Apesar de
todos os contratempos e dos entraves que impedem o crescimento de uma cultura
do vinho no Brasil, há uma resistência, que envolvem enófilos, profissionais
como enólogos e sommeliers, críticos, escritores etc e produtores que luta
bravamente para se criar um hábito de degustação, que incute na mente dos
potenciais degustadores da importância de se consolidar não só um mercado
interno forte e consistente, mas a importância do vinho para a saúde humana,
comprovado cientificamente por períodos e médicos. E o mais gratificante nisso
tudo são os novos terroirs, as novas regiões que vem surgindo dos lugares mais
improváveis e inusitados e as Minas Gerais vêm se consolidando a cada dia produzindo
vinhos com tipicidade, com muita qualidade atestada e comprovada.
E tive a
alegria, o prazer de degustar um vinho que gostei que veio do sul das Minas
Gerais, de uma região chamada Cordislândia, o vinho é o Dom de Minas, da casta
Cabernet Franc, da safra 2014 da vinícola Luiz Porto, que conheci em um
festival de degustação de vinhos brasileiros, chamado Vinho na Vila, em 2017.
Aproveitem e, se tiverem oportunidade, aproveitem tais eventos, que possibilita
conhecer novos rótulos, oportunidade de conhecer e conversar com os produtores
e os participantes do evento como um todo.
No visual,
na taça tem um vermelho rubi intenso, uma cor viva e um brilho reluzente e
envolvente, com lágrimas finas e de rápida dissipação.
No nariz
traz muita fruta, frutas vermelhas frescas, que já revela um caráter jovem e
fresco ao vinho, com notas de especiarias.
Na boca
refletem as observações olfativas, sendo leve, equilibrado, com taninos
sedosos, acidez agradável, com bom frescor e muito fácil de degustar e com um
discretp toque amadeirado, denunciando uma breve passagem por barricas de
carvalho que o produtor não menciona em seu site. Acredito que, se de fato eu
estiver correto, se esse vinho passou por carvalho, deve ter sido por no máximo
de 4 a 6 meses.
Um vinho
saboroso, harmonioso, correto e direto, descompromissado, mas com
personalidade. Tem 13,7% de teor alcoólico.
Sobre a Luiz
Porto Vinhos Finos:
Quando o
Luiz Porto decidiu transformar sua paixão por vinhos em negócio, ele não tinha
dúvidas que seria um sucesso. No Sul de Minas ele encontrara todas as
características para que suas mudas importadas da França expressassem ao máximo
sua qualidade. Mas para que o sonho tornasse realidade, ele sabia que ia
precisar ter uma conversa muito franca com alguém que seria decisivo para o
triunfo da vinícola: a Mãe Terra. Ela é soberana e sempre cuidou com perfeição
dos seus cafezais. É dela que a região tira seu sustento com o fruto vermelho
vivo que ela fecunda. E sem a benção dela, nada prosperaria por aqui. Então um
dia, só sabemos que foi no inverno, antes de chegar a primeira muda francesa em
solo brasileiro, Luiz Porto não abriu sua fazenda. Ele deu folga para todos e
se fechou em suas terras na pequena Cordislândia. Ele preparou o seu cavalo
assim que o sol nasceu e percorreu cada gleba da sua propriedade conversando
com a terra. Contou para cada metro de chão do seu sonho. Prosa e cumplicidade,
características marcantes do povo mineiro. O que o Luiz Porto conversou com a
Mãe Terra ninguém sabe. Fizeram um acordo de que esta conversa nunca sairia
dali em forma de palavras, mas sim, em gratidão pelos vinhos que produziria. O
que sabemos é que desde então o Sul de Minas nunca experimentou vinhos tão
finos quanto os que saem da Vinícola e que cada cacho de uva que a terra dá é
um agradecimento às palavras do Luiz Porto. Cada garrafa de vinho carrega um
segredo desse encontro marcante, uma janela da alma do passado com o presente.
Cabe agora a cada apreciador descobrir o que aconteceu naquele dia de inverno.
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