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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Nativa Reserva Carménère 2015


Estava em um supermercado e, como de costume, vou ao setor de vinhos para olhar alguns rótulos, nem sempre com a obrigação, a intenção de comprar alguma garrafa, apenas, em alguns casos, ver, como um bom e fiel enófilo. Até que avistei, em meio a poeira e meio que jogado de lado, no fundo da gôndola, um vinho chileno com um peculiar rótulo, simples, mas muito bonito e no mínimo sugestivo, com uma exuberante vegetação. Deduzi se tratar de um vinho orgânico e bingo! Era um vinho produzido com conceitos sustentáveis, um vinho, como alguns carinhosamente chamam, de “natureba” ou ecológico. O valor do vinho era muito baixo para um vinho orgânico vendido no Brasil que, convenhamos é exorbitante. Este estava, pasmem, na faixa dos R$ 25,00! Confesso que, de início, fiquei curioso pelo apresentação estética e o preço muito atraente, me estimulou em compra-lo, mas estava receoso. Será que é ruim? Mas decidi arriscar e afinal, se acaso fosse ruim, não teria gastado tanto. E, mesmo no escuro, pois no rótulo e contra rótulo não tinha tanta informação e não sou muito simpático em comprar vinhos dessa forma, e comprei.

O vinho é maravilhoso! Surpreendentemente bom! E de taça cheia e muito satisfeito do vinho que estava degustando e gostando, me aprofundei nos seus detalhes técnicos. O vinho, que se chama “Nativa”, da linha reserva, é um projeto da emblemática e tradicional vinícola chilena, Viña Carmen, com um corte das castas Carmenère (90%), Cabernet Sauvignon (5%) e Syrah (5%) da safra 2015 e produzido no Vale Central.

Na taça tem um impressionante vermelho rubi intenso, escuro e brilhante que, ao deslizar na taça, mostra-se caudaloso, com uma abundância de lágrimas finas que tingia as paredes do copo.

No nariz tem uma explosão aromática de frutas negras, com toques fantásticos de especiarias como pimenta negra e pimentão vermelho e notas de café, torrefação e baunilha.

Na boca é seco, estruturado, frutado, bem equilibrado, com taninos presentes, mas finos e sedosos, com acidez instigante, amadeirado e toques de baunilha, graças aos 8 meses de passagem por barricas de carvalho, conferindo-lhe alguma complexidade. Tendo ainda um final longo e persistente.

Um vinho arrebatador, surpreendente, com personalidade marcante, mas fácil de degustar. Gastronômico, harmoniza bem com massas condimentadas, carnes e queijos gordurosos. Com 14% de teor alcoólico.

Sobre o Projeto “Nativa”:

A Nativa nasceu em 1995 como parte da Viña Carmen, uma das vinícolas mais prestigiadas do Chile. Quatro anos depois, em 1999, a Nativa se tornou o primeiro vinho chileno elaborado com uvas orgânicas certificadas. A partir daí, a Nativa continuou desenvolvendo vinhos com as uvas Cabernet Sauvignon e Chardonnay do Vale Alto Maipo, obtendo excelente prestígio internacional e reconhecimentos importantes da imprensa especializada. Em 2007, a Nativa começa a trabalhar em estreita colaboração com produtores de uva cultivados organicamente no vale Maipo e em 2008 a Nativa recebe as primeiras uvas orgânicas de suas próprias vinhas em Marchigüe, no vale de Colchagua. Em 2009, foi criada a empresa Nativa Eco Wines, que se tornou parte do portfólio do Grupo Santa Rita, fortalecendo seu sólido compromisso com a agricultura orgânica, a sustentabilidade e um plano ambicioso para o futuro.

Sobre a Viña Carmen:

A Viña Carmen foi fundada em 1850 por Christian Lanz e batizada de "Carmen" em homenagem a sua amada esposa. A vinha possui mais de 160 anos de experiência marcados por grandes marcos e sucessos obtidos graças à sua experiência, seu patrimônio enológico e sua busca incansável por qualidade e excelência. Em meados do século XIX, o Chile, como país independente, começou a ver a indústria do vinho como um importante negócio voltado para a exportação. É por isso que os principais produtores se concentraram na qualidade do produto para serem percebidos mundialmente como um país competitivo. Com novos ares de crescimento, expansão e inovação, a Viña Carmen busca alcançar a mais alta qualidade e competitividade de seus vinhos. Um evento enológico de grande relevância no mundo que marcou um antes e um depois na indústria vinícola nacional e internacional. Após essa descoberta, Carmen se tornou uma força motriz por trás do desenvolvimento da Carmenère no Chile. A redescoberta do Carmenère em uma das vinhas de Carmen, especificamente no vale do Alto Maipo, é um marco histórico que retornou ao patrimônio mundial do vinho, uma espécie que se acreditava estar extinta há anos, depois de ter sido infectada pela praga da filoxera na região na metade do século XIX.



Mais informações acesse:


https://www.carmen.com/es/br/

Degustado em: 2018