Além de ter sido a primeira região regulamentada para
produção vinícola do mundo, em 1756, foi reconhecida pela UNESCO, em 2001, como
Património da Humanidade por causa da beleza de suas vinhas. Quanto à produção,
50% dos vinhos elaborados nas vinícolas da região são destinadas para o Vinho
do Porto, a outra metade se dedica à produção de vinhos que utilizam a
denominação de origem controlada (DOC) “Douro”, e que são tão diversos quanto
os microclimas e solos da província.
O controle e a defesa da Denominação de Origem e Indicação
Geográfica são da responsabilidade da entidade certificadora “Comissão
Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes” esta tem por objetivo, proteger e
garantir a qualidade e genuinidade dos vinhos de qualidade produzidos na região
de Trás-os-Montes.
Constituída em 1997 a CVRTM, viria ajudar a impulsionar o
desenvolvimento da região, e a levar mais alto, aquém e além-fronteiras, os
vinhos Transmontanos. Tendo iniciado a sua atividade com apenas um agente
económico, esta entidade conta já com 62 associados, que contribuíram para o
renascimento da região e para o incremento de qualidade dos seus vinhos, sendo
que a sua atividade resulta num volume anual de litros certificados de
aproximadamente 3 milhões.
Tradicionalmente, as vinhas são plantadas de maneiras
diferentes em Trás-os-Montes, aproveitando toda a diversidade da região. Essa
característica se reflete nos vinhos produzidos, que além do vinho do Porto,
pode resultar excelentes vinhos tintos e brancos. As castas brancas dominantes
são: Côdega do Larinho, Malvasia Fina, Fernão Pires, Gouveio, Rabigato, Síria e
Viosinho, e nas tintas Bastardo, Tinta Roriz, Marufo, Touriga Franca, Touriga
Nacional e Trincadeira. Os vinhos brancos são suaves e com aroma floral. Os
vinhos tintos são geralmente frutados e levemente adstringentes.
No que se refere à tipicidade dos vinhos da região de
Trás-os-Montes, para além da diversidade existente podem ser referidos alguns
traços comuns a todos os vinhos, os vinhos brancos apresentam equilíbrio
aromático com grande intensidade de aromas frutados e leves florais, na boca
revelam uma acidez correta não sendo excessivamente pronunciada.
No caso dos vinhos tintos, são vinhos com uma intensidade
corante muito consistente e elevada, aromaticamente muito frutados, na boca
relevam-se estruturados, e apesar dos teores alcoólicos normalmente elevados
verifica-se uma acidez fixa correta, tornando-se vinhos robustos, mas
agradáveis e muito equilibrados.
E agora finalmente o vinho!
Na taça traz um rubi profundo, escuro, com halos granada, já
denotando os seus 11 anos de idade, com lágrimas finas, lentas e em profusão.
No nariz revela a sua complexidade com aromas de frutas
pretas bem maduras são sentidas, bem como frutas secas, com destaque para
ameixa seca e avelãs. Toques vibrantes de rusticidade também são percebidos,
tais como couro, tabaco, mentolado, carpete, estrebaria e discretas notas
florais.
Na boca é seco apresentando também aquela complexidade, de um
vinho equilibrado, que entrega elegância, maciez, mas personalidade,
austeridade, afinal o tempo lhe foi gentil. Preenche a boca por ser alcoólico,
frutado e um discreto residual de açúcar que lembra mel. Tem taninos marcados,
porém domados e redondos, com uma incrível acidez, vívida e salivante, com
notas de especiarias picantes, uma leve picância que remete a pimenta preta.
Tem um final de média persistência.
O “Barolo Português”! Assim chamou o Rodrigo Ferraz, do “Vinhos
de Bicicleta” sobre os tintos de Trás-os-Montes. Se é um exagero de comerciante
eu não sei dizer. Mas em seu vídeo, que está disponível nesta resenha, ele faz
uma completa e detalhada, sob o aspecto do clima e geologia, correlação das
regiões de Barolo, no Piemonte, bem como a de Trás-os-Montes e definitivamente
traz uma incrível consistência em sua fala. Consistente é este belíssimo vinho
no auge dos seus 11 anos de vida! E que evolução estupenda, ainda vivo, pleno,
mas elegante e macio. A complexidade é a tônica deste rótulo. Que venham muitos
e muitos trasmontanos para a minha reles e humilde adega. Tem 14% de teor
alcoólico.
Sobre a Adega Cooperativa Ribadouro:
A Cooperativa Ribadouro situa-se no Nordeste de Portugal, na
região de Trás-os-Montes, fazendo fronteira com Espanha e produz vinhos tintos,
brancos e rosés encorpados. A região vitivinícola Trás-os-Montes situa-se perto
do Vale do Douro e da sua Região Demarcada, onde são produzidos os conhecidos “Vinhos
do Porto” e centrada na Vila de Miranda do Douro com três sub-regiões: Chaves,
Planalto Mirandês e Valpaços.
A região foi inicialmente considerada “Indicação de
Proveniência Regulamentada ” (Região IGP), mas em 2006, passou a ser
considerada como região “Denominação de Origem Controlada” (DOC). Os nossos
vinhos são produzidos na sub-região do Planalto Mirandês a partir das castas
locais: Bastardo, Guveito, Malvasia Fina, Mourisco Tinto, Rabo de Ovelha, Tinta
Amarela, Touriga Francesa, Touriga Nacional e Viosinho.
A empresa começou a funcionar a 3 de Fevereiro de 1959. A
mensagem principal “para continuar a tradição…” expressa o nosso amor pelo
vinho e pelas tradições da região Norte de Portugal.
Produzem quatro rótulos de vinho – Pauliteiros, Mirandum,
Lhéngua Mirandesa IGP e Ribeira do Corso D OC. Cada nome de vinho tem sua
história e reflete nossas tradições nos nomes e no sabor do vinho.
Mais informações acesse:
http://ribadourowine.blogspot.com/
Referências:
“Clube dos Vinhos Portugueses”: https://www.clubevinhosportugueses.pt/vinhos/regioes/tras-os-montes/doc-tras-os-montes/
“Wine Tourism Portugal”: https://www.winetourismportugal.com/pt/regioes/tras-os-montes/
“Clube dos Vinhos”: https://www.clubedosvinhos.com.br/tras-os-montes-e-alto-douro-um-paraiso-vinicola-em-portugal/
“Instituto da Vinha e do Vinho”: https://www.ivv.gov.pt/np4/76/
“Infovini”: http://www.infovini.com/pagina.php?codNode=3891