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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Ysern Tannat 2007 e Ysern Tannat Roble 2013


Eu sou um assíduo defensor das variadas propostas do vinho. Prefiro não aceitar que exista vinho ruim, de baixa qualidade ou aquele vinho superior, apenas propostas de vinhos que não podem ser comparadas, a não ser que seja dentro das próprias propostas. Explico: Você não pode comparar um vinho de entrada, mais básico da vinícola com um barricado, mais complexo. Beira a injustiça! Infelizmente ainda pensamos de uma forma pré-concebida, que os vinhos baratos são ruins e de má qualidade. Nem todos! Não se engane que os caros sempre agradarão! Não devemos, a meu ver, encarar o vinho como status ou “grife”, ou seja, quanto mais caro melhor. Não podemos negligenciar o fator orgânico, que varia de degustador para degustador. Falo tudo isso porque tive uma satisfatória experiência com uma mesma linha de rótulos, uma básica e outro um pouco mais complexo, de um mesmo produtor e vou falar dos dois ao mesmo tempo.

Os vinhos que degustei e gostei são: Ysern da casta Tannat, da safra 2007, um vinho mais básico da vinícola tradicional uruguaia chamada Bodegas Carrau, e um mais complexo, também da linha Ysern, da linha “Roble” (Com passagem por barrica de carvalho), da safra 2013. Ambos são considerados “Blends de regiões”, ou seja, um varietal, neste caso da casta Tannat, que veio de duas regiões: Cerro Chapéu, que fica em Rivera (25%) e da região de Las Violetas, em Montevidéo (75%). Veja no mapa estas e as outras principais regiões vitivinícolas do Uruguai.


Sobre os vinhos:

Ysern Tannat 2007:

Na taça apresenta um vermelho rubi com reflexos violáceos com pouca incidência de lágrimas.

No nariz tem aroma de frutas vermelhas como morango, amora com um toque de especiarias, como pimenta do reino.

Na boca é frutado, seco, de leve para médio, redondo, harmonioso, com taninos sedosos e acidez quase imperceptível, com um final agradável, frutado e saboroso. Com 13% de teor alcoólico.

Ysern Tannat Roble 2013:

Na taça tem um vermelho rubi profundo, escuro meio acastanhado nas bordas com abundância de lágrimas, finas, que demoravam a dissipar desenhando as paredes do copo.

No nariz é extremamente aromático, revelando frutas negras com toques de especiarias, um toque abaunilhado, de torrefação e madeira muito bem integrada ao vinho, graças aos 9 meses de passagem por barrica de carvalho.

Na boca reproduzem-se as impressões olfativas sendo estruturado e complexo, devido também à passagem por madeira com taninos gulosos, presentes, mas redondos, com boa acidez. Um vinho de marcante personalidade, equilibrado, mas muito fácil de degustar. Com 13,5% de teor alcoólico.

Uma grande e satisfatória experiência com vinhos, embora distintos, mas muito bem feitos, corroborando a história plena e altiva da produção uruguaia dos vinhos da casta Tannat. Ouvi de alguém, não me recordo quem, de que a melhor forma de confirmar se um produtor é idôneo e que produz, com excelência, seus vinhos, e degustar os seus vinhos, mas básicos, de entrada. Por isso que, quando adquiri o de entrada da linha “Ysern” e degustei e gostei, não hesitei em comprar a linha “Roble”. Se permita a degustar todos os vinhos em todas as suas propostas, indiscriminadamente.

Sobre a Bodegas Carrau:

A tradição secular de uma família em um panorama que fortalece o crescimento dos bons vinhos uruguaios em pleno andamento dia a dia. A presença da família Carrau é um fato indesculpável desse processo no quadro de uma longa história que começa na Catalunha. Bodegas Carrau estabelece a qualidade constante como objetivo principal. comércios nobres são muitas vezes alojados na tradição familiar dentro da prática repetida passada de pai para filho. Dos avós aos netos, uma longa carreira de perfeição um dia foi cumprida na antiga mídia comercial. Parte disso ainda subsiste no campo dos enólogos que se prezam. Por esse motivo, a Família Carrau ainda preserva como um documento precioso que afirma que, em 2 de abril de 1752, Dom Francisco Carrau Vehils comprou a primeira vinha da família na Catalunha. Em 6 de fevereiro de 1783, o notário declara que foi esse o caso e que a vinha está em Vilassar de Mar. Hoje incorporado no corpo de Barcelona. Em 1840, Juan Carrau Ferrés dedicou-se ao negócio do vinho e também aos livros de sua vinícola, que eram zelosamente guardados por seus atuais herdeiros. Seu neto Juan Carrau Sust, formado em vinicultura em Villa Franca del Penades, concorda com a transferência, um verdadeiro transplante de família no Uruguai. Em 1930 Juan Carrau Sust chega com sua esposa Catalina Pujol e cinco filhos no Uruguai, entre eles Juan Francisco Carrau Pujol . A Carrau Sust se une à fundação da Vinícola Santa Rosa, que entre 1930 e 1940. Cresce com a tecnologia fornecida pelo viticultor catalão, que também fornece ao Uruguai o método champenoise e outros vinhos especiais. Em 1976, fundou Bodegas Carrau,  um projeto de grande ambição, para o qual importou videiras livres de vírus de seleção clonal com critérios revolucionários para a época. O projeto em andamento foi declarado de interesse nacional em novembro de 1977, pois, entre outras razões, o objetivo era exportar e divulgar os vinhos uruguaios no mercado internacional. A importância desse empreendimento justifica o fato de ser considerado o ponto de partida de uma nova etapa na Viticultura Nacional. Para implementar adequadamente, além das vinhas Cerro chapeu, a nova empresa adquire a vinícola Pablo Varzi, fundada em 1887 e faz parte da contribuição italiana para a história do vinho uruguaio.

Mais informações acesse:


Ysern Tannat 2007 degustado em 2015

Ysern Tannat Roble 2013 degustado em 2016