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quarta-feira, 3 de abril de 2024

Don Nicanor Bonarda 2010

 



Vinho: Don Nicanor

Casta: Bonarda

Safra: 2010

Região: Mendoza

País: Argentina

Produtor: Bodegas Nieto Senetiner

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho francês

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi intenso, fechado, com alguma viscosidade e lágrimas finas, lentas e coloridas.

Nariz: revela um aroma pronunciado de frutas negras maduras, com um fundo de especiarias, notas terrosas, de charcutaria, de couro, em virtude da passagem por barricas de carvalho.

Boca: é de médio a estruturado, com bom volume de boca, alcoólico, confirmando as notas frutadas, amadeirado, mas bem integrado, sendo tostado, com toques de chocolate meio amargo, taninos marcados e boa acidez. Final cheio e persistente.

 

Produtor:

https://www.nietosenetiner.com.ar/pt-br/


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Nieto Senetiner Pinot Noir 2014

 

É sabido que a Pinot Noir é uma casta difícil. Arredia, é exigente no seu cultivo, mas que revela, ao mesmo tempo, elegância, delicadeza e um pitoresco sabor que privilegia as frutas vermelhas. Os melhores vinhos da casta Pinot Noir produzido no mundo são os franceses, mais precisamente na região da Borgonha. É uma referência quando enaltecemos suas mais fiéis e genuínas características. E foram com os pinots franceses que tive o meu ritual de iniciação com a cepa: de vinhos mais frescos, jovens a rótulos mais complexos e que tem uma grande vocação para guarda. E neste link segue a resenha do Pinot Noir francês que degustei e gostei: Gustave Lorentz Pinot Noir 2016. A título de curiosidade, a Pinot Noir faz parte do corte dos emblemáticos, famosos e tradicionais champanhes, da região de mesmo nome. Mas não é apenas na França, na Borgonha, que os Pinots vêm ganhando notoriedade e respeito. Alguns dos Pinots Noir mais admirados do mundo, por exemplo, vem da Califórnia, do Chile (Tripantu Grand Reserve Pinot Noir 2011 e Casa Silva Reserva Pinot Noir 2013) e também da Nova Zelândia (Brancott Estate Pinot Noir 2012 e 2014).

Como podem perceber caros leitores, os grandes produtores da Pinot Noir que estão despontando vêm do Novo Mundo e o rótulo de hoje me surpreendeu pela complexidade, pelo corpo volumoso para um Pinot Noir, mas ao mesmo tempo mostrando uma estrutura aveludada e frutada como já é de destaque da cepa. E esse vinho veio da famosa região Luján de Cuyo, famosa por produzir grandes Malbecs, na tradicional Mendoza. Um vinho surpreendente que, tomado por um entusiasmo único, antecipei grande parte de sua análise. O vinho que degustei e gostei é o Nieto Senetiner Pinot Noir da safra 2014. Antes de falar dessa espetacular vinho com requintes de detalhes, falemos um pouco da região de onde veio: Luján de Cuyo.

Luján de Cuyo

O departamento de Luján de Cuyo foi instituído em 11 de maio de 1855 sob o nome de “Villa de Luján” durante o governo do General Pedro Pascual Segura. Seu município foi criado em 1872. O povoado de Luján realizou uma grande contribuição à história da Independência Argentina, desempenhou um papel fundamental na formação do Exército dos Andes. Foi declarada “Cidade” a Villa de Luján, em Outubro de 1949. Em 1964, tanto a cidade quanto o departamento passaram a ser chamados “Luján de Cuyo”. No início, quando os espanhóis por ordem do Governador Garcia Hurtado de Mendoza, sob o comando do capitão Don Pedro del Castillo chegaram ao Vale de Huentota durante uma expedição constituída por sessenta espanhóis, mil e quinhentos índios auxiliares e um capelão, Frei Humberto de la Cueva, encontraram um precário sistema de irrigação artificial. Esse era o qual a população local irrigava suas plantações de batata e milho originários da América e desconhecidos até o momento na Europa. O Capitão del Castillo nomeou o lugar Mendoza – Novo Vale de Rioja. Era 2 de março de 1561. O nome foi uma homenagem ao Governador do Chile Hurtado de Mendoza e à pátria natal de Castillo.

Luján de Cuyo

Com vinhedos plantados em solos arenosos e altitudes que variam entre 800 e 1.100 metros, Luján de Cuyo é conhecido como a terra do Malbec. O departamento faz parte da região alta do Rio Mendoza. A maior parte das videiras aqui plantadas é de uvas tintas, mas o Malbec não é a única a se destacar: Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Torrontes também têm se mostrado bastante expressivas. Há aproximadamente 40 minutos ao sul da cidade de Mendoza, a região é considerada o berço do movimento vinícola argentino – tirando o país do lugar comum e alavancando sua produção à nível internacional. Luján de Cuyo foi a primeira área a instituir a DOC (Denominação de Origem Controlada) para o Malbec em 1993. Isso causou uma considerável e contínua melhora na qualidade e quantidade dos vinhos, repercutindo num notável reconhecimento global.

E agora o vinho!

Na taça apresenta um impressionante vermelho rubi escuro, mas com tonalidade violácea muito brilhante com lágrimas finas e esparsas que logo se dissipam das paredes do copo.

No nariz possui uma explosão aromática de frutas vermelhas maduras, como cereja, ameixa com notas de especiarias.

Na boca é seco e complexo, tem média estrutura, mas aveludado, suave, delicado, equilibrado, com taninos macios e finos com uma boa acidez que lhe garante frescor e jovialidade com um final persistente e frutado.

Como eu disse é um vinho simplesmente surpreendente! Um Pinot Noir atípico, um vinho poderoso e complexo para um Pinot Noir chileno, brasileiro, mais leves e delicados, por exemplo. Um vinho extremamente versátil que, embora tenha complexidade e estrutura, traz as genuínas características da cepa: delicadeza, a presença da fruta vermelha, no aroma e paladar e, por não ter passagem por barricas de carvalho, corrobora e enaltece tais peculiaridades. Que venham mais Pinots argentinos! Tem incríveis 14% de teor alcoólico, mas muito bem integrados ao conjunto do vinho, sendo quase que imperceptível.

Sobre a Nieto Senetiner:

Os ponteiros do relógio começaram a girar um dia de 1888 em Vistalba, Luján de Cuyo, província de Mendoza, Argentina, quando um grupo de imigrantes italianos meteu as mãos na terra para plantar as primeiras vinhas e fundar uma nova empresa vinícola. A partir daquele primeiro dia, diferentes famílias transmitiram umas às outras os segredos da elaboração de grandes vinhos: o profundo amor pela natureza, o respeito pela essência de cada terroir e o valor da espera. Em 1969, as famílias Nieto e Senetiner adquiriram a fazenda e começaram a escrever um novo capítulo de crescimento e desenvolvimento. Ampliaram as instalações e consolidaram uma presença que já havia deixado o seu cunho na história dos grandes vinhos  argentinos. Em 1998, Nieto Senetiner tornou-se parte do grupo de empresas vinícolas da família Pérez Companc. Comprometida com os mais altos padrões de produção e qualidade do vinho e apoiada por um plano de investimento contínuo, tanto em fazendas como em tecnologia de processos, a Nieto Senetiner consolidou sua liderança, sem renunciar aos nobres atributos que forjaram a sua origem e marcaram o seu tempo.

Mais informações acesse:

https://www.nietosenetiner.com.ar/pt-br/

Fontes de pesquisa:

Portal da cidade de Luján de Cuyo, em: https://lujandecuyo.gob.ar/lujandecuyo/

Portal Mendoza Travel, em: https://www.mendoza.travel/pt/resena-historica-8/#:~:text=O%20departamento%20de%20Luj%C3%A1n%20de,do%20General%20Pedro%20Pascual%20Segura.&text=O%20povoado%20de%20Luj%C3%A1n%20realizou,forma%C3%A7%C3%A3o%20do%20Ex%C3%A9rcito%20dos%20Andes.

Portal Experience Mendoza, em: http://www.experiencemendoza.com/pt/vinho-degusta%C3%A7%C3%A3o/visitando-as-vin%C3%ADcolas-de-mendoza/#:~:text=Luj%C3%A1n%20de%20Cuyo,-Com%20vinhedos%20plantados&text=O%20departamento%20faz%20parte%20da,t%C3%AAm%20se%20mostrado%20bastante%20expressivas.

Degustado em: 2016