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sábado, 27 de fevereiro de 2021

56 Hundred Pinot Grigio 2018

 

Dentre as diversas castas brancas que temos para nosso deleite, simples enófilos de plantão, eu adoro a Pinot Grigio. Tenho a impressão de que ela não é muito bem aceita. Já ouvi alguns dos maiores absurdos e injustiça a respeito dela, tais como: aguada, sem expressão, péssimo no paladar, entre outros tristes comentários. Não é discurso de fã cego, mas não há como não se render aos encantos da Pinot Grigio, sobretudo no clima tropical de quase todo ano de nossa terra brasilis. Ela cai como uma luva!

E cabe aqui, embora seja mais uma dessas histórias enfadonhas de enófilos desocupados, contar como a conheci. Estava em uma dessas confraternizações de trabalho que costumas ser um tanto quanto chatas e cansativas. Então, quando cheguei no restaurante onde iria acontecer a reunião, e resolvi pedir o vinho. Um tanto quanto temoroso quanto aos valores que iria encontrar, virei as páginas do cardápio em busca de um rótulo que fosse atrativo, tanto no valor quanto no que ele poderia oferecer no que tange a qualidade. Me deparei com um que, apesar de conhecer o produtor, Miolo, eu não havia reconhecido o nome da casta: Pinot Grigio? Bem, resolvi pedir ao garçom e um branco viria a calhar naquele dia que fazia um calor insuportável! Aproveitei, mesmo sem conhecer a casta, e pedi ao bom e atencioso garçom que colocasse no balde com gelo para ficar no ponto de degustação.

Quando o vinho chegou eu, em uma mescla de animação e ansiedade, logo que tive a taça enchida pelo amável garçom, degustei e voilá: Que vinho delicioso! Uma explosão de frutas brancas e amarelas com um envolvente toque floral e pensei: Que escolha maravilhosa! Que vinho estupendo, apesar de sua simplicidade! Esse foi o Miolo Reserva Pinot Grigio que em um futuro breve textualizarei as minhas agradáveis impressões. E a partir daí não larguei mais do Pinot Grigio, degustando vários outros, de vários países: Chile, Itália (que logo descobrir ser um “oásis” para essa cepa), entre outras.

E hoje, mesmo com a Pinot Grigio faz parte, de forma contínua, em minha vida enófila, hoje degustarei um Pinot Grigio de uma região que não esperava que fosse encontrar cultivo: África do Sul, da região de Western Cape, uma das mais emblemáticas daquele país.

E o produtor não fica atrás, um dos mais importantes: A Nederburg. Então o vinho que degustei e gostei, como disse vem da magnífica região de Western Cape, a casta, claro, é Pinot Grigio e o vinho se chama 56 Hundred, da safra 2018, a linha mais básica, mas digna de plena atenção, haja vista que degustei, também dessa linha, a 56 Hundred Chenin Blanc 2017 que também é surpreendente! Mas não é tão surpreendente como o Pinot Grigio. Bem já que falei da emblemática Western Cape, vou tecer alguns comentários sobre ela e a sua importância para a vitivinicultura sul africana.

Western Cape: a toda poderosa região vinícola sul africana

Localizada a sudoeste da África do Sul, tendo a Cidade do Cabo como ponto central, Western Cape é a principal região vitivinícola do país, responsável por cerca de 90% da produção vinícola do país. Boa parte da indústria do vinho sul-africana se concentra nessa área e microrregiões como Stellenbosch e Paarl são alguns de seus principais destaques. Com terroir bastante diversificado, a combinação do clima mediterrâneo, da geografia montanhosa, das correntes de ar fresco vindas do Oceano Atlântico e da variedade de uvas permite que Western Cape seja considerada uma verdadeira potência da produção de vinhos no país. Suas regiões vinícolas estendem-se por impressionantes 300 quilômetros a partir da Cidade do Cabo até a foz do rio Olifants ao norte, e cerca de 360 quilômetros até a Baía Mossel, a leste – para entender essa grandiosidade, vale saber que regiões vinícolas raramente se estendem por mais de 150 quilômetros.

Western Cape

O clima fresco e chuvoso também favorece o plantio e a colheita por toda a região. Entre os grandes destaques de Western Cape estão as uvas Pinotage, Cabernet Sauvignon e Shiraz, que dão origem a excelentes varietais e blends. Entre os brancos – que, por si só, têm grande reconhecimento mundial –, brilham a Chenin Blanc, uva mais cultivada do país, a Chardonnay e a Sauvignon Blanc. As primeiras vinhas plantadas na região remetem ao século XVII, trazidas por exploradores europeus que se fixaram por lá. Durante vários séculos, fatores como o estilo rudimentar de produção, o Apartheid e a falta de investimentos mantiveram a cultura vitivinícola sul-africana limitada ao próprio país. Somente no início do século XX, com a formação da cooperativa KWV, que a África do Sul começou a responder por todo o controle de qualidade do vinho que se produzia por lá, e seus rótulos passaram a chamar a atenção do mercado internacional, dando início a um processo de exportação que conta, inclusive, com selos de qualidade específicos para a atividade. A proximidade da Cidade do Cabo facilita o acesso dos visitantes às inúmeras rotas vinícolas e turísticas de Western Cape, que incluem experiências como caminhadas, degustações por suas muitas bodegas, além de ótimos restaurantes e hospedagens em suas pequenas e aconchegantes cidades, a maioria em estilo europeu.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um amarelo palha, clarinho, translúcido, brilhante e com discretos reflexos esverdeados e algumas dispersas lágrimas finas e que se dissipa rapidamente.

No nariz uma intensa explosão aromática de frutas brancas e cítricas com o destaque para melão, pera, maçã verde, lima e limão, além de um toque floral excelente.

Na boca as notas frutadas são evidentes como no aspecto olfativo, é leve, jovem, mas com uma personalidade potencializada pela ótima acidez que faz do vinho fresco e refrescante. Um final persistente e com um retrogosto frutado.

Mais um capítulo importante na minha vida, na minha trajetória enófila com uma degustação de novo rótulo da casta Pinot Grigio. Embora o nível de rejeição da mesma seja alto, ela está em alta em meu humilde conceito. E com direito a mais uma grata novidade: meu primeiro Pinot Grigio da África do Sul que, a cada rótulo, a cada degustação tem se revelado o óbvio: um dos principais países de produção e cultivo de vinhos do mundo! Como que um vinho básico, como essa linha da Nederburg, pode cativar tanto? Ser tão bom? Aprendi com um especialista e crítico de vinhos que, para mensurar a qualidade e idoneidade de um produtor, deguste os seus vinhos básicos e a Nederburg se enquadra perfeitamente nessa frase. Um Pinot Grigio alegre, delicado, elegante e que pode substituir perfeitamente aquela cerveja de fim de semana em dias de intenso calor. Que novas experiências com a Pinot Grigio me arrebate sempre, por inteiro! Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre a Nederburg:

A história de Nederburg começou em 1791, quando o imigrante alemão Philippus Wolvaart adquiriu 49 hectares de terra no vale de Paarl. Ele nomeou sua propriedade Nederburgh, em homenagem ao comissário Sebastiaan Cornelis Nederburgh. Mais tarde, o 'h' foi retirado da grafia do nome da fazenda e tornou-se Nederburg como é conhecido hoje. A bela mansão holandesa do Cabo, coberta de palha e empena, que Wolvaart completou em 1800 é hoje um monumento nacional. E sobre a linha “56 Hundred” há uma curiosidade: Essa variedade de vinhos refrescantes, frutados e suave leva o nome ao preço de mil e seiscentos florins que Philippus Wolvaart pagou em 1791 pela fazenda em que deveria nomear Nederburg. Um visionário que reconheceu o potencial vitícola da terra, ele teve a tenacidade de domesticar a propriedade e estabelecer uma fazenda que continua a florescer hoje. Em 1810, vendeu a fazenda para a família Retief, que conservou a propriedade por 70 anos. Em seguida a Nederburg passou por diversos proprietários até ser adquirida, em 1937, por Johann Graue que foi buscar na Alemanha o talentoso enólogo Günter Brözel para comandar a produção. Durante anos, Brözel elevou a reputação da Nederburg a nível mundial. Quem o sucedeu foi o enólogo romeno Razvan Macici, que recebeu inúmeros prêmios ao longo dos anos. Macici aliava a capacidade de criar vinhos exclusivos à habilidade para a elaboração de rótulos acessíveis. A Nederburg é conhecida pela visão vanguardista, sempre valorizando os cuidados no vinhedo e na vinificação para a elaboração de exemplares famosos mundialmente.

Harmonizando com um queijo minas

Mais informações acesse:

https://www.nederburg.com/

Referências de pesquisa:

“Vinho Capital”: https://vinhocapital.com/tag/wine/page/3/

“Wine”: https://www.wine.com.br/winepedia/enoturismo/western-cape-a-gigante-sul-africana/?doing_wp_cron=1611015613.7245669364929199218750#:~:text=Localizada%20a%20sudoeste%20da%20%C3%81frica,alguns%20de%20seus%20principais%20destaques.

 

 





quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Nederburg Foundation Sauvignon Blanc 2016


A minha primeira experiência com os vinhos sul africanos foi com os rótulos da Nederburg. Ainda em uma época, lembro-me bem, que tais vinhos da África do Sul ainda eram difíceis de entrar nas adegas dos brasileiros, seja pelo alto valor ou escassez de opção de rótulos. A Nederburg foi talvez a primeira vinícola a adentrar com força no mercado brasileiro com valores atrativos e possíveis aos bolsos, aliado a qualidade e tipicidade dos vinhos das mais emblemáticas regiões do país sul africano. Já degustei o Nederburg 1791 Syrah, o Nederburg Foundation Pinotage, casta oriunda daquele país e a linha básica do produtor, o 56 Hundred Chenin Blanc e digo que sempre terei um Nederburg na minha adega. Todas essas castas são muito bem cultivadas na África do Sul, tornando-a um dos mais famosos e importantes terroirs deste mundo.

Mas ainda há rótulos da Nederburg que me surpreendem positivamente e que ainda me oferecem grandes e doces recomeços no que tangem a grandes experiências dos vinhos da África do Sul. O vinho que degustei e gostei foi o Nederburg Foundation da casta Sauvignon Blanc, da região de Paarl, Western Cape, safra 2016. E antes de falar sobre o vinho que foi deveras arrebatador para os meus sentidos, falemos um pouco da importante região de Paarl.

Paarl

Paarl está localizada na província de Western Cape, ficando a 60 km da Cidade do Cabo, na África do Sul, sendo hoje uma região produtora dos melhores vinhos daquele país, exportados para o mundo todo.

Paarl

A região vitivinícola de Paarl é das mais importantes para a produção de vinho na África do Sul, podendo ser considerada como o grande portal para quem quer conhecer os vinhos da região do Cabo. O nome Paarl é derivado de pérola, sendo a designação da Montanha Pérola, uma rocha de granito que se sobrepõe à paisagem, tornando-se brilhante à luz do sol, principalmente em dias de chuva. A história da vitivinicultura na região de Paarl remonta ao século XVII, precisamente em 1680. A produção de vinhos teve início na África do Sul com os franceses, em 1652, com Jan Van Riebeek, o primeiro comandante da guarnição que fundou a Cidade do Cabo. Sua pretensão era produzir vinho para combater o escorbuto que grassava na época entre os marinheiros da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Os vinhedos foram se espalhando ao longo do tempo, ocupando a região de Stellembosch, em seguida Constantia, chegando a Paarl em 1680.

E agora o vinho!

Na taça apresenta um amarelo palha, bem brilhante, límpido, com algum reflexo esverdeado.

No nariz traz notas frutadas, aromas de maracujá, maça verde, pera, frutas brancas e cítricas, com um agradável toque floral, flores brancas e tropicais.

Na boca é fresco, leve, frutado sem ser enjoativo, com um bom volume de boca, uma boa acidez, com um final persistente, me remetendo a muita fruta.

Um belo Sauvignon Blanc, agradável, jovem, refrescante, bem despretensioso e equilibrado, redondinho. O meu primeiro sul africano com essa casta e que ficará na minha humilde história, na minha caminhada de um simples enófilo de um vinho, embora simples, mostra, com maestria, a tipicidade de um país que respira cultura do vinho. Harmoniza maravilhosamente com carnes brancas, massas leves, queijos igualmente leves ou simplesmente sozinho. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Nederburg:

A história de Nederburg começou em 1791, quando o imigrante alemão Philippus Wolvaart adquiriu 49 hectares de terra no vale de Paarl. Ele nomeou sua propriedade Nederburgh, em homenagem ao comissário Sebastiaan Cornelis Nederburgh. Mais tarde, o 'h' foi retirado da grafia do nome da fazenda e tornou-se Nederburg como é conhecido hoje. A bela mansão holandesa do Cabo, coberta de palha e empena, que Wolvaart completou em 1800 é hoje um monumento nacional. E sobre a linha “56 Hundred” há uma curiosidade: Essa variedade de vinhos refrescantes, frutados e suave leva o nome ao preço de mil e seiscentos florins que Philippus Wolvaart pagou em 1791 pela fazenda em que deveria nomear Nederburg. Um visionário que reconheceu o potencial vitícola da terra, ele teve a tenacidade de domesticar a propriedade e estabelecer uma fazenda que continua a florescer hoje. Em 1810, vendeu a fazenda para a família Retief, que conservou a propriedade por 70 anos. Em seguida a Nederburg passou por diversos proprietários até ser adquirida, em 1937, por Johann Graue que foi buscar na Alemanha o talentoso enólogo Günter Brözel para comandar a produção. Durante anos, Brözel elevou a reputação da Nederburg a nível mundial. Quem o sucedeu foi o enólogo romeno Razvan Macici, que recebeu inúmeros prêmios ao longo dos anos. Macici aliava a capacidade de criar vinhos exclusivos à habilidade para a elaboração de rótulos acessíveis. A Nederburg é conhecida pela visão vanguardista, sempre valorizando os cuidados no vinhedo e na vinificação para a elaboração de exemplares famosos mundialmente.

Mais informações acesse:


Fonte de pesquisa sobre a região de Paarl:


Degustado em: 2017


quinta-feira, 11 de junho de 2020

Nederburg 1791 Syrah 2016


É sabido que os melhores vinhos da casta Syrah produzido no mundo atualmente vem do Novo Mundo, vem da Austrália. São vinhos frescos, alguns um pouco mais intensos, mas sempre privilegiando a fruta, o frescor, mas com muita personalidade, bem marcante. Foram com eles que a Syrah me foi apresentada e a por eles que eu tenho um elo sentimental quando me remete a essa cepa. Porém, dada o meu vertiginoso interesse pela Syrah ao longo do tempo, me aventurei nas pesquisas para conhecer novas regiões que são referências na produção da mesma e cheguei a África do Sul. A terra da Pinotage também abriga grandes Syrahs. Então fui à busca de bons vinhos com um custo x benefício em potencial, que me entregasse qualidade por um preço que fosse atrativo ao meu bolso e cheguei aos bons vinhos da grande Nederburg, rótulos que já tive a oportunidade de degustar em algumas de suas propostas e castas, principalmente o Pinotage, que analisei e deixei as minhas impressões aqui: Nederburg Foundation Pinotage.  

O vinho que degustei e gostei é o Nederburg 1791 da casta Syrah, safra 2016, da famosa cidade de Paarl, Western Cape. Um vinho que já trazia a boa expectativa por ser tratar da linha Nederburg e sua histórica e tradicional procedência, mas que me arrebatou por inteiro e me trouxe mais um terroir extraordinário para a casta Syrah.

Na taça traz um vermelho rubi escuro, profundo e brilhante com lágrimas finas e abundantes que teimava em se dissipar, desenhando as bordas, as paredes do copo.

No nariz traz um intenso aroma de frutas negras e vermelhas, que me remete a ameixa e cereja com toques de especiarias e discretas notas de especiarias, algo como pimentão, diria.

Na boca é seco, encorpado, uma estrutura que denuncia sua personalidade marcante, com bom volume de boca, frutado, com taninos presentes, mas sedosos, razoável acidez, um azedume típico da Syrah, com um toque amadeirado bem integrado ao vinho, graças ao período que varia entre 3 a 6 meses de passagem por barricas de carvalho, com final persistente.

Um vinhaço! Um Syrah maiúsculo e volumoso que, mesmo com sua personalidade e bom corpo, é macio, harmonioso e fácil de degustar. Tem um grande potencial enogastronômico, harmonizando com carnes vermelhas e massas bem condimentas. Tem 14% de teor alcoólico quase que imperceptíveis dado o seu bom equilíbrio.

Por que é “1791”?

Este rótulo é uma homenagem ao pioneiro Philippus Wolvaart, que em 1791 adquiriu o terreno que se tornaria a fazenda Nederburg. Uma porção de terra ainda selvagem nos arredores de Paarl preparou-a e plantou as primeiras vinhas lançando a base do que se tornaria um bem-sucedido negócio.

Sobre a Nederburg:

A história de Nederburg começou em 1791, quando o imigrante alemão Philippus Wolvaart adquiriu 49 hectares de terra no vale de Paarl. Ele nomeou sua propriedade Nederburgh, em homenagem ao comissário Sebastiaan Cornelis Nederburgh. Mais tarde, o 'h' foi retirado da grafia do nome da fazenda e tornou-se Nederburg como é conhecido hoje. A bela mansão holandesa do Cabo, coberta de palha e empena, que Wolvaart completou em 1800 é hoje um monumento nacional. E sobre a linha “56 Hundred” há uma curiosidade: Essa variedade de vinhos refrescantes, frutados e suave leva o nome ao preço de mil e seiscentos florins que Philippus Wolvaart pagou em 1791 pela fazenda em que deveria nomear Nederburg. Um visionário que reconheceu o potencial vitícola da terra, ele teve a tenacidade de domesticar a propriedade e estabelecer uma fazenda que continua a florescer hoje. Em 1810, vendeu a fazenda para a família Retief, que conservou a propriedade por 70 anos. Em seguida a Nederburg passou por diversos proprietários até ser adquirida, em 1937, por Johann Graue que foi buscar na Alemanha o talentoso enólogo Günter Brözel para comandar a produção. Durante anos, Brözel elevou a reputação da Nederburg a nível mundial. Quem o sucedeu foi o enólogo romeno Razvan Macici, que recebeu inúmeros prêmios ao longo dos anos. Macici aliava a capacidade de criar vinhos exclusivos à habilidade para a elaboração de rótulos acessíveis. A Nederburg é conhecida pela visão vanguardista, sempre valorizando os cuidados no vinhedo e na vinificação para a elaboração de exemplares famosos mundialmente.

Mais informações acesse:


Degustado em: 2018

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Nederburg Foundation Pinotage 2015


Esse não foi a minha primeira experiência com a Pinotage. Já havia degustado outros rótulos desta cepa antes do rótulo que falarei agora. O que motivou mais uma compra da Pinotage foi a sua história e, sobretudo, claro, pela sua qualidade, pela sua personalidade. Um vinho que, independente da sua proposta, se mostra maiúsculo, potente e exemplarmente saboroso, com um belo volume de boca. E, como disse, um dos fatores que fez com a Pinotage ganhasse a minha atenção e logo simpatia, foi por ser conhecida como uma, como costumo dizer, uma “casta de laboratório”. Não sei se essa observação é correta, mas, pela sua história, em tese tinha tudo para ser rejeitada, mas hoje é tida como um produto de exportação, um orgulho para os sul africanos, os pais da casta.

O vinho que degustei e gostei vem, como já disse, da África do Sul, da região de Paarl, sub-região da Província da Western Cape, o famoso Nederburg Foundation Pinotage da safra 2015. Mas como degustar vinho, para mim, estimula o aprendizado, não podemos negligenciar a história, já por mim mencionada do Pinotage e como ela surgiu.

Pinotage

A Pinotage foi criada pelo professor de viticultura Abraham Izak Perold da Universidade de Stellenbosch, por volta do ano de 1925. A intenção do professor era unir as qualidades da Pinot Noir, como a sua delicadeza, seus aromas, com a notável produtividade e resistência da Hermitage (Cinsault). Isso porque, a Pinot Noir não resistia muito bem ao clima da África do Sul, ao passo que a Hermitage se desenvolvia muitíssimo bem. O objetivo, portanto, era criar um vinho leve e aromático, como o Pinot Noir, com uvas que crescessem e se desenvolvessem como a Cinsault. Mas o resultado não foi muito próximo do esperado: o vinho elaborado com a nova uva, a Pinotage, era bem escuro, encorpado e com muitos taninos. A uva entrou em evidência a primeira vez, quando em 1959 um vinho produzido com esta cepa foi campeão no Concurso Cape Young Wine Show na Cidade do Cabo. Em 1991, outro vinho produzido somente com Pinotage foi eleito o melhor tinto no Concurso Internacional “Wine & Spirits” em Londres, reforçando a sua imagem de qualidade e a história a gente já sabe. Como curiosidade, o termo “Pinotage” é a combinação dos nomes das duas uvas que lhe deram origem: “pino”, de Pinot Noir, e “tage”, de Hermitage. Fontes: Vinitude clube de vinhos (https://www.clubedosvinhos.com.br/quase-indomavel-pinotage/) e Winer (http://www.winer.com.br/uva-pinotage/).

Sobre a região de Paarl, Western Cape

Paarl está localizada na província de Western Cape, ficando a 60 km da Cidade do Cabo, na África do Sul, sendo hoje uma região produtora dos melhores vinhos daquele país, exportados para o mundo todo.


A região vitivinícola de Paarl é das mais importantes para a produção de vinho na África do Sul, podendo ser considerada como o grande portal para quem quer conhecer os vinhos da região do Cabo. O nome Paarl é derivado de pérola, sendo a designação da Montanha Pérola, uma rocha de granito que se sobrepõe à paisagem, tornando-se brilhante à luz do sol, principalmente em dias de chuva. A história da vitivinicultura na região de Paarl remonta ao século XVII, precisamente em 1680. A produção de vinhos teve início na África do Sul com os franceses, em 1652, com Jan Van Riebeek, o primeiro comandante da guarnição que fundou a Cidade do Cabo. Sua pretensão era produzir vinho para combater o escorbuto que grassava na época entre os marinheiros da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Os vinhedos foram se espalhando ao longo do tempo, ocupando a região de Stellembosch, em seguida Constantia, chegando a Paarl em 1680. Fonte: Vinitude clube de vinhos (https://www.clubedosvinhos.com.br/paarl-uma-longa-tradicao-em-vinhos-nobres/).

O vinho:

Na taça tem um vermelho rubi com reflexos violáceos, sendo muito brilhante e bonitos aos olhos. Tem lágrimas abundantes e vibrantes, finas, persistentes, teimando em desenhar as bordas do copo.
No nariz é intenso, muito aromático, sendo frutado, uma explosão de frutas vermelhas frescas, com um toque discreto, mas agradável de especiarias.

Na boca é seco, apesar de ser muito frutado, com médio corpo, apresentando certa estrutura e alguma complexidade, com bom volume de boca, com taninos presentes, mas suaves, com acidez instigante e final de média intensidade, sendo muito agradável.

Um vinho que expressa, em sua plenitude, o verdadeiro Pinotage sul africano, com muita personalidade, aliado a maciez e facilidade de degustação, revelando também equilíbrio, harmonia e versatilidade, sobretudo na harmonização que vai de carnes vermelhas, queijos fortes a massas condimentadas e uma boa pizza de quatro queijos, por exemplo. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Nederburg:

A história de Nederburg começou em 1791, quando o imigrante alemão Philippus Wolvaart adquiriu 49 hectares de terra no vale de Paarl. Ele nomeou sua propriedade Nederburgh, em homenagem ao comissário Sebastiaan Cornelis Nederburgh. Mais tarde, o 'h' foi retirado da grafia do nome da fazenda e tornou-se Nederburg como é conhecido hoje. A bela mansão holandesa do Cabo, coberta de palha e empena, que Wolvaart completou em 1800 é hoje um monumento nacional. E sobre a linha “56 Hundred” há uma curiosidade: Essa variedade de vinhos refrescantes, frutados e suave leva o nome ao preço de mil e seiscentos florins que Philippus Wolvaart pagou em 1791 pela fazenda em que deveria nomear Nederburg. Um visionário que reconheceu o potencial vitícola da terra, ele teve a tenacidade de domesticar a propriedade e estabelecer uma fazenda que continua a florescer hoje. Em 1810, vendeu a fazenda para a família Retief, que conservou a propriedade por 70 anos. Em seguida a Nederburg passou por diversos proprietários até ser adquirida, em 1937, por Johann Graue que foi buscar na Alemanha o talentoso enólogo Günter Brözel para comandar a produção. Durante anos, Brözel elevou a reputação da Nederburg a nível mundial. Quem o sucedeu foi o enólogo romeno Razvan Macici, que recebeu inúmeros prêmios ao longo dos anos. Macici aliava a capacidade de criar vinhos exclusivos à habilidade para a elaboração de rótulos acessíveis. A Nederburg é conhecida pela visão vanguardista, sempre valorizando os cuidados no vinhedo e na vinificação para a elaboração de exemplares famosos mundialmente.

Mais informações acesse:

https://www.nederburg.com/

Vinho degustado em 2017.


segunda-feira, 9 de março de 2020

56 Hundred Chenin Blanc 2017



Costumo dizer que não pode faltar na minha adega os vinhos sul africanos. Considerado como o Novo Mundo na produção vitivinícola, traz uma história monumental e longeva de um terroir abrangente entregando ao enófilo vinhos de grande tipicidade.

E o vinho que degustei e gostei desse país, a África do Sul, é de uma das mais importantes vinícolas daquele país, a Nederburg, com a sua linha básica, mas especial no que se propõe a entregar: A Nederburg 56 Hundred. A casta degustada dessa linha foi a Chenin Blanc, da safra 2017, da famosa região de Western Cape.

No aspecto visual apresenta um amarelo palha com tons esverdeados, límpido e brilhante.

No quesito olfativo se mostra frutado, frutas brancas tropicais como melão, pêra, um discreto toque cítrico, indicando um frescor agradável e um belo toque floral.

Na boca é jovem, direto, informal, fresco, muito frutado e um final refrescante e levemente cítrico.

Um vinho que entrega o que propõe a referida linha “56 Hundred”, que, embora seja simples, é muito agradável, despretensioso e ideal para os dias quentes do Brasil, harmonizando com a nossa cultura climática, sendo gastronômico, ideal com frituras, carnes brancas ou degustando sozinho. Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Nederburg:

A história de Nederburg começou em 1791, quando o imigrante alemão Philippus Wolvaart adquiriu 49 hectares de terra no vale de Paarl. Ele nomeou sua propriedade Nederburgh, em homenagem ao comissário Sebastiaan Cornelis Nederburgh. Mais tarde, o 'h' foi retirado da grafia do nome da fazenda e tornou-se Nederburg como é conhecido hoje. A bela mansão holandesa do Cabo, coberta de palha e empena, que Wolvaart completou em 1800 é hoje um monumento nacional. E sobre a linha “56 Hundred” há uma curiosidade: Essa variedade de vinhos refrescantes, frutados e suave leva o nome ao preço de mil e seiscentos florins que Philippus Wolvaart pagou em 1791 pela fazenda em que deveria nomear Nederburg. Um visionário que reconheceu o potencial vitícola da terra, ele teve a tenacidade de domesticar a propriedade e estabelecer uma fazenda que continua a florescer hoje.

Mais informações acesse:


Degustado em: 2019