Os vinhos de Bardolino são produzidos com as mesmas castas do
Valpolicella (Corvina, Molinara e Rondinella) sendo, no entanto, mais leve.
Simplicidade, frescor e boa fruta são suas principais características. A lei
permite a adição de até 15% de outras uvas regionais como a Negrara, Sangiovese,
Barbera, Rossignola e Garganega.
A região de plantio circunda a cidade de Bardolino, à beira
do belo lago de Garda, e pode ser de dois tipos: Bardolino Classico, elaborado
com uvas oriundas da zona clássica ou histórica, e o Bardolino Classico Superiore,
feito também com uvas da zona histórica, mas com teor alcoólico superior a
12,5%.
Outro vinho da região é o Novello, uma versão italiana do
Beaujolais Nouveau, elaborado também por maceração carbônica, é um vinho para
ser bebido ainda mais jovem do que o Bardolino, assim como seu congênere
francês.
As castas
Corvina
A Corvina é a principal uva usada no grandioso vinho tinto
Amarone della Valpolicella e no vinho Valpolicella, combinada com parcelas de
uva Rondinella e casta Mollinara. Uma uva autóctone da região de Verona é
particularmente indicada à passificação – processo em que as uvas são secas
para perderem água e aumentar a concentração de açúcar e proporção de matéria
seca. Os bagos da uva Corvina são de tamanho médio, ovais e de cor azulado
escuro, formando cachos na forma piramidal.
O seu nome, inclusive, foi conferido graças a sua cor escura.
Corvina em italiano significa corvo, a uva é “escura como as penas de um
corvo”. A uva Corvina confere aos vinhos produzidos com a casta aromas de cerejas
e um toque amendoado, além do frescor conferido por sua ótima acidez. Quando os
rendimentos são mais altos (maior produção por vinhedo), os vinhos tintos
produzidos com a uva Corvina podem ser mais leves, frescos e frutados, como nos
exemplos mais clássicos de Valpolicella e Bardolino.
Molinara
A uva Molinara é nativa da Itália e recebe esse nome por ter
seus bagos envolvidos em uma fina camada branca, com uma aparência que sugere
terem sido salpicados de farinha branca, tal como um indivíduo recém-saído de
um moinho. Por isso, “molinara”, que significa “moinho” ou “moleiro”.
Acredita-se que essa variedade de uva tenha surgido em
Verona, na região de Vêneto, e grande parte de seu cultivo ainda se dá na
região norte da Itália. Mesmo no interior do país, mas sobretudo fora dele, a
uva Molinara pode receber outros nomes, como Rossara, Mullinari, Salata,
Vespone, Rossanella, Brepon Molinario, entre outros.
Com coloração roxa azulada, a uva Molinara é famosa pela
qualidade e excelência com que elabora os vinhos de corte nas regiões de
Valpolicella e Bardolino, levando mais acidez e frescor às variedades de
rótulos locais. Com bagos médios e cachos em formato de pirâmides alongadas,
esse tipo de uva tem caráter mineral, floral e frutado, que dá origem a vinhos
pouco encorpados e muito aromáticos, com leves tons de cereja, tabaco, pimenta
preta e amora.
Rondinella
A uva Rondinella é encontrada com maior facilidade na região
italiana do Vêneto, e raramente é cultivada fora dali. Trata-se de uma
variedade de uva tinta empregada na composição dos prestigiados vinhos
italianos de Valpolicella e Bardolino.
As vinhas da Rondinella são responsáveis por rendimentos
prolíficos, embora a uva seja raramente utilizada na produção de vinhos
varietais. A casta é empregada em blends ao lado da uva Corvina, adicionando
sabor marcante aos vinhos tintos produzidos na região do Vêneto.
Com cachos de dimensões médias e formatos cilíndricos, a uva
Rondinella é considerada uma variedade rústica e adapta-se facilmente a solos
que contenham alta quantidade de argila. Além disso, essa variedade é
perfeitamente adaptada para a secagem, especialmente, quando provém de vinhas
cultivadas em colinas.
Os vinhos produzidos a partir da uva Rondinella apresentam
coloração rubi intensa, e são marcados por aromas delicados e sabores frutados.
Os vinhos Rondinella possuem poucos taninos, no entanto, são bem estruturados.
E agora finalmente o vinho!
Na taça um rubi com reflexos violáceos envoltos em um
reluzente brilho com boa formação de lágrimas finas que logo se dissipam.
No nariz traz notas de frutas vermelhas frescas que entrega
muita leveza e um floral que me remete a flores vermelhas, a violeta.
Na boca é elegante, macio, delicado e com muita fruta, frutas
vermelhas, como morango e framboesa, com taninos finos e quase imperceptíveis
com uma belíssima acidez que lhe confere frescor e jovialidade. Final de média
persistência e frutado.
Simplicidade sempre foi para mim um ponto de alta nobreza,
ser nobre é ser simples, e nobreza a meu ver é ter um vinho saboroso na taça e
respirar um pouco de cultura e saber o motivo pelo qual o vinho que tanto
apreciamos tem determinadas nuances, características ou especificidades. Essa é
a melhor das harmonizações! O La Sogara Bardolino, diante da sua simplicidade,
da sua concepção mais direta e descompromissada expressa, com extrema
fidelidade, a região a qual foi concebida, expressa o caráter da terra que foi
concebida, o conceito mais fiel e preciso de terroir, termo tão comumente
mencionado entre os amantes dessa poesia líquida. Um vinho elegante, delicado,
frutado, fresco, ideal para se degustar despretensiosamente, com a alegria de
se celebrar o momento mais sublime que o vinho pode nos proporcionar: alegria e
leveza de espírito, sem amarras, simplesmente o vinho por ele mesmo, você e o
vinho e a história tão viva e latente quanto essa bebida. Tem 12,5% de teor
alcoólico.
Sobre a La Sogara:
A adega moderna e sustentável foi renovada em 1995 e está
orientada para a redução do impacto ambiental. Ainda hoje é um dos mais
ecológicos da Itália. Dos 20 hectares iniciais, hoje a família tem 140
hectares, aos quais se somam 240 hectares sob manejo direto. A gestão sempre
fez com que os enólogos seguissem um protocolo qualitativo estabelecido pela
família Cottini. A produção é acompanhada em todas as etapas pela família
Cottini com a máxima atenção na proteção da qualidade e na fidelidade da
tradição.
La Sogara redescobre e valoriza os vinhos mais clássicos da
tradição veronesa. São vinhos ideais para partilhar com os amigos, pela sua
frescura e simplicidade. Versáteis para cada ocasião tornam cada dia especial.
Dedicados a quem pretende qualidade, farão com que fique bem
se os levar a um jantar com amigos ou família. Tão sincero quanto uma risada
que vem do coração. São vinhos que respeitam o meio ambiente e a tradição.
Sobre a Vinícola Cottini:
Em 1925, Carlo Cottini fundou a primeira empresa familiar
dedicada ao cultivo da vinha e da fruta, como se usava naquela época. Nos anos
50 seu filho Raffaello focou seus negócios exclusivamente na produção de
vinhos.
Chega então a vez de Diego, filho de Raffaello, que
demonstrou ambição e coragem para concretizar novos projetos de pesquisa e
melhoria constante no cultivo de vinhas familiares juntamente com a aquisição
de novas. Em seguida, ele criou vinhos inovadores, bem como definiu os
históricos.
Hoje a empresa envolve toda a família: Diego, sua esposa
Annalberta, seus filhos Michele e Mattia. Cada um tem seu próprio papel,
personalidade e habilidades que renovam a cada dia a herança de seu bisavô
Carlo e de seu avô Raffaello com um misto de compromisso, ambição e coragem.
Mais informações acesse:
http://www.lasogara.com/it/home/
https://www.cottinivini.com/en/intro-2/
Referências:
“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/terra-de-vinheteiros-e-mercadores_8613.html
“Município de Bardolino”: https://comune.bardolino.vr.it/turismo/storia/
“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/corvina
https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/molinara
https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/rondinella