de hoje alguns tabus que insistem em circular no universo do vinho cairão! Falo com eloquência e convicção porque é preciso e urgente. Visões pré-concebidas, equívocos históricos e até comportamentos intolerantes e depreciativos precisam cair por terra, afinal, vinho é sinônimo de prazer, alegria e celebração e não pode e nem deve estar atrelado a questões e sentimentos tão mesquinhos e pequenos. Temos um, “menos brando” e que está no campo dos equívocos é que Malbec bom tem de ser argentino e pesadão, encorpado e amadeirado. É, de fato, indiscutível que o melhor Malbec do planeta está localizado na emblemática região de Mendoza, na Argentina, é sabido também que um Malbec encorpado, com passagem por barrica de carvalho também é maravilhoso.

Mas por que não degustarmos um Malbec de outro país e que não seja tão barricado e que plenamente valorize as características mais genuínas da cepa, um vinho franco, frutado, sem muita complexidade. Já experimentou? Já tentou? Pode parecer difícil encontrar vinhos Malbec com essa proposta e é mesmo, afinal é mais prático e “seguro” encontrar aquele Malbecão potente e amadeirado, mas quando se tem dedicação em garimpar e conhecer as características de um Malbec mais direto e frutado, jovem e se essas se identificam com você, com o que você está procurando no momento, eu vos digo: Por que não?

Infelizmente o vinho no Brasil está ligado a status e poder e um Malbec, sempre famoso, amadeirado é mais caro e aquele mais em conta sempre são taxados de simplórios e inexpressivos, mas é uma pena que ainda o dito apreciador de vinho não tenha a capacidade de discernir que são propostas, simplesmente propostas. Mas o Malbec que degustei vem do Chile, sim, do Chile! Confesso que, quando o comprei, eu não sabia que havia produção de rótulos dessa casta em profusão no Chile e logo me interessou e é um vinho que, apesar de ostentar em seu rótulo o “reserva”, este não passou por barrica de carvalho. Arrisquei, sem medo algum, até porque também o valor estava muito convidativo, em torno de R$ 32,00! Porém confesso também que o que mais me chamou a atenção também foi um prêmio que esse vinho conquistou em Londres, na sua safra de 2015, como um dos melhores vinhos mais baratos do mundo! Não ligo para medalhas e prêmios, afinal degusto o vinho e não pontuações, mas não há como negligenciar esse reconhecimento.

Então é chegada a hora de apresenta-lo! O vinho que degustei e gostei veio da essencial região chilena do Valle Central e se chama La Moneda Reserva da casta Malbec e a safra é 2018. E para coroar os seus predicados (e que qualidades, trata-se de um excelente vinho barato) pertence a um dos meus produtores preferidos a Viña Luis Felipe Edwards que, a cada ano, cresce vertiginosamente se tornando uma das mais importantes vinícolas do Chile e do mundo e o La Moneda Malbec sintetiza isso com extrema fidelidade.

E antes de falar propriamente do vinho falemos do importante prêmio que este ganhou, a safra de 2015 que, quando descobri e fui a busca para tentar adquirir a referida safra, infelizmente cheguei um pouco tarde tendo a safra 2018 disponível para venda, mas que não me arrependi nem um pouco de compra-lo. O La Moneda Reserva Malbec conquistou o título de título de Platinum Best in Show no ano de 2015 no Decanter World Wine Awards, promovida pela respeitada revista britânica Decanter, onde mais de 200 especialistas experimentaram milhares de vinhos (sempre às cegas), despindo os preconceitos de que valores de vinho nem sempre está ligado à qualidade.

Um vinho com a assinatura da Luis Felipe Edwards, com a tipicidade de uma das regiões chilenas mais emblemáticas, uma das minhas favoritas e que não me canso de falar; Valle Central! E já que não me canso de falar, que as linhas da história do Valle Central apareçam!

Valle Central: o centro vitivinícola do Chile

Valle Central, ou Central Valley como é conhecida, é uma região vinícola do Chile, estando entre uma das mais importantes áreas produtoras de vinho de toda a América do Sul, em termos de volume. Além disso, o Central Valley é uma das regiões que mais se destaca com relação a extensão, indo desde o Vale do Maipo até o final do Vale do Maule. Uma ampla variedade de vinhos é produzida na região, elaborados a partir de uvas cultivadas em diferentes terrenos. Tal exemplar vão desde vinhos finos e elegantes, como os produzidos em Bordeaux, até os vinhedos mais velhos e estabelecidos em Maule. A região do Valle Central é também lar de diversas variedades de uvas, porém, as plantações são ocupadas pelas castas Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc, Merlot, Chardonnay e Syrah. A uva ícone do Chile, a Carmenère, também é importante na região, assim como a Malbec é referência em Mendoza, do outro lado dos Andes. As áreas mais frias do Central Valley estão ganhando cada vez mais destaque perante o mundo dos vinhos, onde são cultivadas as uvas Riesling, Viognier e até mesmo a casta Gewürztraminer. O Central Valley é dividido em quatro sub-regiões vinícolas, de norte a sul, cada qual com características e diferenças marcantes. O Maipo é a sub-região mais histórica do país, onde as vinhas são cultivadas desde o século XVI, abrigando as videiras mais antigas existentes na região. O Rapel Valley é lar das tradicionais sub-regiões Cachapoal e Colchagua, enquanto Maule Valley é uma das sub-regiões vinícolas mais prolíferas de toda a América do Sul. Por fim, a última sub-região Curico Valley foi a pioneira no cultivo vinícola na década de 1970, onde Miguel Torres deu início a vinicultura moderna.

Valle Central

A Cabernet Sauvignon pode ser cultivada com sucesso tanto no Vale do Maipo quanto no Vale de Rapel, cada um por um motivo diferente. No Vale de Rapel, a presença de um solo rochoso e com baixa atividade freática (pouca disponibilidade hídrica) aliado à alta taxa de amplitude térmica (diferença entre a maior e a menor temperatura nessa área em um dia) vai favorecer o grau de maturação da Cabernet Sauvignon, aprofundando seu sabor. Essa parte do vale, portanto, produz uvas com um sabor mais profundo e maduro. Já a Cabernet Sauvignon que é cultivada no vale do Maipo (de onde provém mais da metade da produção dessa cepa) conta com a influência direta do Rio Maipo. Onde as águas do rio servem para regular a temperatura e fornecer a irrigação dos vinhedos. E para não deixar de destacar a área a sotavento da Cordilheira da Costa, o Vale do Curicó possui um clima quente e úmido, já que todo o ar frio é impedido de passar pela barreira natural da montanha. Quem se beneficia com isso é a produção de Carménère, que por tamanha perfeição em seu desabrochamento são conhecidos por todo o mundo, não sendo surpresa o fato de que somente desse Vale derivem vinhos para mais de 70 países ao redor do mundo. Em outras palavras, o Vale Central se constitui como uma mina de ouro de cepas premiadas e irrigadas com tradição centenária. O Valle Central é uma área plana, localizada na Cordilheira Litoral e Los Andes, caracterizada por seus interessantes solos de argila, marga, silte e areia, que oferece ao produtor uma extraordinária variedade de terroirs. Excepcionalmente adequada para a viticultura, o clima da região é mediterrâneo e se traduz em dias de sol, sem nuvens, em um ambiente seco. A coluna de 1400 km de vinhas é resfriada devido à influência gelada da corrente de Humboldt, que se origina na Antártida e penetra no interior de muito mais frio do que em águas da Califórnia. Outra importante influência refrescante é a descida noturna do ar frio dos Andes.

E agora o artista do espetáculo: o vinho!

Na taça entrega um rubi intenso, profundo, mas tem entornos violáceos que brilha reluzente, com lágrimas grossas e abundantes que logo se dissipam das paredes do copo.

No nariz traz a exuberância de frutas negras como ameixa, amora e cereja negra e especiarias, diria com um toque herbáceo, talvez pimentão, que é o destaque nesse aspecto do vinho.

Na boca é seco, saboroso, um bom volume em boca, que traz a sensação de alguma estrutura, mas muito fácil de degustar, sendo equilibrado, harmonioso, com taninos polidos, macios e uma acidez equilibrada que garante ao vinho um frescor e vivacidade. Tem um final curto.

Vamos nos despir de preconceitos, de visões pré-concebidas que nos impede de descobrir novos rótulos, novas experiências sensoriais. Não mensure a qualidade de vinho por preço, não o utilize como status econômico e social, se permita degustar novas propostas, novas regiões, novas castas, leia, se informe, busque as informações que, além do ganho cognitivo, trará novas opções de rótulos, de vinhos, de prazer! É isso: prazer! Vinho é saúde, prazer e celebração! O La Moneda Reserva proporciona tudo isso: prazer, estímulo a celebração e derruba alguns dos grandes tabus que ainda insistem em assombrar o universo do vinho: um vinho barato, frutado no aroma, saboroso no paladar, com alguma estrutura, créditos da Malbec, mas fácil de degustar, fazendo do mesmo um vinho versátil e ideal para degustar de forma despretensiosa, rodeada de amigos, mas imponente como todo o Malbec é e tem de ser. Imponente por ser expressivo, pelo fato de fidelizar as características essenciais da cepa. Teor alcoólico de 12,5%.

Sobre a Viña Luis Felipe Edwards:

A Viña Luis Felipe Edwards foi fundada em 1976 pelo empresário Luis Felipe Edwards e sua esposa. Após alguns anos morando na Europa, o casal decidiu retornar ao Chile e, ao conhecer terras do Colchágua, um dos vales chilenos mais conhecidos, se encantou. Ali, aos pés das montanhas andinas, existia uma propriedade com 60 hectares de vinhedos plantados, uma pequena adega e uma fazenda histórica que, pouco tempo depois, foi o marco do início da LFE. De nome Fundo San Jose de Puquillay até então, o produtor, que viria a se tornar uma das maiores vinícolas do Chile anos mais tarde, começou a expandir sua atuação. Após comprar mais 215 hectares de terras no Vale do Colchágua nos anos de 1980, começou a vender vinho a granel, estudar a fundo seus vinhedos e os resultados dos vinhos, e cultivar diferentes frutas para exportação. O ponto de virada na história da Viña Luis Felipe Edwards veio na década de 1990, quando Luis Felipe Edwards viu a expectativa do mercado sobre os vinhos chilenos. Sabendo da alta qualidade dos rótulos que criava, o fundador resolveu renomear a vinícola e passou a usar o seu próprio nome como atestado de qualidade. Após um período de crescimento e modernização, especialmente com o início das vendas do primeiro vinho em 1995, a LFE se tornou um importante exportador de vinho chileno no começo do século XX. A partir de então, o já famoso produtor começou a adquirir terras em outras regiões do país. Na busca incessante por novos terroirs de qualidade, ele encontrou no Vale do Leyda um dos seus maiores tesouros: 134 hectares de videiras plantadas em altitude extrema, a mais de 900 metros acima do nível do mar.

Mais informações acesse:

https://www.lfewines.com/

Referências:

“Portal Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-central

“Portal Winepedia”: https://www.wine.com.br/winepedia/enoturismo/valle-central-chile/

“Portal Enologuia”: https://enologuia.com.br/regioes/186-o-vale-central-no-chile-ponto-de-encontro-de-vinhos-reconhecidos-mundialmente





sábado, 10 de abril de 2021

Autoritas Reserva Cabernet Sauvignon 2017

 

Sabe aquele Cabernet Sauvignon frutado, redondo, equilibrado, mas com personalidade, alguma expressividade e ainda ter um custo extremamente atrativo, o famoso “vinho baratinho”? Pois é estimados leitores, acreditem se quiserem, existe sim e que vem do Chile, a terra do Cabernet Sauvignon potente e robusto, aqueles “carnudos” que parece que comemos com garfo e faca de tão encorpados. Que fique bem claro que não tenho nenhuma objeção com relação a essa proposta de Cabernet Sauvignon, mas é possível, muito possível, encontrarmos vinhos dessa cepa com um valor acessível e, ao mesmo tempo entregar muito além do que se esperava. Ah esses vinhos que nos surpreendem...

E o vinho mencionado já foi degustado em outras oportunidades, em outra safra e, nesta ocasião, eu buscava uma proposta atraente de custo X qualidade, eu buscava preço baixo e o risco é alto, afinal, além do preconceito de que o vinho barato não presta, podemos, por outro lado, alimentar uma grande expectativa acerca de um rótulo cuja proposta é mais básica. Mas o vinho surpreendeu, um vinho que me arrebatou por inteiro, foi uma explosão sensorial!

Mas confesso que a procedência também ajudou bastante e diria que teve a preponderância e direi que foi a grande escolha, afinal um produtor de renome mundial e sendo do Chile, um Cabernet Sauvignon do Chile! Ah evidente que não poderia ter um erro completo! O vinho em questão era o belíssimo Autoritas Reserva Cabernet Sauvignon da safra 2015

Então está revelado o vinho que degustei e gostei que veio, claro, do Chile, da região do Vale do Colchagua e é o Autoritas Reserva Cabernet Sauvignon da safra 2017. Mas uma “rodada” dessa linha muito interessante da Autoritas da emblemática vinícola Luis Felipe Edwards. Não posso negligenciar a degustação do Autoritas Chardonnay também que foi outro vinho que me impressionou pela leveza e informalidade, bem diferente dos “pesadões” Chardonnays chilenos. E ainda teve a grata surpresa do valor pago. Essa linha de rótulos já tem um valor bem acessível ao bolso, mas no dia em que estive fazendo as minhas visitas ao supermercado, tive a sorte grande de encontra-lo a um incrível valor de R$ 22,90! Pasmem! Pasmem!! Antes de falarmos do tão esperado  vinho, falemos de uma tradicional região do Chile que vale a pena produzir algumas linhas: Vale do Colchagua.

Vale do Colchagua

O Vale do Colchágua está localizado à aproximadamente 180 km de Santiago no centro do país, exatamente entre a Cordilheira dos Andes e o Pacífico. É cortado pelas águas do rio Tinguiririca, suas principais cidades são San Fernando e Santa Cruz, e possui algumas regiões de grande valor histórico e turístico como Chimbarongo, Lolol ou Pichilemu. Colchágua significa na língua indígena “lugar de pequenas lagunas”.

Vale do Colchagua

A fertilidade de suas terras, a pouca ocorrência de chuva e constante variação de temperatura possibilita o cultivo de mais de 27 vinhas, que, com o manejo certo nos grandes vinhedos da região e padrões elevados no processo de produção, faz com que os vinhos produzidos no vale sejam conhecidos internacionalmente, com alto conceito de qualidade. Clima estável e seco (que evita as pragas), no verão, muito sol e noites frias, solo alimentado pelo degelo dos Andes e pelos rios que desaguam no Pacífico, o Vale de Colchágua é de fato um paraíso para o cultivo de uvas tintas e produção de vinhos intensos. Em Colchágua, predomina o clima temperado mediterrâneo, com temperaturas entre 12ºC como mínima e 28ºC, máxima no verão e 12ºC e 4ºC, no inverno. Com este clima estável é quase nenhuma variação de uma safra para a outra; e a ausência de chuva possibilita um amadurecimento total dos vários tipos de uvas cultivadas na região. Entre as principais variedades de uvas presentes no Vale de Colchágua estão as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère, Syrah e Malbec, que representam grande parte da produção chilena. O cultivo das variedades brancas, apesar de em plena ascensão, ainda se dá de forma bastante reduzida se comparada às tintas; as principais uvas brancas produzidas no vale são a Chardonnay e a Sauvignon Blanc. Ambas as variedades resultam vinhos premiados e cultuados por especialistas e amantes do vinho.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, vivo e com reflexos violáceos, com lágrimas finas e abundantes.

No nariz explodem os aromas frutados, frutas vermelhas como cereja, framboesa, com notas agradáveis de madeira, bem integradas ao conjunto do vinho, devido a passagem de 6 meses por barricas de carvalho, baunilha e toques de especiarias e pimentão.

Na boca é seco, saboroso, macio, mas com alguma estrutura, as frutas vermelhas em destaque, como no aspecto olfativo. A madeira aparece, mas em perfeito equilíbrio com o vinho, deixando sobressair as características da cepa. Tem taninos finos, sedosos, boa acidez e um final de média persistência.

A palavra “Autoritas” vem do latim auctoritas, que significa prestígio, honra, respeito, autoridade. Esses valores foram o que inspirou a criação desta marca, desenvolvida por Luis Felipe Edwards Family Wines. A crista (brasão) da família, presente em cada garrafa, é o selo que reúne esses valores, passados ​​de geração em geração e expressos em cada copo da Autoritas. Esse prestígio é a assinatura desse produtor que, graças aos seus rótulos, independente de valores e propostas, foi conquistado ao longo desses anos. E é com autoridade que conquistou o meu coração definitivamente. A cada experiência sensorial com a linha “Autoritas” traz a certeza de que a tradição, qualidade e idoneidade personificam em tipicidade, o terroir dentro de uma garrafa que vai diretamente para a taça, para a nossa taça, a nossa degustação de cada dia. Um vinho redondo, honesto e, primordialmente, com um valor justo, que cabe no bolso em tempos bicudos! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Viña Luis Felipe Edwards:

A Viña Luis Felipe Edwards foi fundada em 1976 pelo empresário Luis Felipe Edwards e sua esposa. Após alguns anos morando na Europa, o casal decidiu retornar ao Chile e, ao conhecer terras do Colchágua, um dos vales chilenos mais conhecidos, se encantou. Ali, aos pés das montanhas andinas, existia uma propriedade com 60 hectares de vinhedos plantados, uma pequena adega e uma fazenda histórica que, pouco tempo depois, foi o marco do início da LFE. De nome Fundo San Jose de Puquillay até então, o produtor, que viria a se tornar uma das maiores vinícolas do Chile anos mais tarde, começou a expandir sua atuação. Após comprar mais 215 hectares de terras no Vale do Colchágua nos anos de 1980, começou a vender vinho a granel, estudar a fundo seus vinhedos e os resultados dos vinhos, e cultivar diferentes frutas para exportação. O ponto de virada na história da Viña Luis Felipe Edwards veio na década de 1990, quando Luis Felipe Edwards viu a expectativa do mercado sobre os vinhos chilenos. Sabendo da alta qualidade dos rótulos que criava, o fundador resolveu renomear a vinícola e passou a usar o seu próprio nome como atestado de qualidade. Após um período de crescimento e modernização, especialmente com o início das vendas do primeiro vinho em 1995, a LFE se tornou um importante exportador de vinho chileno no começo do século XX. A partir de então, o já famoso produtor começou a adquirir terras em outras regiões do país. Na busca incessante por novos terroirs de qualidade, ele encontrou no Vale do Leyda um dos seus maiores tesouros: 134 hectares de videiras plantadas em altitude extrema, a mais de 900 metros acima do nível do mar.

Mais informações acesse:

https://www.lfewines.com/

Referências:

Site Clube dos Vinhos em: https://www.clubedosvinhos.com.br/um-passeio-pelo-vale-do-colchagua/

 




quinta-feira, 28 de maio de 2020

Autoritas Reserva Cabernet Sauvignon 2015


Estava a procura de um vinho que me surpreendesse, que me entregasse certa robustez, estrutura, personalidade e que me custasse pouco, que não doesse tanto ao bolso. Às vezes eu acordo com esse ímpeto em seguir um caminho deveras bem delimitado, definido. Mas, por outro lado, pode se tornar uma missão impossível de encontrar um vinho com tais características a um preço baixo, acessível a bolsos de meros mortais como eu. Fui às compras, fui a busca do que queria. E não é que encontrei esse vinho! O mundo do vinho, quando livre de preconceitos, de visões pré-concebidas, conseguimos “enxergar” o que queremos, a luz se faz forte, iluminando as nossas pretensões e caminhos.

Mas a procedência me ajudou e muito e digo que foi preponderante para a minha bem sucedida escolha e que escolha, foi A escolha, que foi o produtor! Então, sem mais delongas, o vinho que degustei e gostei veio do Chile, da região de Colchagua, e é da tradicional e bem sucedida Luis Felipe Edwards, o Autoritas, da casta Cabernet Sauvignon da safra 2015.

Antes de falar do vinho, vamos as curiosidades. A palavra “Autoritas” vem do latim auctoritas, que significa prestígio, honra, respeito, autoridade. Esses valores foram o que inspirou a criação desta marca, desenvolvida por Luis Felipe Edwards Family Wines. A crista (brasão) da família, presente em cada garrafa, é o selo que reúne esses valores, passados ​​de geração em geração e expressos em cada copo da Autoritas.

O vinho:

Na taça apresenta uma linda cor vermelha intensa, escuro com entornos violáceos, com lágrimas em abundância e lágrimas finas que dissipam vagarosamente das paredes do copo.

No nariz tem uma explosão aromática de frutas vermelhas, com toques de especiarias, baunilha e a madeira discreta, bem integrada, devido aos 6 meses de passagem por barricas de carvalho.

Na boca tem estrutura, de médio corpo a encorpado, mostrando a potência da Cabernet Sauvignon, na sua mais sublime essência, mas muito macio e fácil de degustar, um toque leve de torrefação, taninos redondos e gordos, mas domados, com boa acidez e um final persistente e frutado.

A verdadeira concepção do vinho tipicamente chileno, um Cabernet Sauvignon de personalidade marcante, mas harmonioso, fácil de beber, redondo e a contundente prova de que vinhos com essa proposta pode sim ter um custo acessível a todos os bolsos, democratizando ou pelo menos ajudando a disseminar a cultura do vinho entre todos, indistintamente. Tem 13,5% de teor alcoólico. Ah, o valor foi de R$ 35,90!

Sobre a Viña Luis Felipe Edwards:

A Viña Luis Felipe Edwards foi fundada em 1976 pelo empresário Luis Felipe Edwards e sua esposa. Após alguns anos morando na Europa, o casal decidiu retornar ao Chile e, ao conhecer terras do Colchágua, um dos vales chilenos mais conhecidos, se encantou. Ali, aos pés das montanhas andinas, existia uma propriedade com 60 hectares de vinhedos plantados, uma pequena adega e uma fazenda histórica que, pouco tempo depois, foi o marco do início da LFE. De nome Fundo San Jose de Puquillay até então, o produtor, que viria a se tornar uma das maiores vinícolas do Chile anos mais tarde, começou a expandir sua atuação. Após comprar mais 215 hectares de terras no Vale do Colchágua nos anos de 1980, começou a vender vinho a granel, estudar a fundo seus vinhedos e os resultados dos vinhos, e cultivar diferentes frutas para exportação. O ponto de virada na história da Viña Luis Felipe Edwards veio na década de 1990, quando Luis Felipe Edwards viu a expectativa do mercado sobre os vinhos chilenos. Sabendo da alta qualidade dos rótulos que criava, o fundador resolveu renomear a vinícola e passou a usar o seu próprio nome como atestado de qualidade. Após um período de crescimento e modernização, especialmente com o início das vendas do primeiro vinho em 1995, a LFE se tornou um importante exportador de vinho chileno no começo do século XX. A partir de então, o já famoso produtor começou a adquirir terras em outras regiões do país. Na busca incessante por novos terroirs de qualidade, ele encontrou no Vale do Leyda um dos seus maiores tesouros: 134 hectares de videiras plantadas em altitude extrema, a mais de 900 metros acima do nível do mar.

Mais informações acesse:


Degustado em: 2017