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domingo, 11 de maio de 2025

Sibaris Gran Reserva Pinot Noir 2021

 



Vinho: Sibaris Gran Reserva

Safra: 2021

Casta: Pinot Noir

Região: Vale de Leyda

País: Chile

Produtor: Viña Undurraga

Adquirido: Wine

Valor: R$ 89,90

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 10 meses em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: revela um rubi de média intensidade, translúcido, com halos discretamente granada, talvez pela passagem pela barrica de carvalho. Tem lágrimas finas, lentas e em profusão.

Nariz: aromas ricos em frutas vermelhas frescas, com destaque para cerejas, framboesas, morangos, com muito frescor, elegância e delicadeza. Se destacam também as notas de especiarias, como ervas finas, um herbáceo agradável, além de um floral que corrobora o seu frescor, lembrando flores vermelhas. A madeira é discreta e denota certa complexidade.

Boca: traz frescor, as notas de frutas vermelhas frescas, ressaltando para cerejas, como no olfato, tem estrutura leve para média e boa persistência. Um vinho saboroso. Os taninos são delicados e polidos, a acidez é pungente, salivante e traz a noção de sabor cheio e volumoso. A madeira é fina, discreta, com um final elegante e fresco.

 

Produtor:

https://undurraga.cl/


domingo, 4 de maio de 2025

Miolo Cuvée Brut

 



Vinho: Miolo Cuvée Brut

Safra: 2021 (Ano de Tiragem)

Casta: Pinot Noir (60%) e Chardonnay (40%)

Região: Vale dos Vinhedos, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Miolo

Adquirido: Site Werle

Valor: R$ 74,90

Teor Alcoólico: 12%

Estágio: 12 meses de envelhecimento na própria garrafa.

 

Análise:

Visual: revela um lindo e brilhante amarelo palha, translúcido, com reflexos esverdeados, com perlages finos, abundantes e persistentes.

Nariz: aromas ricos de frutas cítricas, de frutas tropicais, com notas de panificação, de pão, mostrando complexidade, mas mesclado a um frescor típico. Percebe-se também um floral que corroborado a leveza e a sua frescura.

Boca: é fresco, saboroso, untuoso, cremoso, persistente, as notas de panificação, de pão com manteiga mostra a sua complexidade. A fruta cítrica e tropical é visível e entrega o frescor, com uma acidez vívida e salivante com um final cheio, longo e frutado.

 

Produtor:

https://www.miolo.com.br/


quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Casa Valduga Sur Lie Blanc Nature

 



Vinho: Casa Valduga Sur Lie Blanc de Nature

Safra: Não safrado

Casta: Chardonnay e Pinot Noir

Região: Vale dos Vinhedos, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Famiglia Valduga

Adquirido: Site Vinhos & Vinhos

Valor: R$ 76,90

Teor Alcoólico: 11,5%

Estágio: Matura por 30 meses em cave subterrâneas e 10% do lote do vinho em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: revela um lindo amarelo palha brilhante, com uma turbidez, por não passar pelo processo de dégorgment, com uma persistente manifestação das perlages, em abundância e muito fina, já denotando frescor.

Nariz: aroma de complexo, de elegância, mas com muito frescor. As notas de frutas brancas e cítricas ganham destaque em meio a discretos toques de madeira e amendoado, típico do processo de dégorgment, além da presença de aroma de panificação.

Boca: de paladar distinto, austero e até mesmo rústico, é igualmente complexo, amanteigado, lembrando brioche, entrega, além da referida cremosidade, um frescor que o torna versátil e equilibrado. As notas frutadas são percebidas, a acidez é equilibrada e o final remete às leveduras contidas no vinho.

 

Curiosidades:

Sur lie: permite que a bebida permaneça em constante evolução na presença de leveduras, até a abertura da garrafa, quando o espumante atinge sua plenitude. Ideal para quem busca uma experiência sensorial distinta e singular.

Dégorgment: técnica utilizada no processo de produção de espumantes, especialmente Champagne, que consiste na remoção do sedimento formado durante a segunda fermentação na garrafa. Esse sedimento é composto por leveduras mortas e outros resíduos que se acumulam no gargalo da garrafa.

 

Produtor:

https://loja.famigliavalduga.com.br/Casa-Valduga

 

 


quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Capella dos Campos Pinot Noir 2023

 



Vinho: Capella dos Campos

Safra: 2023

Casta: Pinot Noir

Região: Campos de Cima da Serra, Rio Grande do Sul

País: Brasil

Produtor: Família Lemos de Almeida

Adquirido: Site Armazém Nacional

Valor: R$ 67,90

Teor Alcoólico: 13%

 

Análise:

Visual: apresenta um lindo e brilhante rubi de média intensidade, com lágrimas finas e em profusão, mas rápidas.

Nariz: aromas delicados e frescos de frutas vermelhas, com a predominância da cereja, tendo ainda a percepção do morango e framboesa. Traz ainda algo de herbáceo, como pimenta, ervas finas e um discreto, mas agradável, floral, que corrobora, ainda mais, o frescor e leveza.

Boca: é leve, saboroso, com uma refrescância típica de sua jovialidade e, claro, da essência da cepa. As notas frutadas também ganham evidência, como no aspecto olfativo. É persistente, com médio volume de boca, taninos elegantes, acidez vibrante e um final longo, saboroso.

 

Produtor:

https://familialemosdealmeida.com.br/

 


segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Aurora Pinto Bandeira Pinot Noir 2022

 



Vinho: Aurora Pinto Bandeira

Safra: 2022

Casta: Pinot Noir

Região: Pinto Bandeira, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Vinícola Cooperativa Aurora

Adquirido: Site do produtor

Valor: R$ 40,00

Teor Alcoólico: 12,5%

Estágio: 6 meses em barricas de carvalho francês.

 

Análise:

Visual: revela um lindo e brilhante rubi de média intensidade, muito brilhante, diria um púrpura talvez, com raras e breves lágrimas finas.

Nariz: traz aromas intensos e agradáveis de frutas vermelhas frescas, intensificado pelas notas amadeiradas, de baunilha, de torrefação e até mesmo de terra molhada. Entrega também notas de especiarias.

Boca: é leve, fresco, saboroso, replicando as notas frutadas, bem como as nuances de terra. A acidez é vida, vibrante e que faz salivar, corroborando seu frescor. As especiarias são percebidas, com destaque para pimenta preta. Final persistente e de retrogosto frutado.

 

Produtor:

https://www.vinicolaaurora.com.br/inicial


segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Jolimont Pinot L'Orange Pinot Noir 2021

 



Vinho: Jolimont Pinot L’Orange

Safra: 2021

Casta: Pinot Noir

Região: Vale do Morro Calçado, Canela, Serra Gaúcha

País: Brasil

Produtor: Vinícola Jolimont

Adquirido: Site da Vinícola Jolimont

Valor: R$ 60,00

Teor Alcoólico: 11,5%

 

Análise:

Visual: apresenta uma linda cor rosada, ao estilo casca de cebola, com muita intensidade e que remete ao laranja, inclusive.

Nariz: traz aromas delicados, mas vivos, entregando algo floral, com as notas frutadas, algo de frutas vermelhas frescas, como morango, framboesa e frutas secas como amêndoas, com evidência, além de ervas finas.

Boca: é saboroso, fresco, leve, porém com alguma persistência. A sensação amendoada é evidente, como no aspecto olfativo, bem como as frutas vermelhas, que aparece de forma secundária. Tem acidez média e um final persistente.

 

Produtor:

https://www.vinhosjolimont.com.br/


quinta-feira, 16 de maio de 2024

Partridge Gran Reserva Pinot Noir 2019

 



Vinho: Partridge Gran Reserva

Casta: Pinot Noir

Safra: 2019

Região: Mendoza

País: Argentina

Produtor: Viña Las Perdices

Teor Alcoólico: 14%

Adquirido: Wine

Valor: R$ 59,90

Estágio: Estágio em 18 meses em barricas novas de carvalho francês.

 

Análise:

Visual: rubi com alguma intensidade com reflexos violáceos, além de lágrimas densas, finas e lentas.

Nariz: aromático com notas de frutas vermelhas além de toques defumados, de especiarias.

Boca: tem corpo de média estrutura, replica-se as notas frutadas com as nuances de barricas de carvalho, com taninos marcados e integrados, mas sutis, dóceis, com acidez média. Final agradável e elegante.

 

Produtor:


quarta-feira, 3 de abril de 2024

Rayun Reserva Pinot Noir 2014

 



Vinho: Rayun Reserva

Casta: Pinot Noir

Safra: 2014

Região: Vale do Limari

País: Chile

Produtor: Rayun Wines

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 40% do vinho passou por barricas de carvalho francês e americano (Não identificado o tempo)

 

Análise:

Visual: apresenta vermelho vibrante, brilhante, sem muita concentração, com lágrimas finas, lentas e em média intensidade.

Nariz: revela caráter frutado, as notas evidentes de frutas vermelhas frescas, com destaque para morango, framboesas, cerejas e groselha, sobre um fundo discretamente amadeirado, sendo muito integrado.

Boca: se mostra fresco, leve para médio e uma ótima sinergia entre fruta e madeira, com taninos amáveis e ótima acidez.

 

Produtor:


Newen Pinot Noir 2014

 



Vinho: Newen

Casta: Pinot Noir

Safra: 2014

Região: Patagônia

País: Argentina

Produtor: Bodega del Fin del Mundo

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 6 meses em barricas de carvalho francês e americano

 

Análise:

Visual: apresenta um rubi claro e brilhante, com lágrimas finas e rápidas.

Nariz: notas de frutas frescas, de frutas vermelhas como cereja, amora, framboesa e morango, com toques de coco, baunilha, em virtude da passagem por barricas de carvalho.

Boca: é fresco, equilibrado, saboroso, mas de marcante personalidade, confirmando as notas frutadas, com taninos macios e acidez justa. Final longo e persistente.

 

Produtor:

https://bodegadelfindelmundo.com/


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Max Mann Pinot Noir 2019

 



Vinho: Max Mann

Casta: Pinot Noir (Spätburgunder)

Safra: 2019

Região: Pfalz

País: Alemanha

Produtor: Vinícola Moselland

Teor Alcoólico: 13%

Adquirido: Evino

Valor: R$ 56,90

Estágio: 50% do lote passou 9 meses em barricas de carvalho.

 

Análise:

Visual: um rubi de média intensidade, com razoável concentração de lágrimas.

Nariz: revela aromas de frutas negras, harmoniosamente equilibrados com toques sutis de especiarias.

Boca: tem certa estrutura, mas é aveludado e macio, as notas de frutas vermelhas são perceptíveis, com taninos sedosos e acidez mediana e um discreto residual de açúcar. Final de média persistência.

 

Produtor:

https://www.moselland.de/


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Santa Alícia Reserva Pinot Noir 2022

 



Vinho: Santa Alícia Reserva

Casta: Pinot Noir

Safra: 2022

Região: Valle del Bío Bío

País: Chile

Produtor: Viña Santa Alícia

Teor Alcoólico: 13,9%

Estágio: 4 a 5 meses em barricas de carvalho francês

Adquirido: Evino

Valor: R$ 44,90

 

Análise:

Visual: entrega um vermelho rubi brilhante, claro e com reflexos violáceos, com lágrimas finas e rápidas.

Nariz: expressivas notas frutadas, de frutas vermelhas frescas, com destaque para a framboesa e morango, além de delicados toques de tosta e de canela e especiarias, como pimenta, por exemplo.

Boca: predominam as notas frutadas, como no aspecto olfativo, bem integrados ao carvalho que é mais sentido no paladar, mas delicadamente, além de apresentar taninos discretos, suaves e acidez salivante, com um final de média persistência e retrogosto frutado.

 

Produtor:

https://www.santa-alicia.cl/#

 

 


segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Gheller Pinot Noir 2022

 



Vinho: Gheller

Safra: 2022

Casta: 100% Pinot Noir

Região: Guaporé, Serra Gaúcha (Sobre a região acesse aqui)

País: Brasil

Produtor: Gheller

Teor Alcoólico: 13,9%

 

Análise:

Visual: Rubi com alguma intensidade, brilhante, com reflexos violáceos e lágrimas finas.

Nariz: Intenso para frutas vermelhas, como framboesa, cereja e morango, com muito frescor e discretas notas amadeiradas e de menta.

Boca: Notas frutadas são replicadas, mostra estrutura, mas com frescor, típico da casta, com taninos sedosos e acidez vibrante. Tem final persistente.


Sobre o Produtor:

https://vinicolagheller.lojaintegrada.com.br/


segunda-feira, 1 de maio de 2023

Traversa Rosé Cabernet Franc (50%) e Pinot Noir (50%) 2021

 

Sou réu confesso, admito de forma incondicional que em um passado distante o Uruguai vitivinícola se resumia aos robustos e complexos rótulos da casta Tannat. Evidente que a casta da região francesa do Madiran ganhou fama e respeitabilidade no Uruguai se tornando a casta símbolo, que exporta o país para o mundo.

Mas aos poucos, com o passar dos anos e também com abertura do mercado para os vinhos uruguaios no Brasil percebemos que o Uruguai não é apenas o Tannat. Não mesmo! Tive a oportunidade de degustar alguns bons, ótimos Cabernets Sauvignon, Merlot e por aí o vai.

Evidente que o nosso mercado consome muito o Tannat uruguaio, logo a oferta é para esses vinhos, mas alguns eventos realizados por instituições ligados aos vinhos do Uruguai e também alguns influenciadores digitais do universo do vinho, fizeram com que aquele pequeno país se revelasse.

E revelasse consequentemente a gana de seus produtores por conceberem vinhos de extrema tipicidade, com a cara, o “DNA” desse país. Por mais que eu não deguste, lamentavelmente, tantos rótulos do Uruguai, percebemos, mesmo que por um simples instinto sensorial, um vinho daquelas bandas.

E a primeira, óbvia, região que conheci foi Canelones, a mais emblemática e importante região produtora de vinhos do Uruguai e é aquela que mais produz em volume de vinhos e nem por isso uma região descartável, desprestigiada. Belos vinhos degustei da região!

Mas as minhas descobertas, de novos rótulos e castas “improváveis” se deu por outra região, a capital do país: Montevidéu. Se deu também pela Família Traversa. E que maravilha foi descobri-los! Rótulos de incríveis custo X benefício, extremamente acessíveis aos bolsos e relativamente fáceis de encontrar.

Já degustei alguns de seus rótulos, do Chardonnay ao Tannat, do Merlot ao Sauvignon Blanc e todos são bem interessantes e dessa vez será um rosé! Sim, um rosé! Jamais esperaria degustar um rosé uruguaio.

Então sem mais delongas vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio da região uruguaia de Montevidéu e se chama Traversa, um rosé composto pelas castas Pinot Noir (50%) e Cabernet Franc (50%) da safra 2021. E para não perder o costume vamos de história, vamos de Montevidéu.

Montevidéu

Montevidéu começou seu processo de fundação em 1723. O Governador do Río de la Plata, Bruno Mauricio de Zabala, foi enviado pela coroa espanhola para fundar esta cidade portuária e expulsar aos portugueses, que tinham construído o Fuerte de Montevideu sobre a baia. 

Assim, as primeiras famílias que povoaram “San Felipe y Santiago de Montevideo” foram de origem espanhol, provenientes do grande centro colonial do Río de la Plata: Buenos Aires. Pela sua condição de principal porto do Rio da Prata e Montevidéu teve não teve bom relacionamento com a cidade vizinha.

Montevidéu

Pedro Millán traçou o primeiro plano da cidade em 1726, ano em que começaram a chegar os colonos das Ilhas Canarias. A antiga Ciudadela de Montevidéu (edificada ao longo de uns quarenta anos) apresentava as características típicas das cidades colônias da época: Uma Praça de Armas no centro (Atual Praça Constitución, mais conhecida como Matriz) rodeada pela Igreja (atual Catedral) e o edifício do governo (Cabildo).

A pequena cidade estava rodeada de muralhas das que hoje só ficam o portal de entrada, a simbólica Puerta de la Ciudadela. Em 1807 se produziram as Invasões Inglesas, enfrentadas e vencidas pelos orientais. Este fato deu a Montevidéu o status de “Muy Fiel y Reconquistadora” e a converteu no bastião espanhol do Río de la Plata. Montevidéu se manteve fiel a Espanha durante as Revoluções de Maio de 1810 em Buenos Aires. Durante esse período, a coroa espanhola se instalou em Montevidéu, o que significou o um grande crescimento para a cidade.

O departamento de Montevidéu se estabeleceu em 1816, como a primeira divisão administrativa da Banda Oriental. Ao se declarar o novo Estado Independente em 1828, Montevidéu foi estabelecido como capital, e a partir da “Jura de la Constitución de 1830” começou a se projetar a “Nova Cidade” por fora dos limites da Ciudadela. 

Contudo, a atual Ciudad Vieja foi durante muitas décadas o centro econômico e cultural de Montevidéu. As grandes bandas migratórias da Europa (principalmente espanhóis, mas também italianos, alemães, franceses, húngaros, judeus e ingleses) deram ao Montevidéu de 1900 um ar cosmopolita.

A herança dos escravos africanos trazidos durante a época colonial aportou o caráter multicultural da cidade, que se percebe até hoje. Ao longo do século XX Montevidéu se expandiu sobre a baia para o leste, e também para o norte, com numerosos centros de população afastadas do centro. A emblemática Rambla de Montevidéu, principal cartão postal da cidade, foi construída em 1910. Outros monumentos significativos datam dos anos 20 e 30, como o Palácio Legislativo e o Estádio Centenário.

O Uruguai era originalmente povoado pelos índios Charruas, mas em 1680 os portugueses começaram a se assentar na região; os espanhóis chegaram logo em seguida. As primeiras uvas viníferas foram cultivadas em território uruguaio há mais de 250 anos. A produção de vinhos, entretanto, só começou a ser realizada comercialmente na segunda metade do século XIX. Em 1870, Dom Pascal Harriague introduziu ao Uruguai várias castas de uva em busca de uma que se adaptasse bem ao solo e clima da região.

A Tannat foi a que se saiu melhor na experiência e desde então, por causa do seu sucesso imediato e duradouro no país, ela dá vida ao autêntico vinho uruguaio. Na década de 1970, houve uma renovação na vitivinicultura do Uruguai; novas técnicas de plantio e cultivo, bem como a introdução de novas variedades de uvas, possibilitaram um desenvolvimento substancial à sua indústria de vinhos.

Aliado a tudo isso, a evolução dos vinhos uruguaios aconteceu por causa da paixão dos produtores e apreciadores de lá pela bebida. A maneira artesanal e a relação respeitosa que eles têm com as uvas que cultivam tornaram seus vinhos premiados e bastante reconhecidos no mercado internacional.

Fortemente influenciado pelo Rio da Prata e Oceânico Atlântico, o Uruguai tem as suas principais regiões produtoras de vinhos na costa sul – Maldonado, Canelones e Colônia. Situado entre os paralelos 30 e 35, a exemplo de Chile, Argentina, Austrália e África do Sul, o país tem a possibilidade de elaborar vinhos que possuem a energia do Novo Mundo e o refinamento do Velho Mundo.

É a terra do Tannat, sim, mas há muito mais por descobrir. O Uruguai é comparado com a região de Bordeaux, na França. Seu Rio da Prata é comumente equiparado ao estuário do Gironde. A maior região vitivinícola – Canelones – é dona de 60% da produção total. Fica bem no centro do país, ao sul, muito próxima da capital Montevidéu, que abriga 40% da população local com 3,4 milhões de moradores.

Mapa vinícola do Uruguai com Montevidéu ao sul

As demais regiões produtoras do sul do país ficam a menos de duas horas da capital – à oeste, Colônia (pela Rota 1) e, à leste, Maldonado (pela Rota 9). O Uruguai possui uma rota de vinho especial e aconchegante, coordenada pela Associação de Turismo Enológico do Uruguai, que reúne muitas bodegas familiares, com estrutura e história que fascinam seus visitantes. A rota, batizada de “Os caminhos do vinho” passa por regiões de Montevidéu, Canelones, Maldonado, Colônia e Rivera, cujas paisagens belas e exuberantes são atrativos que complementam sua ótima gastronomia e seus vinhos finos.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um rosado cor salmão, limpo, um tanto quanto atijolado, mas muito brilhante e bonito, com algumas poucas lágrimas finas e rápidas.

No nariz aromas, um tanto quanto tímidos, mas perceptíveis de frutas frescas, com destaque para morango, mamão, maçã-verde, diria também um pêssego, entregando ainda um toque floral que corrobora o seu frescor e também uma mineralidade.

Na boca é saboroso, fresco, jovem, sedoso, elegante e equilibrado, mas goza de alguma personalidade, é cheio em boca. As notas frutadas, evidentes no olfato, se revelam, protagonizam no paladar com destaque para morangos, cerejas frescas, mamão e maçã-verde. Traz belíssima acidez que saliva e um final de média persistência com um discreto dulçor.

A Família Traversa e todos os seus rótulos que vão desde os básicos até o que se chamam de alta gama definitivamente são os melhores que apresentam a relação qualidade X preço do mercado de vinhos! E esta nova versão da linha Traversa que degusto hoje traz tudo o que esperamos de um típico rosé: frescor, muita fruta, leveza e um toque floral agradabilíssimo. A Família Traversa entrega o lado “alternativo” da triste realidade dos valores impraticáveis dos vinhos no Brasil e nos possibilita trafegar, com dignidade, neste vasto e impecável universo. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Família Traversa:

Esta empresa com as suas vastas vinhas e fábricas de processamento de vinho, conta com a presença constante da Família Traversa. Sessenta anos de muito trabalho e três gerações que sustentam a qualidade dos seus vinhos.

Cada novo plantio e manutenção, processamento, embalagem e distribuição de vinho, marketing e atendimento ao cliente são sempre supervisionados por um membro da família. Assim eles são e ambicionam o conceito de qualidade e este é o resultado do trabalho da vinícola. A história desta família é o legado de bondade e esperança que está nas vinhas e há três gerações.

Em 1904, Carlos Domingo Traversa veio para o Uruguai com seus pais. Filho de imigrantes italianos, foi em sua juventude peão rural em fazendas de vinhedos, e em 1937 com sua esposa, Maria Josefa Salort, conseguiu comprar 5 hectares de terras em Montevidéu.

Suas primeiras plantações de uvas de morango e moscatel foram em pequena escala. Em 1956 fundou a adega com os seus filhos, Dante, Luis e Armando, que hoje com os seus netos têm muito orgulho de continuar o seu sonho.

A atitude constante de crescimento contínuo, com dedicação e desenvolvimento levou e ainda leva a vinícola a ser um exemplo em todo o Uruguai. Em mais de 240 hectares próprios, além de vinhedos de produtores cujas safras são controladas diretamente pela empresa, obtendo assim uma grande harmonia com os vinhos e as próprias uvas. As variedades plantadas são: Tannat, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc.

As uvas são processadas com maquinários e instalações da mais alta tecnologia. Inicia-se com um rígido controle de produção, colheita no momento ideal, plantio de leveduras selecionadas, controle de fermentação, aplicação a frio no processo de elaboração, clarificações e degustação dos vinhos para definir diferentes categorias de qualidade. Daí passa-se a armazenar em grandes recipientes de grande tecnologia, como inox, tanques térmicos, ou em barricas de carvalho americano e francês.

Mais informações acesse:

http://grupotraversa.com.uy/en/

Referências:

“Uruguai.org”: http://www.uruguai.org/a-historia-de-montevideu/

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/uruguai-natural_9771.html

 

 






quinta-feira, 30 de março de 2023

Portada Winemaker's Selection tinto 2015

 

Será possível degustar um vinho com muitas premiações a um custo atraente? Parece uma combinação um tanto quanto difícil, mas sim, é possível. Não que o quesito “prêmio” seja um determinante de qualidade, mas quando um vinho ostenta muitos prêmios e entrega uma ótima relação custo X qualidade, é de no mínimo olhar com mais carinho para o rótulo.

Quando o degustei, há algum tempo atrás, confesso que fui atraído pela sua fama e venda expressiva em um e-commerce popular de vinhos no Brasil e por ostentar tantos prêmios e medalhas conquistados nesses concursos espalhados pelo mundo, sejam eles famosos ou nem tanto.

E quando esteve em uma promoção avassaladora, cerca de pouco mais de R$ 34,00 à época, hoje o vinho mais que dobrou de valor, dada a sua fama), não hesitei muito e comprei. Comprei e não demorei tanto para degusta-lo. Estava curioso para degustar e vislumbrar a sua pretensa qualidade quando aliada aos seus inúmeros prêmios.

Outro detalhe que me chamou e muito a atenção foi o seu blend. Nunca tinha visto ou melhor, degustado, um vinho com um corte com tantas castas, cerca de sete uvas. Imagine a suposta complexidade! Confesso não ser muito fã de vinhos com blends de tantas cepas, mas, como comprar vinhos é sempre assumir riscos, lá fui eu.

Mas tinha um ponto, pelo menos para mim, positivo nisso tudo: a região! Adoro Lisboa e os seus vinhos banhados pelo Atlântico! O vento, o sol, tudo conspira a favor para vinhos frutados, solares e agradáveis.

Então vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio da região de Lisboa e se chama Portada Winemaker’s Selection composto pelas castas Tinta Roriz, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Caladoc, Castelão, Pinot Noir e Touriga Nacional e a safra é 2015. Para variar vamos às histórias, vamos de Lisboa!

Lisboa

A costa de Portugal é muito privilegiada para a produção vitivinícola graças à sua posição em relação ao Oceano Atlântico, à incidência de ventos, ao solo e ao relevo que constituem o local.

Entre as principais áreas produtoras podemos citar a região dos vinhos de Lisboa, antigamente conhecida como Estremadura, famosa tanto por tintos encorpados como por brancos leves e aromáticos.

Lisboa

Tem mais de 30 hectares de cultivo com mais de 9 mil aptas à produção de Vinho Regional de Lisboa e Vinho com Denominação de Origem Controlada. O nome passou em 2009 para Lisboa de forma a diferenciar da região de mesmo nome na Espanha, também produtora de vinhos.

O litoral da IGP Lisboa corre para o sul de Beiras a partir da capital de Portugal, onde o rio Tejo encontra o Oceano Atlântico. Suas características geográficas proporcionam certa complexidade à região, pois está situada climaticamente em zona de transição dos ventos úmidos e estios, com solo de idades variadas, secos, encostas e maciços montanhosos se contrapõem a várzeas e terras de aluvião.

Ainda sofre influência direta da capital do país localizada em um extremo da região. Uma de suas características determinantes é a grande variedade de solos, como terras de aluvião (sedimentar), calcário secundário, várzeas e maciços montanhosos, muitas vezes misturados. Cada um desses terrenos pode proporcionar às uvas características completamente diferentes.

Lisboa

Esta região possui boas condições para produzir vinhos de qualidade, todavia há cerca de quinze anos atrás a região de Lisboa era essencialmente conhecida por produzir vinho em elevada quantidade e de pouca qualidade. Assim, iniciou-se um processo de reestruturação nas vinhas e adegas.

Provavelmente a reestruturação mais importante realizou-se nas vinhas, uma vez que as novas castas plantadas foram escolhidas em função da sua produção em qualidade e não em quantidade. Hoje, os vinhos da Região de Lisboa são conhecidos pela sua boa relação qualidade/preço.

A região concentrou-se na plantação das mais nobres castas portuguesas e estrangeiras e em 1993 foi criada a categoria “Vinho Regional da Estremadura”, hoje "Vinho Regional Lisboa". A nova categoria incentivou os produtores a estudar as potencialidades de diferentes castas e, neste momento, a maior parte dos vinhos produzidos na região de Lisboa são regionais (a lei de vinhos DOC é muito restritiva na utilização de castas).

Entre as principais uvas cultivadas podemos citar as brancas Arinto, Fernão Pires (ambas naturais de Portugal) e Malvasia, e as tintas, Alicante Bouschet, Castelão, Touriga Nacional e Aragonez (como é chamada a Tempranillo na região).

Acredita-se que a elaboração de vinhos seja uma atividade desde o século 12, quando os monges da Ordem de Cister se estabeleceram na região. Uma de suas principais funções era justamente a produção da bebida para a celebração de missas.

A Região de Lisboa é constituída por nove Denominações de Origem: Colares, Carcavelos e Bucelas (na zona sul, próximo de Lisboa), Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã e Óbidos (no centro da região) e Encostas d’Aire (a norte, junto à região das Beiras).

DO's

A Região de Lisboa é constituída por nove Denominações de Origem: Colares, Carcavelos e Bucelas (na zona sul, próximo de Lisboa), Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã e Óbidos (no centro da região) e Encostas d’Aire (a norte, junto à região das Beiras). 

As regiões de Colares, Carcavelos e Bucelas outrora muito importantes, hoje têm praticamente um interesse histórico. A proximidade da capital e a necessidade de urbanizar terrenos quase levaram à extinção das vinhas nestas Denominações de Origem.

A Denominação de Origem de Bucelas apenas produz vinhos brancos e foi demarcada em 1911. Os seus vinhos, essencialmente elaborados a partir da casta Arinto, foram muito apreciados no estrangeiro, especialmente pela corte inglesa. Os vinhos brancos de Bucelas apresentam acidez equilibrada, aromas florais e são capazes de conservar as suas qualidades durante anos.

Colares é uma Denominação de Origem que se situa na zona sul da região de Lisboa. É muito próxima do mar e as suas vinhas são instaladas em solos calcários ou assentes em areia. Os vinhos são essencialmente elaborados a partir da casta Ramisco, todavia a produção desta região raramente atinge as 10 mil garrafas.

A zona central da região de Lisboa (Óbidos, Arruda, Torres Vedras e Alenquer) recebeu a maioria dos investimentos na região: procedeu-se à modernização das vinhas e apostou-se na plantação de novas castas.

Hoje em dia, os melhores vinhos DOC desta zona provêm de castas tintas como, por exemplo, a casta Castelão, a Aragonez (Tinta Roriz), a Touriga Nacional, a Tinta Miúda e a Trincadeira que por vezes são lotadas com a Alicante Bouschet, a Touriga Franca, a Cabernet Sauvignon e a Syrah, entre outras. Os vinhos brancos são normalmente elaborados com as castas Arinto, Fernão Pires, Seara-Nova e Vital, apesar da Chardonnay também ser cultivada em algumas zonas.

A região de Alenquer produz alguns dos mais prestigiados vinhos DOC da região de Lisboa (tintos e brancos). Nesta zona as vinhas são protegidas dos ventos atlânticos, favorecendo a maturação das uvas e a produção de vinhos mais concentrados. Noutras zonas da região de Lisboa, os vinhos tintos são aromáticos, elegantes, ricos em taninos e capazes de envelhecer alguns anos em garrafa. Os vinhos brancos caracterizam-se pela sua frescura e carácter citrino.

A maior Denominação de Origem da região, Encostas d’Aire, foi a última a sofrer as consequências da modernização. Apostou-se na plantação de novas castas como a Baga ou Castelão e castas brancas como Arinto, Malvasia, Fernão Pires, que partilham as terras com outras castas portuguesas e internacionais, como por exemplo, a Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Aragonez, Touriga Nacional ou Trincadeira. O perfil dos vinhos começou a alterar-se: ganharam mais cor, corpo e intensidade.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi com alguma intensidade, quase escuro, mas que revela halos violáceos que o torna razoavelmente brilhante, com lágrimas grossas, lentas e em média intensidade.

No nariz traz aromas flagrantes de de frutas vermelhas maduras, com destaque para cerejas e ameixas, com notas florais e de especiarias doces, com um discreto toque herbáceo, de ervas e pimentas.

Na boca é macio, equilibrado e leve, mas com um bom volume, graças ao seu protagonismo frutado, com um discreto e inusitado residual de açúcar, com taninos médios, já domados, com uma acidez correta, na medida que revela frescor com um final persistente e de retrogosto frutado.

Mais um lisboeta que se revelou solar, pleno, equilibrado e saboroso, mas com personalidade e logo alguma complexidade, sobretudo ao paladar, destacando-se nesse quesito. Definitivamente Lisboa ainda tem a capacidade, mesmo diante de um universo de rótulos que temos à disposição no mercado brasileiro de vinhos, de nos surpreender. Um vinho para o cotidiano, mas que, ao mesmo tempo, pode revelar grandes prazeres em uma gastronomia mais complexa. Um belo vinho! Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a DFJ Vinhos:

Fundado pela lenda do vinho José Neiva Correia em 1998, o DJF Vinhos está localizado na região de Lisboa, que se estende então para o norte ao longo da costa da capital Lisboa.

José Neiva Correia

Uma filosofia simples, mas com um objetivo ambicioso: transformar as ricas e diversas variedades portuguesas em vinhos de alta qualidade, acessíveis a todos.

Qualidade e valor ao dinheiro são, sem dúvida, fundamentais, e a propriedade até compra barris de carvalho usados e emprega duas tanoeiras para desmontá-los e despojá-los de novo na madeira nova – tão boa quanto nova por uma fração do preço! Mas isso sem deixar de prezar pelo mais rígido controle de qualidade.

O DJF inegavelmente não tem poucos fãs, com mais prêmios do que qualquer outro produtor português dos últimos 20 anos, incluindo o vinho tinto do ano na IWC e a duas vezes vinícola portuguesa do ano no New York Wine Competition desde 2012.

Mais informações acesse:

https://dfjvinhos.com/

Referências:

“Blog Divvino”: https://www.divvino.com.br/blog/vinho-lisboa/

“Olhar Turístico”: https://www.olharturistico.com.br/regiao-dos-vinhos-de-lisboa/

“Belle Cave”: https://www.bellecave.com.br/vinhos-de-lisboa-saiba-mais-sobre-essa-regiao-produtora

“Infovini”: http://www.infovini.com/pagina.php?codNode=3901

“Center Gourmet”: https://centergourmet.com.br/portada-winemakers-selection-2020/


Vinho degustado em: 2019