Mostrando postagens com marcador Azal. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Azal. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Via Latina Azal 2021

 



Vinho: Via Latina

Safra: 2021

Casta: Azal

Região: Vinhos Verdes

País: Portugal

Produtor: Vercoope

Adquirido: Sonoma Market

Valor: R$ 47,90

Teor Alcoólico: 11,5%

 

 

Análise:

Visual: amarelo palha brilhante com lindos reflexos esverdeados, revelando ainda finas e discretas bolhas, o típico efervescente do vinho verde.

Nariz: aromas de maçã verde, de limão, de frutas cítricas, fresco, leve, com toques de mineralidade.

Boca: é fresco, leve, jovem, mas com alguma untuosidade que o torna mais estrturado, com mais personalidade. As frutas cítricas, como laranja, limão e tangerina, são perceptíveis, com exuberante acidez e final persistente.

 

Produtor:


domingo, 18 de junho de 2023

Varanda dos Reis Escolha 2021

 

Eu costumo dizer, usando um famoso jargão popular, que dou meu reino por um vinho verde! Acredito que tudo que eu dizer por aqui serei redundante, tamanho é meu apreço pela região do Minho, pela famosa região portuguesa dos Vinhos Verdes.

Mas que seja, melhor “pecar” pelo excesso do que qualquer outra coisa. Não deixo de exaltar a região e seus rótulos e não é por conta apenas de seu terroir especial, mas porque são vinhos que harmonizam muito bem com as características climáticas do Brasil, bem como as culturais também. Trata-se de vinhos solares!

É uma região que definitivamente entrou na rota de nosso mercado consumidor e se tornou um dos mais queridos de nosso país. Que sorte temos, pelo menos nesse quesito, de ser um grande exportador de vinhos do Velho Mundo.

De Velho Mundo os verdes nada têm. Eles têm a “cara”, o “DNA” do Brasil e de muitos outros países tropicais. São frescos, solares, frutados, cítricos, leves, agradáveis. São tradicionalmente saborosos. Claro que os produtores e a instituição que rege e regulamentam seus vinhos estão apostando em rótulos mais complexos e longevos, a Alvarinho tem essa vocação, mas o vinho verde que conhecemos é aquele que conheço desde sempre: leve, frutado e fresco!

Atualmente temos visto, bem timidamente é verdade, alguns produtores, pelo menos os mais famosos, trazer vinhos verdes mais complexos, com passagem por barricas de carvalho, com potencial de guarda, com os Alvarinhos, por exemplo.

Há quem diga que esses rótulos, essas propostas, são uma espécie de desserviço aos populares vinhos mais leves e despretensiosos, mas para outros os vinhos verdes mais estruturados e complexos traria mais credibilidade a região, sobretudo no quesito exportação, pois os mais leves são mais baratos e podem ser associados a vinhos ruins, ordinários, o que, convenhamos, é uma bobagem desmedida!

E o vinho de hoje está na “ala” dos mais simples, dos mais despretensiosos, de uma das belas vinícolas da região do Minho que eu descobri e que tem um acesso grande e variado de rótulos no Brasil. Falo da Vercoope! Tenho degustado bons e interessantes vinho desse belo produtor, ótimo custo X benefício.

O vinho de hoje é de uma linha de rótulos da Vercoope que recentemente entrou em nosso mercado chamada “Varanda dos Reis” e que, inclusive já degustei um 100% Loureiro, a minha casta preferida da região do Minho, e que vale a degustação, marquem o nome: Varanda dos Reis Loureiro 2021!

Sem mais delongas o vinho que degustei veio da Região dos Vinhos Verdes e se chama Varanda dos Reis Escolha, composto pelas castas Arinto (30%), Azal (30%), Loureiro (30%) e Trajadura (10%) da safra 2021. Já anima pelo fato de o blend trazer as castas típicas da região e também pela nomenclatura que traz: “Escolha”! 

Mas o que é, o que significa “Escolha” nos rótulos dos vinhos? Trata-se de uma denominação de qualidade, mas que não é uma denominação de origem, mas se assemelha a um reserva ou grande reserva, por exemplo. Significa que obteve uma qualificação, uns pontos acima do “normal”, dos vinhos regionais, por exemplo, pelo organismo ou instituição que certifica o vinho.

Mais um quesito que poderá tornar esse vinho interessante, um predicado, quem sabe. Mas antes de tecer os comentários, com requinte de detalhes, do vinho, vamos as histórias da famosa Região do Minho, dos Vinhos Verdes.

Vinhos Verdes: Entre-Douro-e-Minho

Desde o tempo da ocupação romana, antes da era cristã, a vinha era cultivada na margem sul do Rio Minho da forma característica e invulgar que se mantém até hoje. Não se trata de suposição. As referências à viticultura na região encontram-se nos escritos do naturalista Plínio, o Velho, em sua História Natural, e do filósofo Sêneca, em seu compêndio Questões Naturais. Está também documentada na legislação do Imperador Domiciano, entre 96 e 51 a.C.

Na Idade Média multiplicam-se as referências escritas ao cultivo das uvas e a elaboração de vinhos no noroeste lusitano, a partir das atividades nos mosteiros e do decisivo suporte da coroa portuguesa. O vinho entra definitivamente, entre os séculos XIII e XIV, nos hábitos das populações entre o Minho e o Douro ao mesmo tempo em que se dá a expansão econômica da região e a crescente circulação da moeda. Ainda que a exportação fosse pequena, os vinhos verdes foram, entre os vinhos portugueses, os primeiros conhecidos fora das fronteiras, particularmente na Inglaterra.

No início do século XX, ultrapassados os problemas das quebras de produção devido às pragas, foram tomadas medidas especiais para a colocação dos vinhos locais e escoamento dos excedentes. Tornava-se obrigatório, para isso, conservar a genuinidade e a qualidade dos produtos, assegurando-se seu valor do ponto de vista cultural e econômico.

O ano de 1908 é crítico na história portuguesa: o rei Carlos I e seu filho são assassinados, abrindo caminho para a República. Nesse mesmo ano, a região dos vinhos verdes é demarcada oficialmente e dividida em seis sub-regiões: Monção, Lima, Basto, Braga, Amarante e Penafiel. O limite a oeste é o Atlântico e, ao norte, a Espanha.

Região dos Vinhos Verdes

A Região Demarcada dos Vinhos Verdes está dividia em nove sub-regiões, cada uma com sua característica específica e suas castas de uva recomendadas:

Sub-região de Monção e Melgaço: utilizam-se apenas as castas Pedral (tinta) e Alvarinho (branca). É de lá o mais icônico Alvarinho, com notas cítricas misturadas com nuances de aromas florais e de frutos tropicais e paladar mineral.

Sub-região de Amarante: as castas brancas são Azal e Avesso e originam vinhos com aromas frutados e com o maior teor alcoólico da Região. Mas é dos tintos que vem a fama da sub-região. Elaborados com Amaral, Vinhão e Espadeiro, são vinhos com cor carregada e muito viva.

Sub-região de Baião: também tem muita notoriedade na produção dos brancos, a partir da casta Avesso.

Sub-região de Basto: a casta Azal atinge o seu máximo potencial e resultam vinhos com aroma de limão e maçã verde muito frescos, de alta acidez.

Sub-região do Cávado: têm vinhos brancos das castas Arinto, Loureiro e Trajadura com acidez moderada e notas de frutos cítricos e de pomar. Os vinhos tintos são na maioria cortes de Vinhão e Borraçal, cor intensa vermelho granada e aromas de frutos frescos.

Sub-região do Lima: Os vinhos brancos mais famosos são produzidos a partir da casta Loureiro. Os aromas são finos e elegantes e vão desde limão até rosas.

Sub-região de Paiva: produz alguns dos tintos mais prestigiados de toda a região a partir de Amaral e Vinhão.

Sub-região do Sousa: utiliza a casta Espadeiro, principalmente para a produção de rosés, sendo alguns dos mais destacados da Região.

Sub-região do Ave: Arinto e Loureiro Trajadura juntas compõem um blend perfeito com frescura viva e notas florais e de frutas cítricas.

Em 1926 foi criada a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), responsável por controlar e certificar os produtos elaborados na região. Quando a amostra apresentada à CVRVV não cumpre com os requisitos legais para ser certificada como DOC, o exemplar recebe o selo IG Minho.

Isso não quer dizer que o vinho é de pior qualidade, apenas que não se enquadra legalmente aos parâmetros pré-definidos. A IG Minho permite a utilização de maior variedade de castas, incluindo uvas internacionais, e regras distintas de vinificação.

Na maioria dos casos, os produtores não estão buscando necessariamente a tipicidade do vinho, mas a produção de vinhos inovadores. É comum encontrar vinhos IG Minho mais caros que os DOC Vinhos Verdes. Alguns produtores optam de forma intencional por rotular seus vinhos como Regional do Minho, até mesmo por questões de marketing e posicionamento de mercado.

A região dos Vinhos Verdes tem influência atlântica, reforçada pela orientação dos vales dos principais rios, que correndo de nascente para poente facilitam a penetração dos ventos marítimos. É observada elevada pluviosidade, temperatura amena, pequena amplitude térmica e solo majoritariamente granítico e localmente xistoso. Mas algumas regiões, por conta do microclima, apresentam características de terroir distintas. O que influencia diretamente no vinho.

Por que vinho verde?

Evidentemente, a cor do Vinho Verde não é verde. Então, por que esse nome? Duas são as versões mais conhecidas. O Vinho Verde leva esse nome porque as uvas da região, mesmo quando maduras, têm elevado teor de acidez, produzindo líquido cujas características lhes dão a aparência de vir de uvas colhidas antes da correta maturação.

A outra explicação diz que "Vinho Verde" significa "vinho de uma região verde", ou seja, a denominação deriva da belíssima paisagem local, onde o verde das terras cultivadas se perde no horizonte.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta linda cor citrina, aquele amarelo palha brilhante, com proeminentes reflexos esverdeados, com boa gaseificação denotando frescor.

No nariz traz aromas pronunciados de frutas de caroço, de polpa branca, de frutas cítricas, com destaque para tangerina, limão, maçã-verde, pera, abacaxi, algo de pêssego também, com um gostoso toque de mineralidade, entregando um incrível frescor e leveza.

Na boca é fresco, leve, saboroso, porém traz alguma untuosidade que o torna marcante, com alguma personalidade. As notas frutadas ganha protagonismo no paladar, como no aspecto olfativo, com uma acidez intensa, que faz salivar, com um final cheio e de discreto dulçor.

Perguntei ao produtor, por email, qual o motivo do nome “Varanda dos Reis”. E o Sr. José Castro, muito gentilmente, me respondeu que a Vercoope é a união de sete cooperativas da Região dos Vinhos Verdes, das vilas Amarante, Braga, Famalicão, Felgueiras, Guimarães, Paredes e Vale de Cambra. E essa linha de rótulos é uma homenagem à uma das “Varandas dos Reis”, que há também na Vila de Amarante, uma das adegas da Vercoope. Vinhos de excelente custo X benefício que dignificam a região dos Vinhos Verdes, da Região do Minho! Tem 11% de teor alcoólico.

Sobre a Vercoope:

A Vercoope é uma união de sete Cooperativas Vitivinícolas da Região dos Vinhos Verdes: Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra. Foi criada em 1964 com o objetivo de engarrafar, comercializar e distribuir o vinho produzido pelos viticultores destas cooperativas.

A união permitiu juntar a produção de 4.000 viticultores e lança-la no mercado, nacional e internacional, conseguindo mais qualidade, dimensão e competitividade. A qualidade dos vinhos é reconhecida e comprovada pelos consumidores, pelas vendas e pelas centenas de prémios conquistados em competições de vinhos e imprensa especializada.

A Vercoope produz anualmente 8 milhões de garrafas de Vinho Verde, sendo 30% para exportação. A Vercoope – União das Adegas Cooperativas da Região dos Vinhos Verdes, U.C.R.L, está inserida na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, considerada a maior região demarcada de Portugal e uma das maiores do mundo, essencialmente devido à sua extensão e da área dos solos dedicados à cultura da vinha, a que acresce uma significativa percentagem de população diretamente dependente do setor vitivinícola e nomeadamente do Vinho Verde.

A Vercoope é uma entidade vocacionada para o engarrafamento, comercialização e distribuição de Vinho Verde e integra na sua estrutura as adegas cooperativas de Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra que representam no seu conjunto explorações vitícolas de cerca de 5.000 viticultores.

Situada em Agrela, Santo-Tirso, numa estrutura moderna e tecnologicamente avançada, quer com meios técnicos quer com meios humanos, tem potenciado, desde a sua fundação, em 1964, o desenvolvimento da cultura do Vinho Verde, promovendo a sua divulgação, o seu consumo e a valorização do produtor. 

Com mais de meio século de atividade a defender uma política de qualidade e prestígio para os seus vinhos, espumantes e aguardentes, ocupa por direito próprio, um lugar de destaque no setor, sendo muito naturalmente considerada uma instituição de referência no panorama regional e nacional.

Mais informações acesse:

https://vercoope.pt/

Referências:

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/vinho-verde-bebida-portuguesa-do-verao_8317.html

https://revistaadega.uol.com.br/artigo/a-paisagem-que-deu-nome-ao-vinho_2744.html

“Reserva 85”: https://reserva85.com.br/vinho/indicacao-geografica-ig-denominacao-de-origem-do/regioes-demarcadas-de-portugal/regiao-dos-vinhos-verdes/

 

 

 

 

 

 

 




domingo, 6 de setembro de 2020

Cooperativa Agrícola de Felgueiras (Vinho Verde)


Já ouviu falar que a nobreza vem da simplicidade? Quando li essa frase pela primeira vez e, embora eu não conheça o dono dela, a mesma se aplica fielmente aos vinhos e que infelizmente muitos “aristocráticos do vinho” não entendem. Não é porque o vinho é simples que ele será ruim, nem sempre é assim! Quando o vinho simples e básico atinge a sua proposta ele, apesar de simples, é nobre, é fantástico. É como costumamos dizer que o vinho vale mais do que entrega. Não se enganem com o status dos altos valores do vinho, vinho é prazer, é degustação, é celebração! Não é, não pode ser encarado como condição e poderio econômico de ninguém. Essa cultura ostentação e subjugação usando o vinho como um produto de poder tem de acabar. O mais importante é ter o vinho como alimento, como celebração e fonte inesgotável de cultura, democratizando-o a todos sem distinção de raça, credo ou condição socioeconômica. Esse vinho veio junto com novas amizades, veio junto com reencontros, esse vinho ajudou a protagonizar bons momentos entre velhos e novos amigos.

E nada mais apropriado para este momento do que um vinho verde, aquele típico e imprescindível vinho verde: leve, fresco, despretensioso, agradável e saboroso, como uma boa amizade deve ser. E, para ficar ainda melhor, o clima também conspirou maravilhosamente para a degustação de um vinho verde: um dia quente, agradável, solar, a combinação mais do que perfeita com os fatores da natureza a qual o vinho é oriundo, faz parte de forma ímpar.

O vinho que degustei e gostei, veio da famosa região dos Vinhos Verdes, de uma sub-região chamada Felgueiras e que leva o nome do vinho: Cooperativa Agrícola de Felgueiras, um DOC composto pelas típicas castas da região: Loureiro, Pedernã e Azal e não é safrado.

Descobri que a região de Felgueiras é conhecida pelos vinhos verdes, principalmente, de baixíssimo teor alcoólico, jovens, leves, para degustação rápida, sendo uma ode ao bem estar e bom convívio com pessoas que gostamos. Então, mesmo simples, ele foi especial, pois estava com velhos e novos amigos compartilhando momentos de grande celebração. E você já começa com o brasão da região com dois cachos de uvas, mostrando a vocação de uma região de produção de vinhos de excelência, de tipicidade, de identidade com os grandes vinhos verdes. Então vamos falar um pouco mais de Felgueiras.



Felgueiras

Felgueiras é uma cidade portuguesa no Distrito do Porto, região Norte e sub-região Tâmega, com cerca de 15.525 habitantes, inserida na freguesia de Margaride. É sede de um município com 115,62 km² de área e 58.922 habitantes (2006), subdividido em 32 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Fafe, a nordeste por Celorico de Basto, a sueste por Amarante, a sudoeste por Lousada e a noroeste por Vizela e Guimarães. O município é constituído por quatro centros urbanos: a Cidade de Felgueiras, a Cidade da Lixa, a Vila de Barrosas e a Vila da Longra. Verdadeiro coração da NUT Tâmega, constitui hoje uma centralidade importante no mapa de auto-estradas e itinerários principais, uma garantia sólida de afirmação das inúmeras potencialidades reais concelhias. Os bordados são uma das mais ricas tradições do concelho, que emprega cerca de dois terços das bordadeiras nacionais. O filé ou ponto de nó, o ponto de cruz, o bordado a cheio, o richelieu e o crivo são exemplos genuínos do produto artesanal de verdadeiras mãos de fada. Os sabores autênticos da gastronomia, a frescura e intensidade dos aromas dos vinhos e o ambiente de grande animação proporcionam momentos inesquecíveis. Dando corpo a essa riqueza, foi já constituída a “Confraria do Vinho de Felgueiras”, destinada a divulgar e defender o vinho e a gastronomia felgueirenses. Felgueiras, com 58 000 habitantes é um dos concelhos com a população mais jovem do país e da europa. Uma terra de excepção que aposta na valorização dos seus recursos humanos, na consolidação do campus politécnico, no desenvolvimento econômico (pleno emprego e centro de negócios) e na consolidação das suas infra-estruturas. Marcada pela invulgar capacidade empreendedora do seu povo é responsável por 50% da exportação nacional de calçado, por um terço do melhor Vinho Verde da Região e por um valioso patrimônio cultural. Felgueiras é um dos municípios com maior desenvolvimento do Norte do País.

Felgueiras

A primeira referência histórica a Felgueiras data de 959, no testamento de Mumadona Dias, quando é citada para identificar a vila de Moure: "In Felgaria Rubeans villa de Mauri". Felgueiras deriva do termo felgaria, que significa terreno coberto de fetos que, quando secos, são avermelhados (rubeans). Havendo quem afirme que o determinativo Rubeans se deve a que o local foi calcinado pelo fogo. Existem historiadores que afirmam que Felgueiras recebeu foral do conde D. Henrique. No entanto, apenas se conhece o foral de D. Manuel a 15 de Outubro de 1514. No entanto, já em 1220, a terra de Felgueiras contava com 20 paróquias (conhecidas hoje em dia como freguesias) e vários mosteiros e igrejas. Em 1855, ao ser transformado em comarca, Felgueiras ganhou mais doze freguesias. Em 13 de Julho de 1990 Felgueiras foi elevada à categoria de cidade.

E agora o vinho!

Na taça apresenta uma incrível cor amarela dourada, bem intensa, com alguns discretos tons esverdeados.

No nariz há a já típica predominância de frutas brancas, cítricas e tropicais com um agradável toque floral.

Na boca é seco, fresco, leve, com o toque frutado também em evidência, lembrando melão, maça verde, pera, lima, com uma média acidez que em contato com a língua trazia aquela já característica cócegas. Tem um final frutado e persistente.

Um vinho com a cara do Brasil, mesmo sendo tradicional e oriundo de terras lusitanas, sendo leve, fresco, saboroso, refrescante e com um teor alcoólico que traduz essa condição, em torno dos 10%. Um vinho simples, mas excelente, como a amizade e a sua celebração.

Sobre a Vercoope:

A Vercoope é uma união de sete Cooperativas Vitivinícolas da Região dos Vinhos Verdes: Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra. Foi criada em 1964 com o objetivo de engarrafar, comercializar e distribuir o vinho produzido pelos viticultores destas cooperativas. A união permitiu juntar a produção de 4 000 viticultores e lança-la no mercado, nacional e internacional, conseguindo mais qualidade, dimensão e competitividade. A qualidade dos vinhos é reconhecida e comprovada pelos consumidores, pelas vendas e pelas centenas de prémios conquistados em competições de vinhos e imprensa especializada. A Vercoope produz anualmente 8 milhões de garrafas de Vinho Verde, sendo 30% para exportação. A Vercoope – União das Adegas Cooperativas da Região dos Vinhos Verdes, U.C.R.L, está inserida na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, considerada a maior região demarcada de Portugal e uma das maiores do mundo, essencialmente devido à sua extensão e da área dos solos dedicados à cultura da vinha, a que acresce uma significativa percentagem de população diretamente dependente do sector vitivinícola e nomeadamente do Vinho Verde. A Vercoope é uma entidade vocacionada para o engarrafamento, comercialização e distribuição de Vinho Verde e integra na sua estrutura as adegas cooperativas de Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra que representam no seu conjunto explorações vitícolas de cerca de 5000 viticultores. Situada em Agrela, Santo-Tirso, numa estrutura moderna e tecnologicamente avançada, quer com meios técnicos quer com meios humanos, tem potenciado, desde a sua fundação, em 1964, o desenvolvimento da cultura do Vinho Verde, promovendo a sua divulgação, o seu consumo e a valorização do produtor. Com mais de meio século de atividade a defender uma política de qualidade e prestígio para os seus vinhos, espumantes e aguardentes, ocupa por direito próprio, um lugar de destaque no sector, sendo muito naturalmente considerada uma instituição de referência no panorama regional e nacional.

Mais informações acesse:


Fonte pesquisada sobre a região de Felgueiras: “Terras de Portugal” em: http://www.terrasdeportugal.pt/felgueiras



quinta-feira, 11 de junho de 2020

O Tal Vinho da Lixa 2018


Ter bons e verdadeiros amigos é maravilhoso, mas é muito melhor ter amigos que gosta de degustar bons vinhos e que ainda presenteia. Felizmente fui agraciado com um bom amigo, português, que, em visita ao Brasil, em outubro de 2019, mês do meu aniversário, me presenteou com alguns vinhos que trouxe na mala. Como outubro está na porta do verão ele escolhera alguns vinhos mais frescos, brancos para trazer e degustar com toda a família e no dia de sua chegada foi promovida uma reunião familiar para degustar alguns rótulos e um, em especial, ele separou, dizendo que este rótulo é um dos mais tradicionais e degustados de Portugal, um vinho que sempre está presente na mesa do português que, claro, é facilitado, pela forte cultura ao consumo da bebida naquele país.

E o vinho que ele escolheu foi da emblemática região dos Vinhos Verdes, da Quinta da Lixa, chamado O Tal Vinho da Lixa, um DOC, da safra 2018, das castas típicas da região como Trajadura, Loureiro, Azal e Pedernã. Um vinho que degustei e gostei, fantástico, fresco, jovem, como tem de ser um vinho verde. E, antes de degustar, o vinho já chamava a atenção no aspecto estético. Uma garrafa com as dimensões de um espumante, inclusive tinha uma rolha protegida com a típica gaiolinha. Mas talvez essa estrutura física da garrafa vai se explicar nas características organolépticas.

Na taça apresenta um amarelo palha com reflexos esverdeados muito brilhantes e com uma boa concentração de gás, as bolhas estavam em boa evidência, sobretudo nas primeiras taças servidas.

No nariz traz aromas de frutas brancas e amarelas, como pêra, maça-verde, abacaxi, limão, lima da persa, proporcionando toques citrino.

Na boca é muito fresco, refrescante, com um bom e surpreendente volume de boca, frutado e uma ótima acidez.

Ele não poderia ter escolhido melhoro início da nossa degustação naquele dia, um vinho fresco, saboroso, simples, mas honesto e que retrata com fidelidade o bom e despretensioso vinho verde que, embora tenha arestas lusitanas, traz o DNA brasileiro e de nosso clima e povo. Depois de algum tempo descobri, por intermédio do evento dos Vinhos Verdes que participei um mês após a nossa reunião familiar, com os representantes da Quinta da Lixa que lá estavam que o vinho não é exportado para o Brasil. Quanta honra e sorte da minha parte em degustar um vinho tão especial. Tem 11% de teor alcoólico.

Sobre a Quinta da Lixa:

A Quinta da Lixa é o testemunho vivo da paixão que a Família Meireles sempre teve pelos Vinhos Verdes. Presente em diversas áreas do mundo empresarial, esta família que já era proprietária de vinhedos localizados em redor da pequena Vila da Lixa, decide em 1986 criar uma pequena empresa que se viria a tornar naquela que é hoje a Quinta da Lixa - Sociedade Agrícola, Ltda. O vinho produzido era inicialmente vendido a granel, mas rapidamente se percebeu que a sua qualidade e aceitação eram tais que o engarrafamento na propriedade era imperativo. Devido ao aumento de produção, torna-se necessário a construção de novas instalações que viessem substituir a primitiva adega onde já não era possível a manutenção do padrão de qualidade que caracterizava os vinhos da Empresa. O desenvolvimento contínuo da empresa só é possível graças à satisfação dos Clientes em todos os serviços prestados. Faz parte da política de qualidade da Quinta da Lixa promover a satisfação de todas as partes interessadas, tais como Clientes, Fornecedores, Colaboradores e Sociedade em geral; cumprir os requisitos dos Clientes, bem como Normativos e Legais aplicáveis; estabelecer permanentemente práticas de melhoria continua, atingindo níveis de rentabilidade que garantam o crescimento sustentado da empresa e a eficácia do SGQ, fazendo desta forma que a Quinta da Lixa mereça a certificação ISO 9001:2015.

Mais informações acesse: