Mostrando postagens com marcador Miolo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Miolo. Mostrar todas as postagens

sábado, 21 de dezembro de 2024

Miolo Cuvée Giuseppe Merlot e Cabernet Sauvignon 2020

 



Vinho: Miolo Cuvée Giuseppe

Safra: 2020

Casta: Merlot e Cabernet Sauvignon

Região: Vale dos Vinhedos, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Vinícola Miolo

Adquirido: Site Werle

Valor: R$ 95,00

Teor Alcoólico: 14%

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho francês e 6 meses em garrafa.

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi intenso, escuro, com halos granada, além de lágrimas densas, lentas grossas, com viscosidade que mancha o bojo e em grande quantidade, mostrando estrutura.

Nariz: aromas complexos de frutas pretas maduras, como amora, em pleno destaque. As notas amadeiradas são percebidas, porém mostra um perfeito equilíbrio entra a fruta, sendo bem integrado. As notas de baunilha, tabaco e couro são percebidas.

Boca: traz estrutura e personalidade. A vivacidade da safra das safras é sentida, mostrando robustez, a fruta madura, a persistência, o volume de boca, mas também a maciez e elegância. Os taninos são marcantes e presentes, mas redondos, a acidez é vibrante e as notas amadeiradas entregam chocolate, caramelo. Um final longo, cheio e com um leve e agradável amadeirado.

 

 

Produtor:

https://institucional.miolo.com.br/


quarta-feira, 26 de junho de 2024

Miolo Single Vineyard Riesling 2019

 



Vinho: Miolo Single Vineyard

Safra: 2019

Casta: Riesling

Região: Campanha Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Miolo

Teor Alcoólico: 11,5%

Adquirido: Werle

Valor: R$ 62,90

 

Análise:

Visual: revela um amarelo mais intenso, tendendo para o dourado, com algum brilho, apesar de seus 4 anos de garrafa, com discretos reflexos esverdeados.

Nariz: aromas de frutas de polpa branca, algo cítrico, como maçã-verde, por exemplo, além de um destacado pêssego maduro, com toques florais. Traz toques minerais e herbáceos que lembra grama cortada. Muito frescor apesar de seus quatro anos de vida.

Boca: é sedutor, saboroso, replica-se as notas frutadas, algo como frutas maduras e de polpa branca. Tem boa acidez, uma acidez correta, ainda com algum destaque, com um final instigante e retrogosto frutado.

 

Produtor:


terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Miolo Single Vineyard Cabernet Franc 2020

 




Vinho: Miolo Single Vineyard

Casta: Cabernet Franc

Safra: 2020

Região: Campanha Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Miolo

Teor Alcoólico: 14,5%

Estágio: 12 meses em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: rubi intenso, escuro, fechado, com discretos reflexos violeta, alguma viscosidade, lágrimas grossas, lentas e abundantes.

Nariz: apresenta frutas negras maduras, como ameixa e groselha, além de notas de café, torrefação, baunilha, graças ao aporte do carvalho. Tabaco, couro, terra molhada e um floral são percebidos também.

Boca: tem corpo médio para mais, bom volume de boca, quente, taninos gordos, presentes, mas macios, acidez equilibrada, frutado, amadeirado, mas respeitando o caráter da cepa e um final persistente.

 

Produtor:


sábado, 29 de julho de 2023

Miolo Single Vineyard Syrah 2020

 

Sempre tenho a alegria e o prazer de falar que a vinícola Miolo tem um lugar de destaque em meu coração. Há uma forte ligação afetiva, além, claro, da questão da qualidade que me une desde sempre.

Os vinhos da Miolo foram os grandes responsáveis por me iniciar nas degustações dos vinhos de variedades vitis vinífera, sobretudo os de entrada, que tinha um acesso monetário melhor, por ser barato, bem como as facilidades de compra, pois os encontrava e ainda encontra em vários supermercados e atualmente em sites específicos de compra de vinhos.

Ao longo dos anos novas possibilidades de opções de compra me apresentaram outros rótulos, de camadas de propostas distintas, descortinando um vastíssimo e qualificado portfólio de rótulos que também foram surgindo, graças ao crescimento mercadológico da vinícola que hoje atua fortemente em mercados exteriores, como a Inglaterra, por exemplo, com rótulos especiais para este país.

A Miolo hoje entrega uma linha de rótulos conhecidos como “Single Vineyard” que, a grosso modo, significa “vinhedos únicos”, de regiões emblemáticas com destaque para a Campanha Gaúcha, Vale de São Francisco e outros. Regiões que conquistaram suas indicações de procedências, o que valida a sua tipicidade, o seu terroir.

O meu primeiro rótulo degustado dessa linha foi o Miolo Single Vineyard Touriga Nacional da safra 2019 que dispensa comentários, e o segundo que degustei e também gostei é o Miolo Single Vineyard Syrah, do Vale de São Francisco, no nordeste brasileiro da “safra das safras”, 2020. Esse definitivamente foi mais um vinho que degustei e gostei dessa linha da Miolo Single Vineyard.

Miolo Single Vineyard: Vinhedos únicos da Miolo

A linha Miolo Single Vineyard surgiu há cerca de três anos, com a proposta de aguçar o que há de mais especial no portfólio Miolo: o vinhedo único e inigualável.

Com o custo de aproximadamente 60 reais por garrafa, eles carregam dentro de si a força do terroir, fato resultante de todo um trabalho de mapeamento de solos. O que se pode esperar disso tudo é a alta qualidade, típica de uma produção selecionada e especial. A linha é composta pelos rótulos Alvarinho e Riesling Johannisberg, Pinot Noir, Syrah e Touriga Nacional.

A linha Miolo Single Vineyard pretende unir com precisão o custo-benefício de cada produto, duas vertentes perfeitamente possíveis de coexistirem, a partir de um trabalho que buscou mapear as características de solos, analisando fatores como densidade do plantio e seu nível de exposição solar.

A casta Syrah

O Syrah possui origem Bahiana, do Vale do São Francisco, constituindo um vinho tinto, com características do solo Toca do Mandacaru. Trata-se de uma região semiárida, com temperaturas tão específicas, que fazem com que o vinhedo conte com a irrigação do rio, o que lhe confere o título de vinho tropical de identidade própria.

Vale do São Francisco: os vinhos do Velho Chico

A vitivinicultura do semiárido brasileiro é uma excepcionalidade no mundo, uma vez que está localizada entre os paralelos 8º e 9o S e produz, com escalonamento produtivo, uvas o ano todo totalizando duas safras e meia em condições ambientais adversas como alta luminosidade, temperatura média anual de 26oC, pluviosidade aproximada de 500mm, a 330m de altitude, em solo pedregoso.

Cinturão dos vinhos

Seus vinhos possuem público crescente, porque são jovens “vinhos do sol”, peculiares nos aromas e sabores, considerados como fáceis de beber e apresentando boa relação comercial qualidade/preço. Aliado a essas particularidades, diretamente associadas à produção de vinhos finos, o Vale é ainda cenário de diversas belezas naturais, históricas e culturais. 

Estudos já publicados permitem identificar que a região conta com diversas características que comprovam o seu potencial turístico para o desenvolvimento da atividade, como é o caso da sua história, riquezas ambientais e diversificada cultura regional.

Esses fatores estão relacionados à diversidade observada na região. Isso é notado, principalmente, em decorrência da sua extensão. A Bacia do São Francisco é a terceira maior bacia hidrográfica do país e a única que está totalmente inserida no território nacional. Nela estão localizados 506 municípios contando com, aproximadamente, 13 milhões de habitantes, que representa 9,6% da população brasileira.

Bem antes do Vale do São Francisco se consolidar como polo de vitivinicultura, quem já exercia esse papel no Brasil era a região Sul. No século 19, o Rio Grande do Sul, mesmo com as condições climáticas desfavoráveis, passou a ser considerado um polo crescente nesse meio – e até hoje segue inserido no ramo. Mas, a chegada de imigrantes estrangeiros no país trouxe o conhecimento técnico e a noção de mercado, o que fez com que outras regiões brasileiras também mostrassem a sua capacidade produtiva.

É na década de 1960 que o Nordeste entra em cena e o Vale do São Francisco inicia a sua trajetória na produção de uvas e vinhos, com a implantação das primeiras videiras. Nos anos de 1963 e 1964, foram instaladas duas estações experimentais, nos municípios de Petrolina, no Sertão de Pernambuco e Juazeiro, na Bahia, onde seriam implantados, respectivamente, o Projeto Piloto de Bebedouro e o Perímetro Irrigado de Mandacaru.

Vale do São Francisco

Apesar da escassez de chuva, o clima quente e seco do semiárido mostrou-se terreno fértil para a vitivinicultura e, na mesma década, outras cidades do Sertão de Pernambuco passam a fazer parte da cadeia produtiva. 

O pioneirismo da vitivinicultura no Nordeste é representado pelo Sertão Pernambucano, que iniciou a sua trajetória na vitivinicultura na década de 1960, produzindo vinhos base para vermutes, na cidade de Floresta, uvas de mesa em Belém do São Francisco e em Santa Maria da Boa vista, localidade que na época se chamava Coripós.

Entre os anos 1980 e 1990, a região banhada pelo Rio São Francisco passa a ser conhecida também pela produção de vinhos finos, e em 1984 é produzido o primeiro vinho no Vale do Submédio São Francisco, com a marca Boticelli. 

O fortalecimento da vitivinicultura no Vale do Submédio São Francisco se deu com a instalação de vinícolas na Fazenda Milano, em Santa Maria da Boa Vista – PE e Fazenda Ouro Verde, em Casa Nova, na Bahia, que passaram a produzir vinhos finos.

Ao longo da década de 1990, ganha destaque a vitivinicultura tecnificada e a produção de uvas sem sementes. É também nessa época, que cresce o investimento de grupos empresariais na região. A instalação de uma infraestrutura física, como construção de packing houses, melhoria no sistema rodoviário e portuário, e, sobretudo, a organização dos produtores em associações e cooperativas, desempenharam um importante papel na consolidação das exportações de uvas de mesa do Vale do Submédio São Francisco.

A partir dos anos 2000, a produção se fortalece ainda mais com a implantação de outras vinícolas e vitivinícolas e também com as iniciativas públicas. Ações governamentais e de ensino, pesquisa e inovação, a partir do ano 2000, trouxeram novas tecnologias de produção e processamento de uvas e o reconhecimento de atores internacionais. É nessa época que surge a Escola do Vinho do Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia, do Instituto Federal do Sertão Pernambucano.

Indicação Geográfica (IG) do Vale do São Francisco

O Vale do São Francisco é a nova Indicação Geográfica (IG) do Brasil para vinhos finos, nobres, espumantes naturais e moscatel espumante. A região recebeu o selo na modalidade Indicação de Procedência (IP) e o registro foi publicado na Revista da Propriedade Industrial do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

A nova indicação geográfica valerá para as cidades de Lagoa Grande (PE), Petrolina (PE), Santa Maria da Boa Vista (PE), Casa Nova (BA) e Curaçá (BA) e a expectativa é que traga mais olhares e investidores para a região vitivinícola.

A busca pela Indicação Geográfica na região é antiga e nasceu em 2002 com o reconhecimento do Vale dos Vinhedos, já a vitivinicultura nasceu em 1960 com a organização da produção agrícola irrigada no Vale do Rio São Francisco. A irrigação permitiu que as terras com caatinga, até então consideradas improdutivas, se tornassem áreas verdes ao longo das margens do rio.

A região do Vale do Rio São Francisco possui características únicas para a viticultura e produção de vinho. Seu clima permite duas podas e duas safras anuais e o resultado é um vinho geralmente frutado, de baixo teor alcóolico e acidez moderada. No Vale do São Francisco os espumantes predominam com três milhões de litros produzidos anualmente contra 1,5 milhão de litros dos vinhos tranquilos.

A Indicação Geográfica Vale do São Francisco autoriza a produção de vinhos tranquilos brancos, rosés ou tintos e espumantes brancos ou rosés que podem ser bruts, demi-secs ou moscatéis. A uva para a produção do vinho tem que ser 100% proveniente da região delimitada e são autorizadas 23 castas diferentes.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela uma linda e brilhante coloração rubi intensa, escura, de tons violáceos, com lágrimas finas e lentas em profusão que desenham as bordas do copo.

No nariz explode em aromas de frutas vermelhas e pretas bem maduras, com destaque para ameixa, amora, cereja, com nuances defumadas e de especiarias, entregando algo como pimenta preta e ervas e um amadeirado presente, mas bem integrado ao vinho, dando o aporte de baunilha, café tostado e tabaco.

Na boca é quente, cheio, com alguma estrutura e complexidade e personalidade, mas é macio, redondo e equilibrado. As notas frutadas ganham protagonismo, como no aspecto olfativo, a madeira é mais discreta, mas dá o seu ar da graça, graças aos doze meses de passagem por barricas de carvalho, trazendo o chocolate, a baunilha. Tem taninos presentes e rústicos, mas afinados pela madeira, com uma acidez vibrante, salivante e um final persistente.

Além da tipicidade, da especificidade de um vinhedo único que lhe garante uma característica forte do terroir é também o privilégio de se degustar um vinho do nordeste brasileiro, de terras improváveis para o cultivo e que, graças ao “Velho Chico”, há vindimas em todos os períodos do ano o que torna essa região incrível. E nessa terra a Syrah ganhou representatividade, é bem cultivada. Que o Velho Chico nos traga novas experiências enosensoriais como essa. Tem 14% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Miolo:

A paixão pelo mundo fascinante do vinho é facilmente explicada pela história da família Miolo que, além de trabalhar na vitivinicultura desde a chegada de Giuseppe no Brasil em 1897, inova ano após ano.

Uma das fundadoras do projeto Wines of Brasil, a Miolo Wine Group é a maior exportadora de vinhos do Brasil e a mais reconhecida no mercado internacional. A produção dentre as 4 vinícolas do grupo soma, em média, 10 milhões de litros por ano numa área cultivada de vinhedos próprios com aproximadamente 1.000 hectares.

A Miolo exporta para mais de 30 países de todos os continentes. É o maior exportador de vinhos finos do Brasil. De 30 hectares em 1989, a Miolo cultiva hoje, 30 safras mais tarde, cerca de 950 hectares de vinhedos em quatro terroirs brasileiros: Vale dos Vinhedos (Serra Gaúcha), Seival/Candiota (Campanha Meridional), Almadén/Santana do Livramento (Campanha Central) e Terranova/Casa Nova (Vale do São Francisco), sendo a única empresa do setor genuinamente brasileira com atuação em quatro diferentes regiões produtoras.

Com uma produção anual de cerca de 10 milhões de litros, é a marca que detém o maior portfólio de rótulos verde amarelos, exibindo centenas de prêmios conquistados no mundo inteiro. O pioneirismo na elaboração dos vinhos se estendeu para o enoturismo, onde a marca gera experiência, aproximando e formando novos apreciadores da bebida.

Assim é no Vale dos Vinhedos com o Wine Garden Miolo, assim é no Vale do São Francisco com o Vapor do Vinho pelo Velho Chico, onde a Miolo transformou o sertão em vinhedo. Este mesmo espírito empreendedor que fez da pequena vinícola familiar a maior produtora de vinhos finos do Brasil em apenas 30 safras, é que move gerações e aproxima quem sonha de quem quer fazer. 

Mais informações acesse:

https://www.miolo.com.br/

Referências:

“O Globo”: https://oglobo.globo.com/blogs/saideira/post/2022/11/vinhos-do-vale-do-sao-francisco-terao-indicacao-de-procedencia-entenda-a-conquista-e-conheca-rotulos-da-regiao.ghtml

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/vale-do-sao-francisco-recebe-selo-de-indicacao-geografica.html

“Werle”: https://www.werlecomercial.com.br/linha-miolo-single-vineyard-review-completo








sábado, 1 de abril de 2023

Miolo Single Vineyard Touriga Nacional 2019

 

Quando eu descobri essa linha, até então, nova de rótulos da Vinícola Miolo, eu estava com a adega vazia de vinhos desse importante produtor brasileiro. Importante para a vitivinicultura nacional e muito importante para aminha vida, a minha trajetória de enófilo.

Eu não tinha nenhum vinho da Miolo em minha humilde adega! Logo a Miolo que foi tão importante para a minha construção de enófilo, tão importante naquela indispensável transição dos vinhos de mesa, das uvas americanas, para as uvas finas, as vitis viníferas.

E o que foi mais legal não foi apenas repor a minha adega com um rótulo da Miolo, foi repor a adega e também trazer uma linha nova de vinhos da vinícola com uma casta autóctone, ou seja, nativa de Portugal, tida como a famosa das castas tintas de terras lusitanas: Touriga Nacional.

Eu nunca tinha visto ou sequer sabia de vinhos brasileiros com a casta emblemática portuguesa, a Touriga Nacional. E quando descobri foi graças a uma premiação que esse vinho da Miolo conquistou adivinha onde? Sim, ganhou um prêmio em Portugal, onde a cepa reina absoluta e goza de muita qualidade, tipicidade.

O prêmio, cujos detalhes podem ser lidos aqui, foi conquistado em um concurso com a chancela da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) e o este rótulo da poderosa Miolo conquistou uma medalha de ouro, ou seja, laureado com a honraria máxima deste concurso de suma importância.

Claro que não podemos definir as nossas escolhas ou predileções com prêmios e medalhas, afinal, como costumar dizer nós degustamos vinhos e não prêmios, mas confesso que nesse caso me surpreendeu e me chamou a atenção para degustar esse vinho e pensei: Irei comprar esse vinho um dia.

Com a premiação o vinho conquistou reconhecimento, projeção e muitos e-commerces, sites especializados em vendas de vinhos passaram a oferta-lo, mas ainda um pouco caros, infelizmente. E preferi esperar um pouco mais. Quando, em uma dessas visitas aleatórias em sites de vinhos, observei o vinho em questão a um preço atraente e com alguns cupons de descontos que se tornou mais do que viável a sua compra. O fiz e o guardei por cerca de dois a três anos na adega. Esperei o melhor momento para tê-lo em minha taça!

E eis que o dia chegou! Então sem mais delongas vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio da já imponente Campanha Gaúcha e se chama Miolo Single Vineyard e a casta, claro, é a Touriga Nacional da safra 2019.

A Touriga Nacional deste rótulo da Miolo foi cultivada no vinhedo da Quinta do Seival e provém de um micro-lote que expressa as características do Terroir da Campanha Meridional, Rio Grande do Sul.

Para se chegar a este exemplar, a Miolo testou mais de vinte variedades portuguesas no vinhedo do Seival, onde, além da Touriga Nacional, apenas a Tinta Roriz e Alvarinho prosperaram com resultados espetaculares. E por falar em Campanha Gaúcha, vamos de história dessa região que vem ganhando projeção em todo o cenário vitivinícola brasileiro.

Campanha Gaúcha

Entre o encontro de rios como Rio Ibicuí e o Rio Quaraí, forma-se o do Rio Uruguai, divisa entre o Brasil, Argentina e Uruguai. Parte da Campanha Gaúcha também recebe corpo hídrico subterrâneo, o Aquífero Guarani representa a segunda maior fonte de água doce subterrânea do planeta, dele estando 157.600 km2 no Rio grande do Sul.

A Campanha Gaúcha se espalha também pelo Uruguai e pela Argentina garante uma cumplicidade com os “hermanos” do outro lado do Rio Uruguai. Os costumes se assemelham e os elementos locais emprestam rusticidade original: o cabo de osso das facas, o couro nos tapetes, a tesoura de tosquia que ganha novas utilidades.

Campanha Gaúcha

No verão, entre os meses de dezembro a fevereiro, os dias ficam com iluminação solar extensa, contendo praticamente 15 horas diárias de insolação, o que colabora para a rápida maturação das uvas e também ajuda a garantir uma elevada concentração de açúcar, fundamental para a produção de vinhos finos de alta qualidade, complexos e intensos.

As condições climáticas são melhores que as da Serra Gaúcha e tem-se avançado na produção de uvas europeias e vinhos de qualidade. Com o bom clima local, o investimento em tecnologia e a vontade das empresas, a região hoje já produz vinhos de grande qualidade que vêm surpreendendo a vinicultura brasileira.

A mais de 150 anos, antes mesmo da abolição da escravatura, a fronteira Oeste do Rio Grande do Sul já produzia vinhos de mesa que eram exportados para os países do Prata (Uruguai, Argentina e Paraguai) e vendidos no Brasil.

A primeira vinícola registrada do Brasil ficava na Campanha Gaúcha. Com paredes de barro e telhado de palha, fundada por José Marimon, a vinícola J. Marimon & Filhos iniciou o plantio de seus vinhedos em 1882, na Quinta do Seival, onde hoje fica o município de Candiota.

E o mais interessante é que, desde o início da elaboração de vinhos na região, os vinhos da Campanha Gaúcha comprovam sua qualidade recebendo medalha de ouro, conforme um artigo de fevereiro de 1923, do extinto jornal Correio do Sul de Bagé.


IP (Indicação de Procedência) da Campanha Gaúcha

Em 2020 a Campanha Gaúcha ganhou reconhecimento de Indicação de Procedência (IP) para seus vinhos. Aprovada pelo Inpi na modalidade de I.P., a designação vem sendo utilizado pelas vinícolas da região a partir do ano de 2020 para os vinhos finos, tranquilos e espumantes, em garrafa.

A Indicação Geográfica (IG) foi o resultado de mais de 5 anos de pesquisa, discussões e estudos de um grupo interdisciplinar coordenados pela Embrapa Uva e Vinhos do Rio Grande do Sul.

Além disso, os vinhos devem ser elaborados a partir das 36 variedades de vitis viníferas permitidas pelo regulamento, plantados em sistema de condução em espaldeira e respeitando os limites máximos de produtividade por hectare e os padrões de qualidade das frutas que seguirão para a vinificação. Finalmente, os vinhos precisam ser avaliados e aprovados sensorialmente às cegas por uma comissão de especialistas.

Esta é uma delimitação localizada no bioma Pampa do estado do Rio Grande do Sul, região vitivinícola que começou a se fortalecer na década de 1980, ganhando novo impulso nos anos 2000, com o crescimento do número de produtores de uva e de vinho, expandindo a atividade para diversos municípios da região.

A área geográfica delimitada totaliza 44.365 km2. A IP abrange, em todo ou em parte, 14 municípios da região: Aceguá, Alegrete, Bagé, Barra do Quaraí, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra, Itaqui, Lavras do Sul, Maçambará, Quaraí, Rosário do Sul, Santana do Livramento e Uruguaiana.

A Campanha Gaúcha está situada entre os paralelos 29º e 31º Sul e trata-se de uma zona ensolarada, com as temperaturas mais elevadas e o menor volume de chuvas entre as regiões produtoras do Sul do Brasil.

Ao mesmo tempo, as parreiras – predominantemente plantadas em sistema de espaldeira – foram estabelecidas em grandes extensões de planície (altitude entre 100 e 360 m.) com encostas de baixa declividade, o que favorece a mecanização das colheitas, reduz os custos e potencializa a escala produtiva. Uma característica importante é o solo basáltico e arenoso, com boa drenagem, que somada aos outros fatores propicia a ótima qualidade das uvas.

Esta foi uma conquista para a região, que pode refletir em uma garantia da qualidade de seus produtos. Fica a torcida para que, após muito tempo de consistência de qualidade e de uma real identificação da tipicidade, a Campanha Gaúcha possa ter o reconhecimento de uma Denominação de Origem (DO). Leia aqui na íntegra o regulamento de uso da IP da Campanha Gaúcha.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho bem intenso, escuro, com alguma viscosidade, com lágrimas espessas, grossas, lentas e em profusão que desenham as bordas do copo.

No nariz traz os aromas complexos e evidentes das frutas vermelhas e negras bem maduras, diria em estágio de geleia, com as notas florais, de violetas, de tipicidade da Touriga Nacional, com a madeira também assumindo destaque, graças aos 12 meses em barricas de carvalho, que entregam baunilha, couro, tabaco, café, torrefação, chocolate.

Na boca é igualmente complexo, austero, trazendo untuosidade, volume, estruturado, mas se mostra equilibrado, macio, sendo fácil de degustar. A fruta e a madeira são notadas e estão em plena convergência e entrega frescor, notas de baunilha, terra molhada, caramelo, café torrado, chocolate, além de taninos presentes, marcados, mas de boa textura, domado, com acidez correta e um final cheio e persistente, um final frutado.

“O fato de ganharmos Ouro com o Touriga Nacional em Portugal, na sua terra de origem, valida ainda mais todo o trabalho que vem sendo construído há 19 anos no projeto Seival na Campanha Meridional”.

Adriano Miolo, superintendente da Miolo.

Muito melhor que a celebração de um prêmio conquistado por esta linha de rótulos da Miolo é a corroboração de um terroir que expressa toda a sua realidade, todas as suas características e que este grande produtor fez e faz questão de projetar em seus rótulos. É a prova contundente que mesmo se tratando de um vinho de volume traz, entrega qualidade, tipicidade, desmistificando qualquer questionamento oriundo de visões preconceituosas de aristocratas do vinho que insistem em dizer que todo o vinho produzido em larga escala é ruim. É a comprovação de que o elo entre este humilde enófilo com essa grande vinícola ainda está vivo e pleno, uma parceria que irá perdurar por anos e anos e que ainda me proporciona grandes novidades. Que venham outros tantos! Tem 14,5% de teor alcoólico!

Sobre a Vinícola Miolo:

A paixão pelo mundo fascinante do vinho é facilmente explicada pela história da família Miolo que, além de trabalhar na vitivinicultura desde a chegada de Giuseppe no Brasil em 1897, inova ano após ano. Uma das fundadoras do projeto Wines of Brasil, a Miolo Wine Group é a maior exportadora de vinhos do Brasil e a mais reconhecida no mercado internacional. A produção dentre as 4 vinícolas do grupo soma, em média, 10 milhões de litros por ano numa área cultivada de vinhedos próprios com aproximadamente 1.000 hectares.

A Miolo exporta para mais de 30 países de todos os continentes. É o maior exportador de vinhos finos do Brasil. De 30 hectares em 1989, a Miolo cultiva hoje, 30 safras mais tarde, cerca de 950 hectares de vinhedos em quatro terroirs brasileiros: Vale dos Vinhedos (Serra Gaúcha), Seival/Candiota (Campanha Meridional), Almadén/Santana do Livramento (Campanha Central) e Terranova/Casa Nova (Vale do São Francisco), sendo a única empresa do setor genuinamente brasileira com atuação em quatro diferentes regiões produtoras.

Com uma produção anual de cerca de 10 milhões de litros, é a marca que detém o maior portfólio de rótulos verde amarelos, exibindo centenas de prêmios conquistados no mundo inteiro. O pioneirismo na elaboração dos vinhos se estendeu para o enoturismo, onde a marca gera experiência, aproximando e formando novos apreciadores da bebida. Assim é no Vale dos Vinhedos com o Wine Garden Miolo, assim é no Vale do São Francisco com o Vapor do Vinho pelo Velho Chico, onde a Miolo transformou o sertão em vinhedo. Este mesmo espírito empreendedor que fez da pequena vinícola familiar a maior produtora de vinhos finos do Brasil em apenas 30 safras, é que move gerações e aproxima quem sonha de quem quer fazer.

Mais informações acesse:

https://www.miolo.com.br/

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=CAMPANHA

“Vinhos da Campanha”: https://www.vinhosdacampanha.com.br/campanha-gaucha/

“Vinhos da Campanha”: https://www.vinhosdacampanha.com.br/ciclo-de-crescimento-da-uva/

“Embrapa”: https://www.embrapa.br/uva-e-vinho/indicacoes-geograficas-de-vinhos-do-brasil/ig-registrada/campanha-gaucha

“Tudo do Vinho”: https://tudodovinho.wordpress.com/2020/07/14/i-p-campanha-gaucha/

“Além do Vinho”: https://alemdovinho.wordpress.com/2015/09/20/brasil-campanha-gaucha-melhor-terroir-para-a-tannat/

“Conceito de Luxo”: https://conceitodeluxo.com.br/miolo-touriga-nacional-do-brasil-e-ouro-em-portugal/

 

 

 

 










sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Miolo Wild Gamay 2022

 

A Miolo, a vinícola brasileira Miolo, definitivamente está na minha história e não digo isso agora, mas há algum tempo e com muito orgulho e alegria. Falo com todo esse entusiasmo porque quando me fiz submeter à transição dos vinhos de mesa, os famosos vinhos coloniais para os vinhos finos, aqueles de uvas vitis viníferas, lá estava o Miolo e seus vinhos para me oferecer seus préstimos.

A Miolo hoje é uma indústria de vinhos e a sua representatividade mercadológica atesta isso e não é demérito para esse grande produtor ser uma indústria, principalmente quando se confirma também quando seus vinhos ainda fazem parte da vida de muitos e muitos enófilos espalhados pelo Brasil e pelo mundo!

E a Miolo ainda tem muito a oferecer, mesmo que ao longo de todo esse tempo em nosso mercado, e muita coisa nova, muitos novos rótulos arrojados que podem trazer grandes novidades, mensagens edificantes e a corroboração da saúde para aqueles que degustam bons vinhos, a qualidade de vida, os fatores sustentáveis!

Por que digo tudo isso? O vinho de hoje, não preciso dizer que é da Miolo, mas, direi mesmo assim, é da Miolo! E falo não apenas com um sentimento saudoso, de nostalgia, mas também com um agradável vislumbre do futuro, da capacidade desta vinícola de oferecer coisas novas, com aqueles rompimentos de paradigmas que só eles são capazes de oferecer.

Não direi que esse vinho só traz novidades para mim, de fato traz sim, muitas novidades, mas nem tanto, nem tanto, até porque já degustei, nos primórdios um vinho deles que hoje assumiu, como disse, alguns novos contornos seguindo, sobretudo, alguns anseios de uma camada socialmente, ambientalmente responsável.

Sem mais delongas, vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio da região brasileira da Campanha Gaúcha, mais precisamente da Campanha Meridional, que, a cada dia, cresce a olhos vistos em qualidade e tipicidade, mais precisamente da Campanha Meridional, dos vinhedos da Seival, e se chama Miolo Wild Gamay da safra 2022.

Quando falei que nem tudo é novidade é porque, em um passado razoavelmente distante, eu degustei, por duas vezes, a versão mais “antiga” do Miolo Gamay que é um dos melhores rótulos brasileiros produzidos por esta emblemática casta que se notabilizou em terras francesas.

Miolo Gamay 2015

E alguns detalhes, antes de entrar na história da Campanha Gaúcha e da Gamay, merecem serem exaltados, detalhes esses que eu mencionei como grandes novidades para mim: O Miolo Wild Gamay foi produzido por intermédio do método ancestral de maceração carbônica de cachos inteiros e a vinificar sem adição de sulfitos e sem adição de leveduras selecionadas, passando a usar leveduras selvagens da uva de Gamay do Seival.

E por ter sido, esse rótulo, em março, aproximadamente, de 2022, pode este vinho, ser considerado o primeiro vinho do mundo a ser lançado no ano de 2022! E de acordo com as palavras do enólogo Adriano Miolo, que produziu este vinho juntamente com Henry Marionnet, reconhecido como o “Papa do Gamay” no mundo, onde disse que “O Miolo Wild Gamay Safra 2022 vai ser a primeira oportunidade que o consumidor terá de degustar a qualidade desta safra. Estamos no meio da colheita deste ano, mas já podemos afirmar que é espetacular e deverá ser mais uma safra lendária para a Miolo, como foi em 2018 e 2020”.

O inverno muito rigoroso e o verão extremamente quente e seco, com temperatura que chegou a 44 graus em janeiro, determinaram a performance das uvas. O frio intenso proporcionou uma brotação uniforme da planta, porém tardia, que também refletiu na maturação tornando a colheita mais tardia do que o usual.

Bem diante dessas credenciais vamos para mais histórias, vamos de Campanha Gaúcha e da história da Gamay.

Campanha Gaúcha

Entre o encontro de rios como Rio Ibicuí e o Rio Quaraí, forma-se o do Rio Uruguai, divisa entre o Brasil, Argentina e Uruguai. Parte da Campanha Gaúcha também recebe corpo hídrico subterrâneo, o Aquífero Guarani representa a segunda maior fonte de água doce subterrânea do planeta, dele estando 157.600 km2 no Rio grande do Sul.

A Campanha Gaúcha se espalha também pelo Uruguai e pela Argentina garante uma cumplicidade com os “hermanos” do outro lado do Rio Uruguai. Os costumes se assemelham e os elementos locais emprestam rusticidade original: o cabo de osso das facas, o couro nos tapetes, a tesoura de tosquia que ganha novas utilidades.

Campanha Gaúcha

No verão, entre os meses de dezembro a fevereiro, os dias ficam com iluminação solar extensa, contendo praticamente 15 horas diárias de insolação, o que colabora para a rápida maturação das uvas e também ajuda a garantir uma elevada concentração de açúcar, fundamental para a produção de vinhos finos de alta qualidade, complexos e intensos.

As condições climáticas são melhores que as da Serra Gaúcha e tem-se avançado na produção de uvas europeias e vinhos de qualidade. Com o bom clima local, o investimento em tecnologia e a vontade das empresas, a região hoje já produz vinhos de grande qualidade que vêm surpreendendo a vinicultura brasileira.

A mais de 150 anos, antes mesmo da abolição da escravatura, a fronteira Oeste do Rio Grande do Sul já produzia vinhos de mesa que eram exportados para os países do Prata (Uruguai, Argentina e Paraguai) e vendidos no Brasil.

A primeira vinícola registrada do Brasil ficava na Campanha Gaúcha. Com paredes de barro e telhado de palha, fundada por José Marimon, a vinícola J. Marimon & Filhos iniciou o plantio de seus vinhedos em 1882, na Quinta do Seival, onde hoje fica o município de Candiota.

E o mais interessante é que, desde o início da elaboração de vinhos na região, os vinhos da Campanha Gaúcha comprovam sua qualidade recebendo medalha de ouro, conforme um artigo de fevereiro de 1923, do extinto jornal Correio do Sul de Bagé.

IP (Indicação de Procedência) da Campanha Gaúcha

Em 2020 a Campanha Gaúcha ganhou reconhecimento de Indicação de Procedência (IP) para seus vinhos. Aprovada pelo Inpi na modalidade de I.P., a designação vem sendo utilizado pelas vinícolas da região a partir do ano de 2020 para os vinhos finos, tranquilos e espumantes, em garrafa.

A Indicação Geográfica (IG) foi o resultado de mais de 5 anos de pesquisa, discussões e estudos de um grupo interdisciplinar coordenados pela Embrapa Uva e Vinhos do Rio Grande do Sul.

Além disso, os vinhos devem ser elaborados a partir das 36 variedades de vitis viníferas permitidas pelo regulamento, plantadas em sistema de condução em espaldeira e respeitando os limites máximos de produtividade por hectare e os padrões de qualidade das frutas que seguirão para a vinificação. Finalmente, os vinhos precisam ser avaliados e aprovados sensorialmente às cegas por uma comissão de especialistas.

Esta é uma delimitação localizada no bioma Pampa do estado do Rio Grande do Sul, região vitivinícola que começou a se fortalecer na década de 1980, ganhando novo impulso nos anos 2000, com o crescimento do número de produtores de uva e de vinho, expandindo a atividade para diversos municípios da região.

A área geográfica delimitada totaliza 44.365 km2. A IP abrange, em todo ou em parte, 14 municípios da região: Aceguá, Alegrete, Bagé, Barra do Quaraí, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra, Itaqui, Lavras do Sul, Maçambará, Quaraí, Rosário do Sul, Santana do Livramento e Uruguaiana.

A Campanha Gaúcha está situada entre os paralelos 29º e 31º Sul e trata-se de uma zona ensolarada, com as temperaturas mais elevadas e o menor volume de chuvas entre as regiões produtoras do Sul do Brasil.

Ao mesmo tempo, as parreiras – predominantemente plantadas em sistema de espaldeira – foram estabelecidas em grandes extensões de planície (altitude entre 100 e 360 m.) com encostas de baixa declividade, o que favorece a mecanização das colheitas, reduz os custos e potencializa a escala produtiva. Uma característica importante é o solo basáltico e arenoso, com boa drenagem, que somada aos outros fatores propicia a ótima qualidade das uvas.

Esta foi uma conquista para a região, que pode refletir em uma garantia da qualidade de seus produtos. Fica a torcida para que, após muito tempo de consistência de qualidade e de uma real identificação da tipicidade, a Campanha Gaúcha possa ter o reconhecimento de uma Denominação de Origem (DO). Leia aqui na íntegra o regulamento de uso da IP da Campanha Gaúcha.

Gamay

A Gamay é uma das principais uvas tintas da França, original da região de Beaujolais, sul da Borgonha, e norte das Côtes du Rhône. É responsável única pelo famoso vinho Beaujolais, um vinho leve, brilhante, suave e muito saboroso. Na região vizinha de Mâcon, é usada na elaboração dos Mâcon tintos, mas em combinação com Pinot Noir. Hoje está bem espalhada pelo mundo, onde produz bons varietais, principalmente na Califónia, Brasil, África do Sul e Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Croácia.

Possuindo grande variação de nome pelo mundo, a uva Gamay pode ser encontrada com diferentes denominações reconhecidas pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho. A casta pode ser identificada como Jurançon Noir, Gamay Beaujolais ou Gamay Noir. Possuindo parentesco comprovado com a casta Pinot Noir, a uva Gamay se contrapõe de forma elegante com a prima, disputando o mesmo território. Entretanto, em países como a Suíça, é possível encontrar vinhos onde a Gamay não é vinificada sozinha, como na França, e sim em cortes com a sua parente, a cepa Pinot Noir.

Intimamente ligada aos famosos vinhos tintos franceses Beaujolais, conhecidos por possuírem caráter leve, macio e repletos de aromas de frutas tropicais e refrescante acidez, a uva Gamay costuma brotar e amadurecer de forma precoce, sendo extremamente vigorosa e produtiva. Se espalhando pela Côte d’Or em meados do século XIV, a origem do nome da cepa Gamay provém de uma vila localizada no sul de Beaune, na região de Borgonha na França.

A casta Gamay começou a ser utilizada em vinhos brasileiros na década de 1970, especificamente no Rio Grande do Sul, na região de Viamão, próxima a Porto Alegre, produzindo vinhos bastantes jovens possuidores de excelente sabor.

A composição do solo onde ocorre o cultivo das vinhas de Gamay influencia no tipo de aroma que será adquirido no processo de vinificação. Caso o cultivo ocorra em solos granitados, a casta Gamay propiciará ao vinho aromas de pimenta e framboesa.

Possuindo caráter bastante frutado, a uva Gamay possui excelente estrutura no que se refere a acidez, além de baixa presença de taninos. Os vinhos de caráter e estilo leve elaborados a partir da casta Gamay são ideais para acompanhar pratos que possuam pescados, exaltando os aromas de frutas e refrescante acidez da uva.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um lindo vermelho rubi, com halos violáceos bem brilhantes, com finas e discretas lágrimas que logo se dissipam do copo.

No nariz mostra uma exuberância aromática e muita tipicidade por conta do processo de maceração carbônica, destacando-se as notas frutadas, tais como maçã, cerejas, framboesa, morango, trazendo ao vinho um incrível frescor e delicadeza, corroborados com toques florais.

Na boca é leve, fresco, com algo de despretensioso, sendo muito saboroso e cheio na boca, conferindo-lhe também personalidade. Traz também o protagonismo da fruta vermelha fresca, como no aspecto olfativo. Tem taninos quase que imperceptíveis, ótima acidez e um curioso e agradável toque herbáceo. Final prolongado, longo.

E diante de tantas novidades que esse rótulo me proporcionou, bem como alguns momentos nostálgicos deliciosos, eu percebi hoje, degustando esse belíssimo e solar vinho da Campanha Gaúcha, que a história é viva e latente, não é estática e isso serve, sim, para o universo dos vinhos. Miolo Gamay Wild é assim! É um vinho arrojado, mas que traz as características mais marcantes da cepa é um vinho moderno, mas tradicional. É um vinho especial, frutado, com a cara, com o DNA do Brasil e dos atuais dias quentes que tanto caracteriza o nosso país. Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Miolo:

A paixão pelo mundo fascinante do vinho é facilmente explicada pela história da família Miolo que, além de trabalhar na vitivinicultura desde a chegada de Giuseppe no Brasil em 1897, inova ano após ano. Uma das fundadoras do projeto Wines of Brasil, a Miolo Wine Group é a maior exportadora de vinhos do Brasil e a mais reconhecida no mercado internacional. A produção dentre as 4 vinícolas do grupo soma, em média, 10 milhões de litros por ano numa área cultivada de vinhedos próprios com aproximadamente 1.000 hectares.

A Miolo exporta para mais de 30 países de todos os continentes. É o maior exportador de vinhos finos do Brasil. De 30 hectares em 1989, a Miolo cultiva hoje, 30 safras mais tarde, cerca de 950 hectares de vinhedos em quatro terroirs brasileiros: Vale dos Vinhedos (Serra Gaúcha), Seival/Candiota (Campanha Meridional), Almadén/Santana do Livramento (Campanha Central) e Terranova/Casa Nova (Vale do São Francisco), sendo a única empresa do setor genuinamente brasileira com atuação em quatro diferentes regiões produtoras.

Com uma produção anual de cerca de 10 milhões de litros, é a marca que detém o maior portfólio de rótulos verde amarelos, exibindo centenas de prêmios conquistados no mundo inteiro. O pioneirismo na elaboração dos vinhos se estendeu para o enoturismo, onde a marca gera experiência, aproximando e formando novos apreciadores da bebida. Assim é no Vale dos Vinhedos com o Wine Garden Miolo, assim é no Vale do São Francisco com o Vapor do Vinho pelo Velho Chico, onde a Miolo transformou o sertão em vinhedo. Este mesmo espírito empreendedor que fez da pequena vinícola familiar a maior produtora de vinhos finos do Brasil em apenas 30 safras, é que move gerações e aproxima quem sonha de quem quer fazer.

Mais informações acesse:

https://www.miolo.com.br/

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=CAMPANHA

“Vinhos da Campanha”: https://www.vinhosdacampanha.com.br/campanha-gaucha/

“Vinhos da Campanha”: https://www.vinhosdacampanha.com.br/ciclo-de-crescimento-da-uva/

“Embrapa”: https://www.embrapa.br/uva-e-vinho/indicacoes-geograficas-de-vinhos-do-brasil/ig-registrada/campanha-gaucha

“Tudo do Vinho”: https://tudodovinho.wordpress.com/2020/07/14/i-p-campanha-gaucha/

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_ela_uvas_mostra.php?num_uva=13

“Enologuia”: https://enologuia.com.br/uvas/196-uva-gamay-a-pequena-joia-do-beaujolais

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/gamay

“Embalagem Marca”: https://embalagemmarca.com.br/2022/03/miolo-wild-gamay-2022-chega-ao-mercado-ainda-em-marco/










quinta-feira, 16 de junho de 2022

Miolo Reserva Tannat 2020

 

Dizem por aí que tudo que é bom merece repetição, merece um “bis”! Talvez faça sentido, afinal, se é bom, por que não repetir as experiências? Mas será que no universo do vinho essa afirmação tão carregada de aceitação é válida?

Quando falamos em repetir um rótulo, independente de safra ou de novos momentos, pode incorrer no risco famigerado da “zona de conforto” e seus travestidos males. Nos ancoramos do prazer de degustar aquele rótulo, aquela casta, aquele produtor, aquela região de que tanto gostamos e nos tornamos subservientes a eles.

E temos também de levar em consideração a gama, o leque de opções que temos de rótulos, de castas, de regiões que ainda não degustamos, não é à toa que chamamos de universo do vinho, porque precisaríamos de várias vidas para degustar a infinidade de vinhos que temos espalhados pelo mundo.

E devemos, enquanto enófilos, nos permitir garimpar, conhecer novos rótulos, ter experiências sensoriais que nos arrebata e nos faça aprender, viajar em generosas taças de vinhos por culturas e histórias que somente um líquido como o vinho pode proporcionar.

Mas não é pecado (o que é pecado para o vinho?) seguir o caminho de uma história de um rótulo que, de alguma forma, está marcado na sua história, por exemplo? Tudo é válido quando se degusta vinho, porque o mais importante é tê-lo em nossa taça, inundando as nossas vidas de celebração.

E tem um rótulo, em especial, que me marcou, não apenas por ele, mas pela vinícola que, por muitas vezes, teci elogios pelo apelo sentimental e importância em minha vida de enófilo, em minha caminhada.

E esse rótulo, atualmente, assumiu contornos de afirmação de qualidade, de sucesso, no Brasil, seja pelo próprio rótulo, como pela casta e pela vinícola que vem se afirmando, definitivamente, como uma das melhores do Brasil e quiçá do mundo: falo da Miolo Wine Group! Falo da Campanha Gaúcha e também da Tannat.

É notório que a Campanha vem se notabilizando, construindo sua identidade, apoderando de seu terroir e a Tannat, creio, vem se tornando a casta mais importante dessa região, junto com a Cabernet Franc e mesmo que degustando um rótulo que seja um velho conhecido meu, degusta-lo hoje, com esse atual e favorável cenário, é maravilhoso.

E decidi degusta-lo jovem, cheio de vivacidade, as frutas gritando ao olfato e paladar, com taninos pronunciados e acidez plena. E não é que ele continua especial, sobretudo pelo custo X benefício??

Então sem mais delongas o vinho que degustei e gostei veio da Campanha Gaúcha, do Brasil, e se chama Miolo Tannat Reserva da safra 2020. Estou animado para falar dele e digo que continua fantástico, mas, para variar precisamos contar um pouco da história da Campanha Gaúcha.

Campanha Gaúcha

Entre o encontro de rios como Rio Ibicuí e o Rio Quaraí, forma-se o do Rio Uruguai, divisa entre o Brasil, Argentina e Uruguai. Parte da Campanha Gaúcha também recebe corpo hídrico subterrâneo, o Aquífero Guarani representa a segunda maior fonte de água doce subterrânea do planeta, dele estando 157.600 km2 no Rio grande do Sul.

A Campanha Gaúcha se espalha também pelo Uruguai e pela Argentina garante uma cumplicidade com os hermanos do outro lado do Rio Uruguai. Os costumes se assemelham e os elementos locais emprestam rusticidade original: o cabo de osso das facas, o couro nos tapetes, a tesoura de tosquia que ganha novas utilidades.

Campanha Gaúcha

No verão, entre os meses de dezembro a fevereiro, os dias ficam com iluminação solar extensa, contendo praticamente 15 horas diárias de insolação, o que colabora para a rápida maturação das uvas e também ajuda a garantir uma elevada concentração de açúcar, fundamental para a produção de vinhos finos de alta qualidade, complexos e intensos.

As condições climáticas são melhores que as da Serra Gaúcha e tem-se avançado na produção de uvas europeias e vinhos de qualidade. Com o bom clima local, o investimento em tecnologia e a vontade das empresas, a região hoje já produz vinhos de grande qualidade que vêm surpreendendo a vinicultura brasileira.

Há mais de 150 anos, antes mesmo da abolição da escravatura, a fronteira Oeste do Rio Grande do Sul já produzia vinhos de mesa que eram exportados para os países do Prata (Uruguai, Argentina e Paraguai) e vendidos no Brasil.

A primeira vinícola registrada do Brasil ficava na Campanha Gaúcha. Com paredes de barro e telhado de palha, fundada por José Marimon, a vinícola J. Marimon & Filhos iniciou o plantio de seus vinhedos em 1882, na Quinta do Seival, onde hoje fica o município de Candiota.

E o mais interessante é que, desde o início da elaboração de vinhos na região, os vinhos da Campanha Gaúcha comprovam sua qualidade recebendo medalha de ouro, conforme um artigo de fevereiro de 1923, do extinto jornal Correio do Sul de Bagé.

IP Campanha Gaúcha

O ano de 2020 ficará marcado na história dos vinhos da Campanha Gaúcha, como o ano em que a região recebeu a Indicação de Procedência (IP), além, é claro, da excepcional safra. A IP é a comprovação da qualidade da uva que é produzida neste território, que pela combinação de clima, solo, relevo e a cultura local compõe o terroir da Campanha Gaúcha. 

O selo, fornecido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), atesta não só qualidade, como também um caráter único do produto local e que deve impulsionar o desenvolvimento dos negócios relacionados ao vinho e também ao enoturismo na região.

Segunda maior região produtora de vinhos finos do país, responsável por 31% da produção nacional, com 1.560 hectares de área plantados com vinhedos de vitis vinífera e mais de 5,6 milhões de litros vinificados em 2019, a Campanha Gaúcha se estende por uma área de 44.365 km2 no extremo sul do Brasil, fazendo fronteira com o Uruguai e a Argentina. Hoje existem 18 vinícolas produtoras de vinhos finos em operação na região, sendo que 15 delas são consideradas pequenas, pois produzem menos de 500 mil litros. Muitos desses produtores já trabalhavam com agropecuária.

A área da IP Campanha Gaúcha está localizada entre as coordenadas 29º e 32º de Latitude Sul, sendo contornada pelas regiões da Serra do Sudeste, Depressão Central e Missões e pelos limites de fronteira com a Argentina e o Uruguai.

IP Campanha Gaúcha

Detalhes da IP:

1- A área geográfica delimitada totaliza 44.365 km2.

2- A área da IP abrange, em todo ou em parte, 14 municípios da região: Aceguá, Alegrete, Bagé, Barra do Quaraí, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra, Itaqui, Lavras do Sul, Maçambará, Quaraí, Rosário do Sul, Santana do Livramento e Uruguaiana.

3- Para a elaboração dos vinhos, 100% das uvas devem ser produzidas na área delimitada.

4- Os vinhedos são cultivados em espaldeiras, existindo limites de produtividade e padrões de maturação das uvas para aumentar a qualidade dos produtos.

5- Para a elaboração dos vinhos, são autorizadas 36 cultivares de videira produzidas na região, todas elas de Vitis vinifera.

6- Os vinhos finos tranquilos brancos, rosados e tintos e os espumantes naturais são os produtos autorizados na IP.

7- Os vinhos varietais são elaborados com no mínimo 85% da respectiva variedade indicada no vinho varietal.

8- Os vinhos com indicação de safra têm em sua composição no mínimo 85% da respectiva safra mencionada.

9- Os vinhos devem atender a padrões analíticos específicos da IP associados à qualidade e devem ser aprovados em avaliação sensorial realizada às cegas por comissão de degustação.

10- Para poder utilizar o signo distintivo da IP, os vinhos devem ser produzidos de acordo com o Regulamento de Uso e devem passar pelos controles que estão sob a gestão do Conselho Regulador da IP, para receber a atestação de conformidade dos produtos.

11- Os vinhos chegam ao mercado consumidor com a identificação do nome geográfico - Campanha Gaúcha, mais o qualificativo – Indicação de Procedência.

E agora finalmente o vinho!

Na taça se desenvolve um lindo vermelho rubi intenso, quase escuro, com traços violáceos, sobretudo em seu entorno. Tem lágrimas finas, lentas e em profusão.

No nariz é extremamente aromático, rico, com destaque para as frutas vermelhas maduras, tais como amora, framboesa e cereja, com as notas amadeiradas bem integradas, que aporta um defumado, tabaco, carpete, diria um mentolado interessante.

Na boca é intenso, de estrutura média, com personalidade marcante e bom volume de boca, mas é redondo e equilibrado que o torna fácil de degustar. As notas frutadas se fazem presente como no aspecto olfativo, com a madeira em evidência, além de toques de tosta média, baunilha. Taninos estão vivos, presentes, mas elegantes, com boa acidez e final longo de retrogosto frutado.

É definitivo que a Campanha Gaúcha vem entregando, cada vez mais e melhor, grandes rótulos da casta Tannat. Digo sem medo que Tannat vem se tornando uma variedade tinta com grande representatividade em nosso país, ganhando em tipicidade, ganhando em qualidade, sem aquela estúpida intenção de outrora de ser o Chile ou copiar os Tannats uruguaios. E o Miolo Tannat Reserva é o exemplo contundente de que o futuro é promissor e de que o passado teve suas arestas bem cuidadas, sobretudo com essa linha de rótulos. Ah e quando falei que essa era a minha segunda experiência com esse rótulo é de que eu já havia degustado o Miolo Reserva Tannat 2015 e, mesmo que com uma “roupagem” antiga, já demonstrava todo o seu potencial. Tânico, frutas pretas, acidez vivaz, encorpado, redondo e equilibrado! Esse é o Miolo Tannat! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Miolo:

A paixão pelo mundo fascinante do vinho é facilmente explicada pela história da família Miolo que, além de trabalhar na vitivinicultura desde a chegada de Giuseppe no Brasil em 1897, inova ano após ano. Uma das fundadoras do projeto Wines of Brasil, a Miolo Wine Group é a maior exportadora de vinhos do Brasil e a mais reconhecida no mercado internacional. A produção dentre as 4 vinícolas do grupo soma, em média, 10 milhões de litros por ano numa área cultivada de vinhedos próprios com aproximadamente 1.000 hectares.

A Miolo exporta para mais de 30 países de todos os continentes. É o maior exportador de vinhos finos do Brasil. De 30 hectares em 1989, a Miolo cultiva hoje, 30 safras mais tarde, cerca de 950 hectares de vinhedos em quatro terroirs brasileiros: Vale dos Vinhedos (Serra Gaúcha), Seival/Candiota (Campanha Meridional), Almadén/Santana do Livramento (Campanha Central) e Terranova/Casa Nova (Vale do São Francisco), sendo a única empresa do setor genuinamente brasileira com atuação em quatro diferentes regiões produtoras.

Com uma produção anual de cerca de 10 milhões de litros, é a marca que detém o maior portfólio de rótulos verde amarelos, exibindo centenas de prêmios conquistados no mundo inteiro. O pioneirismo na elaboração dos vinhos se estendeu para o enoturismo, onde a marca gera experiência, aproximando e formando novos apreciadores da bebida. Assim é no Vale dos Vinhedos com o Wine Garden Miolo, assim é no Vale do São Francisco com o Vapor do Vinho pelo Velho Chico, onde a Miolo transformou o sertão em vinhedo. Este mesmo espírito empreendedor que fez da pequena vinícola familiar a maior produtora de vinhos finos do Brasil em apenas 30 safras, é que move gerações e aproxima quem sonha de quem quer fazer.

Mais informações acesse:

https://www.miolo.com.br/

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=CAMPANHA

“Vinhos da Campanha”: https://www.vinhosdacampanha.com.br/campanha-gaucha/

“Embrapa”: https://www.embrapa.br/uva-e-vinho/indicacoes-geograficas-de-vinhos-do-brasil/ig-registrada/campanha-gaucha#:~:text=A%20%C3%A1rea%20da%20IP%20Campanha,geogr%C3%A1fica%20delimitada%20totaliza%2044.365%20km2.

“Exame”: https://exame.com/casual/vinhos-da-campanha-gaucha-ganham-indicacao-de-procedencia/

“Vinhos da Campanha”: https://www.vinhosdacampanha.com.br/ciclo-de-crescimento-da-uva/