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segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Portada Reserva Syrah e Cabernet Sauvignon 2019

 




Vinho: Portada Reserva

Casta: Syrah e Cabernet Sauvignon

Safra: 2019

Região: Lisboa

País: Portugal

Produtor: DFJ Vinhos

Teor Alcoólico: 13,5%

Estágio: 3 meses em barricas de carvalho francês

 

Análise:

Visual: tem vermelho rubi intenso, fechado, com certa viscosidade, além de lágrimas finas e lentas.

Nariz: tem aromas de frutas vermelhas e pretas maduras, com notas de especiarias, algo de herbáceo e pimenta, com um discreto toque amadeirado.

Boca: é intenso, porém aveludado, redondo e macio. Replica-se as notas frutadas, com taninos generosos, mas domados e uma boa acidez. Tem final cheio, de retrogosto frutado.

 

Produtor:

https://dfjvinhos.com/


quinta-feira, 30 de março de 2023

Portada Winemaker's Selection tinto 2015

 

Será possível degustar um vinho com muitas premiações a um custo atraente? Parece uma combinação um tanto quanto difícil, mas sim, é possível. Não que o quesito “prêmio” seja um determinante de qualidade, mas quando um vinho ostenta muitos prêmios e entrega uma ótima relação custo X qualidade, é de no mínimo olhar com mais carinho para o rótulo.

Quando o degustei, há algum tempo atrás, confesso que fui atraído pela sua fama e venda expressiva em um e-commerce popular de vinhos no Brasil e por ostentar tantos prêmios e medalhas conquistados nesses concursos espalhados pelo mundo, sejam eles famosos ou nem tanto.

E quando esteve em uma promoção avassaladora, cerca de pouco mais de R$ 34,00 à época, hoje o vinho mais que dobrou de valor, dada a sua fama), não hesitei muito e comprei. Comprei e não demorei tanto para degusta-lo. Estava curioso para degustar e vislumbrar a sua pretensa qualidade quando aliada aos seus inúmeros prêmios.

Outro detalhe que me chamou e muito a atenção foi o seu blend. Nunca tinha visto ou melhor, degustado, um vinho com um corte com tantas castas, cerca de sete uvas. Imagine a suposta complexidade! Confesso não ser muito fã de vinhos com blends de tantas cepas, mas, como comprar vinhos é sempre assumir riscos, lá fui eu.

Mas tinha um ponto, pelo menos para mim, positivo nisso tudo: a região! Adoro Lisboa e os seus vinhos banhados pelo Atlântico! O vento, o sol, tudo conspira a favor para vinhos frutados, solares e agradáveis.

Então vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio da região de Lisboa e se chama Portada Winemaker’s Selection composto pelas castas Tinta Roriz, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Caladoc, Castelão, Pinot Noir e Touriga Nacional e a safra é 2015. Para variar vamos às histórias, vamos de Lisboa!

Lisboa

A costa de Portugal é muito privilegiada para a produção vitivinícola graças à sua posição em relação ao Oceano Atlântico, à incidência de ventos, ao solo e ao relevo que constituem o local.

Entre as principais áreas produtoras podemos citar a região dos vinhos de Lisboa, antigamente conhecida como Estremadura, famosa tanto por tintos encorpados como por brancos leves e aromáticos.

Lisboa

Tem mais de 30 hectares de cultivo com mais de 9 mil aptas à produção de Vinho Regional de Lisboa e Vinho com Denominação de Origem Controlada. O nome passou em 2009 para Lisboa de forma a diferenciar da região de mesmo nome na Espanha, também produtora de vinhos.

O litoral da IGP Lisboa corre para o sul de Beiras a partir da capital de Portugal, onde o rio Tejo encontra o Oceano Atlântico. Suas características geográficas proporcionam certa complexidade à região, pois está situada climaticamente em zona de transição dos ventos úmidos e estios, com solo de idades variadas, secos, encostas e maciços montanhosos se contrapõem a várzeas e terras de aluvião.

Ainda sofre influência direta da capital do país localizada em um extremo da região. Uma de suas características determinantes é a grande variedade de solos, como terras de aluvião (sedimentar), calcário secundário, várzeas e maciços montanhosos, muitas vezes misturados. Cada um desses terrenos pode proporcionar às uvas características completamente diferentes.

Lisboa

Esta região possui boas condições para produzir vinhos de qualidade, todavia há cerca de quinze anos atrás a região de Lisboa era essencialmente conhecida por produzir vinho em elevada quantidade e de pouca qualidade. Assim, iniciou-se um processo de reestruturação nas vinhas e adegas.

Provavelmente a reestruturação mais importante realizou-se nas vinhas, uma vez que as novas castas plantadas foram escolhidas em função da sua produção em qualidade e não em quantidade. Hoje, os vinhos da Região de Lisboa são conhecidos pela sua boa relação qualidade/preço.

A região concentrou-se na plantação das mais nobres castas portuguesas e estrangeiras e em 1993 foi criada a categoria “Vinho Regional da Estremadura”, hoje "Vinho Regional Lisboa". A nova categoria incentivou os produtores a estudar as potencialidades de diferentes castas e, neste momento, a maior parte dos vinhos produzidos na região de Lisboa são regionais (a lei de vinhos DOC é muito restritiva na utilização de castas).

Entre as principais uvas cultivadas podemos citar as brancas Arinto, Fernão Pires (ambas naturais de Portugal) e Malvasia, e as tintas, Alicante Bouschet, Castelão, Touriga Nacional e Aragonez (como é chamada a Tempranillo na região).

Acredita-se que a elaboração de vinhos seja uma atividade desde o século 12, quando os monges da Ordem de Cister se estabeleceram na região. Uma de suas principais funções era justamente a produção da bebida para a celebração de missas.

A Região de Lisboa é constituída por nove Denominações de Origem: Colares, Carcavelos e Bucelas (na zona sul, próximo de Lisboa), Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã e Óbidos (no centro da região) e Encostas d’Aire (a norte, junto à região das Beiras).

DO's

A Região de Lisboa é constituída por nove Denominações de Origem: Colares, Carcavelos e Bucelas (na zona sul, próximo de Lisboa), Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã e Óbidos (no centro da região) e Encostas d’Aire (a norte, junto à região das Beiras). 

As regiões de Colares, Carcavelos e Bucelas outrora muito importantes, hoje têm praticamente um interesse histórico. A proximidade da capital e a necessidade de urbanizar terrenos quase levaram à extinção das vinhas nestas Denominações de Origem.

A Denominação de Origem de Bucelas apenas produz vinhos brancos e foi demarcada em 1911. Os seus vinhos, essencialmente elaborados a partir da casta Arinto, foram muito apreciados no estrangeiro, especialmente pela corte inglesa. Os vinhos brancos de Bucelas apresentam acidez equilibrada, aromas florais e são capazes de conservar as suas qualidades durante anos.

Colares é uma Denominação de Origem que se situa na zona sul da região de Lisboa. É muito próxima do mar e as suas vinhas são instaladas em solos calcários ou assentes em areia. Os vinhos são essencialmente elaborados a partir da casta Ramisco, todavia a produção desta região raramente atinge as 10 mil garrafas.

A zona central da região de Lisboa (Óbidos, Arruda, Torres Vedras e Alenquer) recebeu a maioria dos investimentos na região: procedeu-se à modernização das vinhas e apostou-se na plantação de novas castas.

Hoje em dia, os melhores vinhos DOC desta zona provêm de castas tintas como, por exemplo, a casta Castelão, a Aragonez (Tinta Roriz), a Touriga Nacional, a Tinta Miúda e a Trincadeira que por vezes são lotadas com a Alicante Bouschet, a Touriga Franca, a Cabernet Sauvignon e a Syrah, entre outras. Os vinhos brancos são normalmente elaborados com as castas Arinto, Fernão Pires, Seara-Nova e Vital, apesar da Chardonnay também ser cultivada em algumas zonas.

A região de Alenquer produz alguns dos mais prestigiados vinhos DOC da região de Lisboa (tintos e brancos). Nesta zona as vinhas são protegidas dos ventos atlânticos, favorecendo a maturação das uvas e a produção de vinhos mais concentrados. Noutras zonas da região de Lisboa, os vinhos tintos são aromáticos, elegantes, ricos em taninos e capazes de envelhecer alguns anos em garrafa. Os vinhos brancos caracterizam-se pela sua frescura e carácter citrino.

A maior Denominação de Origem da região, Encostas d’Aire, foi a última a sofrer as consequências da modernização. Apostou-se na plantação de novas castas como a Baga ou Castelão e castas brancas como Arinto, Malvasia, Fernão Pires, que partilham as terras com outras castas portuguesas e internacionais, como por exemplo, a Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Aragonez, Touriga Nacional ou Trincadeira. O perfil dos vinhos começou a alterar-se: ganharam mais cor, corpo e intensidade.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi com alguma intensidade, quase escuro, mas que revela halos violáceos que o torna razoavelmente brilhante, com lágrimas grossas, lentas e em média intensidade.

No nariz traz aromas flagrantes de de frutas vermelhas maduras, com destaque para cerejas e ameixas, com notas florais e de especiarias doces, com um discreto toque herbáceo, de ervas e pimentas.

Na boca é macio, equilibrado e leve, mas com um bom volume, graças ao seu protagonismo frutado, com um discreto e inusitado residual de açúcar, com taninos médios, já domados, com uma acidez correta, na medida que revela frescor com um final persistente e de retrogosto frutado.

Mais um lisboeta que se revelou solar, pleno, equilibrado e saboroso, mas com personalidade e logo alguma complexidade, sobretudo ao paladar, destacando-se nesse quesito. Definitivamente Lisboa ainda tem a capacidade, mesmo diante de um universo de rótulos que temos à disposição no mercado brasileiro de vinhos, de nos surpreender. Um vinho para o cotidiano, mas que, ao mesmo tempo, pode revelar grandes prazeres em uma gastronomia mais complexa. Um belo vinho! Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a DFJ Vinhos:

Fundado pela lenda do vinho José Neiva Correia em 1998, o DJF Vinhos está localizado na região de Lisboa, que se estende então para o norte ao longo da costa da capital Lisboa.

José Neiva Correia

Uma filosofia simples, mas com um objetivo ambicioso: transformar as ricas e diversas variedades portuguesas em vinhos de alta qualidade, acessíveis a todos.

Qualidade e valor ao dinheiro são, sem dúvida, fundamentais, e a propriedade até compra barris de carvalho usados e emprega duas tanoeiras para desmontá-los e despojá-los de novo na madeira nova – tão boa quanto nova por uma fração do preço! Mas isso sem deixar de prezar pelo mais rígido controle de qualidade.

O DJF inegavelmente não tem poucos fãs, com mais prêmios do que qualquer outro produtor português dos últimos 20 anos, incluindo o vinho tinto do ano na IWC e a duas vezes vinícola portuguesa do ano no New York Wine Competition desde 2012.

Mais informações acesse:

https://dfjvinhos.com/

Referências:

“Blog Divvino”: https://www.divvino.com.br/blog/vinho-lisboa/

“Olhar Turístico”: https://www.olharturistico.com.br/regiao-dos-vinhos-de-lisboa/

“Belle Cave”: https://www.bellecave.com.br/vinhos-de-lisboa-saiba-mais-sobre-essa-regiao-produtora

“Infovini”: http://www.infovini.com/pagina.php?codNode=3901

“Center Gourmet”: https://centergourmet.com.br/portada-winemakers-selection-2020/


Vinho degustado em: 2019